Tava achando que esse dia não ia chegar mas é a minha última noite morando em casa com meus pais e irmã. Parecia que ok, certo, tudo resolvido pra eu ir embora mas esse verão é tão interminável que o tal dia nunca ia chegar. Mal pisquei o olho e em meia-hora minha irmã faz 17 anos e estamos em fevereiro. Estou sem internet, então é bem provável que eu publique esse texto quando eu já estiver em Blumenau.
Essa semana que passou foi bem peculiar. Cada dia que passava eu me despedia de alguém e algum lugar. Ouvi o mesmo discurso centenas de vezes. “Boa sorte, sucesso e juízo” é tudo o que me desejam. Vi muita gente chorando por mim. Hoje meus pais deram um churrasco com alguns familiares pra minha despedida e pra celebrar o aniversário da Camila. Achei maneiro a confiança que depositam em mim. Muitos disseram que estão confiando em mim, torcendo pro meu futuro, esperando que as escolhas que eu estou tomando sejam as certas, esperando o meu melhor, querendo meu sucesso independente da onde eu esteja e o que eu queira pra daqui pra frente. Não esperava. Durante uns meses as mesmas pessoas que me desejavam tudo de bom hoje tentaram me convencer a desistir dessa ideia. Teimoso que sou, não dei ouvidos e amanhã me mudo. Firme nas minhas decisões, triste por estar deixando um lugar que eu gosto, ciente das consequências que tudo isso vai me trazer e do que eu vou passar, disposto a driblar qualquer dificuldade pra mostrar a mim mesmo que eu sou capaz, mantendo o foco pra conseguir o que eu quero com essa experiência toda: amadurecimento.
Chorei muito nos dias que se passaram. Apesar de tão certo do que faço, ouço minhas duas avós quase suplicando pra que eu fique em casa. Daí começam as dúvidas e os “e se” de sempre. E se todas essas minhas escolhas forem erradas? Como ficar longe de tanta gente que eu amo e me ama (mais do que eu imaginava)? E se enquanto estou fora acontece algo com minhas avós e meus avôs? E eu não estou por perto pra ampara-los ou ficar junto da família? E se esse meu egoísmo por mudar mais uma vez na busca desse crescimento todo for a maior estupidez que eu um dia vou fazer na vida? E se for a melhor coisa que poderia me acontecer? Cara, eu tenho tanta tanta pergunta não respondida ainda que não sei nem se vou conseguir responder. São duas metades da moeda, pode dar tudo certo apesar das dificuldades que eu vou ter, como eu posso me afundar dia após dia e me fuder infinitamente já que (apesar de dizer a todos que se tudo der errado eu só pego o caminho de volta) eu sou orgulhoso e não vou dar o braço a torcer tão fácil. Claro que se tudo começar a dar errado eu não vou ficar passando fome por lá, voltarei, mas vai me custar muito viu. Se tem uma coisa que eu aprendi ano passado foi a ser orgulhoso. E mais do que mostrar pros outros que eu fiz a escolha certa, quero provar pra mim que eu posso fazer o que eu quiser, e se eu quero me virar, eu vou. Tirando a falta de conforto que eu vou ter que me adaptar sim (mummy’s boy) o maior a enfrentar vai ser a saudade de todos e de tudo. Família, amigos, cães, chinchila, minha casa, meu jardim, minha piscina, carro, dirigir, guararema, faculdade, bar, praças, parques, mil lugares que eu amo por aqui e mil pessoas que mais do que fazerem parte da minha vida, fazem parte do que eu sou hoje. Mas isso a gente se acostuma, tudo é questão de adaptação.
Honestamente, se eu pudesse adiar mais um pouquinho, eu adiaria.
Honestamente, se eu pudesse atingir meus objetivos aqui, eu ficaria. Só que não dá. Não tem como. E não são todos que entendem. Não quero que entendam, só aceitem. Essa vai ser a minha realidade agora, e eu sei que quem importa me apoia, e são meus familiares. “Você sabe que pra qualquer coisa pode ligar pra gente” ouvi isso hoje todos, t-o-d-o-s que estavam em casa. E mesmo não tendo tanto contato quanto eu gostaria de ter com todos, só de saber o quanto se importam comigo, o quanto sou querido, o quanto vou fazer falta, meu coração se conforta.
E se aperta.
Tô indo. Bem dividido mesmo, mas bem empolgado e esperançoso, vou fazer tudo dar certo e sim, vou ter juízo, se eu estivesse indo pra fazer folia todo dia eu nem iria, isso eu tenho em casa a hora que eu quiser. Veremos como serão esses primeiros 6 meses. Vamos ver se vai dar certo, vamos ver se não vai dar.
”Tudo sempre dá certo no final”.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Fora
por Dan R. às 23:30
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