domingo, 16 de fevereiro de 2014

The Grey Man


Já faz algum tempo que eu não venho aqui olhar pra trás então não sei se estou sendo repetitivo, mas ando numa angústia ruim há semanas e é difícil lidar com ela (ou comigo).

Numa dessas idas e vindas com a cabeça encostada no vidro do ônibus eu respirei fundo e me fiz uma pergunta difícil: eu gosto de quem me tornei? Parei pra pensar na pessoa que eu sou hoje e cheguei à conclusão de que não gosto muito dela.
É meio nebuloso tentar lembrar quando foi que eu deixei de ser eu e virei esse cara de agora. Infelizmente tenho ciência de que sou indeciso, imaturo, sem qualquer foco ou objetivo concreto na minha vida, sei que só tô vivendo. Ou morrendo. Não acontece só comigo, conheço muitas pessoas assim. Gente que passa horas com o notebook na barriga dando scroll na dashboard do tumblr, timeline do facebook e do twitter, deixando o mundo girar lá fora enquanto perdem horas nos seus quartos. E quando saem pra fora, lá está o celular em suas mãos, e uma ansiedade sem razão alguma que checa a cada segundo quem curtiu a última foto postada no instagram ou vendo qual foi o ultimo snap recebido. Eu - assumo - sou desses. 
Não gosto também quando me olho no espelho. Odeio essas espinhas vindas da adolescência que insistem em continuar no meu rosto, meu cabelo sem forma definida e algumas rugas que eu vejo que já aparecem e não há filtro solar que impeça meus 23 anos de gritarem "Ei, cê tá envelhecendo cara". 23 anos depois e não conquistei absolutamente nada. Nessa insegurança e preguiça que eu vou me sustentando.
Queria saber se meus únicos momentos de alegria na vida vão ser aos finais de semana, com amigos e "amigos", festa, música, bebida, sexo, cigarro, e uma falsa sensação de diversão e felicidade, que dura até ao acordar no momento que sinto minha cabeça latejando de ressaca. O cigarro aliás eu vivo tentando largar, só que no fim das contas acaba sendo muitas vezes minha única companhia. São aproximadamente 5 ou 6 mil pessoas conectadas a mim entre twitter, facebook, tumblr e instagram: e eu me sinto sozinho cada dia mais.
Assisti a um filme ontem que o protagonista disse uma frase que eu já disse a mim mesmo várias vezes, até uma lágrima escorreu quando vi essa coincidência. Ele disse "Sometimes I think I have felt everything I'm ever gonna feel. And from here on out, I'm not gonna feel anything new. Just lesser versions of what I've already felt.". Posso estar sendo ingênuo agora mas eu realmente acredito nisso. Quando foi a última vez que eu senti algo pela primeira vez?
Vejo por aí pessoas felizes com o que fazem da vida, com o que estudam, com o que trabalham, com namoradas, namorados, solteiros e realizados, com essa vontade gostosa de querer conquistar coisas pela vida, construir coisas, seja lá comprar uma casa ou casar, mas sempre empolgados com algo e eu olho pra mim e vejo que a única coisa no momento que me dá o mínimo de empolgação é o show do Hardwell que eu vou com um amigo na próxima sexta-feira. Isso não pode ser normal. 
O pior é que eu não consigo me lembrar, não consigo dizer o momento exato que eu virei esse cara vazio e perdido. Não gosto dele. Se eu não fosse eu, não gostaria de me ter por perto.
Semana passada eu fui assaltado e levaram meu celular. Minha irmã me emprestou um celular velho dela cheio de músicas boas e eu comecei a ouvir elas no caminho do trabalho e da faculdade e cara, que delícia. Tinha mil músicas lá que eu amava quando era um pouco mais novo do que ela e a cada redescoberta eu queria chorar mais e mais. Falo de música porque querendo ou não é com músicas, filmes e livros que eu ainda tenho alguma conexão com o meu eu de antigamente.
Apesar de reconhecer que já fui um moleque bem arrogante, hoje em dia até que sinto falta dessa arrogância. Eu era um arrogante inocente.
