quinta-feira, 27 de junho de 2013

A gente vive gerando conteúdo de nós mesmos por aí pra que os outros criem toda uma imagem nossa no âmbito virtual e esquece que o real, o ao vivo, é o que conta.
Não sei mais se gosto da ideia de ficar recusando quem não conheço no facebook, de seguir de volta no instagram só porque as fotos são bonitas, ler uma meia dúzia de tweets e reparar bem nas tagged pictures, caçar o tumblr se tiver e tentar enxergar o que há “por dentro”.
Faço parte de uma turminha que aprendeu a conhecer pessoas com base em redes sociais e ando de saco cheio disso. Não é mais honesto conhecer alguém pelo que ela é e não pelo que ela posta, pelo que ela quer que leiam/vejam?
Por isso ando meio descrente. Descrente e apegado, porque passo a gostar muito mais de quem eu já conheço por dentro e deixo de escanteio muita gente que poderia ser bem legal, mas no contexto da internet não me agrada.
Eu tinha que me desligar um pouco disso aqui e ter mais cara-a-cara, tem horas que eu me aborreço por bobeira só porque li algo, vi alguma foto, fui ignorado, sei lá, tanta coisa mais importante e acabo desviando minha atenção.
Só não sei como ficar off com tanto amor longe de mim.

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Eu queria ter feito semana passada todo um post político pra daqui uns anos lembrar dessa pontinha de preocupação com o país que finalmente brotou no meu peito mas como desacelerei e acho que tudo virou um grande carnis, vou só postar umas fotos mesmo.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

messy hair short terms

you’re the one i’ll never have, the one I try not to hold, the one I wanna keep forever but I know I’ll have to let you go. please remember everyday that what I feel won’t go away, whenever you want me I’m gonna stay. I might be nuts, but what if I’m not? are you my friend or am I wrong?
would you kiss me once in this life? I wouldn’t mind.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A sweet and painful dream


We were at your beach house but it was winter. In the late night, after drinking a little, we decided to sleep - and to share the same bed. I was only on my underware because I sleep like this, you too. But that’s ok.
I actually had no intentions at all, I was kind of sleepy. I turned my back and closed my eyes, ready to dream when I felt your hands sliding through my waist and stopping at my tummy. I asked "What is going on?" and you said "I feel so cold". That was ok. I didnt see a problem. We hugged each other to sleep because you were cold. But then you started to cuddle me, your hand was in my hair and you were hugging me closer. I didnt ask what was going on this time. I've let myself go, even knowing I would get hurt, even knowing everything would be destroied after this. You kind of knew this too and you kind of know what I feel now.
You started playing with my heart, with my mouth and my body, and I did anything to stop.
It was the end of us.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Liar

 

 

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today has been one of the worst days of my life and i’ve never felt so bad. feeling terrible.

domingo, 9 de junho de 2013

Spider

Passei o final de semana em Minas e no caminho de volta meus pais e os amigos deles que foram conosco decidiram parar numa vendinha pra comprar queijo e doce de leite. Não me sentia muito bem desde a noite turbulenta de ontem e nem dei bola pras delícias, fiquei sentado num banco do lado de fora olhando os carros passarem na estrada. Foi então que a Joanna (uma intercambista alemã que mora na minha cidade, já morou na minha casa, acho que nunca escrevi dessa galera aqui) sentou do meu lado e perguntou:
- Why are you here? (a gente só se fala em inglês porque sim)
- I don’t know I just have this bad feeling
- What feeling?
- The feeling that something really bad is going to happen
- Oh God, I know what is like. It’s the worst feeling ever.
- You do?
- Yes. When I was younger I used to say that there was a spider in my heart when I was feeling this. There’s a black spider in your heart that makes you feel like this. When I was younger I used to ask my dad to hug me so hard that I couldn’t breathe so the spider would die, and it always died. But now, the spiders are so big that hugs don’t kill them anymore. It is the worst feeling ever, when you have the black spiders.
Essa foi uma das melhores conversas que eu já tive com alguém e eu e a Jojo sempre falamos coisas assim. Ela sempre me surpreende com alguma coisa doce e inocente. É esse tipo de pessoa que eu quero perto de mim a vida toda, o que chega e me diz que o aperto que eu sinto e o pressentimento ruim que me aparece às vezes é porque uma aranha preta tá no meu coração. E que talvez um abraço apertado bem forte pode matar ela, mas se ela já estiver muito grande, ela resiste e não morre tão fácil.
O que eu faço se abraço não mata a aranha que aperta meu coração?
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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Naive again


