domingo, 13 de outubro de 2013

bad stereotype, wrong way of life

(já faz um tempo)

Parece que pouco mais de um ano pra cá eu mudei do avesso e virei esse cara que gosta tanto de se divertir que possa ser que não me levem nem um pouco à sério por causa disso. Não que acho errado, mas entendo. A gente gosta de julgar mesmo, só que cada um é cada um né.
Sinto uma baita satisfação estando entre amigos, tomando minha cerveja, fumando meu cigarrinho, dando risada, encarando todo mundo, paquerando por aí, dando uns beijinho ali, levando pra casa outro dia, acordando de ressaca e prometendo: "Vou parar de meter o louco assim." E rindo, rindo, com essa sensação de que eu tô aproveitando o lado bom da vida quase sempre ao máximo.
A verdade é que essa filosofia do meter o louco lifestyle virou uma coisa que enraizou na minha cabeça e na de vários amigos meus. A gente só diz "vamo mete o loco" e é isso, as merdas acontecem e no final das contas é sempre risada e muitas horas de conversa no dia seguinte. Me sinto vivo assim, vivendo.
Só que tem aquela parte de mim que fica triste demais com isso tudo. Já aceitei minha realidade e personalidade há um bom tempo já, mas o Daniel que adormece não concorda com muita coisa que eu faço.
Não é transtorno bipolar. Eu sempre fui, mesmo nos tempos do colégio, um moleque que sofre, sofre, sofre, chora, e sofre mais um pouco. Uma moça. Gosto de me apaixonar, de ficar com a menina na cabeça o tempo inteiro, de procurar, chamar pra sair, ficar ansioso pra ver, essas coisas, não só da parte sexual, nunca fui de ligar tanto pra isso como hoje ligo. É de mim ser romântico e carente ao mesmo tempo. Já faz tempo que eu não fico com ninguém sério e meu último namoro eu tinha 18 anos. De lá pra cá, além de muita coisa ter acontecido e mudado, me tornei meio arrogante e seletivo. Menos pro sexo.
Na minha cabeça agora não vale a pena cair de amores por alguém que não seja 100% perfeito pra mim. Isso é meu cérebro que diz, acho. Já deixei passar algumas boas oportunidades ou porque não soube o que fazer, ou porque não me empenhei por causa dessa mentalidade. Se antes eu sofria sofria por conta dos romancezinhos, hoje sofro sofro por não ter mais nenhum.
E eu quero ter ué. Mas tô tirando esse perfeccionismo amoroso pouco a pouco e já ando mais aberto pra muita coisa. Tomei conta de que não sou esse homem especial que merece o melhor do melhor, eu quero alguém real, só isso me basta. Idealizo tanto aquele amor Sofia Serrano só que loira, inteligente, carinhosa e ingênua mas ela não existe, ninguém é perfeito. E eu quero alguém comum agora. Alguém que trabalhe, estude, tenha a vidinha que todo mundo nos 20 tem, saiba conversar e goste de mim. E goste de cerveja.
Quanto mais ansioso fico, caçando namoros, paqueras por aí, querendo uma companhia e não uma fodinha, menos encontro. E nunca nada vai pra frente, nada desenvolve de um jeito legal. Entro na seguinte questão: será que eu sou tão não-namorável assim? Aí eu penso que, com certeza, quem me levaria à sério enquanto eu falo tanta bobagem por aí, meto o louco nos finais de semana, fico carentão e bobo em redes sociais, e sou chato chato chato pra caralho, meio vazio até, superficialzinho, sei lá. Acho que não muitas pessoas ou só gente que não presta. Vai ver eu não presto mais, né.
Não sei se isso é o que chamam de imagem ou reputação, baixa auto-estima, whatever, só que se eu cheguei num ponto em que me olhando de fora eu não me acho mais interessante, quem achará? E na verdade, como é ser interessante hoje? Fico perdido e acabo só sendo ou não sendo eu mesmo
Enquanto minha ansiedade só aumenta junto com essa mistura conhecida de aperto com solidão, eu me distraio e caço atenção negativa por aí, o que é completamente desnecessário. Tenho que parar e levar uns socos na cara, sossegar essa pica e só continuar na rotina, fazendo o que tem que ser feito e deixar essas bobeiras de lado. O foda é ter foco, alguém sabe aonde compra?

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