sexta-feira, 17 de agosto de 2012

dela

Hoje eu acordei com um aperto do tamanho do mundo, tô sentindo falta de alguém. Saudade sempre foi um sentimento presente na minha vida, mas ultimamente anda bem incontrolável. Só de imaginar os próximos dias longe.. penso apenas em correr pro abraço.
Não entendo ainda o por quê de tudo isso. Se um dia todo mundo tem que partir, por quê eu tive que ir já? Não podia ficar mais alguns aninhos por perto? O que é que eu tô fazendo aqui?
Acordar todo dia sem o melhor abraço do mundo tá deixando marcas que eu não vou conseguir apagar tão fácil. Será que devo me acostumar por que de agora em diante vai ser sempre assim?
Quem eu mais amo no mundo é ela. E tenho certeza que o amor maior que ela sente em parte é por mim. Se chegou o dia que eu tive que sair, ainda espero o dia que eu vá me acostumar com a ausência.
É tão diferente ir pra cozinha e me deparar com um cubículo meio sujo ao invés dela cantando e dançando igual uma louca. Rindo sozinha, quantas vezes eu não ouvi gargalhadas frenéticas, corri pra ver o que era e só ouvi um “mas é a terapia do riso!”. Maluca. No café da tarde hoje eu como umas bolachas na frente da tv, há um ano eu comia as mesmas bolachas mas ouvia cada detalhe bobo do cotidiano dela, da vidinha dela, das fofocas que ela ouvia da cidade, coisas tão banais e ao mesmo tempo tão humanas que no fundo são as mais importantes. Voltava do estágio e da aula e mesmo ela cansada com o dia dela também, lá estava o meu jantar. Se eu tenho preguiça de fazer a minha própria comida, quanta gratidão eu devo sentir por alguém que além de cozinhar o que vai comer, prepara as refeições pra mais 3 pessoas de bom grado? Da onde vem tanto amor assim que eu não sei?
Eu quero o beijinho dela, o abraço dela. Só ela eu permito me chamar de “Dani” porque foi pra me chamar assim que ela escolheu meu nome. Me chama de Dani quantas vezes quiser, mulher. Eu quero ficar sem fazer nada, sem me preocupar com nada, só ver tv e dar risada ao lado dela, falar em como o programa da Fátima Bernardes é legal e “tem uns assuntos bem diferentes”.
Em pensar em quantas vezes eu já reclamei quando ela me pediu pra fazer alguma coisa e eu simplesmente não a fiz porque “a gente tem empregada, pra quê fazer isso?”. Hoje eu quero limpar o jardim inteiro sem reclamar.
Sempre disse que só me arrependo de coisas que não fiz nessa vida, mas chega uma hora que a gente se contradiz né. Cada resposta errada, cada grosseria, cada reclamação, cada afronta, cada discussão, cada dias sem se falar, são tantas coisas que ela não merecia passar e eu fui a causa. Me arrependo de poucas vezes que até a fiz chorar. E agora quem chora sou eu, com a saudade, a distância, que eu mesmo escolhi e não sei porquê.
Daqui uns dias é o dia dela, e de mim que estou aqui só vai receber um telefonema. O abraço, o beijo, o presente, vão ter que ficar pra depois. Tô sofrendo por antecipação já, meio sem saber o que fazer. Minha vontade hoje, só hoje,  é de correr pra lá.
Imaturo por sentir falta ou maduro por reconhecer a falta, eu não sei. Só sei que não ligo. É uma falta que não cabe em mim, por mais feliz que eu esteja, por mais que tudo esteja dando certo, continuo sentindo falta dela.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