Gostava da falsa sensação de só eu conhecer tais filmes da minha turma, tais bandas, de descobrir lugares que ninguém mais conhecia na minha cidade e tirar fotos dele, me sentia um pouco especial. Não me permitia confiar em quase ninguém, não era de muitos amigos e definitivamente não era alguém sociável. Tinha medo de confiar por medo de me machucar. Desde os primeiros anos de escola eu já sabia como as pessoas podiam ser ruins e já passei por algumas experiências com elas, evitava ao máximo sofrer novamente, então me fechei. Eram poucos os que tinham acesso à mim. E eu era feliz assim! Lendo muito, ouvindo muita música alternativa, vendo filmes "cult", bebendo uma cerveja ou outra por aí, dando risada com as poucas pessoas que faziam parte do meu círculo de amizades, aprendendo, conhecendo, me descobrindo, sentindo tudo pela primeira vez e ninguém precisava saber disso. E mesmo não parecendo depois dessa minha auto-descrição, eu era louco por viver. Tinha mil planos, era decidido. Haha, quando eu tinha uns 15 anos eu tinha certeza que aos 20 eu estaria fazendo arquitetura no Mackenzie, morando em São Paulo num apartamento pequenininho mas só meu, trabalhando, comprando meu carro e definitivamente teria uma namorada. Eu queria ter uma namorada pra poder viajar junto de carro, tirar foto com câmera analógica e poder escrever pra ela. Eu era esse cara romântico que queria estudar, trabalhar, arrumar uma namorada, casar, ter filhos, acompanhar o crescimento deles, levar o menino pro jogo do corinthians e a menina ao ballet, finalmente comprar uma casa num condomínio e levar uma vida tranquila e normal, igual à de todo mundo. Nunca quis ser diferente, apesar de já ter passado por aquela fase revolucionária de querer negar todos os padrões impostos pela sociedade, eu já fui meio rebelde sem causa também. Mas um rebelde ciente de que minha revolta era interior e que nada iria mudar. Arrogante de merda, mas muito mais interessante do que sou hoje. 
É que ir pra faculdade, pro trabalho, pra balada e pra academia não me satisfazem mais, aliás nunca me senti satisfeito com isso, só que não sei o que fazer pra mudar. Então eu não mudo. Eu continuo aqui, com o notebook na barriga, o celular na mão, postando, lendo os feeds, vendo as horas passarem, até chegar a hora de dormir, acordar, ir pra academia, trabalho, faculdade, até a semana acabar e eu sair pra beber, pra dançar, pra arrumar alguém pra trepar, me arrepender, acordar, ficar com o notebook na barriga e tudo se repetir de novo, toda semana, todo mês, e assim vai.
No meu aniversário eu recebi um monte de votos de felicidade e li umas coisas muito lindas a meu respeito de muita gente que eu muitas vezes nem dou tanta importância. Em alguns recados diziam que era pra eu continuar sendo sempre esse cara amigo, alegre, que as pessoas gostam de estar perto, de sair, de conversar, enfim, pra eu continuar sendo a pessoa carismática que sou, seguido de muitos votos de felicidade, amor, e etc. Fiquei surpreso e feliz que essa seja a imagem que eu passo pra maioria dos meus "amigos" (que não são poucos) e é realmente bom me sentir querido um dia do ano. Mas por que é que quando eu estou sozinho, no ônibus, olhando a estrada e com os fones no ouvido, eu não enxergo esse homem legal que dizem que eu sou? Eu não sou ele. E se sou, de que vale ser tão amigo e gente boa com os outros, se por dentro é esse amargor e aperto que eu sinto?
Se eu nunca mais vou sentir algo novo, se daqui pra frente nada mais vai ser novidade e eu não tenho perspectiva e foco algum em realizar algo maior, não sei até que ponto vale a pena essa caminhada. 
Uma caminhada em que ando, ando, ando e nunca saio do lugar, ligo o computador e desisto até de rastejar.






