terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Não quero fazer um post de fim de ano com uma retrospectiva ou um balanço da minha vida nesse tempo que passou. Acho que não preciso mais disso. Há uns anos atrás eu tinha o costume de me descrever sempre nessa época do ano pra eu comparar com os anos anteriores e ver o quanto eu mudei. Hoje só sou grato por tudo.
Esse ano foi de um recomeço que eu já sinto que está no fim porque tô com sede de mudanças. Mas assim como o ano passado, eu aprendi e (pode parecer que não) amadureci pra caralho. Consigo enxergar com mais clareza os erros que acabo cometendo e até evitei alguns bons esse ano. Espero que toda a reestruturação que eu passei pra me readaptar à antiga rotina me ajude com o que vem por aí. Porque hoje eu vejo em cada detalhe tudo o que eu quis longe de mim antes de mudar pra Blumenau, cada lugar, cada pessoa, cada situação que eu não queria mais na minha vida e foi por causa disso tudo que eu quis ir embora, hoje, de volta, essas coisas ainda me perturbam então o jeito é correr atrás de novo de tudo o que eu quero. Seja lá pra qual lugar eu decidir me enfiar.
Mas não reclamo de ter voltado, foi muito bom pra mim esse tempo que passou, esse ano fiz grandes amigos, não sei o que teria sido dele sem a Bárbara e o Marcelo, com certeza duas pessoas que tão no meu coração de verdade daqui pra frente. Até minha chefe eu devia agradecer, porque como é bom trabalhar com ela, eu adoro meu trampo, mesmo sabendo que preciso buscar coisas maiores, é sempre um prazer a hora de ir ao trabalho, vou sem reclamar e aprendo mil vezes mais do que na faculdade, isso me anima a crescer.
E sei lá, não queria fazer um balanço mas já fiz, só sou agradecido mesmo, eu tava até agora pelado tomando sol na piscina, ouvindo minha música, sentindo esse calor delicioso deixar minha pele mais escura do que já é, tenho do que reclamar? Ano acabando muito bem! E se o próximo começar do jeito que esse tá terminando, já me dou por satisfeito.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Day









Foi de um jeito meio tímido que eu conheci ela. Era formatura de uma amiga, eu estava em SC procurando lugar pra morar em dezembro, porque já sabia que daqui uns meses eu iria me mudar pra Blumenau. Aí soube que ela também iria e já logo fui carudo perguntando se não queria dividir algum apartamento, eu, ela e Michelly. E foi isso, só perguntei, não moramos juntos. Foi quando pro fim de fevereiro do ano passado eu estava voltando de Curitiba e o Gui me convidou pra ir no apartamento das meninas. Desse dia em diante eu sabia que aquela menina que antes eu só achei linda na formatura ia se tornar uma das pessoas mais especiais que já passaram pela minha vida.
Dayane sem querer fez o papel da minha irmã mais nova ano passado. Ela tinha 17 e eu 21. Foi pra Blumenau por causa da faculdade. Como sou grato dela ter ido pra lá!
Cada dia com o meu anjinho era ótimo. Ela carregava ainda uma inocência tão meiga por causa da pouca idade que eu ficava encantado só de observar o jeitinho dela. A carinha de criança, o cabelo preso de ladinho que eu amava, o modo delicado de até lavar uma louça, a risada, o jeito pausado que ela falava alguma coisa, toda vez que ela dizia "tô tão confortável" com aquele sotaque lindo, ou quando ela me olhava e dizia "Ai, Daaannnn" me reprovando em alguma merda que eu fiz. 
Ela era tão ingênua. Pura. Toda vez que eu aprontava ela ficava chocada com coisas bobas haha. Mas depois de um tempo se acostumou comigo e eu com ela.
Não me cansava de ter tardes "confortáveis" só deitado no colchão do quarto com um monte de coberta fofinha fazendo cafuné e falando abobrinha. Ou fazendo um brigadeiro! Bobeiras que passavam despercebido mas que hoje eu sinto tanta falta.
A Day me trazia paz. Só de olhar pra ela eu ficava bem e me sentia à vontade em qualquer lugar. Nos momentos de maior aperto era pra ela que eu corria e pedia colinho. Cansei de aprender com ela coisas simples da vida e a ser mais simples de um modo geral. A gente dizia que se nada desse certo na vida íamos nos casar.
Porres e porres e porres eram frequentes e se ela tava presente a noite ficava ainda melhor. Era a coisa mais linda do mundo ver ela agitadinha, meio vermelha, falando coisas sem nexo e dando risada, fazendo merda, dando beijo em que não devia, virando tequila como se fosse água, chorando na balada por ter pego o paquera do amigo, ou vindo correndo me contar quase se mijando nas calças "quando eu olhei pro lado tava Michelly rodopiando na canguta de um cara". Ela irradiava juventude quando estava disposta a sair, mas se não estava, fechava a cara, que nem criança mesmo. Ela era meu nenê.
Tudo o que eu penso quando me lembro dela é da vontade que eu tinha de abraçar e passar horas abraçadinho porque ela tem o melhor abraço. Sempre vou sentir saudades.
Eu acho que se hoje as coisas não são como antes é porque é só uma pausa que a vida tá fazendo. Ainda prefiro acreditar que tudo vai voltar ao normal e que ela vai voltar a fazer parte da minha rotina. Quantas vezes eu não pensei em pegar o telefone e ligar, só pra ouvir a voz dela, saber como está, o que tá fazendo, como anda a faculdade, como anda tudo. Day é a pessoa que entrou na minha vida por acaso e se afastou por acaso também, mas eu sempre, sempre, sempre vou lembrar, e sempre vou torcer pra que ela volte. E sempre vou torcer pro bem dela. 



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dust ways

Minha cabeça tá muito cheia hoje e acho que deveria escrever. Ao contrário da maioria das vezes que faço isso, hoje não vou colocar música nenhuma porque quero me ouvir.
Parece que a cada final de semestre é frequente a confusão de possibilidades que a vida me oferece. De uns 2 anos pra cá de 6 em 6 meses me pego nessa de não saber o que fazer. Se eu posso mudar ou deixar as coisas como estão, sei lá. Isso deveria ser ótimo pra mim mas me deprime pra caralho.
Finalmente passei pro sétimo período de arquitetura. Tudo bem que pra quem era pra estar indo pro décimo eu não deveria dizer finalmente, mas até que fiquei feliz. De verdade, tudo o que eu quero pensar é que tá acabando, que tá passando rápido apesar dos pesares, e que já já essa fase (que era pra ser ótima) tá se concluindo. Mas no final do dia só eu me pergunto se é isso que eu quero, se eu tô fazendo o certo, se eu devo continuar num lugar que me angustia, se vale a pena o esforço pra terminar algo que eu já perdi o tesão faz tempo. O dilema em si seria fácil de responder se eu soubesse me ouvir. Já que pra variar eu tô insatisfeito com a minha vida mesmo fazendo tudo como deve ser feito, o que eu quero afinal?
Tive duas conversas muito boas nessas semanas. Uma foi com uma menina que eu paquerava esse ano da minha sala mas que nunca parti pra approach algum. Era quase meio platônico. Ela vai voltar pro estado dela e transferir a faculdade. Quando ela veio me contar eu disse a ela sobre a minha péssima experiência de transferência pra Blumenau e tudo mais. Fui arrebatado com os seguintes dizeres, mais ou menos assim: "Dan, eu andei conversando muito com o Gui e ele vive dizendo pra mim que arquiteto tem que ser auto-didata. Tem que ler, tem que pesquisar, tem que conhecer o trabalho de todo mundo, tem que ser virar além da faculdade, por mais louco que isso pareça. Se minha grade ficar bagunçada, não tem problema. E uma coisa eu já decidi, vou fazer tudo por mim mesma, o máximo de trabalhos que eu conseguir não fazer em grupo melhor, porque esse (assim como é pra você) é uma das coisas que mais me brocham no curso. E se eu tiver que começar tudo de novo, os cinco anos do zero, eu vou. Não adianta nada eu estar numa faculdade que não me acrescenta muito só pra eu conseguir um diploma, se depois eu levar anos pra me tornar uma boa profissional. Prefiro recomeçar do zero e sair formada capaz de produzir do que pegar um diploma já já e quebrar a cara depois." Resumidamente, uma flecha acertou meu peito.
Isso fez muito sentido pra mim. Eu penso sempre que talvez minha frustração com arquitetura seja a universidade que eu estudo, já que honestamente não me oferece nada. E como eu não me vejo fazendo outra coisa, não sei o que fazer a não ser isso, mudar outra vez poderia ser bom pra mim sim. Não é ruim eu querer estar num ambiente que me ofereça qualidade pra crescer. Poxa, eu quero ter tesão de novo, quero ter vontade de estudar, eu gosto pra caralho de aprender, tem ainda alguma faísca de paixão pela profissão que eu escolhi logo que entrei nessa. Ver tantos amigos se formando e orgulhosos pelos seus 10, 9,5 no TFG me dá um pouco de inveja porque sei que eles são realmente apaixonados pelo que fizeram. Quero acreditar que não estou me forçando a gostar de algo, mas às vezes fico meio descrente..
A outra conversa boa que eu tive foi com a Laura, que sempre abre minha cabeça pras coisas. Ela me recomendou fazer uma lista de tudo o que eu gosto de fazer, e depois anotar com os mínimos detalhes aonde eu quero estar e como eu quero ser em 5 anos. Preciso - muito - criar metas. Meu pai vive me dizendo isso, que eu não tenho objetivo nenhum, e não tenho mesmo, ele tá certo. Mas não tenho porque não sei o que querer.
Ainda não parei pra fazer essa lista, agora nas férias preciso pegar papel e caneta e trabalhar nisso. Brevemente, acho que em 5 anos eu quero acima de tudo estar formado, morando sozinho, ter pelo menos meu carro, morando ou em Curitiba, ou em São Paulo ou em Balneário, e não quero estar rico, mas quero poder não me preocupar com coisas bobas como ir no McDonald's depois do trabalho. Quero ver uma camiseta no shopping, entrar na loja e comprar, sem ressentimento, sem lembrar que minha conta tá no negativo. Eu sei que cada um tem seu tempo pra ter independência financeira, mas eu queria ela logo. Só que eu não movo uma palha pra isso, e é mais um ponto que preciso mudar. Não movo uma palha porque estou acomodado, e estou acomodado porque não sei o que fazer. Uma coisa puxando a outra e no final das contas eu não saio do lugar.
Não sei se o que eu mereço é uns tapas ou rédea curta, como meu melhor amigo diz. Hoje eu faço tudo certinho, trabalho, não reprovei em nenhuma matéria, não dou trabalho em casa. Posso ser meio gastadeiro e irresponsável quando se trata de dinheiro, mas quem na minha idade não é, né?
Essa coisa de futuro sempre me detona. Não tenho mais o que escrever sobre isso.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Acordar e ver e esse sol lindo. Pular na piscina pra tirar o calor do meu corpo e passar uns bons minutos debaixo d'água. Eu acho que sou muito aquático. Depois de sentir ela em mim, tiro minha roupa, deito no chão, sinto o sol mais um pouquinho e entro em casa pra tomar um gole de café. Antes de começar o dia, deito ainda sem roupa na minha cama e olho pra cima: ACORDA, diz ali. Não sei o que eu quero mais.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