aquela que nunca existiu


Melhor que ir dormir na nossa cama que nunca existiu é acordar ao lado seu sob uma luz que nunca entrou pela janela. Fazer um café que você jamais pediu pra te levar fazendo uma surpresa que eu nunca fiz. Beijar a sua testa desejando um bom dia que nunca chegou. Ser agradecido por você com abraços fortes que eu nunca senti. Passar um tempo só te olhando reparando naquela pinta que não existe. Embalado por uma preguiça que nunca existiu, ficar deitado contigo a manhã toda relembrando momentos que nunca vivemos. Quando a gente se viu pela primeira vez naquela noite que nunca aconteceu, naquela festa que nunca fomos, com aqueles amigos que nunca tivemos.
Como é bom receber um cafuné que você nunca fez em mim. Como é bom esse teu cheiro que teu corpo nunca exalou. Como é bom respirar o mesmo ar que você nunca expirou.
Que gostoso imaginar uma manhã contigo que nunca aconteceu.

domingo, 12 de agosto de 2012

Li isso e fiquei maluco

“As coisas tão lindas

Me carinha as costas. Teu sorriso de cansaço é tão lindo que eu queria te fotografar. É a imagem mais bonita do mundo. Não sei onde começam meus braços, nem onde começam os teus. O mesmo calor que me amortece as pernas é o frio que me arrepia os braços. Chega mais perto, fica junto de mim. A cama é grande. Deixa minha solidão dormir ao nosso lado, abraçada com a tua: sei que posso tocá-la, mas não preciso: me bastas.
Ri da minha cara, brinca com meu nariz. Me abraça. Faz frio aqui dentro: me esquenta. Deixa eu sentir teu peito nas minhas costas, teu braço entre meus seios. Deixa eu sentir as pontas dos teus dedos pintando meu rosto de uma felicidade que só tu me poderias oferecer. Escolhe as cores. Escolhe uma música pra ser nossa. Canta. Baixinho. Sussurra já que és canção.
Desliga o celular, apaga a luz. Tua energia é mais forte e mais brilhante. O teu azul não é mar revolto: é céu de inverno. Enrosca teus pés nos meus, me beija de leve o pescoço. Não me deixa tentar entender porque eu não quero conseguir. Faz piada, deixa meu sorriso se espalhar.
Me beija a boca com paixão e a pálpebra com ternura. Deixa o dia nascer, deixa o sol se pôr. Deixa o mundo. Só não me deixa.
Perde teu tempo pra e ganhar. Me abraça a cintura e deixa meus dedos se perderem nos teus cabelos. Escuta meu coração batendo leve, porque tua suavidade me encanta. Beija minha barriga, morde minha orelha, coloca a mão no meu pescoço. Me arrepia, me faz careta.
Dorme e me deixa com a paz do teu sono. Me deixa ser teu sonho. Deixa eu me perder nos teus olhos fechados, deixa eu te invadir. Deixa eu sorrir e sentir pena de tudo que há do outro lado da porta e não pode te ver.
Me acoberta com o jeito de viver 0 amor por uma hora, um dia ou uma vida inteira. E só não é mais eterno do que o toque da tua pele na minha que fervem a alma e congelam o tempo.
Não levanta, não vai. Deixa eu fazer manha, ser tua manhã. Deita, deita. Fica que eu já volto. Deixa as roupas no chão, não arruma a cama. Me abraça. Me carinha as costas. Sente nosso cheiro: o café ficou pronto.”

