Se um dia me dissessem há meses atrás que eu teria tudo o que sempre sonhei, eu não acreditaria. Preenchi um bingo da vida adulta que muita gente nunca vai fazer nem a quina. O meu privilégio de hoje morar num apê maneiro com um roomie legal, trabalho de carteira assinada recém conquistado, um boyzão marashow que gosta de mim, conseguindo aos trancos e barrancos pagar minhas contas.. Não deveria reclamar, o inevitável mesmo é ser millennial.
Até que ser millennial não, na verdade o problema é ser mimado e sentimental. E nossa, têm horas que eu queria não sentir tanto.
Há poucos dias minha rotina mudou mais uma vez na cidade vida loka que é São Paulo. Agora acordo antes do sol raiar, nesse friozinho da disgrama, como e tomo banho rapidinho porque a labuta vai começar. Com todo mundo é assim, comigo não deveria ser diferente. Chego na firma, bato cartão, dou bom dia pra todos meus novos colegas, sento na frente da tela e espero os comandos do dia que começa no horário que eu chegava na academia até semana passada. Com todo mundo é assim, comigo não deveria ser diferente. Aprendo umas coisas mecânicas, finalmente consegui usar o sistema hoje. O sistema que trava trava trava mas todos usam. Os departamentos, a fábrica, as lojas, ninguém consegue se comunicar direito. Fico ansioso, nervoso, quero trabalhar e não sei como, esse sentimento é terrível porque amo trabalhar, mas compreendo que é só o começo. Com todo mundo é assim né? Comigo não deveria ser diferente. Ouço a galera entrosada já conversando, fofoca aqui, fofoca dali, rimos muito. Rimos também de nervoso, porque aparentemente todo mundo é muito estressado, atarefado, respirando e vivendo a empresa numa pressa pra fazer todas as coisas que ainda não sei. Enquanto isso tô lá na minha, tentando aprender, esperando alguém me ensinar mas fuçando tudo que está ao meu alcance na minha tela. Confesso que me peguei lendo o horóscopo hoje também, não sou de ferro. Tomei umas 5 xícaras de café pra me manter acordado, afinal dormi tarde e acordei cedo. Com todo mundo é assim né, comigo não deveria ser diferente.
O dia acaba e eu também, isso sem ter feito nenhuma hora extra ainda, o que é bastante comum e eu já notei que a galera realmente veste a camisa. Me pergunto se todos sentem prazer, ou se ganham muito mais que eu, mas é bastante impressionante a vivência. Nunca tive isso. Mesmo em experiências profissionais passadas, ótimas por sinal, sempre soube priorizar minha vida pessoal, senão a gente pira a cabeça. Já sei que jamais vou ser a pessoa que respira o trabalho, porque prefiro o ar mesmo. Mas, com todo mundo é assim né, comigo não deveria ser diferente.
O que mais me causa stress e me deprime por dentro é que ah, como eu queria, muito, muito mesmo estar feliz. Como eu queria estar agradecido, animado, empolgado, com fôlego pra vencer os desafios. Desafios que eu mesmo corri atrás para enfrentar, afinal, mudança não é show? Tô começando a achar que, pelo menos pra mim, nem tanto.
A gente sempre ouve dizer que se acostuma com tudo, e com coisa boa então, nossa! É incrível. Quanto mais eu me acomodo, menos cresço, só que é tão gostosa a zona de conforto, é tão confortável, e em alguns anos atrás eu amava ficar confortável, era meu goal na vida.
Meu boy me disse ontem: "crescer dói", e dói mesmo, been there algumas vezes. Mas é tão errado querer crescer sem sentir vontade de chorar o tempo todo? Melhor, é errado querer exercer alguma atividade profissional que realmente dê prazer? Ou, viver fazendo o que se gosta? Pra sempre?
Minha mãe vive dizendo "todo mundo passa por isso, com você não vai ser diferente". Ai de mim de querer ser diferente de todo mundo né, mas que azar o meu nascer na geração que não pensa no esforço do trabalho e recompensas do crescimento, e sim em aproveitar a jornada.
Tenho pensado com mais frequência do que o normal no meu pai. Me pego pensando nele em uns momentos que meu coração estava como nos últimos dias: aflito, apertado, vulnerável, e em como eu guardava esse sentimento ao máximo até explodir no choro e pedir colo. Foi meu pai que me apoiou nas inúmeras loucuras da juventude, nas aflições de mudar de vida, trancar faculdade, largar tudo e ir pro sul, conhecer namorada da internet, nos meus choros de menino mimado que insiste em não encarar a vida real porque não cansa de fantasiar a vida ideal. Ouvi da minha mãe que antes dele partir eu era o que ele mais se preocupava sem ele por aqui, deve ser por isso que ele aparece semanalmente nos meus sonhos, sempre presente, cuidando de longe. Fazia muito tempo que eu não chorava tanto e fazia muito tempo que eu não pedia pro meu pai cuidar de mim. Quase 30 anos na cara, querendo cuidado, chega a ser patético, mas nunca vou negar quem eu sou.
