terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dust ways

Minha cabeça tá muito cheia hoje e acho que deveria escrever. Ao contrário da maioria das vezes que faço isso, hoje não vou colocar música nenhuma porque quero me ouvir.
Parece que a cada final de semestre é frequente a confusão de possibilidades que a vida me oferece. De uns 2 anos pra cá de 6 em 6 meses me pego nessa de não saber o que fazer. Se eu posso mudar ou deixar as coisas como estão, sei lá. Isso deveria ser ótimo pra mim mas me deprime pra caralho.
Finalmente passei pro sétimo período de arquitetura. Tudo bem que pra quem era pra estar indo pro décimo eu não deveria dizer finalmente, mas até que fiquei feliz. De verdade, tudo o que eu quero pensar é que tá acabando, que tá passando rápido apesar dos pesares, e que já já essa fase (que era pra ser ótima) tá se concluindo. Mas no final do dia só eu me pergunto se é isso que eu quero, se eu tô fazendo o certo, se eu devo continuar num lugar que me angustia, se vale a pena o esforço pra terminar algo que eu já perdi o tesão faz tempo. O dilema em si seria fácil de responder se eu soubesse me ouvir. Já que pra variar eu tô insatisfeito com a minha vida mesmo fazendo tudo como deve ser feito, o que eu quero afinal?
Tive duas conversas muito boas nessas semanas. Uma foi com uma menina que eu paquerava esse ano da minha sala mas que nunca parti pra approach algum. Era quase meio platônico. Ela vai voltar pro estado dela e transferir a faculdade. Quando ela veio me contar eu disse a ela sobre a minha péssima experiência de transferência pra Blumenau e tudo mais. Fui arrebatado com os seguintes dizeres, mais ou menos assim: "Dan, eu andei conversando muito com o Gui e ele vive dizendo pra mim que arquiteto tem que ser auto-didata. Tem que ler, tem que pesquisar, tem que conhecer o trabalho de todo mundo, tem que ser virar além da faculdade, por mais louco que isso pareça. Se minha grade ficar bagunçada, não tem problema. E uma coisa eu já decidi, vou fazer tudo por mim mesma, o máximo de trabalhos que eu conseguir não fazer em grupo melhor, porque esse (assim como é pra você) é uma das coisas que mais me brocham no curso. E se eu tiver que começar tudo de novo, os cinco anos do zero, eu vou. Não adianta nada eu estar numa faculdade que não me acrescenta muito só pra eu conseguir um diploma, se depois eu levar anos pra me tornar uma boa profissional. Prefiro recomeçar do zero e sair formada capaz de produzir do que pegar um diploma já já e quebrar a cara depois." Resumidamente, uma flecha acertou meu peito.
Isso fez muito sentido pra mim. Eu penso sempre que talvez minha frustração com arquitetura seja a universidade que eu estudo, já que honestamente não me oferece nada. E como eu não me vejo fazendo outra coisa, não sei o que fazer a não ser isso, mudar outra vez poderia ser bom pra mim sim. Não é ruim eu querer estar num ambiente que me ofereça qualidade pra crescer. Poxa, eu quero ter tesão de novo, quero ter vontade de estudar, eu gosto pra caralho de aprender, tem ainda alguma faísca de paixão pela profissão que eu escolhi logo que entrei nessa. Ver tantos amigos se formando e orgulhosos pelos seus 10, 9,5 no TFG me dá um pouco de inveja porque sei que eles são realmente apaixonados pelo que fizeram. Quero acreditar que não estou me forçando a gostar de algo, mas às vezes fico meio descrente..
A outra conversa boa que eu tive foi com a Laura, que sempre abre minha cabeça pras coisas. Ela me recomendou fazer uma lista de tudo o que eu gosto de fazer, e depois anotar com os mínimos detalhes aonde eu quero estar e como eu quero ser em 5 anos. Preciso - muito - criar metas. Meu pai vive me dizendo isso, que eu não tenho objetivo nenhum, e não tenho mesmo, ele tá certo. Mas não tenho porque não sei o que querer.
Ainda não parei pra fazer essa lista, agora nas férias preciso pegar papel e caneta e trabalhar nisso. Brevemente, acho que em 5 anos eu quero acima de tudo estar formado, morando sozinho, ter pelo menos meu carro, morando ou em Curitiba, ou em São Paulo ou em Balneário, e não quero estar rico, mas quero poder não me preocupar com coisas bobas como ir no McDonald's depois do trabalho. Quero ver uma camiseta no shopping, entrar na loja e comprar, sem ressentimento, sem lembrar que minha conta tá no negativo. Eu sei que cada um tem seu tempo pra ter independência financeira, mas eu queria ela logo. Só que eu não movo uma palha pra isso, e é mais um ponto que preciso mudar. Não movo uma palha porque estou acomodado, e estou acomodado porque não sei o que fazer. Uma coisa puxando a outra e no final das contas eu não saio do lugar.
Não sei se o que eu mereço é uns tapas ou rédea curta, como meu melhor amigo diz. Hoje eu faço tudo certinho, trabalho, não reprovei em nenhuma matéria, não dou trabalho em casa. Posso ser meio gastadeiro e irresponsável quando se trata de dinheiro, mas quem na minha idade não é, né?
Essa coisa de futuro sempre me detona. Não tenho mais o que escrever sobre isso.

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