quando eu era arrogante e sentia                                          


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Férias

Acordo brabo e vejo que perdi o horário da academia. São 10:50, me arrasto até o banheiro, lavo o rosto, mijo, escovo os dentes, tomo duas xícaras de café. Dou bom dia a todos, pego meu notebook e deito na sala. Tem alguma coisa passando na TV mas eu não tô prestando atenção. Num piscar de olhos do ócio online vejo que já são 12:00 e é hora de almoçar. Como, me troco e voo para o trabalho. Lá eu normalmente agilizo tudo o que precisa ser feito no dia em menos de 2 horas, depois até o meu horário de ir embora eu mato o tempo lendo notícias, ou me "inspirando" no tumblr. Isso entre um café e outro, um papinho agradável com a minha chefe, eu adoro meu trabalho, é bem prazeroso e leve. Às 17:20 pego o ônibus pra casa e em 10 min já estou cansadinho com o notebook na barriga novamente matando o tempo. Pisco os olhos de novo e já estou jantando e vendo a novela na cozinha, depois BBB, depois notebook na barriga de novo até o sono chegar.. lá pelas 2.
As semanas de janeiro passaram voando e eu nem notei. Viver de final de semana tá acabando comigo.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

errado

Se eu tenho um problema quase que instantaneamente peço ajuda a alguém. Pode ser meu melhor amigo, pode ser de algum outro amigo, dos meus pais, sei lá, eu peço ajuda. Recebo 1, 2, 3, mil conselhos. Confesso que tento escutar mais os do Alex, mas nem sempre isso acontece.
Quando um problema é na verdade uma pira minha daí é certo que eu recorro a ele. Raramente à minha mãe, porque geralmente ela não me escuta e só quer que eu olhe as coisas sob a perspectiva dela e ponto final, não importa o que eu diga. Meu best é um pouco mais flexível.
Agora quando a pira minha é uma coisa que ninguém consegue tentar tirar da minha cabeça.. aí lascou-se. Danou-se. Fico encucado à beça. Frito o cérebro até as lágrimas caírem.
Meu maior problema é minha insatisfação. Comigo mesmo, com a minha vida, com as pessoas, com a minha família, com as minhas escolhas, todas erradas, que eu tiro uma coisa boa delas e acabo aprendendo algo mas no final das contas, todas erradas. Mudo algo que me incomoda até passar a me incomodar de novo. Caminho nesse chão de vidro quebrado num looping que parece não acabar.
Já que eu sinto o que sinto, não importa o que digam, pro errado eu posso partir uma vez. Mas se o errado me deixar satisfeito, sossego.
Não sei. Não sei mesmo. Terapia do soco na cara é o que eu preciso talvez. Pode ser no estômago também. Chorar de dor física deve ser mil vezes melhor, prazeroso inclusive.
Chorar de incerteza e vazio eu tô farto.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Não quero fazer um post de fim de ano com uma retrospectiva ou um balanço da minha vida nesse tempo que passou. Acho que não preciso mais disso. Há uns anos atrás eu tinha o costume de me descrever sempre nessa época do ano pra eu comparar com os anos anteriores e ver o quanto eu mudei. Hoje só sou grato por tudo.
Esse ano foi de um recomeço que eu já sinto que está no fim porque tô com sede de mudanças. Mas assim como o ano passado, eu aprendi e (pode parecer que não) amadureci pra caralho. Consigo enxergar com mais clareza os erros que acabo cometendo e até evitei alguns bons esse ano. Espero que toda a reestruturação que eu passei pra me readaptar à antiga rotina me ajude com o que vem por aí. Porque hoje eu vejo em cada detalhe tudo o que eu quis longe de mim antes de mudar pra Blumenau, cada lugar, cada pessoa, cada situação que eu não queria mais na minha vida e foi por causa disso tudo que eu quis ir embora, hoje, de volta, essas coisas ainda me perturbam então o jeito é correr atrás de novo de tudo o que eu quero. Seja lá pra qual lugar eu decidir me enfiar.
Mas não reclamo de ter voltado, foi muito bom pra mim esse tempo que passou, esse ano fiz grandes amigos, não sei o que teria sido dele sem a Bárbara e o Marcelo, com certeza duas pessoas que tão no meu coração de verdade daqui pra frente. Até minha chefe eu devia agradecer, porque como é bom trabalhar com ela, eu adoro meu trampo, mesmo sabendo que preciso buscar coisas maiores, é sempre um prazer a hora de ir ao trabalho, vou sem reclamar e aprendo mil vezes mais do que na faculdade, isso me anima a crescer.
E sei lá, não queria fazer um balanço mas já fiz, só sou agradecido mesmo, eu tava até agora pelado tomando sol na piscina, ouvindo minha música, sentindo esse calor delicioso deixar minha pele mais escura do que já é, tenho do que reclamar? Ano acabando muito bem! E se o próximo começar do jeito que esse tá terminando, já me dou por satisfeito.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Day