Com todo mundo é assim mas eu quero que seja diferente. Agorinha fazendo o jantar tive uma ideia e vou colocar em prática nos próximos capitulos desse episódio. Preciso antes de mais nada elaborar uma lista e tentar entender quem eu sou, o que eu gosto, o que eu sinto vontade de fazer, o que me dá prazer fazendo, pra focar em como fazer, correr atrás de como fazer, e não como antes na aspiração inocente de fazer um instagram na esperança das pessoas comprarem minha "arte", mas fazer de verdade, pra valer, porque muleque não sou mais. Muleque não sou mais, eu hein.
Apesar de querer muito me reencontrar com o muleque daqui, que escrevia sem parar, ouvia músicas em frances, tinha uma arrogância infantilóide de menino do interior que nunca se ajustou, mas que sonhava tanto, tanto tanto que quando se deu conta realizou tudo e agora não consegue aproveitar as conquistas, precisa de sonhos novos. Crescer não é tão legal quanto eu pensei que seria.
O retorno de Saturno que me perdoe, vou passar por essa etapa em que a gente é forçado a entrar nos eixos só pra pular pra próxima e ser feliz, não dou conta de entrar no ritmo, de usar sapato social, de comer chocolate no meio do expediente pra não pirar de stress, de sorrir pra todo mundo querendo chorar, de dormir pouco, não acordar com a luz do sol, eu me nego a ser a pessoa que corre no metrô, eu não quero nunca ser o paulistano que vive com pressa pra chegar a lugar nenhum, eu quero mais do que isso, eu quero trabalhar trabalhar trabalhar e me sentir bem, realizado, empolgado, feliz com o que eu quiser fazer, seja lá o que vá satisfazer meu coração. Eu quero ser completamente honesto comigo mesmo, só assim essa angústia vai embora, e, crescendo ou não, eu ainda vou encontrar a felicidade no caminho. Mal vejo a hora.
quarta-feira, 5 de junho de 2019
Já que o horóscopo sugeriu, e é junho, vamos nos reconectar
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Dan R.
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segunda-feira, 29 de abril de 2019
os pingos nos 'is' entre nós dois, tomara que você nunca ache esse post
Vou tentar ser o mais letsgo e tirar tudo de dentro pra poder ler e processar melhor esse emaranhado esquisito de sentimento que tá fazendo meu coração palpitar.
Palpitações, aliás, é o que eu ainda sinto quase um ano depois toda vez que te encontro. Fico numa ansiedade que me perturba, que consome, porque inexplicavelmente eu sempre tô a fim de te ver e de estar com você. Quase sempre. Meu mundo virou do avesso desde aquela piscadinha no carnaval do ano passado, e, posso falar? tem sido uma delícia. É uma delícia me encantar por você. Admiro o coração bom por baixo dessa casca escorpiana. No fundo, tua armadura é pura proteção contra possíveis machucados, mas ah se você soubesse que eu tenho zero pretensão de te ferir.
As coisas começam a ficar nebulosas quando eu me pego pensando "vou chamar o boy pra fazer algo hoje/amanhã/no final de semana". Acabo esquecendo que talvez essa vontade pode ser unilateral, ou você já tem planos, ou você só não tá a fim. Sinceramente, é compreensível, mas não consigo não me magoar. Colocando isso pra fora parece soar meio obsessivo, mas é bem normal, é amor. É que eu não duvido que você goste de mim, daí acabo esperando que no seu tempo livre você queira me ver também. Eu já sei da sua agenda, você já sabe da minha, nós sabemos quando rola um match. Acabo esperando que nesse match a gente se encontre, mas nem sempre é assim, já era pra eu ter me acostumado.
Me magoa quando eu mando mensagem fofo dizendo que tô com saudades e quero te ver e recebo uma resposta meio monossilábica. Não custa nada responder "sdds tb" ou um emoji bonitinho. Não gosto de sentir que estou incomodando, não depois de quase um ano, essa insegurança devia ter ficado lá atrás.
No fundo no fundo acho que só preciso de um pouco mais de sensibilidade da sua parte. Não quero mensagem toda hora, ligação todo dia, declarações semanais. Quero que você me ouça enquanto eu falo, tenha interesse nos meus problemas assim como eu sou todo ouvidos aos teus, que muitas vezes são bobeiras de meninão mimado que me deixam puto, mas eu respiro, ouço, tento dar algum conselho, te abraço, cuido. A vida não tem sido muito fácil desde o dia que meu pai chorou numa maca de hospital e contou pra nós que tinha um tumor cerebral. E você tem sido o sopro de alegria que eu não sentia desde então.
É que eu já entendi que você é meio egocêntrico. Normalmente são os seus problemas, as suas questões, é sempre você. Mas não pode ser assim. Não sou só eu que preciso me adaptar, que preciso ceder, que preciso cuidar. Também quero ser ouvido, ser cuidado. Não quero ter que falar essas coisas a você porque acho que são pontos que não consigo exigir de ninguém, deve ser natural. Mas eu vou dar aquele toque de brother: não gostei disso nem daquilo no final de semana que passou. Quem sabe consigo engatar algumas pautas, mas numa boa, sem cobrança, eu detesto cobrança, precisa ser leve.