frenesi

Beleza, vou entrar nessa de ir escrevendo o que tá passando na minha cabeça sem me preocupar muito se tá legal ou se eu tô escrevendo bem e gramática concordância etc porque me parece mais honesto na verdade né.
Eu não sei da onde eu crio esses entraves na minha vida quando tá tudo bem, tudo certinho, tudo caminhando do jeito que "tem" que ser. Tô levando a vidinha de rotina finalmente depois de um bom tempo de bagunça né. Nos eixos. Daí de uma hora pra outra eu começo a me coçar inteiro pra romper com tudo isso, surge uma insatisfação louca não sei da onde e eu começo a me desesperar pra querer fazer alguma coisa diferente. Voltei a "desenhar". Quando começo a ficar nessa coceira maluca pego o caderninho e a caneta e uns rabiscos brotam, nada demais, bobeirinha, mas é justamente isso que dá uma distraída. Próximo passo é voltar a ler, meu cérebro tá muito atrofiado com tanta rede social e pouco conhecimento de verdade entrando nele. Sei lá cara, eu preciso evoluir de alguma forma, preciso melhorar mais e mais e se eu não sei ainda como fazer isso, vou entrando nessa de fazer coisas diferentes do que eu tô acostumado. Andei pensando nas coisas que eu gosto de fazer de verdade assim de forma meio aleatória, não anotei nada, mas de cabeça agora me consta: desenhar mal, fotografar descompromissadamente (menos quando no passeio digo "ei, vamo tirar uma foto pro instagram!") e escrever desse jeito meio cru mesmo. E se tratando de escrita, eu queria muito muito mesmo começar a levar isso mais à sério e estudar. Vi até uns cursos de escrita livre em sp nas férias que eu queria muito fazer, vamo ver se meu pai me financia nessa. Agora entro em outra coisa, preciso descobrir coisas novas que eu queira experimentar e ver se eu sou bom nelas e se eu não for bom mas gostar delas mesmo assim ir me aperfeiçoando para aí ficar bom. Me liguei num negócio, tem muita muita coisa que eu não fiz ainda mas é de extrema importância que eu faça. E é de extrema importância que eu faça justamente porque a vida tá aí pra eu conhecer e experimentar de um absolutamente tudo o que ela tem a me oferecer, e às vezes eu paro e penso que poxa, esse tempo que eu tô aqui e na idade que eu tô, eu preciso fazer mais do que ir pra faculdade (porque estudar o que a faculdade tem pra me passar eu já desisti faz um bom tempo), trabalhar, ir pra academia, beber no final de semana e bater punheta durante ela. Por mais que eu tenha muita história pra contar de finais de semana e algumas viagens por aí, no geral meus vinte e poucos tão bem chatinhos e poxa não é ruim eu querer reverter essa situação. E de verdade não tô me importando muito mais com o que é certo ou errado, ando mais honesto comigo mesmo e aceitando o que eu sinto e acreditando no que eu quero. Se alguém vem e me diz "mas meu, não é assim, você tem que parar com isso, leva a sério essas oportunidades que você tem, você é privilegiado blablabla" e eu não concordo, não quero mais me pilhar em achar que eu tô sendo errado e fazendo as coisas erradas, sendo mimado ou infantil. Se eu não concordo com algo não posso me deixar influenciar pelo que julgam ser o certo. Só eu sei o que é certo pra mim porque só eu sei do que eu sinto. No final do dia sou eu que choro, sou eu que me agonio e isso não é motivo ou falta de uns socos no estômago porque isso eu já levo de tempos em tempos.
Se eu sou ingênuo desse jeito, se eu sou simples, se eu sou infantil ou se eu não largo o celular, se eu gosto de editar uma foto no snapseed pra postar no facebook, se eu fico querendo trepar quando tô bêbado mas quero namorar quando tô sóbrio, se eu me apaixono por gente que mal conheço, ou por gente que nem conheço, se eu não gosto do que eu estudo, se eu não sei o que eu quero da vida, se eu insisto em querer sair de casa e não tenho nenhuma meta nenhum plano pra que isso aconteça, se eu pareço louco por ser tão perdido e se enquanto eu tô escrevendo freneticamente isso tudo e as lágrimas que caem dos meus olhos pingam no meu peito é porque felizmente ou não, esse sou eu. E hoje, acima de qualquer outro dia que eu já vivi, eu me aceito. E se por volta e meia eu digo que preciso e quero mudar não é que eu quero me mudar, eu quero evoluir, crescer e me melhorar mas continuar quem eu sou. E eu sei lá, gosto de mim, gosto das minhas maluquices, gosto de ser meio inconsequente e impulsivo e sei que pra boa parte das pessoas isso não é visto com bons olhos mas eu não quero mais lidar com gente fechada.
Acho que daqui pra frente é imprescindível que eu saiba lidar com as pessoas do jeito que elas são e aproveitar elas ao máximo. Nossa, parei um segundo pra respirar e responder no whatsapp e perdi totalmente a (as) linha (linhas) de raciocínio. Não sei se fez muito sentido o que eu escrevi mas enfim, agora eu tenho que tomar banho e ir pro estágio.
Pelo menos tô mais leve!

Troca

Pega na minha mão e me arrasta pelo mundo. Vamo sair por aí com o coração cheio de expectativas pelo que vai vir e uma garrafa de bebida barata na mão. Se o presente não nos agrada, qual é o sentido disso tudo então? Me leva pra correr na areia, na estrada, no campo, me leva pra correr por um caminho sem volta. Eu não quero olhar pra trás. A cada batida desse violão eu fico mais acelerado, meus olhos mais úmidos e meu corpo mais leve. Vem me ensinar mil coisas que eu não sei, juro que eu tento compensar de alguma forma. Porque eu quero saber de cada coisa que tu sabe, cada detalhe da sua vida me interessa e a gente tem muito o que conversar. Vamo viajar! Vamo beber! Vamo trocar umas palavras, vamo trocar umas experiências aí, aproveitar essa juventude que tá voando antes que seja tarde. Te puxo pelo braço se você quase cair, eu tô aqui pra te ajudar! Chega de mentir pra mim mesmo, senta aqui, vamo tagarelar um pouco mais.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Nessa noite de hoje eu já cochilei, já li, já ouvi, já pensei e já chorei. Queria saber me expressar melhor e traduzir nas palavras o que eu sinto agora, mas acho que a exaustão decorrente dos últimos dias de pecador não vão deixar meu cérebro trabalhar direito. Se amanhã eu ainda estiver desse jeito, alivio esse aperto, mas se uma boa noite de sono for suficiente pra me acalmar eu não queria que meus pensamentos ficassem no esquecimento. Se eu ler isso aqui daqui alguns dias vou me lembrar.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Been a while since I felt this way about someone, I'd really really like to know you, more