Foi de um jeito meio tímido que eu conheci ela. Era formatura de uma amiga, eu estava em SC procurando lugar pra morar em dezembro, porque já sabia que daqui uns meses eu iria me mudar pra Blumenau. Aí soube que ela também iria e já logo fui carudo perguntando se não queria dividir algum apartamento, eu, ela e Michelly. E foi isso, só perguntei, não moramos juntos. Foi quando pro fim de fevereiro do ano passado eu estava voltando de Curitiba e o Gui me convidou pra ir no apartamento das meninas. Desse dia em diante eu sabia que aquela menina que antes eu só achei linda na formatura ia se tornar uma das pessoas mais especiais que já passaram pela minha vida.
Dayane sem querer fez o papel da minha irmã mais nova ano passado. Ela tinha 17 e eu 21. Foi pra Blumenau por causa da faculdade. Como sou grato dela ter ido pra lá!
Cada dia com o meu anjinho era ótimo. Ela carregava ainda uma inocência tão meiga por causa da pouca idade que eu ficava encantado só de observar o jeitinho dela. A carinha de criança, o cabelo preso de ladinho que eu amava, o modo delicado de até lavar uma louça, a risada, o jeito pausado que ela falava alguma coisa, toda vez que ela dizia "tô tão confortável" com aquele sotaque lindo, ou quando ela me olhava e dizia "Ai, Daaannnn" me reprovando em alguma merda que eu fiz. 
Ela era tão ingênua. Pura. Toda vez que eu aprontava ela ficava chocada com coisas bobas haha. Mas depois de um tempo se acostumou comigo e eu com ela.
Não me cansava de ter tardes "confortáveis" só deitado no colchão do quarto com um monte de coberta fofinha fazendo cafuné e falando abobrinha. Ou fazendo um brigadeiro! Bobeiras que passavam despercebido mas que hoje eu sinto tanta falta.
A Day me trazia paz. Só de olhar pra ela eu ficava bem e me sentia à vontade em qualquer lugar. Nos momentos de maior aperto era pra ela que eu corria e pedia colinho. Cansei de aprender com ela coisas simples da vida e a ser mais simples de um modo geral. A gente dizia que se nada desse certo na vida íamos nos casar.
Porres e porres e porres eram frequentes e se ela tava presente a noite ficava ainda melhor. Era a coisa mais linda do mundo ver ela agitadinha, meio vermelha, falando coisas sem nexo e dando risada, fazendo merda, dando beijo em que não devia, virando tequila como se fosse água, chorando na balada por ter pego o paquera do amigo, ou vindo correndo me contar quase se mijando nas calças "quando eu olhei pro lado tava Michelly rodopiando na canguta de um cara". Ela irradiava juventude quando estava disposta a sair, mas se não estava, fechava a cara, que nem criança mesmo. Ela era meu nenê.
Tudo o que eu penso quando me lembro dela é da vontade que eu tinha de abraçar e passar horas abraçadinho porque ela tem o melhor abraço. Sempre vou sentir saudades.
Eu acho que se hoje as coisas não são como antes é porque é só uma pausa que a vida tá fazendo. Ainda prefiro acreditar que tudo vai voltar ao normal e que ela vai voltar a fazer parte da minha rotina. Quantas vezes eu não pensei em pegar o telefone e ligar, só pra ouvir a voz dela, saber como está, o que tá fazendo, como anda a faculdade, como anda tudo. Day é a pessoa que entrou na minha vida por acaso e se afastou por acaso também, mas eu sempre, sempre, sempre vou lembrar, e sempre vou torcer pra que ela volte. E sempre vou torcer pro bem dela. 