                                                                                                       Marina Melz

domingo, 5 de agosto de 2012

Poda

Tá tudo tão bem que eu acho que se melhorar estraga. 
Brincadeira. Não estraga não, pode melhorar mais e com certeza vai. Só fico um pouco temeroso porque quando o verde tá mais verde e o sol brilha sobre o asfalto mesmo em dias nublados é porque algo vai surgir e acabar com toda a mágica. E olha que nem é de amor que eu tô dizendo! 
Se houve um tempo que eu era capacho dos outros esse tempo passou. Apesar de ter conhecimento (obrigado alex) de que quem mais me atrapalha sou eu mesmo, fico feliz em me livrar de pessoas e coisas que me puxavam pra baixo. Não se deve confiar em todo mundo, e eu sou muito ingênuo pra muita coisa apesar de ser bem pervertido. Eu confio, eu acredito, não vejo maldade em ninguém, todo mundo é meu amigo e eu amo todos. Só que não posso ser assim, tô aprendendo. 
Pode soar um tanto heartless da minha parte mas é mais fácil se livrar das pessoas do que se apegar à elas. E nem preciso de /block, deletar de redes sociais, apagar número telefônico, basta não correr atrás quando não faz falta. E não fazem. 
Pra época que eu tô vivendo hoje não preciso de negatividade por perto, quero só gente que me faz bem, que eu me sinta bem na companhia, que eu consiga conversar e ter um papo bom, que realmente se importe comigo e não seja da boca pra fora, gente legal que têm cabeça aberta e gosta de falar falar falar aceitando opiniões, eu gosto de gente crítica, mas crítica sem ceticismo e cegueira. Posso ainda ter uns traços mas não sou mais adolescente. 
Não consigo, é sério, não consigo lidar mais com drama. Quero ficar bem longe de acessos nervosos, irritações desnecessárias, brigas superficiais, fofocas, maldade, coisas ruins. E tudo isso o drama acaba carregando. Nunca soube lidar com arrogância e egocentrismo exagerado. Mimadices à parte, eu sei que sou meio egocêntrico, mas o meu egocentrismo não interfere na vida de ninguém muito menos ofusca os outros, muito pelo contrário, sou só mais um x nesse mundão. Me entristece saber que pessoas que tinham tudo pra serem tão legais possuem um ego tão inflado a ponto de julgarem serem estrelas, perfeitas, com a falsa sensação de que são desejadas e invejadas pelos pobres mortais que as rodeiam. Sinto pena. Quando cair do cavalo o corpo vai além do chão e a dor vai ser grande. 
Todo mundo é igual. Todo mundo peida, caga a vida inteira e vamos todos pro mesmo buraco. Não é dinheiro, não é família, não são bens materiais que definem ninguém. Prefiro não ter 1 real e ter caráter do que esbanjar a grana (que honestamente nem é lá grandes coisas) e  me achar o centro do universo. Eu não preciso conviver com o a atração principal de circo algum, em qualquer lugar que ele esteja, mesmo porque geralmente esta é dos palhaços. E eu odeio palhaços.
Quero só me cercar de gente boa, gente leve, gente de bem, que é tranquila, ajuizada, pensa certo e vai levando a vida de um jeito simples mas com uma ambição saudável. É difícil encontrar alguém com conteúdo e boas ideias pra trocar, mas de uns dias pra cá acho que essa falta vai ser suprida com a nova galera que eu tô conhecendo na faculdade. Mudar de curso foi de longe a melhor decisão que eu tomei esse ano e ando bem animado, ansioso pelo que me aguarda. E só de ter uma outra visão das coisas, sem aquele dramalhão de uns meses atrás me sinto calmo e consigo até resolver os probleminhas diários com mais facilidade. 
O negócio é saber sempre com quem se lida e como lidar com cada um. Se for errado, corta. Se for certo, cola. No dia-a-dia a gente já se preocupa com tanta coisa, se pessoas também causam nervosismos, pra quê continuar com elas? Se livra mesmo, tchau. 
Vou podar muita gente ainda.

non-sense self talking about who must be forgotten

your smell I know well
your hair it’s not the same
but your voice still fucks up my brains
is it normal us now?
from lovers to strangers, then friends again
how can we be friends if you’ve caused me so much pain?
i don’t know what is wrong, but this proximity is weird
if the time heals everything, why am I writing this?
I try to put the past behind and smile
”we’re just good old friends” I say
but I’m kind of old school
and I don’t go to bed with all of them anyway
we’re drinking and smoking and laughing together but hey
in my mind i’m saying “i’ve seen you naked”
it disturbs me to be with you again and recognize your smell
it brings me feelings that I wanna forget and remember once in a while,
can we be friends and erase our past?
can we not be friends and erase it even though?

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