And I will open my heartAnd I will only for you

terça-feira, 5 de novembro de 2013

1 de novembro

Os dias na faculdade não estão dos melhores, então já sabia que iria sentar na cadeira, olhar pro nada até umas 9 e pouco, levantar e ir pra casa. Pra minha surpresa, lembrei que tinha colocado na mochila meu livro favorito, num plano de ler ele esse ano já que tava tudo uma merda e ele sempre me dá um ânimo pra viver. Comecei lendo bem tranquilamente, até que logo nas primeiras páginas algumas passagens que sempre me causam um baque ao ler ativaram alguma parte adormecida no meu coração. Sempre que volto a ler On The Road acontece isso. Me sinto livre mais uma vez e me reencontro com o meu eu de anos atrás.
Quase instantaneamente as lágrimas caíram e eu nem liguei pro bando de pessoas que mal olho na cara diariamente ao meu redor. Limpei meus olhos mas meu batimento cardíaco tava acelerado. Entrei na vibe.
Eu tenho plena consciência que meu instinto aventureiro de largar tudo por aí e pegar estrada têm sua essência nesse livro e eu sou tremendamente influenciado por ele. Tenho noção também do quão fora da realidade essa ideia está e da minha total falta de coragem pra dizer adeus e só ir em frente. O que eu não consigo entender é o por quê disso ser tão atraente pra mim e por que eu sou tão insatisfeito com qualquer situação mais cômoda e rotineira em que eu me encontre. Tô fazendo tudo certinho: trampando, estudando, controlando os meus gastos (na medida do possível - vejo meu saldo no banco sempre e esse é um bom começo), levando a vidinha que em 2011 me cansou e me fez mudar pro sul do país (e voltar pra casa com o rabinho entre as pernas). Se a vida certinha, se o fazer o que tem que ser feito, hoje, não me dá prazer e alegria alguma, quando dará? E se essa vida regrada e correta não me agrada, por que me falta coragem pra fazer diferente?
Talvez a questão seja eu saber o que quero pra mim. Já que não sei, vou levando. E já que não gosto do que vou levando, a melhor alternativa sempre parece abandonar tudo e fugir. Nesse vai não vai, acabo ficando no mesmo lugar.
Depois de secar minhas lágrimas na aula e ainda com o livro aberto, olhei pro professor e ele parecia já estar colocando presença na lista de chamada. Digo parecia porque não tenho certeza. Não titubeei, acreditei no incerto, peguei minhas coisas e corri pra longe daquele lugar que eu odeio. No caminho até o carro, mais choro. Passando pelo bar lotado de alunos relapsos, me perguntei o que eu tava fazendo no meio disso tudo. Continuei andando, liguei o carro, liguei o som no último, e nessa mistura de lágrima, música alta, minha gritaria saindo da garganta como nunca e meio sem motivo, desviava de todo e qualquer carro lerdo na estrada sem pensar duas vezes e por sorte não sofri nenhum acidente. Cheguei em casa ainda acelerado e minha mãe me dá uma bronca por pegar o carro em um dia que meu pai ia usá-lo. Cortou minha onda. E como se não bastasse, fiz as contas de cabeça e percebi que se o professor não estava fazendo chamada, eu já estava essa hora reprovado por falta em tecnologia b.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

It hurts to know that the distance didn't make you forget him as it did you forget me. Go for him, stay with him, be with him. You are growing up my dear.

domingo, 13 de outubro de 2013

bad stereotype, wrong way of life

(já faz um tempo)

Parece que pouco mais de um ano pra cá eu mudei do avesso e virei esse cara que gosta tanto de se divertir que possa ser que não me levem nem um pouco à sério por causa disso. Não que acho errado, mas entendo. A gente gosta de julgar mesmo, só que cada um é cada um né.
Sinto uma baita satisfação estando entre amigos, tomando minha cerveja, fumando meu cigarrinho, dando risada, encarando todo mundo, paquerando por aí, dando uns beijinho ali, levando pra casa outro dia, acordando de ressaca e prometendo: "Vou parar de meter o louco assim." E rindo, rindo, com essa sensação de que eu tô aproveitando o lado bom da vida quase sempre ao máximo.
A verdade é que essa filosofia do meter o louco lifestyle virou uma coisa que enraizou na minha cabeça e na de vários amigos meus. A gente só diz "vamo mete o loco" e é isso, as merdas acontecem e no final das contas é sempre risada e muitas horas de conversa no dia seguinte. Me sinto vivo assim, vivendo.
Só que tem aquela parte de mim que fica triste demais com isso tudo. Já aceitei minha realidade e personalidade há um bom tempo já, mas o Daniel que adormece não concorda com muita coisa que eu faço.
Não é transtorno bipolar. Eu sempre fui, mesmo nos tempos do colégio, um moleque que sofre, sofre, sofre, chora, e sofre mais um pouco. Uma moça. Gosto de me apaixonar, de ficar com a menina na cabeça o tempo inteiro, de procurar, chamar pra sair, ficar ansioso pra ver, essas coisas, não só da parte sexual, nunca fui de ligar tanto pra isso como hoje ligo. É de mim ser romântico e carente ao mesmo tempo. Já faz tempo que eu não fico com ninguém sério e meu último namoro eu tinha 18 anos. De lá pra cá, além de muita coisa ter acontecido e mudado, me tornei meio arrogante e seletivo. Menos pro sexo.
Na minha cabeça agora não vale a pena cair de amores por alguém que não seja 100% perfeito pra mim. Isso é meu cérebro que diz, acho. Já deixei passar algumas boas oportunidades ou porque não soube o que fazer, ou porque não me empenhei por causa dessa mentalidade. Se antes eu sofria sofria por conta dos romancezinhos, hoje sofro sofro por não ter mais nenhum.
E eu quero ter ué. Mas tô tirando esse perfeccionismo amoroso pouco a pouco e já ando mais aberto pra muita coisa. Tomei conta de que não sou esse homem especial que merece o melhor do melhor, eu quero alguém real, só isso me basta. Idealizo tanto aquele amor Sofia Serrano só que loira, inteligente, carinhosa e ingênua mas ela não existe, ninguém é perfeito. E eu quero alguém comum agora. Alguém que trabalhe, estude, tenha a vidinha que todo mundo nos 20 tem, saiba conversar e goste de mim. E goste de cerveja.
Quanto mais ansioso fico, caçando namoros, paqueras por aí, querendo uma companhia e não uma fodinha, menos encontro. E nunca nada vai pra frente, nada desenvolve de um jeito legal. Entro na seguinte questão: será que eu sou tão não-namorável assim? Aí eu penso que, com certeza, quem me levaria à sério enquanto eu falo tanta bobagem por aí, meto o louco nos finais de semana, fico carentão e bobo em redes sociais, e sou chato chato chato pra caralho, meio vazio até, superficialzinho, sei lá. Acho que não muitas pessoas ou só gente que não presta. Vai ver eu não presto mais, né.
Não sei se isso é o que chamam de imagem ou reputação, baixa auto-estima, whatever, só que se eu cheguei num ponto em que me olhando de fora eu não me acho mais interessante, quem achará? E na verdade, como é ser interessante hoje? Fico perdido e acabo só sendo ou não sendo eu mesmo
Enquanto minha ansiedade só aumenta junto com essa mistura conhecida de aperto com solidão, eu me distraio e caço atenção negativa por aí, o que é completamente desnecessário. Tenho que parar e levar uns socos na cara, sossegar essa pica e só continuar na rotina, fazendo o que tem que ser feito e deixar essas bobeiras de lado. O foda é ter foco, alguém sabe aonde compra?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