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dust ways

Minha cabeça tá muito cheia hoje e acho que deveria escrever. Ao contrário da maioria das vezes que faço isso, hoje não vou colocar música nenhuma porque quero me ouvir.
Parece que a cada final de semestre é frequente a confusão de possibilidades que a vida me oferece. De uns 2 anos pra cá de 6 em 6 meses me pego nessa de não saber o que fazer. Se eu posso mudar ou deixar as coisas como estão, sei lá. Isso deveria ser ótimo pra mim mas me deprime pra caralho.
Finalmente passei pro sétimo período de arquitetura. Tudo bem que pra quem era pra estar indo pro décimo eu não deveria dizer finalmente, mas até que fiquei feliz. De verdade, tudo o que eu quero pensar é que tá acabando, que tá passando rápido apesar dos pesares, e que já já essa fase (que era pra ser ótima) tá se concluindo. Mas no final do dia só eu me pergunto se é isso que eu quero, se eu tô fazendo o certo, se eu devo continuar num lugar que me angustia, se vale a pena o esforço pra terminar algo que eu já perdi o tesão faz tempo. O dilema em si seria fácil de responder se eu soubesse me ouvir. Já que pra variar eu tô insatisfeito com a minha vida mesmo fazendo tudo como deve ser feito, o que eu quero afinal?
Tive duas conversas muito boas nessas semanas. Uma foi com uma menina que eu paquerava esse ano da minha sala mas que nunca parti pra approach algum. Era quase meio platônico. Ela vai voltar pro estado dela e transferir a faculdade. Quando ela veio me contar eu disse a ela sobre a minha péssima experiência de transferência pra Blumenau e tudo mais. Fui arrebatado com os seguintes dizeres, mais ou menos assim: "Dan, eu andei conversando muito com o Gui e ele vive dizendo pra mim que arquiteto tem que ser auto-didata. Tem que ler, tem que pesquisar, tem que conhecer o trabalho de todo mundo, tem que ser virar além da faculdade, por mais louco que isso pareça. Se minha grade ficar bagunçada, não tem problema. E uma coisa eu já decidi, vou fazer tudo por mim mesma, o máximo de trabalhos que eu conseguir não fazer em grupo melhor, porque esse (assim como é pra você) é uma das coisas que mais me brocham no curso. E se eu tiver que começar tudo de novo, os cinco anos do zero, eu vou. Não adianta nada eu estar numa faculdade que não me acrescenta muito só pra eu conseguir um diploma, se depois eu levar anos pra me tornar uma boa profissional. Prefiro recomeçar do zero e sair formada capaz de produzir do que pegar um diploma já já e quebrar a cara depois." Resumidamente, uma flecha acertou meu peito.
Isso fez muito sentido pra mim. Eu penso sempre que talvez minha frustração com arquitetura seja a universidade que eu estudo, já que honestamente não me oferece nada. E como eu não me vejo fazendo outra coisa, não sei o que fazer a não ser isso, mudar outra vez poderia ser bom pra mim sim. Não é ruim eu querer estar num ambiente que me ofereça qualidade pra crescer. Poxa, eu quero ter tesão de novo, quero ter vontade de estudar, eu gosto pra caralho de aprender, tem ainda alguma faísca de paixão pela profissão que eu escolhi logo que entrei nessa. Ver tantos amigos se formando e orgulhosos pelos seus 10, 9,5 no TFG me dá um pouco de inveja porque sei que eles são realmente apaixonados pelo que fizeram. Quero acreditar que não estou me forçando a gostar de algo, mas às vezes fico meio descrente..
A outra conversa boa que eu tive foi com a Laura, que sempre abre minha cabeça pras coisas. Ela me recomendou fazer uma lista de tudo o que eu gosto de fazer, e depois anotar com os mínimos detalhes aonde eu quero estar e como eu quero ser em 5 anos. Preciso - muito - criar metas. Meu pai vive me dizendo isso, que eu não tenho objetivo nenhum, e não tenho mesmo, ele tá certo. Mas não tenho porque não sei o que querer.
Ainda não parei pra fazer essa lista, agora nas férias preciso pegar papel e caneta e trabalhar nisso. Brevemente, acho que em 5 anos eu quero acima de tudo estar formado, morando sozinho, ter pelo menos meu carro, morando ou em Curitiba, ou em São Paulo ou em Balneário, e não quero estar rico, mas quero poder não me preocupar com coisas bobas como ir no McDonald's depois do trabalho. Quero ver uma camiseta no shopping, entrar na loja e comprar, sem ressentimento, sem lembrar que minha conta tá no negativo. Eu sei que cada um tem seu tempo pra ter independência financeira, mas eu queria ela logo. Só que eu não movo uma palha pra isso, e é mais um ponto que preciso mudar. Não movo uma palha porque estou acomodado, e estou acomodado porque não sei o que fazer. Uma coisa puxando a outra e no final das contas eu não saio do lugar.
Não sei se o que eu mereço é uns tapas ou rédea curta, como meu melhor amigo diz. Hoje eu faço tudo certinho, trabalho, não reprovei em nenhuma matéria, não dou trabalho em casa. Posso ser meio gastadeiro e irresponsável quando se trata de dinheiro, mas quem na minha idade não é, né?
Essa coisa de futuro sempre me detona. Não tenho mais o que escrever sobre isso.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Acordar e ver e esse sol lindo. Pular na piscina pra tirar o calor do meu corpo e passar uns bons minutos debaixo d'água. Eu acho que sou muito aquático. Depois de sentir ela em mim, tiro minha roupa, deito no chão, sinto o sol mais um pouquinho e entro em casa pra tomar um gole de café. Antes de começar o dia, deito ainda sem roupa na minha cama e olho pra cima: ACORDA, diz ali. Não sei o que eu quero mais.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