Se não for leve eu não quero mais não.
Tenho aprendido muito a como construir algo com alguém de um jeito maduro, sem todas as obrigações e coisas que dizem pra gente que têm que ser feitas, como é que se comporta quando namora. A gente têm sido letsgo desde o início e é show, mas não tem como eu não sentir uma leve vontade de ser um pouco mais careta. Te apresentar pra minha mãe, pra todos os meus amigos que vivem querendo te conhecer, fazer planos um pouquinho mais concretos, te envolver no meu eu de dentro, que talvez eu nem conheça direito ainda. É um desejo de me abrir 100%, não de fazer coisas pra que você goste de mim. Mas só se você quiser, será que você quer? Às vezes eu acho que sim, às vezes eu acho que não. Mais uma vez sou eu tentando me adaptar ao seu jeito de lua, eu entendo, mas não é tão fácil assim. Por que você não se adapta ao meu jeito bobo?
Não consegui colocar tudo que queria porque comecei a me sentir meio ridículo, mas é mais ou menos isso mesmo, eu me sinto meio ridículo gostando de você, só que pra tudo existe um limite: gosto mais de mim do que de você e isso nunca vai mudar. É ótimo saber do meu valor e quando você não souber mais dele.. tchau tchau. Não acho que chegaremos nesse estágio, pra falar a verdade acho que ainda tem muito eu e você pela frente viu, mas essa ansiedade toda e esses dramas que me consomem vão ter que acabar em breve, só preciso entender melhor como exteriorizar tudo isso pra você.
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Dan R.
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domingo, 21 de abril de 2019
coça coça
Os ups and downs das últimas semanas realmente esgotam meu emocional mas creio que seja melhor do que levar uma vida apática. Não que eu não esteja pensando em voltar pra terapia, mas acho que ter esse nível de emoção que beira a loucura até que não é tão arriscado.
Enquanto meu corpo inteiro coça por conta de algo na minha cama (há meses) que não sei o que é, meus olhos seguram as lágrimas que também não possuem aparente motivo pra cair. Living la vida com pouca grana em SP pode estar com os dias contados já que planejo minha mudança secreta pra um quarto de empregada a algumas quadras daqui. Essa decisão foi tomada há pouquíssimos dias e ainda tô tentando digerir ela não como um retrocesso, e sim como uma oportunidade de mais uma adaptação na cidade grande porém com 2 ótimos bônus: mais dinheiro no bolso e uma vida entre amigas. Minha casa hoje é muito show e faz sucesso entre a galera, mas, sendo realista, por mais barata que seja pros padrões São Paulo, não condiz com meu salário pequenino. E depois da minha tentativa frustrada de aumento, preciso tomar certas medidas pra não acabar em ruínas por aqui.
Sinto muito por ter que mudar mais uma vez, mas não é como se eu me sentisse plenamente em casa aonde estou, não consigo entender direito por quê, mas é como se eu fosse um visitante ou tivesse alugado pelo airbnb. Me identifico com tudo, mas nada é meu. E meu flatmate pode ser um gato, descoladão, gente boa masss.. não viramos amigos. É pura aparência, e isso me entristece um pouco.
No mais, essa ansiedade por sair e economizar uma grana tem me consumido nos últimos dias, mesmo tendo estado no meio do mato com o boy de sexta até hoje. Agora que voltei e passei algumas horas com o computador na barriga e coceira corporal, a vontade de chorar voltou e ao invés de ceder sem razão alguma resolvi escrever e ela passou. Deve ser o anseio pela mudança/economia logo, ou deve ser essa coceira que acaba com meu psicológico. Só sei que tenho que sair.
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Dan R.
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quarta-feira, 3 de abril de 2019
03.04.2019
É sempre em meio a uma crise, um conflito, que me pego pensando no que escrever. Geralmente eu tô na rua, no ônibus, no metrô, na academia, segurando a dorzinha no peito mas pensando em exteriorizar. Nos últimos anos perdi esse hábito que já me fez tão bem, essa é mais uma tentativa de voltar à ativa.
A última passagem pelo quase-choro-no-dia-a-dia foi quando me dei conta de que em todas as áreas da minha vida existem falhas. No meu trabalho as coisas andam mornas, me questiono diariamente se o que eu faço faz algum sentido ainda, não me sinto desafiado ou aprendendo nada novo. Em contrapartida adoro meu chefe e adoro o studio. A grana anda me preocupando também, acho que entrei num vortex de gastos (pra variar) complicado, felizmente tenho minha mãe pra me socorrer, mas é um pesadelo comparar minha conta bancária com a fatura do cartão de crédito. Minha última apelação pra me controlar financeiramente é ir no mercado e comprar tudo do mais barato.