I'm gonna see that I'll go far

Achando esquisito demais ter aberto clicado ali nos favoritos em Several Hours e ver que não escrevi nada em agosto inteiro. Esse mês longo e tumultuado foi foda.
Tive muito tempo pra aceitar e decidir sobre muita coisa e cheguei a uma única conclusão sobre tudo: gosto da direção que a minha vida está seguindo.
Claro que tem coisas que não mudam né, sempre reclamo da faculdade e penso em largar o curso todo o dia, mas reclamar é uma coisa, fazer é outra, e essa é uma questão bem definida. Vou me formar e ser arquiteto sim.
Aliás tô com vários projetos de várias alternativas pro futuro na minha cabeça! E é muito bom isso, porque finalmente caiu a ficha de que eu posso sim fazer o que eu quiser, só tenho que correr atrás. Se mesmo depois de graduado e pós-graduado eu sacar que não vou me satisfazer na profissão, se eu não conseguir um emprego na FG em Balneário ou na Thá em Curitiba, ahh cara, eu recomeço tudo de novo e invento algo pra fazer. Parado eu não fico mais.
Percebi que eu gosto de trabalhar. Cada dia no estágio eu aprendo um negócio diferente e o ambiente é bem gostoso, as horas voam e me sentir útil me faz muito bem. Quando chego na faculdade ainda dou umas escapadas pro bar ao invés de ir pra aula, mas esses dias apresentei sozinho um estudo de caso direto com o professor que eu mais odeio e pra minha surpresa - chorem - não fiquei nervoso, não tremi, não caguejei e ainda consegui justificar cada ponto de vista que eu tive sobre o projeto. Será que eu tô crescendo?
É meio engraçado até ver que hoje em dia minhas preocupações são outras e que infelizmente ou felizmente eu cedi, sim, ao crescer. Houve um tempo que eu renegava absolutamente tudo o que faço hoje: trabalho, universidade, trabalho, rotina, ser adulto, blablabla. Sempre achei uma chatice e imaginava que a vida era muito mais prazerosa se a gente só aproveitasse o momento e soubesse passar por cada dia bem intensamente, stress do dia-a-dia de trabalho não poderia ser certo. Só que a gente acorda e precisa de dinheiro. E pra ter dinheiro a gente precisa ser responsável. Depois de uma maratona de sei lá, 8 semanas saindo sexta/sábado/domingo, sosseguei, ando ficando muito em casa, fazendo meus trabalhos e saio só pra tomar uma cerveja ou outra com poucos amigos. Não que eu goste muito disso mas é que a grana que eu ganho é pouca mesmo.
Finalmente aceitei que não dá pra eu querer ter tudo ao mesmo tempo e que se um dia eu quero acordar numa cobertura na Av. Atlãntica eu tenho que começar de baixo, e é justamente o que eu tô fazendo. Ser estagiário e pior, ser estagiário em Guararema pode não pagar a melhor grana do mundo mas é um começo. No final das contas eu vou ser grato por tudo e dar valor a tudo o que eu conquistar porque foi com muito esforço, não do esforço de papai. O que eu mais quero mesmo é depender cada vez menos dele, já que ano passado o plano vida nova em Blumenau eu fiz questão de arruinar.
Sem brincadeira, chego a sorrir e pensar em como minhas preocupações são outras e ando dando importância a outras coisas que não imaginava que daria. E da mesma forma me alivia muito deixar de lado coisas e pessoas que me faziam mal, me impediam de evoluir e hoje não fazem falta. Tenho tanta coisa importante pra me preocupar e correr atrás que parece que qualquer bobeirinha infantil que eu veja por aí já é tão distante da minha própria realidade que não consigo sentir nada além de alívio por não fazer parte disso tudo mais. Se a minha vida mudou, se eu mudei, nada que me faça tropeçar e cair do cavalo ou vou aceitar mais.
Gosto da euforia no meu peito de querer fazer tanta coisa e do bom-senso que ando criando em mim com relação a cada decisão minha. Já que o momento de transformar o que eu sonho pra mim e planos, pra que um dia eles sejam concretos, não dá pra ter outra coisa além daquilo lá, que é a palavra do mundo corporativo né? Vamos acompanhar e ver até onde eu posso chegar.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Blessed


Parece que quando você acha que tá na maior merda da vida e não tem a menor chance de você conseguir levantar do fundo do poço, surge sei lá um anjo que te dá uns tapas na cara e te faz acordar pra realidade.
Tirando a parte do anjo, acho que fui eu mesmo quem me dei uns tapas.
Esse mês de julho que termina hoje foi um período nada menos que de afirmações. É esquisito parar e abrir o live writer pra escrever quando não tô triste, mas é bom escrever isso: tô muito feliz. Tô em paz. Tá tudo bem. Não tenho do que reclamar não.
Corri atrás e descolei um estágio bacana, que não paga lá aquelas coisas mas o lugar é legal, minha chefe é ótima e eu vou de bicicleta trabalhar. Voltei pra academia e isso tá me fazendo um bem danado. Aceitei que por mais que eu odeie arquitetura vou terminar essa porra e deu, não quero mais me distrair. Além do mais, não é a faculdade que pode me impedir de fazer as coisas que eu quero, né?
Em casa meu relacionamento com os meus pais tá bem legal, tive uma conversa séria com eles e agora parece que eles sabem que não adianta tentar me prender ou ficar se incomodando quando eu não tô em casa porque eu não faço nada de errado e me desculpe já tô velho né? As tretinhas agora são só por causa do carro (e isso é algo que tem que mudar em breve). Tô planejando ainda contar uma coisinha pra eles mas ainda não é o momento, isso com certeza vai deixar tudo na merda de novo mas sei lá, tô a fim de agitar essa casa também.
Nesse meio tempo coloquei tantos pingos nos is e pensei tanto em tanta coisa diferente que não sei explicar muito bem. Muita confusão da minha cabeça e do meu dia-a-dia eu deixei de lado e resolvi filtrar tudo o que chega até mim pra só receber coisas boas. Assim consigo praticar coisas boas também. Eu sou desses que acredita muito em energia e eu tô preferindo evitar as negativas.
E pra me deixar mais leve, nada melhor do que ter consciência tranquila sobre quem você é, do que faz e do teu caráter. E eu, hoje em dia, só mudaria em mim essas espinhas que brotam de vez em quando dando um alô da adolescência. De resto, tô bem feliz comigo mesmo e não pretendo ser diferente não.
Como consequência dessa série de mudanças acabei me afastando de algumas pessoas, mas não foi por mal! Claro, tem gente que não me fazia bem e eu só deixei ali de escanteio, vou sempre fazer isso com quem eu vejo que não me acrescenta nada de bom. Mas têm também aquelas pessoas que o carinho é o mesmo de anos, o problema é que a vida é imprevisível e leva a gente pra caminhos não-traçados, com isso a gente acaba indo mais longe do que uns e outros, não por mal, por querer, é só a vida. E por menor que seja o contato que eu tenho com muita gente que eu era mais próximo, sempre vou querer bem da mesma forma. Esse é um problema quando você conhece, gosta, tá aberto e mantém uma relação de amizade com muitas pessoas: nem sempre consegue dar atenção suficiente a todo mundo que gostaria. Fazer o quê.
Já os que estão comigo bem de pertinho eu não poderia ter melhores. Têm horas que eu acho que não mereço o amor e carinho das poucas pessoas que convivem e sabem da minha vida realmente. Eu sou profundamente grato pelo melhor amigo que eu tenho, é o cara que eu mais confio e que eu amo. Não é à toa que as pessoas entram na sua vida e eu acho que ele surgiu pra me ajudar em muita coisa e eu ajudar ele também. Ele é meu irmão que não é de sangue, mas de coração. Os outros que também são muito ligados a mim também. Não poderia pedir por melhores vidas vivendo comigo. E eu espero que só continue conservando essas amizades e construindo muita coisa legal porque quando eu fico amigo de alguém eu fico 100%. Amigo é pra vida toda.
A melhor parte dessa fase positive vibrations que eu tô passando é que meu coração tá tão limpo e bem e livre de aperto hahaha. Não tô apaixonadinho por ninguém, minha confusão de sentimento que vem de tempos em tempos tá sossegada, e por mais que a carência bata de vez em quando, não tô sendo o maluco procurando namorada ou alguém só pra pegar não. Tô mais focado no meu trampo e evitando distrações. Mas já já aparece uma pra me dar dor de cabeça e me deixar sem dormir, né? Quando tá tudo bem alguma merda surge pra foder com tudo. Vamos acompanhar.
É bom até escrever sobre como tô em paz e como a vida tá boa. Quando eu voltar daqui um tempo pra ver por tudo o que eu passei não vai ter só tristeza e amor não-correspondido.
E que Deus me guie né.

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                                                                   fill your heart with joy

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Eu não devia me importar

Tô aqui lacrimejando de um jeito tão bobo que só não tô me sentindo mais patético porque sei que já fiz pior. Acabei de ver o álbum inteiro no facebook de uma menina que fazia tanto parte da minha vida há sei lá um ano atrás e fiquei angustiado de perceber como a gente perdeu completamente o contato em tão pouco tempo. Não sei se é ridículo mas eu dou tanta importância pras outras pessoas, me preocupo, procuro, quero saber se tá tudo bem, se não tiver no que eu posso ajudar, sempre quero que todo mundo esteja bem. Daí do nada vem a vida que arremessa todas as memórias que você tinha de alguém pra dentro de um baú, e quando você abre ele fica assim, chorandinho, com esse aperto no peito estranho, a aranha apertando seu coração. É difícil acreditar em como alguns meses só mudam sua vida totalmente. Na real como você muda sua própria vida totalmente em alguns meses, porque tudo que acontece nela é fruto das suas próprias decisões.
Como as minhas decisões mudaram tanto a minha vida e me afastaram de tanta gente em tão pouco tempo, e agora aqui, nessa hipocrisia meio encabulada, lacrimejo dando importância a lembranças que eu mesmo quis deixar pra lá.