frenesi

Beleza, vou entrar nessa de ir escrevendo o que tá passando na minha cabeça sem me preocupar muito se tá legal ou se eu tô escrevendo bem e gramática concordância etc porque me parece mais honesto na verdade né.
Eu não sei da onde eu crio esses entraves na minha vida quando tá tudo bem, tudo certinho, tudo caminhando do jeito que "tem" que ser. Tô levando a vidinha de rotina finalmente depois de um bom tempo de bagunça né. Nos eixos. Daí de uma hora pra outra eu começo a me coçar inteiro pra romper com tudo isso, surge uma insatisfação louca não sei da onde e eu começo a me desesperar pra querer fazer alguma coisa diferente. Voltei a "desenhar". Quando começo a ficar nessa coceira maluca pego o caderninho e a caneta e uns rabiscos brotam, nada demais, bobeirinha, mas é justamente isso que dá uma distraída. Próximo passo é voltar a ler, meu cérebro tá muito atrofiado com tanta rede social e pouco conhecimento de verdade entrando nele. Sei lá cara, eu preciso evoluir de alguma forma, preciso melhorar mais e mais e se eu não sei ainda como fazer isso, vou entrando nessa de fazer coisas diferentes do que eu tô acostumado. Andei pensando nas coisas que eu gosto de fazer de verdade assim de forma meio aleatória, não anotei nada, mas de cabeça agora me consta: desenhar mal, fotografar descompromissadamente (menos quando no passeio digo "ei, vamo tirar uma foto pro instagram!") e escrever desse jeito meio cru mesmo. E se tratando de escrita, eu queria muito muito mesmo começar a levar isso mais à sério e estudar. Vi até uns cursos de escrita livre em sp nas férias que eu queria muito fazer, vamo ver se meu pai me financia nessa. Agora entro em outra coisa, preciso descobrir coisas novas que eu queira experimentar e ver se eu sou bom nelas e se eu não for bom mas gostar delas mesmo assim ir me aperfeiçoando para aí ficar bom. Me liguei num negócio, tem muita muita coisa que eu não fiz ainda mas é de extrema importância que eu faça. E é de extrema importância que eu faça justamente porque a vida tá aí pra eu conhecer e experimentar de um absolutamente tudo o que ela tem a me oferecer, e às vezes eu paro e penso que poxa, esse tempo que eu tô aqui e na idade que eu tô, eu preciso fazer mais do que ir pra faculdade (porque estudar o que a faculdade tem pra me passar eu já desisti faz um bom tempo), trabalhar, ir pra academia, beber no final de semana e bater punheta durante ela. Por mais que eu tenha muita história pra contar de finais de semana e algumas viagens por aí, no geral meus vinte e poucos tão bem chatinhos e poxa não é ruim eu querer reverter essa situação. E de verdade não tô me importando muito mais com o que é certo ou errado, ando mais honesto comigo mesmo e aceitando o que eu sinto e acreditando no que eu quero. Se alguém vem e me diz "mas meu, não é assim, você tem que parar com isso, leva a sério essas oportunidades que você tem, você é privilegiado blablabla" e eu não concordo, não quero mais me pilhar em achar que eu tô sendo errado e fazendo as coisas erradas, sendo mimado ou infantil. Se eu não concordo com algo não posso me deixar influenciar pelo que julgam ser o certo. Só eu sei o que é certo pra mim porque só eu sei do que eu sinto. No final do dia sou eu que choro, sou eu que me agonio e isso não é motivo ou falta de uns socos no estômago porque isso eu já levo de tempos em tempos.
Se eu sou ingênuo desse jeito, se eu sou simples, se eu sou infantil ou se eu não largo o celular, se eu gosto de editar uma foto no snapseed pra postar no facebook, se eu fico querendo trepar quando tô bêbado mas quero namorar quando tô sóbrio, se eu me apaixono por gente que mal conheço, ou por gente que nem conheço, se eu não gosto do que eu estudo, se eu não sei o que eu quero da vida, se eu insisto em querer sair de casa e não tenho nenhuma meta nenhum plano pra que isso aconteça, se eu pareço louco por ser tão perdido e se enquanto eu tô escrevendo freneticamente isso tudo e as lágrimas que caem dos meus olhos pingam no meu peito é porque felizmente ou não, esse sou eu. E hoje, acima de qualquer outro dia que eu já vivi, eu me aceito. E se por volta e meia eu digo que preciso e quero mudar não é que eu quero me mudar, eu quero evoluir, crescer e me melhorar mas continuar quem eu sou. E eu sei lá, gosto de mim, gosto das minhas maluquices, gosto de ser meio inconsequente e impulsivo e sei que pra boa parte das pessoas isso não é visto com bons olhos mas eu não quero mais lidar com gente fechada.
Acho que daqui pra frente é imprescindível que eu saiba lidar com as pessoas do jeito que elas são e aproveitar elas ao máximo. Nossa, parei um segundo pra respirar e responder no whatsapp e perdi totalmente a (as) linha (linhas) de raciocínio. Não sei se fez muito sentido o que eu escrevi mas enfim, agora eu tenho que tomar banho e ir pro estágio.
Pelo menos tô mais leve!