Fico um pouco preocupado com o caminhar das coisas. Não tenho do que reclamar da vida quando finalmente ela está nos eixos, nos trilhos, mas né, lá vou eu.
Nada me surpreende mais. Absolutamente nada. Tudo virou tão comum, tão banal, tão cinzento. Não consigo me lembrar da última coisa que eu fiz algo pela primeira vez. E não consigo me lembrar de quando coisas que eu julgava tão honestas e puras pra mim tocaram meu coração.
Eu já fui desses que só deitava na grama e passava horas olhando pro céu e me arrepiava. Quando eu caminhava pela cidade por aí e o verde era tão bonito que eu só parava e pensava “caralho, que lindo”. E se quanto mais a gente cresce menos inocente a gente fica?
Não digo no sentido sexual. Se bem que até o sexo – que antigamente era uma parte da vida tão genial e excitante – caiu na mesmice. Sempre sei como fazer, o que fazer, quando fazer, enlouqueço, é massa e tal mas e aí? Cabô, já era, hora do cigarro.
Quando eu tinha uns 16 comprava lucky strike e fumava no pomar era tão legal porque era proibido, hoje é só um péssimo hábito que eu vivo tentando me livrar.
Queria poder sentir de novo o que eu sentia quando ouvi o primeiro álbum do Belle and Sebastian que eu comprei, quando baixei More Adventurous do Rilo Kiley e mal conseguia respirar, ou quando vi Vanilla Sky pela primeira vez, Le Faboulex Destin D’Amelie Poulain, The Dreamers, Christianne F. e como eu chorava chorava. Na ira e angústia ao ler The Catcher in the Rye. Ou na confusão dos primeiros livros do Kafka. E quando eu andei de avião pela primeira vez aos 4. Primeira vez numa montanha-russa. Na primeira peça de teatro na frente da escola inteira. O nervosismo de abrir sua alma ali, pro teu amigo, e contar um puta segredo. Nervosismo também de escrever a primeira carta de amor pra primeira menina que eu amei.
Sinto falta de sentimentos assim.
Eu sentia que a vida ia sempre ser aquela maravilha de pegar minha bike velha e andar na estrada de terra em algum verão e me sentir vivo. Que a cada livro antigo que eu resolvesse ler ia me acrescentar muito, não era obrigação. Cada filme era uma coisa nova que eu aprendia. Cada amigo que eu fazia era real e não um contato. Cada beijo significava, cada cerveja era bem bebida, cada letra era um registro, cada foto uma memória, cada angústia era dividida, cada dia era o último. Quero ser ingênuo de novo.
Poxa eu quero o primeiro beijo de novo, o primeiro salário de novo, a primeira vez de novo, o primeiro porre de novo, a primeira balada de novo, a primeira viagem sozinho de novo, a primeira mudança de cidade de novo. Eu quero voltar a sentir essas coisas, e não a cada dia que passa ir repetindo trabalho/faculdade/dormir. A gente entra num círculo vicioso quando chega nos 20 e poucos em que você vive pra estudar e trabalhar e foge de tudo isso quando vai pra balada beber, “se divertir” e buscar sexo. Quando na verdade essa fuga é nada menos que outro círculo.
Mesmo os amigos mudam com o tempo, meu melhor amigo na sexta-série hoje nem me cumprimenta quando vê na rua. E meus melhores amigos do colégio (que eu amo pra caralho) mal consigo vê-los com tanta correria do dia-a-dia. Os anos foram passando, fui conhecendo tanta gente de tanto lugar que hoje tenho mais contato com gente de longe do que de perto, mesmo que o amor seja igual.
Daí uma esperança nas pessoas ainda brota quando só elas podem te salvar né. Mas nessa realidade em que um poke no facebook demostra que alguém está interessado em você, uns diazinhos trocando palavras via chat faz a outra pessoa se apaixonar por você até você enjoar dela (ou o contrário), e o ritmo de qualquer relacionamento possível ser freado pelo tédio e/ou já ter conseguido o que queria, me diz, como ser salvo? Bêbado num bar ou na pegação forte ali no canto da balada?
Quando eu paro de falar essas coisas e me observo do lado de fora até sei que pareço um pouco babaca e qualquer pessoa mais velha poderia dizer que eu ainda tenho muito o que viver mas, qual é o próximo passo? Namorar, casar, ter filhos, cria-los e envelhecer? A ideia da paternidade e do compromisso pra mim sempre vai ser o máximo que qualquer homem pode atingir na vida, mas se é algo que eu já espero e até anseio as vezes, a graça da novidade nem existe mais. O máximo que pode vir é o sentimento de missão cumprida.
Se o Daniel adulto costuma dizer que odeia adolescente, o Daniel que ainda está crescendo sente muita muita falta dessa época em que tudo era novidade, tudo era excitante, tudo emocionava. É foda ser baita sentimental assim e não conseguir sentir nada ao mesmo tempo. E quando sinto, já senti antes e sei que vou sentir depois.


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                                                                                         “take me back to the person I used to be”

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