Essas questões de trabalho me fazem refletir todos os dias sobre quem eu quero ser no futuro. Porque agora, na teoria, com quase 30 anos, era pro futuro já estar sendo escrito ou acontecendo. Não sei ainda em que direção seguir profissionalmente, por incrível que pareça tô com saudades de estudar, só não sei o que ainda. É meio foda, achei que depois da faculdade o dia-a-dia se encarregaria de me encaminhar pro lado certo da parada, mas vivo nesse paralelo de me jogar em algo que acredito muito ou no que daria grana pra sobreviver em São Paulo.
Aliás, sobreviver em São Paulo tem sido ótimo, desafiador, denso, todos os dias ao acordar. É sensacional porque quando eu paro e penso eu tô levando a vida que meu eu de 15 anos sonhou um dia (chorei na praia semanas atrás percebendo isso). Formado, trabalhando, morando num apê massa, namorando, amigos, família, tudo jóia. Tirando o dinheiro, pra variar. Enfim, São Paulo tem sido okay comigo até. Tem momentos que só quero largar tudo e correr pra Guararema, o ar daqui é bem pesado, não consigo respirar, caminhar é fatalmente ser abordado por algum morador de rua em situação de vulnerabilidade que eu não posso ajudar, muito muito barulho, muita sujeira, muita energia que a gente pega no transporte público que não é nossa, mas dorme com a gente. É bem doido. Mas é bom, não sei explicar. Gosto da sensação de estar na maior cidade do país, tem sempre muita coisa acontecendo apesar de não aproveitar tudo. Esse é um sentimento recorrente, sinto que não aproveito tudo o que SP pode me oferecer, já que vivo na ponte-aérea Santa Cecília - Pinheiros, mas também essa falta de aproveitamento pela falta de grana do momento: parece que tudo o que eu quero fazer custa 150 reais.
Falho também quando penso em família, uma área que anda bem loka desde que meu pai faleceu. Me pego preocupado com a minha mãe e irmã todos os dias, faço o possível pra manter a calma e o impossível pra ajudá-las com o máximo de poder que possuo: a palavra. Converso, ouço, oriento, dou minha opinião, tento fazer de tudo pra resolver os problemas das duas, mas parece que nem sempre sou ouvido. Dou o meu melhor, mesmo que meu melhor não seja suficiente. Aprendi a me perdoar e não me culpar pelos problemas delas, já que tenho os meus, então por mais angústia que sinto a cada mensagem de desespero que recebo, me blindo pra não nos tornarmos 3 grandes perdidos numa família que ainda não acabou.
Ando falhando no campo amizades nos últimos tempos. Confesso que me traí. Sempre disse a todos que quem começa a namorar e esquece dos amigos é babacão e existem situações que me vejo fazendo exatamente isso. Juro que não é por mal. E juro que não é menos amor. Mas é engraçado me dar conta de que hábitos que faziam sentido pré-namoro hoje já não fazem mais. Não consigo ir nas mesmas festinhas que meus amigos, ficar muito tempo em certos assuntos na hora de conversar. Me dá um apertinho porque consigo ver alguns deles escapando pelas minhas mãos, entre meus dedos, e não me esforço muito para mantê-los por perto. O pior de tudo é que não há conflito. Obviamente aquela meia dúzia segue junto, zap zap todo dia, encontrinho semanal, mandar mensagem quando a saudade bate. Bem que meu pai já me falou: são poucos que são meus amigos de verdade, apesar de conhecer bastante gente.
Já no amor as coisas são menos complicadas. Tem quase um ano que estou completamente entregue e apaixonado pelo cara mais legal que já me apareceu. Frio na barriga toda vez antes de encontrá-lo, muita risada, jogação de carnaval, sexo mais do que incrível, amazing, e, apesar de estar ciente da sua personalidade de lua (que me causa muita, muita ansiedade), hoje finalmente acredito que estamos no mesmo patamar de sentimento e que ele me ama também. Com o tempo vamos ajustando expectativas e caminhando lado a lado, é muito bom ter o Bu perto de mim.
Sempre penso no passado pra poder entender como anda meu presente e pra onde quero ir no futuro. Parece que o eu do passado sabia muito bem o que queria e como fazer as coisas, apesar dos recursos limitados. É meio nebuloso hoje olhar pra trás, ando buscando bastante referência pra poder olhar pra frente. Fazer dos dramas de hoje menos importantes, relaxar, tô fazendo tudo certo e não preciso dessa pressa millennial bizarra comigo o tempo todo. A sensação de que o viver era mais simples antes é péssima, porque hoje ainda é simples, só falta acordar pra realidade e ser menos desesperado. No final das contas eu sei que tô no caminho certo, a taróloga já me disse, com o tempo tudo se resolve. Imagina quando o retorno de Saturno chegar?
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Dan R.
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terça-feira, 11 de setembro de 2018
bood'up
Há meses o mesmo pensamento surge sem querer em algum momento da semana: "tarra precisane voltar a escrever um pouco, isso me fazia bem". Pra alguém que estava acostumado a escrever desde os 12 (aqui desde os.. 15, 16?), esse gap de uns 2 anos me deixou enferrujado, preguiçoso. Não que as últimas coisas que vomitei foram de grande conteúdo, mas no final das contas só servem pra ver como mudei e quão ruim minha escrita tende a se tornar com o passar dos anos. Se bem que evito hoje ao máximo visitar as memórias do menino mimado de 10 anos atrás, Deus me livre.