quarta-feira, 3 de julho de 2013


Se o tempo vai passando e pra ti não sou ninguém, meu bem, suma de vez.
Que o teu silêncio te guarde muito bem de mim.
Que o teu silêncio te guarde muito bem.
Não vou lutar pelo impossível, vou deixar pra lá – só pra variar.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

trick or treat


Tô ficando acostumado com essa história de ter que decidir tudo de novo a cada final de semestre. Novamente tenho um leque de possibilidades e mil opções de escolha pra definir aquilo que eu nunca consegui determinar bem: o meu futuro.
De um lado eu caio naquela tentação de mais uma vez poder abandonar tudo e correr atrás do que eu realmente “gosto” e quero fazer. Do outro uma vozinha séria diz pra eu sossegar o rabo e continuar fazendo tudo certinho como estou, mesmo odiando. “Só por mais alguns anos” e é verdade, o tempo tá passando bem rápido, são só mais alguns anos mesmo. Só não sei se vale o sacrifício.
A diferença é que o eu de hoje entende que só consigo mudar o andar da carruagem se eu correr atrás de muita coisa. Não adianta eu me apoiar num suporte familiar e esperar que depois de uma ou duas atitudes tudo vá cair do céu. Se eu não estiver determinado 100% nada funciona pra mim. E é difícil isso acontecer.
Eu poderia largar o mundo que eu tô acostumado mais uma vez e me aventurar por aí, e todo dia eu penso nisso. O foda é o medo que eu sinto de tudo dar errado mais uma vez, de eu me machucar mais uma vez e não conseguir levantar de novo não. Não ia conseguir.
Sempre fui de trocar o certo pelo duvidoso e apostar todas minhas fichas em jogo certo de azar, às vezes tive sorte, mas nem sempre. Fico nessa brincando de testar a vida e uma hora ela se cansa de ser testada me dando um belo soco na cara (mais de um).
Pode ser só tentação mais uma vez mas pode ser também a última chance de mudar pra valer. Como eu faço pra parar e seguir o caminho do que eu quero ou o caminho que eu já tô seguindo? Aventura ou comodismo, prazer ou obrigação, instabilidade ou estabilidade? Que saco. Não quero mais ser esse cara confuso e indeciso.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A gente vive gerando conteúdo de nós mesmos por aí pra que os outros criem toda uma imagem nossa no âmbito virtual e esquece que o real, o ao vivo, é o que conta.
Não sei mais se gosto da ideia de ficar recusando quem não conheço no facebook, de seguir de volta no instagram só porque as fotos são bonitas, ler uma meia dúzia de tweets e reparar bem nas tagged pictures, caçar o tumblr se tiver e tentar enxergar o que há “por dentro”.
Faço parte de uma turminha que aprendeu a conhecer pessoas com base em redes sociais e ando de saco cheio disso. Não é mais honesto conhecer alguém pelo que ela é e não pelo que ela posta, pelo que ela quer que leiam/vejam?
Por isso ando meio descrente. Descrente e apegado, porque passo a gostar muito mais de quem eu já conheço por dentro e deixo de escanteio muita gente que poderia ser bem legal, mas no contexto da internet não me agrada.
Eu tinha que me desligar um pouco disso aqui e ter mais cara-a-cara, tem horas que eu me aborreço por bobeira só porque li algo, vi alguma foto, fui ignorado, sei lá, tanta coisa mais importante e acabo desviando minha atenção.
Só não sei como ficar off com tanto amor longe de mim.

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Eu queria ter feito semana passada todo um post político pra daqui uns anos lembrar dessa pontinha de preocupação com o país que finalmente brotou no meu peito mas como desacelerei e acho que tudo virou um grande carnis, vou só postar umas fotos mesmo.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

messy hair short terms

you’re the one i’ll never have, the one I try not to hold, the one I wanna keep forever but I know I’ll have to let you go. please remember everyday that what I feel won’t go away, whenever you want me I’m gonna stay. I might be nuts, but what if I’m not? are you my friend or am I wrong?
would you kiss me once in this life? I wouldn’t mind.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A sweet and painful dream


We were at your beach house but it was winter. In the late night, after drinking a little, we decided to sleep - and to share the same bed. I was only on my underware because I sleep like this, you too. But that’s ok.
I actually had no intentions at all, I was kind of sleepy. I turned my back and closed my eyes, ready to dream when I felt your hands sliding through my waist and stopping at my tummy. I asked "What is going on?" and you said "I feel so cold". That was ok. I didnt see a problem. We hugged each other to sleep because you were cold. But then you started to cuddle me, your hand was in my hair and you were hugging me closer. I didnt ask what was going on this time. I've let myself go, even knowing I would get hurt, even knowing everything would be destroied after this. You kind of knew this too and you kind of know what I feel now.
You started playing with my heart, with my mouth and my body, and I did anything to stop.
It was the end of us.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Liar

 

 

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today has been one of the worst days of my life and i’ve never felt so bad. feeling terrible.

domingo, 9 de junho de 2013

Spider

Passei o final de semana em Minas e no caminho de volta meus pais e os amigos deles que foram conosco decidiram parar numa vendinha pra comprar queijo e doce de leite. Não me sentia muito bem desde a noite turbulenta de ontem e nem dei bola pras delícias, fiquei sentado num banco do lado de fora olhando os carros passarem na estrada. Foi então que a Joanna (uma intercambista alemã que mora na minha cidade, já morou na minha casa, acho que nunca escrevi dessa galera aqui) sentou do meu lado e perguntou:
- Why are you here? (a gente só se fala em inglês porque sim)
- I don’t know I just have this bad feeling
- What feeling?
- The feeling that something really bad is going to happen
- Oh God, I know what is like. It’s the worst feeling ever.
- You do?
- Yes. When I was younger I used to say that there was a spider in my heart when I was feeling this. There’s a black spider in your heart that makes you feel like this. When I was younger I used to ask my dad to hug me so hard that I couldn’t breathe so the spider would die, and it always died. But now, the spiders are so big that hugs don’t kill them anymore. It is the worst feeling ever, when you have the black spiders.
Essa foi uma das melhores conversas que eu já tive com alguém e eu e a Jojo sempre falamos coisas assim. Ela sempre me surpreende com alguma coisa doce e inocente. É esse tipo de pessoa que eu quero perto de mim a vida toda, o que chega e me diz que o aperto que eu sinto e o pressentimento ruim que me aparece às vezes é porque uma aranha preta tá no meu coração. E que talvez um abraço apertado bem forte pode matar ela, mas se ela já estiver muito grande, ela resiste e não morre tão fácil.
O que eu faço se abraço não mata a aranha que aperta meu coração?
-

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Naive again


Fico um pouco preocupado com o caminhar das coisas. Não tenho do que reclamar da vida quando finalmente ela está nos eixos, nos trilhos, mas né, lá vou eu.
Nada me surpreende mais. Absolutamente nada. Tudo virou tão comum, tão banal, tão cinzento. Não consigo me lembrar da última coisa que eu fiz algo pela primeira vez. E não consigo me lembrar de quando coisas que eu julgava tão honestas e puras pra mim tocaram meu coração.
Eu já fui desses que só deitava na grama e passava horas olhando pro céu e me arrepiava. Quando eu caminhava pela cidade por aí e o verde era tão bonito que eu só parava e pensava “caralho, que lindo”. E se quanto mais a gente cresce menos inocente a gente fica?
Não digo no sentido sexual. Se bem que até o sexo – que antigamente era uma parte da vida tão genial e excitante – caiu na mesmice. Sempre sei como fazer, o que fazer, quando fazer, enlouqueço, é massa e tal mas e aí? Cabô, já era, hora do cigarro.
Quando eu tinha uns 16 comprava lucky strike e fumava no pomar era tão legal porque era proibido, hoje é só um péssimo hábito que eu vivo tentando me livrar.
Queria poder sentir de novo o que eu sentia quando ouvi o primeiro álbum do Belle and Sebastian que eu comprei, quando baixei More Adventurous do Rilo Kiley e mal conseguia respirar, ou quando vi Vanilla Sky pela primeira vez, Le Faboulex Destin D’Amelie Poulain, The Dreamers, Christianne F. e como eu chorava chorava. Na ira e angústia ao ler The Catcher in the Rye. Ou na confusão dos primeiros livros do Kafka. E quando eu andei de avião pela primeira vez aos 4. Primeira vez numa montanha-russa. Na primeira peça de teatro na frente da escola inteira. O nervosismo de abrir sua alma ali, pro teu amigo, e contar um puta segredo. Nervosismo também de escrever a primeira carta de amor pra primeira menina que eu amei.
Sinto falta de sentimentos assim.
Eu sentia que a vida ia sempre ser aquela maravilha de pegar minha bike velha e andar na estrada de terra em algum verão e me sentir vivo. Que a cada livro antigo que eu resolvesse ler ia me acrescentar muito, não era obrigação. Cada filme era uma coisa nova que eu aprendia. Cada amigo que eu fazia era real e não um contato. Cada beijo significava, cada cerveja era bem bebida, cada letra era um registro, cada foto uma memória, cada angústia era dividida, cada dia era o último. Quero ser ingênuo de novo.
Poxa eu quero o primeiro beijo de novo, o primeiro salário de novo, a primeira vez de novo, o primeiro porre de novo, a primeira balada de novo, a primeira viagem sozinho de novo, a primeira mudança de cidade de novo. Eu quero voltar a sentir essas coisas, e não a cada dia que passa ir repetindo trabalho/faculdade/dormir. A gente entra num círculo vicioso quando chega nos 20 e poucos em que você vive pra estudar e trabalhar e foge de tudo isso quando vai pra balada beber, “se divertir” e buscar sexo. Quando na verdade essa fuga é nada menos que outro círculo.
Mesmo os amigos mudam com o tempo, meu melhor amigo na sexta-série hoje nem me cumprimenta quando vê na rua. E meus melhores amigos do colégio (que eu amo pra caralho) mal consigo vê-los com tanta correria do dia-a-dia. Os anos foram passando, fui conhecendo tanta gente de tanto lugar que hoje tenho mais contato com gente de longe do que de perto, mesmo que o amor seja igual.
Daí uma esperança nas pessoas ainda brota quando só elas podem te salvar né. Mas nessa realidade em que um poke no facebook demostra que alguém está interessado em você, uns diazinhos trocando palavras via chat faz a outra pessoa se apaixonar por você até você enjoar dela (ou o contrário), e o ritmo de qualquer relacionamento possível ser freado pelo tédio e/ou já ter conseguido o que queria, me diz, como ser salvo? Bêbado num bar ou na pegação forte ali no canto da balada?
Quando eu paro de falar essas coisas e me observo do lado de fora até sei que pareço um pouco babaca e qualquer pessoa mais velha poderia dizer que eu ainda tenho muito o que viver mas, qual é o próximo passo? Namorar, casar, ter filhos, cria-los e envelhecer? A ideia da paternidade e do compromisso pra mim sempre vai ser o máximo que qualquer homem pode atingir na vida, mas se é algo que eu já espero e até anseio as vezes, a graça da novidade nem existe mais. O máximo que pode vir é o sentimento de missão cumprida.
Se o Daniel adulto costuma dizer que odeia adolescente, o Daniel que ainda está crescendo sente muita muita falta dessa época em que tudo era novidade, tudo era excitante, tudo emocionava. É foda ser baita sentimental assim e não conseguir sentir nada ao mesmo tempo. E quando sinto, já senti antes e sei que vou sentir depois.