Troca

Pega na minha mão e me arrasta pelo mundo. Vamo sair por aí com o coração cheio de expectativas pelo que vai vir e uma garrafa de bebida barata na mão. Se o presente não nos agrada, qual é o sentido disso tudo então? Me leva pra correr na areia, na estrada, no campo, me leva pra correr por um caminho sem volta. Eu não quero olhar pra trás. A cada batida desse violão eu fico mais acelerado, meus olhos mais úmidos e meu corpo mais leve. Vem me ensinar mil coisas que eu não sei, juro que eu tento compensar de alguma forma. Porque eu quero saber de cada coisa que tu sabe, cada detalhe da sua vida me interessa e a gente tem muito o que conversar. Vamo viajar! Vamo beber! Vamo trocar umas palavras, vamo trocar umas experiências aí, aproveitar essa juventude que tá voando antes que seja tarde. Te puxo pelo braço se você quase cair, eu tô aqui pra te ajudar! Chega de mentir pra mim mesmo, senta aqui, vamo tagarelar um pouco mais.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Nessa noite de hoje eu já cochilei, já li, já ouvi, já pensei e já chorei. Queria saber me expressar melhor e traduzir nas palavras o que eu sinto agora, mas acho que a exaustão decorrente dos últimos dias de pecador não vão deixar meu cérebro trabalhar direito. Se amanhã eu ainda estiver desse jeito, alivio esse aperto, mas se uma boa noite de sono for suficiente pra me acalmar eu não queria que meus pensamentos ficassem no esquecimento. Se eu ler isso aqui daqui alguns dias vou me lembrar.

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