Como isso aqui é, sempre foi, e sempre será pro meu eu do futuro, já coloquei Belle and Sebastian no iTunes da era paleozoica e vamo que vamo.
Vi meu pai com um aspecto pior do que nos seus últimos dias de vida na cama do hospital, moribundo, parecendo um zumbi, minha mãe era só um vulto e não lembro das suas feições, mas o que despertou em mim a sensação de desespero foi ver uma figura caquética, pele enrugada, esguia de um jeito que não era enquanto vivo, dizendo: "muito bem, só mais um ano". Gritei por mamãe. O que meu vô queria dizer? Mais um ano de sofrimento, daquele jeito? Mais um ano que fico aqui, que eles ficam por lá? Que lugar era aquele, cruzes? Gritei por mamãe, como já fiz algumas outras vezes, mas acordei com o Bu dizendo bem tranquilo "calma dan, acorda, você tá sonhando, acorda, calma". Chorando no meio da madrugada aliviado, fiquei com isso na cabeça mas agora mal lembro do contexto do sonho. Todos os sonhos que tive com meu pai foram banais ou muito bons, nunca tinha visto ele mal. Anos também que não sonhava com meu vô. Pelo menos passou, pelo menos eu tava na casa do boy abraçado com ele, não sozinho.
No aniversário da minha mãe do ano passado nós estávamos no hospital vivendo de verdade um pesadelo que durou quase dois anos; no desse ano estávamos no forró. Eu, ela, Camila, alguns parentes e vários amigos da mamãe. Isso já era recorrente na minha cabeça, mas nossa, naquela noite como me dei conta de como a minha vida mudou completamente. Agora moro em São Paulo, me formei depois de anos de perrengue e escolhas erradas, trabalho no eterno amor e ódio por arquitetura, quase-morador do país pinheiros (já escrevi sobre esse desejo, eu acho), meu pai não sobreviveu, minha irmã longe, minha mãe perto mas longe vivendo uma adolescência da meia-idade, acho que única coisa que mudou é que eu tô apaixonadão, eu vivo apaixonado né.
Na verdade fazia tempo até que eu não me apaixonava pra caralho mermo. 2016 me deu muito tapa na cara, 2017 fiz a linha empoderada mas sofri pelo mesmo gatinho loiro pine boy, 2018 eu pedi esse boy em casamento no carnaval mas tava bem letsgo, até que consumei o casório meses depois num segundo date, eu bebendo cerveja e ele gin tônica, acabei acordando cercado por cocar de índio e uma decoração de bom gosto. Nem preciso dizendo em qual bairro.
A piscadinha safada que eu dei vestindo um look total egypt of the heart era semi-despretensiosa. Claro, eu bêbado, final de bloco, tava à perigo. Mas o xaveco do vidente de taubaté caiu feito uma luva pro meu estado alcoólico e eu falei pra galera "gente, esse é o boy da minha vida". Bem maluca, nada de novo. Só que desde o segundo date, meses depois, eu fico pensando "caralho, que homem é esse puta que pariu". Do nada eu penso isso, tanto é que chamo ele de boyzão, pois apenas boy não é o suficiente, ele é um boyzão da porra. Tava me faltando um cara inteligente, engraçado e safado, formando esse triângulo show que é o que eu sempre quis em alguém. Big boy me dá vontade de voltar a ler, de me desconectar, de dançar caetano veloso mesmo sem saber as letras, tenho vontade de sair da minha zona de conforto depois de transar entre eucaliptos, meu peito fica acelerado quando eu penso nele. Cara cheio de energia bem doidão, fico em choque como tudo o que ele tem que poderia me incomodar não incomoda, da grana ao escorpianismo: tô nem aí.
Mesmo que seja incerto e a minha taróloga esteja errada, mesmo o medinho de não saber se isso é passageiro como tantos outros, mesmo me gerando ansiedade adolescente quando recebo uma mensagem dele, fico muito feliz de ter conhecido um cara tão do bem e que me causa tanta admiração. Sem falar no tesão, até salivo. Saudadinhas já.
Tive esse pesadelo horrível na noite anterior mas na noite anterior, antes de dormir, percebi o quanto eu tô feliz. Apesar de precisar respirar fundo ocasionalmente e repetir mentalmente diversas vezes o mantra "tudo a seu tempo", eu tô muito feliz. Com anos de atraso no meu planejamento dos 16 anos, mas saí de casa, me formei, voltei a trabalhar, as coisas estão caminhandinho depois de anos tão difíceis. Não cheguei lá, mas andei alguns km com relação ao passado. Pra ser bem sincero eu sinto falta agora de traçar novas metas mentais, daqui um tempo queria voltar a estudar nem que fosse sei lá alemão, pensar em daqui alguns anos em uma pós fora, abrir um negócio, aprender finalmente a surfar, não sei, mas ainda tem muita coisa pra ser feita até a velhice chegar né? Acho que vamos mantendo contato pra ver o andar dessa carruagem chamada danzinho. Adorei o papo dessa noite.