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                                                                                         “take me back to the person I used to be”

terça-feira, 21 de maio de 2013

A gente sai da Zona Norte mas

Apesar de ter nascido num hospital localizado na Av. Paulista, passei boa parte da minha infância achando que a cidade que eu morava se resumia ao meu bairro. Estudava em colégio do bairro, minha família toda morava no bairro, o parque era no bairro, o hospital, o mercado, tudo. Minhas referências pra tudo vinham ou da tv, ou dos amigos, ou do rádio. Pouca coisa antes de eu me mudar de cidade eu sabia pela internet. Consequentemente passei uns 10 anos ouvindo pagodinho, radio jovem pan, vendo filmes de sessão da tarde, desenhos da globo e etc. Pra mim o meu mundo era pequeno mas sempre fui muito curioso em saber o que tinha além dele.
Eu era o nerd da geografia. Tinha uns 3 atlas, sabia a capital de todos os países de cór e tudo relacionado ao longe me atraía. Mas era aquilo que eu tinha pra saber sobre fora: livros. Hoje o google tá aí.
Logo que me mudei pro interior passei por uma transforação fudida ao entrar na pré-adolescência. Passei a negar o lugar que vivia e um sentimento paulistano maluco tomou conta de mim. Tudo e todos ao meu redor eram caipiras. Como não sentia conexão com nada próximo mais e já com acesso a internet pra sempre, passei a caçar informação que me agradava e ninguém conhecia. Ouvia as bandas que nunca se ouviu falar, via aqueles filmes europeus que (eu achava que) só eu conhecia, tinha mais amigos que moravam longe do que perto. Virei o chato cultural que renegou completamente as origens e só se interessava pelo alternativo e "cult". Cult de cu é rola.
Não nego que passei por essa fase obscura da vida chamada adolescência em que um livro x era mais importante que tudo e aquela musica desconhecida era a minha trilha sonora. Mas ainda bem que a gente cresce.
Enquanto conheço um pessoal que insiste em odiar tudo que é popular, fico feliz em ter conhecido os dois lados da moeda. Quando falo que gosto de funk não é todo mundo que acredita. "Você não tem cara que ouve Naldo". Eu tenho Naldo até no pen drive do carro. Se eu digo que o Esquenta é um dos melhores programas da TV aberta primeiro ficam em choque que eu vejo tv aberta, depois sou crucificado. Esquenta é apenas a sintese na tv de toda a cultura popular brasileira atual e, querendo ou não, esse é o país que a gente nasceu e vive.
O pagode, o samba, a novela das 9, a favela, o churrasco na laje, a bagunça, a gritaria, a muvuca, tudo isso faz parte da gente. Quem nega o que é se torna tão ignorante por imitar só o que vem de fora que acaba se tornando alienado e chato.
Acho bacana gostar de outras culturas e querer saber sobre o que acontece lá fora. O curta-metragem ucraniano da vez pode ser bem interessante realmente mas não anula a produção nacional feita no morro carioca. Nesse mundo cada vez menor que a gente vive graças a internet dá pra conhecer muita coisa gringa legal mas não é pagando de cult que te torna melhor do que o outro. Essa hipsterização cultural que diz que tudo que é incomum é maneiro coloca em segundo plano o que realmente importa e é o que tá na boca do povão.
Antes de idolatrar o filme de baixo orçamento do sudoeste asiático, você viu o capítulo da novela de ontem?

domingo, 12 de maio de 2013

Now my life is on track. I am gonna make it and not let anything distract me. Even you, but this is something so hard to avoid.
I might be still confused by this breathtaking feeling that consumes me often, but I’m pretty sure its just boredom. Boredom of love.
You may know you can have me anytime you want in this life.
I will always surrender for you.
You may know you can snap your fingers and I’ll be there for you – even knowing that this day will never come.

                                                "Cause the sweetest kiss I ever got is the one I've never tasted"

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Capricórnio


Deitadinho olhando pro meu teto vejo a folha de canson A3 colada perto da lâmpada e escrita em guache preto “ACORDA” que escrevi há pouco tempo até, tipo um mês. É bem coisa da minha mãe isso, uma época ela veio com uma onda de que eu tinha que repetir uma frase todo dia e mentalizar o futuro que eu quero pra mim, o poder da mente etc, louca do misticismo e tal, mas é bem maluco da minha parte acreditar que cada vez que eu acordo e olho pra essa palavra ACORDA em cima de mim, tenho mais ânimo pra fazer as coisas?
Do tipo “Cara, acorda pra vida”. Acho que acordei. Já não era sem tempo e tá me fazendo bem pra caralho acordar.
Quando você para e começa a determinar prioridades as coisas fluem com mais facilidade. Decidi focar completamente na faculdade (mesmo odiando ela) e no trabalho. Ficar reclamando do que eu poderia estar fazendo não me move, não me tira do lugar, e se eu quero ir pra outro lugar preciso me movimentar pra que isso aconteça. E é legal me imaginar conquistando coisas. Vendo resultado de trabalho de horas e horas. Pode até não ser a coisa mais divertida do mundo mas é o que eu sei fazer agora ué, tô estudando arquitetura pra isso. E eu quero fazer cada vez mais, ser o doidão do escritório que vai acompanhar as obras, dar palpites nos projetos e quem sabe um dia mudar a visão quadrada do meu chefe, entrar de cabeça nessa. E a consequência do meu esforço vai finalmente ser recompensada e eu quero conquistar muita coisa por aí graças a ela.
Tô me sentindo meio ridículo escrevendo tudo isso mas, como acabei de falar pra um amigo meu, resolvi encarnar o capricorniano e fazer juz ao signo que tenho.
A melhor parte dessa nova good vibe é que me ocupando penso menos em bobagem. Penso menos em zuera, em casinhos, romance, consigo focar de verdade em mim e tá sendo baita bom não me incomodar e me distrair tanto com essas coisas. Deixa eu ajeitar minha vida primeiro pra depois procurar sarna pra me coçar.
Pra alguém que até decidiu parar de fumar e está conseguindo (algo inédito), nem ando me reconhecendo.

Sabes, eres lo que quiero

Prossiga dessa forma, siga me testando, me provocando.
Eu gosto. Minha cabeça vai à mil e ela frita demais. Por um lado parece ser tão claro e tão óbvio, por outro bem errado e arriscado. Continua. Eu não vou falar uma palavra mesmo. Não vou entrar nessa de trocar o certo pelo duvidoso e acabar que, por causa da dúvida, dê com a cara no chão. Se eu cair dessa não consigo levantar.
                                                                          todo lo que espero

quarta-feira, 1 de maio de 2013

De Los Remordimientos


Pra alguém que sempre se orgulhou em dizer que nunca teve qualquer tipo de arrependimento na vida, de uns meses pra cá devo ter mudado um bocado então.
Se isso é amadurecer eu não sei, reconhecer que me arrependo de algumas coisas feitas, ditas e não ditas me soa como crescimento. Afinal, baita teenager essa atitude “só me arrependo do que não faço” e ir vivendo sem medir consequências, né. Já deu.
Parei pra contar meus arrependimentos e ao ir contabilizando eles percebi que já tenho uma boa coleção. Fui lá no passado bem passadinho (novidade) pra fazer da minha listinha a mais completa possível. E aqui estão:

1. Infelizmente ter praticado bullying contra um menino na quarta série. Ele era meio troglodita e fedia. Eu e a minha gangue convencemos quase a sala toda a evitar ele e quando ele passava a gente fazia um sinal estranho. Parei com essa idiotice quando a coordenadora nos chamou e disse que ele se sentia mal em ser excluído por nós e estava indo numa psicóloga. Acho que foi a primeira vez na vida que eu me senti um babaca completo e chorei.
2. Nesse mesmo ano eu tinha uma namoradinha. Minha primeira paixão de verdade. Num aniversário de um amigo da minha sala que foi num parque de diversões a gente foi só nós dois pra roda-gigante e eu planejei na minha cabeça por semanas como ia ser beijar essa menina. Amoleci, titubeei, e só a mão dela eu apertei.
3. Quando nos mudamos pra Guararema passei 3 meses sem falar com o meu pai por causa disso. Hoje sou eternamente grato por ter saído de São Paulo.
4. Sofri um leve bullying logo que cheguei por aqui e devia ter sido homem o suficiente pra ter socado a cara de no mínimo uns 3 moleques.
5. Fui otário anos mais tarde por optar não me envolver com o pessoal da escola pública. Mimadinho e escroto.
6. Não ter levado a sério e não ter estudado com afinco no ensino médio.
7. Ter feito do cigarro um hábito.
8. Levado uma adolescência inteira de preguiça e com zero exercício físico salvo a sagrada punheta. Hoje convivo com essa frustração corporal, baixa estatura e tento correr atrás do tempo perdido.
9. Houve um momento na adolescência que, apesar de me julgar bem atípico da maioria, achava que todas as menininhas pagavam pau pra mim. Nessa egotrip errada deixei uma menina escapar por babaquice minha. Jamais traí, mas pensei. Não dei valor e esse é o primeiro dos meus principais arrependimentos.
10. Não trabalhei e nem passou pela minha cabeça trabalhar no colegial.
11. Aquele momento decisivo e triste que eu escrevi na opção de curso pro vestibular: “Arquitetura e Urbanismo – Noturno”
12. Larguei meu primeiro emprego muito cedo. Não me empenhei o suficiente e se tivesse feito isso teria aproveitado muito mais uma grana que me fez falta.
13. Na primeira Oktoberfest que eu fui fiz uma coisa que mudou completamente a minha vida, dividiu ela em duas. Não me arrependo do que fiz, mas sim do que veio depois. Foi ali que eu passei a não conseguir controlar sentimentos mais e só comecei a me fuder. Segundo grande arrependimento dessa lista.
14. Seguindo os passos do colegial, meu histórico escolar da faculdade oscilou logo nos primeiros semestres com notas entre 6, 7 raros 8, 9 e 10. E eu ainda penso em conseguir uma bolsa pra cursar um semestre fora do país.
15. Não soube (às vezes ainda não sei) lidar quando meu carinho de amizade se tornou amor e cada detalhe passou a me confundir e eu passei a enxergar coisa aonde não tinha, sofrer por bobagem, me tornei ansioso demais e maluco. O foda é que isso vai e vem. Esse é um meio arrependimento. Poderia ter cortado pela raiz, mas estaria jogando fora uma das relações que me fazem mais bem. Mais uma vez falhei em controlar sentimento.
16. Fui pra Blumenau com o objetivo de vida de me livrar de tudo o que me fazia mal e me entediava por aqui, depender cada vez menos dos meus pais, criar juízo e responsabilidade, ser adulto, trabalhar pra me sustentar e crescer. Na realidade passei uns meses curtindo uma vida universitária longe de casa, gastando muito dinheiro dos meus pais, acumulando decepções amorosas porém tendo muita experiência de vida. Terceiro grande arrependimento: não ter feito dar certo todo esse plano de recomeço de vida em SC.
17. Ouvi e acatei a decisão do meu pai de voltar pra casa depois de um certo tempo sem emprego. Maior burrada ter ouvido ele e não ter insistido mais.
18. Ter demorado 6 semestres pra criar coragem e desistir de arquitetura.
19. Não ter estudado um mês que fosse direitinho pro ENEM do ano passado. Se eu tivesse perdido um mês que fosse, hoje eu estaria em Curitiba facilmente. Só errei bobagens na prova e minha nota foi bem boa pra quem estudou 2 dias antes do exame só.
20. Ter decidido terminar arquitetura.

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                                                 filled with love, sorrow and regrets

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sometimes I think I should really step away from you, literally talking, even more and more. I have this feeling that you might be the right choice, the right one, the most  wise decision. Still, I could ruin everything if I accept this feeling. I’d put an end of all of this I’m used to and even take the risk of the biggest rejection I’d ever been to.
How am I supposed to deal with it? Why is it so unfair to feel this?
If I’m not able to love the perfect one (perfect even full with defects by the way), I really should get out of the scene. It’d be hard, but I don’t see any silver lining in this story.
I choose to break my own heart than tear your world apart.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

“Even in my dreams I’m an idiot who knows I’m about to wake up to reality”


A pior traição é aquela que você comete consigo mesmo. Detesto, me causa raiva, fico puto quando me traio, e isso acontece bem regularmente. Ultimamente tem sido quase diariamente.
Luto dia após dia pra esquecer e deixar pra trás uma porção de fases da minha vida. Tento (em partes) me afastar de pessoas, lugares, hábitos, tudo em prol de um amadurecimento que eu julgo necessário e pra mim só vou conseguir quando deixar de lado muita coisa. Até que eu deito, durmo e sonho.
Meus sonhos são tão cruéis. Minha realidade neles é, ironicamente, justo aquela que eu tento deixar de lado. Sempre. Não acontece uma vez ou outra, acontece quase todos os dias. Parece que é meu sub-consciente ou algo do além martelando meu cérebro dizendo “você não pode esquecer disso, desse lugar, dessas pessoas”. Eu tento, de verdade, eu tento me livrar de tanta coisa, e quando eu acho que tô perto de conseguir vou lá e tenho um sonho mais real do que uma picada de agulha no braço.
Queria saber o por quê de tudo isso. Por que essa obssessão maluca? Por que isso nunca acaba? O que que eu tenho que fazer pra continuar vivendo?
Meu medo é que eu nunca sossegue e precise voltar atrás.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Já te quis na minha cama mas você sequer notou
Não quero nada além de abraço e um pouco de amor

terça-feira, 23 de abril de 2013

HIT pra você, meu bem


Foi no meio do banho que inesperadamente (e meio convenientemente) você renasceu nos meus pensamentos como uma fênix vinda das cinzas. Havia muito tempo que não lembrava de você dessa maneira. Suspeito que seja talvez pelo lugar que era propício, a gente se conheceu bem debaixo do chuveiro.
Já faz muito tempo que não sinto falta do seu corpo. Mas ontem eu senti. Nunca vou esquecer do calor que você me deu. Calor que água nenhuma conseguiu amenizar.
Me deu saudades do seu cheiro, do seu cabelo, da sua boca. Das suas bochechas. Me deu saudades do seu peito, das suas coxas, da sua bunda. Gostosa de apertar e eu gosto muito dela até hoje.
Fica difícil pra mim hoje em dia saber diferenciar se me apaixonei pela sua personalidade complicada ou pelo teu corpo tão bom de penetrar. Acho que ela permaneceu por tanto tempo porque foi por pouco que fiquei dentro de ti. Ainda não sei o que você me causou, nem porque escrevo sobre isso.
Na confusão de um dia triste e feliz simultaneamente foi no seu box que eu te vi pelada. Foi naquele espaço apertado de apartamento que te beijava o pescoço e ia mais além. Enquanto acariciava teu peito, apertava sua bunda e a água corria. Por mais bêbados que a gente estivesse, lembro de cada detalhe. Minhas costas arranhadas pelas suas unhas sentem arrepios sempre que isso me vem à cabeça. 
Latejei ao lembrar que em um lugar semelhante eu te virava de costas, beijava a nuca, puxava seu cabelo e suas pernas estremeciam.
Não reprimi minha vontade de ter você no meu colo no chão molhado. Aliviei o desejo sozinho. Te senti de longe. Logo depois, se foi pelo ralo.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

“where is home? what do you leave?”


Conforme o tempo vai passando, as consequências das atitudes e decisões que eu tomei pra minha vida vão surgindo. Preciso daqui pra frente constantemente lembrar que o que eu faço hoje se reflete no amanhã, e que o amanhã uma hora ou outra vai chegar. Esse papo de viva o momento é a maior balela que eu já caí. Vivi o momento, vivi vários momentos, curti tudo pra caralho, tenho milhões de histórias pra contar mas.. e agora que os momentos passaram?
Se hoje eu tô aqui foi porque eu fiz com que viesse parar aqui, sou o único culpado.
Sabe, é foda. Eu tento esquecer, tento superar todo dia, mas é foda pra mim ter que lidar com o fiasco que foi minha ida pra Blumenau. Não foi um fiasco completo porque as pessoas maravilhosas que eu conheci valeram a pena e as experiências que eu vivi também. Mas fracassei no objetivo principal dessa aventura toda que era crescer, ser independente dos meus pais e tocar minha vida. Não tem um dia que eu não pense “e se..”. E se eu tivesse feito diferente? E se eu tivesse me esforçado mais? E se eu tivesse pego o primeiro emprego que eu consegui? E se eu tivesse conversado com a professora do design antes de trancar a faculdade, teria pego a vaga que ela me ofereceu? E se eu tivesse insistido um pouco mais?
Por mais bagunçada que a minha vida estivesse nos últimos meses por lá, pelo menos uma coisa tava resolvida: eu tava feliz na faculdade. Depois de anos num curso que eu peguei ódio, eu finalmente ia pras aulas do design com vontade, estudava em casa, me empenhava nos trampos da facul, eu tinha me encontrado de verdade no curso. E hoje me arrependo de ter voltado mais por conta disso. Afirmo sim que me arrependo de ter voltado pra cá, porque é o que eu sinto ué, vou fazer o quê? Voltei e ainda fiz a cagada de resolver dar ouvido (mais uma vez) ao meu pai e decidir terminar uma coisa que eu não quero. Alguma coisa eu tenho que terminar nessa vida e escolhi justamente terminar arquitetura, que porcaria. Não bastou eu regredir e voltar pra casa dos meus pais, voltei pra uma faculdade que eu odeio. Só fiz merda. Só me afundei.
Mas apesar dos pesares eu tô bem e tô bem feliz. Tô com essa coisa de me manter constantemente motivado com tudo, de aceitar que existem chatices que devem ser feitas e acabou, buscar coisas que me façam bem já que a faculdade não faz (e ultimamente tem sido desenhar, ler e me exercitar), tento trabalhar mas esse meu emprego tá meio foda também já quero procurar outro, e tô tocando, tô levando a vida. Mesmo ela não estando do jeito que eu planejei, não quero mais ficar noiando, nessa montanha-russa de tristeza e alegria que eu sempre caio, tô afastando as bads mesmo elas insistindo em aparecer todo dia. Porque minhas bads se resumem basicamente em o que fazer da minha vida e amor, então pelo menos o que fazer da vida já aceitei minhas condições e vou levando até num guentar mais. Já amor.. sempre me fodo né.
Eu tenho consciência de que posso soar chato falando sempre com as pessoas sobre Blumenau e sobre o ano passado e tô tentando mudar isso. É que o problema é que infelizmente eu sou saudades de tudo e todos e sempre vou ser. Não consigo desapegar assim. Nem quero. Sempre vou querer voltar pra visitar todo mundo e dar um alô nos lugares que eu costumava colar. Se foram meses de uma relação de alegrias e tristezas com essa cidade, eu sempre vou lembrar das alegrias. Prefiro lembrar só do que é bom.
Vai ver que pra eu estar aqui hoje tinha que ter passado por lá.
Brincadeira, não quero mascarar o fracasso não, só esquecer e aceitar já tá bom.
Se eu tô aqui é porque eu quis estar.

