domingo, 12 de fevereiro de 2012

Primeiras

Tá certo, eu pensei em escrever mesmo sobre tudo só depois de uma semana aqui ou mais, só que não consigo?
Passei a maior parte do tempo com os meus amigos. Minha mãe ficou comigo dois dias pra comprar umas coisas pra mim, checar se eu não estava me enfiando num barraco e pra voltar pra casa tranquila. Está apaixonadíssima. Já quer voltar, já quer passar dias aqui, já quer comprar um apartamento em Blumenau e há boatos de que ela inclusive já chama minha irmã de guria e fala cantando. Essa é minha mãe. Enfim, fico feliz de que ela tenha gostado e entendido do por quê eu achar aqui tão legal.
Assim que a deixei na rodoviária já fui pra primeira noite de rolê com a galera e de lá não parei até ontem. A diferença é que eu queria aproveitar muito saindo todos os dias quando vinha pra cá, só que agora eu posso fazer isso todo final de semana, não tinha notado até então, pois seguiu a maratona de chapaceira e risada e coisas boas dessa vida. Mas fora as festas fui coletando com o olhar vários detalhes daqui.
Uma coisa que eu não tinha notado antes é como o trânsito daqui é completamente diferente do que a gente de São Paulo e região tá acostumado. Nas ruas e avenidas principais por exemplo, parece que quando há cruzamentos a rua se divide em 3, um lado pra quem vai reto, um pra quem vira a esquerda e o outro pra quem vira a direita. Tudo bem organizadinho, só que ao contrário. Daí você tá andando de carro, vai virar à esquerda e quando se dá conta está seguindo ainda na esquerda porque a rua é de mão inglesa? Caraca? Existe mão inglesa no Brasil? Achei bem massa. Chega a noite tipo depois das 10, nas avenidas e ruas principais todos to-dos os sinais de trânsito ficam piscando e voila não há controle nenhum, é uma festa já que poucos carros circulam. Pelas minhas bandas a gente só tá acostumado a seguir mesmo com o sinal vermelho essas horas. Outra coisa é o sistema de transporte público daqui. Funciona. Tem todo um lance de terminais de ônibus, circulares e etc, é até que fácil pra se ir de um lugar para o outro mesmo tendo que pegar 3 ônibus. Você paga um e vai indo de terminal em terminal. No caso pra eu ir até a casa do meu melhor amigo pego 3, a única coisa chata é ficar esperando porque não é sempre que os horários batem. Hoje mesmo não sabia e demorei mais de uma hora pra chegar em casa, sendo que Mogi-Guararema levava 40 minutos. Mas acontece.
Já algo que eu havia notado antes e que se afirmou é que sim, pra todo lugar que eu olho vejo gente linda, de todos os tipos, não só os descendentes de alemães. Cara, eu vou ao shopping, fico sentadinho assim na praça de alimentação só observando. Até as meninas mais feias são bonitas? Incrível? Claro que têm as pessoas feias como em qualquer lugar, mas pra mim a concentração de não abençoados pela beleza é beeem menor que gma-mogi-sp. É cada loira.. CADA LOIRA. Não é segredo essa minha gana por loiras então imagina como eu sofro por aqui. Já me acho o cara mais feio da cidade em qualquer lugar que eu vou, já quero me esconder de todos e me sinto horrível perto de qualquer pessoa bonita daqui.
Não acho que eu vá pegar sotaque tão fácil como imaginava. Primeiro porque eu não sou daqui né, ridículo eu começar a lançar um “tais aonde?” ao telefone. Segundo porque tô amando falar que vim de São Paulo e todo mundo me amar por isso? Acho que gostam de pessoas de fora. Vamos dar alguns meses pra eu poder falar tu, vais, fosse, etc com a segurança de quem usa a segunda pessoa sempre.
A noite daqui também não é a das mais fortes. Não conheço todos os lugares mas quando seus amigos dizem “cara não tem nada pra fazer em blumenau hoje né” você já fica meio cabreiro. Apesar de ser maior que Mogi, lá sempre tem as opções de sempre: Florestta, Glass, Loft, Buxixo, Porto, Vaca Loca, Divina Comédia, Blue Apple e bares tipo Arábicas, Norival, etc. Aqui as opções devem ser menores ou se existem muitas não devem ser tão legais, não sei ainda, quero ir em todo tipo de lugar porque eu gosto de ir até no buteco mais lixo da esquina.
Todas as pessoas que eu conheci daqui até agora, desde 2010, sem exceções, foram muito legais comigo. Nunca senti nenhum ar de arrogância, frieza, desdém por parte de ninguém, muito pelo contrário. Sempre muito queridos, atenciosos. Não sei como será na faculdade, mas acho que vou me dar bem até. Fiz a transferência e na hora de arrumar minha grade optei por fazer todas as matérias possíveis que tinham até o sexto semestre daqui e eu não tive lá pra poder me igualar ao ritmo deles. Vou ter aulas com a galera desde o primeiro até o sexto, ou seja, sim, vou metade das turmas e tô adorando isso. Eu acho que isso é bom, mas o tempo dirá haha.
A única coisa que eu odeio aqui é o clima. É o inferno na terra. No dia que eu cheguei a sensação térmica era de 51 graus tá. Desmaiei no meu quarto de calor. Foi horrível. Agora com uns 27 graus na rua já consigo caminhar, mas vai demorar pra eu me acostumar com essa calor. O bom é que em todo lugar que você vá tem um ar-condicionado. Menos em casa, óbvio. Cada frente fria que vier será bem comemorada porque não dá pra aguentar mesmo, é muito quente e úmido, te cansa.
No mais tô me virando até, em casa mesmo só comi macarrão e hamburger até agora mas amanhã pretendo fazer um arroz quando voltar pra comer. Até lavei roupa, pela primeira vez na vida lavei roupa. Puis tudo na máquina, coloquei o sabão a liguei? Como é fácil? Pretendo também fazer uma faxina no meu quarto às vezes.
Por enquanto não tenho tanta coisa pra dizer, curti esses dias, deu pra conhecer uns lugares e aprender a andar de ônibus, essa semana começo a procurar um emprego. Agora eu tô no comando de tudo e vou fazer dar certo pra provar a mim mesmo que eu sou capaz. Cêis vão vê.

Nenhum comentário:

Share