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Dan R.
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sábado, 4 de junho de 2016
nova iorque com amor
Eu não sei se é porque eu finalmente consegui terminar de assistir todas as temporadas de Gossip Girl, ou se é porque em breve vai fazer um ano desde que eu fiz essa viagem mas não consigo tirar Nova Iorque da minha cabeça. Até me sinto mal por isso porque com tanta coisa acontecendo na vida eu tô com esse sentimento nostálgico bem white boy. Só que não consigo evitar. Foram poucos dias mas acho que o que tornou essa viagem tão marcante pra mim foi conseguir ter um dia-a-dia de "local", ou o mais próximo disso. Não fui a museus, não fechei um city tour, fiquei na casa de um cara que conheci através de terceiros e que se tornou uma das pessoas mais especiais pra mim, de um jeito que não consigo explicar muito bem. Ele é brasileiro mas mora lá há alguns anos e, como o trabalho dele na época era bem flexível, me levou pra passear algumas vezes e rapidamente nos tornamos amigos. Era muito bom participar da rotina do Herick, comprar comida chinesa no cafundó do Brooklyn ou ir cortar cabelo por 10 dólares.
Queria ter ficado no mínimo um mês inteiro por lá. Na época foi estranho: assim como quase todo meu intercâmbio do ano passado, tive a impressão de que já conhecia tudo e só estava de passagem mesmo. Muita conversa e iced coffee do Dunkin Donuts na areia quente de Coney Island, ouvindo música mexicana, conhecendo mais esse meu novo amigo que hoje quero tão bem. Aliás, Coney Island era um dos lugares que eu sempre quis conhecer desde novinho, fiquei muito feliz por ter tido a oportunidade de ir pra lá.
Não fiquei fascinado pela Times Square, era muito turista reunido, muito pau de selfie. Claro que as luzes impressionam, mas pra quem tem Vanilla Sky como filme favorito, a cena do David correndo nela vazia já foi vista mais de 100 vezes, não tinha como eu achar mais legal do que aquilo.
Minha pegada mesmo era colar no 7-Eleven, pegar umas fatias de pizza e um café e sair batendo perna sem saber aonde é que eu tava na verdade. Numa dessas caí no SoHo, e só percebi porque a galera era bem fashionista. Meus últimos dólares foram em lojinhas tipo H&M, porque era aonde dava pra eu gastar. Pra não dizer que não fui turistinha 3000, confesso que também comprei Calvin Klein na Century 21 (muito brega).
Foi nessa viagem que eu conheci outro amigo meu, o Pedro, e ele me levou pra um bar famosinho que nunca vou me lembrar o nome, mas era um rooftop e a Madonna tinha gravado o seu último clipe lá. A vista era demais, mas o pessoal era meio esnobe e até fiquei tímido pra tirar foto. Nesse dia comemos no Chelsea Market uma comida mexicana que também era meio pretensiosa e eu odiei, mas valeu o passeio.
Outro dia andando sozinho cheguei no Bryant Park e não lembro porque mas me senti muito feliz. De qual filme ou livro tem alguma passagem que fala dele? Sentei por um tempinho, observei a galera lendo, comendo, fumando cigarro, esperando pessoas, segui batendo perna explorando sem rumo.
O mais próximo que cheguei de um museu foi - claro - sentar nas escadarias do Met, e eu tinha um copo de café do Starbucks comigo. Nesse dia me permiti caminhar pelo Central Park ouvindo música, fingindo que era morador do Upper East Side e ignorando totalmente o fato de que fatalmente iria me perder no metrô pra voltar pro Brooklyn. Daniel, sendo Dan na vida real.
Acho engraçado que essas memórias estão me invadindo tão ferozmente nos últimos dias. E só agora eu consigo perceber como eu desde pequeno tive referências de NY e como eu me lembro hoje, adulto, 25 anos, que meu maior desejo de adolescente era ir pra lá. Meu livro favorito aos 16 era The Catcher in the Rye e meu filme favorito até hoje é Vanilla Sky mas eu também adoro Autumn in New York ou qualquer filme que se passa por lá. Sobre Catcher in the Rye, um dos meus life goals completados foi pedir um dry martini em um bar nova iorquino, e no 4th of July eu tava lá, em um rooftop de um hotel, com uma vista linda pro Empire State, comprando o drink de 15 dólares que me fez voltar no tempo e pensar porra, como a vida é massa. Ostentei, mas voltei de metrô com meus novos amigos pra casa.
Essa vontade repentina de voltar, uma melancolia inesperada que me causa um frenezi totalmente oposto: tá brotando em mim uma ambição, coisa que não é nada recorrente. Será que eu tenho - finalmente - um objetivo a alcançar?
Não sei se conseguiria meter o louco e partir ilegalmente, lavar prato e me fuder. Também não sei se o lance seria juntar uma grana e só viver lá por alguns meses como alguns conhecidos já fizeram. Tenho noção de que trabalho, legal, é uma realidade meio inalcançável mas e se a minha ambição não tiver limites? Isso que é meter o louco..