                                                         “what is home? what does it mean?”

domingo, 31 de março de 2013

hindsight love


Quando eu era mais novinho e começava a gostar de alguém aquilo consumia totalmente meu tempo e não conseguia pensar em mais nada além da menina em questão. Era muito complicado. Mesmo que eu sempre tenha me negado a viver de platônicos, cuidava muito quando chegava no limite da paixãozinha em que era necessário que ela soubesse o que eu sentia. Eu sei que eu sou muito transparente e não consigo esconder quando o coração bate mais forte, acabo dando pistas, mas há um tempo atrás era como se cada uma que eu gostava fosse o maior evento da minha vida. Cada palavra era a mais honesta possível e tudo o que eu dizia parecia ter muito mais significado do que hoje, era bem de dentro mesmo, era muito mais importante. E o mesmo acontecia quando alguma menina vinha dizer que gostava de mim, era sensacional. Achava irada a ideia de que alguém pensava no Dan longe dele.
Ando numa fase esquisita. Apesar de quando o interesse surge eu ainda dar uma puta importância e viver pensando nela o dia inteiro, parece que eu preciso seguir um script pra tudo dar certo. Mandar uma mensagem, não responder outra, dar um tempo até mandar a próxima, procurar, ignorar, falar disso, chamar pra sair, não retornar a ligação, ligar, marcar de sair de novo, falar o que tá sentindo, e daí por diante. Meio automatizado, senão não dá certo. Não consigo acreditar quando dizem que gostam de mim também. Não consigo mais acreditar nas pessoas com a mesma ingenuidade que tinha antes. É muito fácil, se você pensar bem, dizer que está apaixonado, iludir uma pessoa, fazer com que ela se apaixone por você também, é só seguir os passos.
É muito fácil me iludir também. Pra me conquistar basta: me dar atenção, me procurar sempre, se preocupar comigo e confiar em mim. Caio sempre, feito um pato, sempre me apaixono e quebro a cara. Mesmo que de início a menina se interesse de verdade por mim, eu canso fácil os outros justamente por gostar tanto de atenção eu acho. Acabo me expondo demais e quando se expõe de mais a graça acaba.
Vai ver por isso as palavras hoje não causam o mesmo efeito como antes. Eu não consigo mais achar veracidade em nada, nem no que eu digo às vezes. Por mais que eu sinta, e muito, sempre, por mais que eu seja puro sentimento, não sei mais expressar do jeito certo, do jeito puro, do jeito ingênuo de uns anos atrás, de chegar e sentir um nervosismo real quando converso com aquela que não sai da minha mente, de sorrir sempre que pensava nela, de virar um babacão bobão apaixonado. Essa inocência gostosa foi substituída por ansiedade (que muitas vezes eu também devo causar). 10 minutos sem me responder, mensagem visualizada, “Por que ela não fala comigo?”, “Que que eu tô fazendo de errado?”, “Será que falo com ela?”, etc, etc. Fico afobado e maluco com a mesma rapidez que me apego. Nada saudável. Não é insegurança, não consigo explicar. Eu vivo dizendo que gosto de simplicidade, que qualquer relacionamento pra mim tem que ser simples, sem neuroses, sem bobagens, sem draminhas e sem joguinhos, só que nunca é assim, acabo traindo o que eu mesmo prego.
Queria saber qual momento da minha vida que eu deixei essa coisa de lado. Se foi culpa de alguém, se a culpa foi minha, no que que eu mudei pra agir assim hoje. Ou se eu podia voltar a ser quem eu era.

                                                                         the hardest part is yet to come

sábado, 16 de março de 2013

webless


Queria poder acordar, tomar meu café da manhã, pegar a condução até o colégio e realmente estudar. Ter um grupo seleto de amigos ou ser popular na escola só por ser legal e ter simpatia com todo mundo. Me inscrever em todas as atividades acadêmicas e ter um objetivo maior além de passar de ano na média, me esforçar pra ver o futuro que eu quero pra mim acontecer. Ter uma perspectiva.
Sem distrações, queria contato com as pessoas do modo mais honesto, olho no olho, palavra por palavra saindo de boca em boca, calor, abraço, carinho, toque. Imagina te convidarem pra uma festa por telefone, ou receber uma carta de manhã, saber da guerra do outro lado do mundo parado na frente da tv no mesmo momento que o resto do planeta. Ouvir música alta no quarto e ter uma pilha pilha de k7 copiadas dos seus amigos.
Olha que massa: pra ver mulher pelada só ao vivo ou comprando um revista. Guardar ela como se fosse seu tesouro de punheta. Cada noite que você tem sexo com alguém é uma batalha de muito papinho no ouvido.
Pensa em reunir o pessoal pra tomar cerveja quando os pais viajarem e realmente conversar, saber do que anda acontecendo na vida dos outros por eles, dividir as coisas boas e ruins, ligar o som e dançar, cada um sentindo a energia do outro ali porque aquele momento é importante. Vai passar e fim, eternizado.
Seria sensacional voltar no tempo e não só ter uns 16 anos de novo, mas ter uns 16 anos num tempo em que ninguém era tão ansioso como eu sou, checando a “vida” na palma da mão de 3 em 3 minutos, vendo quem curtiu a última foto legal no instagram, ou comentou no status do facebook, se aquele meu whatsapp foi visualizado, se o e-mail que eu tava esperando chegou, quando rts meu tweet ganhou, se a minha foto de perfil tá legal, ou qual é o rolê do final de semana que me convidaram. Imagina só ser adolescente sem essas distrações.
Eu com certeza teria estudado mais se não tivesse um celular ou um computador. Teria lido muito mais, aprendido muito mais. Minhas experiências teriam sido mais humanas. Eu realmente faria amigos no dia-a-dia, conversando, conhecendo, e não lendo um resumo sobre eles na internet, vendo fotos, sabendo quem são pelo que eles querem que eu saiba deles. Sem internet eu seria muito mais curioso em saber das coisas, não iria me distrair tanto. Olha que irônico: essa tecnologia toda que a gente meio que nasceu imerso nela foi feita pra facilitar e agilizar o tempo no nosso dia-a-dia né, e no entanto, quanto tempo por dia não se perde checando twitter, facebook, tumblr, e-mail, pinterest, noticias, etc? Que informações são essas que a gente precisa ter todo dia pra se sentir bem? E que vazio é esse que ela cria na gente ao mesmo tempo?
Sei que é clichê e hipócrita da minha parte pensar e muito mais escrever sobre, mas sempre fico imaginando como seria minha vida se não existisse internet, por mais dependente que eu seja dela. E sempre acabo concluindo que eu seria mais humano, mais real, mais eu. E a vida no geral seria mais humana, os momentos seriam mais reais, mais importantes. É aquela coisa de sentir um frio na barriga porque aquele alguém sorriu pra você, e não sentir um nervosinho porque curtiu 2 fotos antigas do insta. Não sei se tô conseguindo descrever o que eu penso.
É sei lá, ir em lojas pesquisar coisas legais pra comprar e não comprar on-line, ir pra uma festa e alguém levar uma câmera, revelar as fotos e você guardar pra você porque aquele momento foi importante pra você e não expor uma coisa tua pro mundo inteiro ver, é ter tempo e curiosidade pra ler literatura boa e não blogs, trabalhar com gente e não na frente de máquina, de fazer um desenho legal e guardar, não vetorizar no illustrator, dele ficar ali no papel, original, ir até o cinema pra ver um filme ou ter todo o ritual de ir na video=locadora escolher algo bom e não fazer download, é ter uma vida menos imediatista e mais gostosa de se aproveitar.
Será que é possível?

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