Quando eu penso em NY eu me vem um filme na cabeça e eu estou andando pela Broadway com meus fones, as pizzas do 7-eleven, o iced coffee do Dunkin Donuts e a vida toda pela frente. Quero tudo de novo e mais, não sei nem por onde começar mas eu quero.
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Dan R.
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domingo, 24 de abril de 2016
Haja coração
Tem momentos na minha vida que tudo parece tão acelerado que não consigo parar e respirar, processar como as coisas estão rolando, digerir tudo pra depois vomitar conclusões. Os últimos meses têm sido de muito aprendizado em diversos aspectos, vou tentar ser sucinto com o meu eu do futuro pra que ele não se esqueça dessa época quando voltar aqui pra ler um pouco.
Meu coração está sendo testado em cada pedacinho. É muita adrenalina e emoção pra eu lidar e eu tô tentando administrar tudo isso de um jeito adulto porque eu quero ser adulto daqui pra frente.
No começo do ano me dei conta de que se algo não dá certo com alguém não é culpa minha. É culpa do universo, e tá tudo bem. Cheguei a essa conclusão porque acho que tô crescendo e entendendo que cada decepção amorosa não é o fim do mundo, é só a vida mesmo e que ninguém é obrigado a se apaixonar por mim do jeito que eu me apaixono pelas pessoas. Cada um tem uma frequência e não sou obrigado (e ninguém é obrigado) a seguir a do outro. Se não quer vir na minha, paciência. Ando também num intensivo hardcore de auto-conhecimento e aceitação, aceitei que sou sim um cara legal e gente boa e repito frases pra mim mesmo quando algo vai mal do tipo "quem perde é ele, não você, você é jóia" e etc. Minha auto-estima anda nas alturas.
Fui testado também com a maior prova de que o amor existe que alguém pode ter um dia. Descobrimos que meu pai tem câncer renal e teve metástase cerebral. Nunca me senti tão frágil repentinamente. A dor da quase perda é algo muito surreal, principalmente porque ninguém se prepara pra ela. Me surpreendi que não fui egoísta em me desesperar na frente de todos, chorei muito, muito mesmo, mas recluso. Uma força sem explicação brotou do nada e eu só agi com responsabilidade e fiz o que tinha que ser feito. Passamos por diversos momentos terríveis no primeiro hospital que a gente procurou ajuda, senti o risco de morte do meu pai ali num ambiente totalmente negligente, foi difícil. Superamos essa barra e meu pai está em tratamento, feliz, de bem com a vida, mais esperançoso do que nunca e mais tranquilo. Foi um chacoalhão que ele recebeu pra desacelerar, mais um aprendizado inesperado. Estamos mais unidos do que nunca.
Outra lição que a vida adulta está me dando é sair com várias pessoas ao mesmo tempo. Tô aprendendo isso ainda, confesso que as vezes me sinto biscate, mas essa coisa de levar pequenos relacionamentos paralelos anda me desafiando bastante. Sabe quando você vê em filme uma cena que o cara diz ou a menina diz "mas eu não sabia que a gente era exclusivo agora" quando o outro descobre que o peguete estava saindo com mais pessoas? Não acho que eu vou chegar nesse ponto, até por que as relações são tão voláteis em São Paulo que já já fico sem ninguém, Mas é engraçado notar meu controle pra pelo menos tentar não me apaixonar. Eu sempre me jogo, mas como me jogar com mais de um ao mesmo tempo? Isso não dá. Também não acho que seja um game do amor que eu esteja escolhendo com quem ficar. Só tô levando tudo com calma, vendo no que dá, conhecendo gente, até baixei o Tinder de novo.
Não é surpresa que eu me apaixono rápido e claro que isso aconteceu, mas já dei logo um jeitinho de me controlar. Fico animado com palavras mas infelizmente são só palavras. Tô mais observador e reparando nas ações, em gestos, pego uma mentira aqui e ali, não sou mais ingênuo. Parece que eu tô me preparando pra algo maior, não consigo explicar direito. Não é um slow-down na loucura, é só uma abordagem diferente agora. Consigo ser mais honesto comigo e sei muito bem o que eu quero, e quero acima de tudo tranquilidade, não sofrimento. Nossa, tô soando maduro? Eu tô crescendo mesmo!
Claro que nem tudo são flores porque o dia-a-dia não é nenhum bouquet de rosas. Ainda colhendo os frutos dessa crise (porém milagrosamente sem deixar de ir pra balada.. milagre do dinheiro?), desempregado, meio perdidão profissionalmente, daquele jeitinho, mas até agradeço o destino por me deixar sem trabalhar nesse tempinho de doença do meu pai. Não sei como conseguiria lidar com tudo trabalhando, não ia ter jeito não. Agora que tudo tá mais calmo posso voltar a maratona de enviar CVs. Ah, na faculdade tudo certo também, agora sou meio nerd e só penso no diploma. Vamo que vamo.
Eu espero sinceramente que os próximos meses sejam de marés mais calmas pro meu coraçãozinho que se divide em mil pedaçõs pra poder processar cada tapa da vida. Mas é aquele negócio, pelo menos eu estou sentindo. Nunca vou deixar de sentir.
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Dan R.
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22:16
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sexta-feira, 11 de março de 2016
Quando ele voltar
“Quando ele volta?”
“Tem falado com ele?”
“Ele já tá chegado?”
Não sei.
Não tenho falado.
Depois de tanto tempo longe eu nem me lembro mais direito porque nós terminamos. Só sei que teve choro, chorinho antes de dormir, ao acordar, mas as lágrimas secaram e hoje eu tô aqui de novo, solteiro.
É estranho porque essa época ano passado foi uma das melhores fases da minha vida, a gente tava no comecinho, se conhecendo, se afirmando, saindo sempre, se vendo todo final de semana, transando muito, fazendo muito carinho e fazendo muitos planos também. A vida sempre me pega de surpresa e me faz tomar decisões que às vezes me questiono, mas nunca me arrependo.
Se hoje estou solteiro foi porque em algum momento de setembro, dadas algumas circunstâncias, eu quis isso. Mas de uns tempos pra cá..
2016 começou e o facebook faz questão de me lembrar de 2015. Vejo fotos, posts, lembranças de um cara que virou meu mundo de cabeça pra baixo e que me fez muito feliz mesmo. Me fez dizer “eu te amo”, pela segunda vez na vida. Mexe comigo. Mexeu comigo.
Minha carência crônica de fato é desequilibrada, compreendo, porém eu sinto muito bem a diferença na batida do meu coração.
O que ele quer dizer quando acelera assim só de pensar em você, meu bem?
Será que esse passado tem algum futuro ainda?
Que o presente me diga.
Quando você chegar.
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Dan R.
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23:37
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domingo, 6 de março de 2016
A Morte do Tadinho
Bato na tecla e fico repetindo pra mim mesmo o conselho que a Laura me deu. “Pelo menos tu sentiu algo”. De novo escrevendo isso, mas dessa vez é pra me parabenizar.
Infelizmente criei a mania de me menosprezar e me auto-denominar o tadinho sempre que as coisas não saem como meu coração apaixonado maluco quer. É muito mais fácil me culpar, me sentir um bosta, ficar me perguntando o que fiz de errado e sempre procurando numa linha do tempo imaginária qual foi a minha atitude que desencadeou o processo do fim. Aqueles dias sem se falar, o silêncio nas redes sociais, a falta de interesse quase que repentina, e por aí vai.
Só que por incrível que pareça (com o perdão do meme): parece que o jogo virou?
Minha última experiência me acordou de uma forma tão inesperada que eu nem consigo descrever direito. No começo, claro, banquei o maluco. O sincerão comigo mesmo, como sempre fui. Nunca tive medo de correr atrás, dizer o que eu sinto, falar o que eu quero. E talvez meus amigos estejam certos, talvez eu assuste as pessoas com meu jeitinho, mas quer saber de uma coisa? Se a transparência verdadeira assusta, eu não quero ser opaco mentiroso.
A verdade é que esse fora repentino (mas não imprevisível) colocou minha auto-estima nas alturas como nunca. Caí na real e acordei pra uma realidade que até então eu me negava a acreditar. Eu sou legal pra caralho.
Eu sou legal pra caralho, eu sou gente boa pra porra, eu sou um puta de um gatinho, eu sou brother companheiro pra qualquer aventura, eu sou fiel, eu sou honesto, eu sou carinhoso, eu sou inteligente pra cacete e eu sou um puta bom partido (apesar de desempregado). De verdade, eu nunca me amei tanto. E é muito bom me amar.
Agora que eu me amo não tem mais desculpa. Vai ser difícil alguém me enrolar, porque na moral mesmo, se não quer ficar comigo é porque realmente não deu match, não é culpa minha, não é culpa do outro, é o universo que diz que não vai rolar. Não sou errado, não sou imaturo, não sou irresponsável, não sou promíscuo, eu sou é muito do legal pra ficar sofrendo á toa. E por mais que eu já esteja exausto de ficar conhecendo gente por aí, não quero mais perder tempo sofrendinho por ninguém enquanto o amor da minha vida pode estar me esperando. A gente vai se conhecer, é questão de tempo e de algumas pessoas a mais que vão entrar e sair da minha vida.
Eu quero me amar mais pra poder amar mais os outros. Não sou mais tadinho e eu mereço muito alguém que me queira pra ficar do meu lado. Sem indiferenças, sem joguinhos, só carinho, leveza, risada, beijinho. Só amor.
Me nego a aceitar menos do que o melhor pra mim.
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Dan R.
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23:35
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Sem dúvida
Tanto afeto sem contato
Tanto tato sem contrato
Muito beijo
Muito gozo
Zero apreço por amarras
Mas me amarra sim!
Seu peito me conquista
Com malícia
Me prende nesse colo
Que não quis
Eu nem pedi
Mas chegou pra me apertar
Sem contato nem contrato
Aceito teu mistério
Com aperto, mas entendo
É você quem manda aqui
Já aprendi
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Dan R.
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17:04
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