quinta-feira, 20 de novembro de 2014

20-11

têm horas que eu acordo pra realidade (meio raro) e caio no choro porque me dou conta que essa situação nunca vai mudar. a gente não escolhe, claro, mas paralelamente à certeza da inércia no contexto, uma pontinha do coração ainda acredita que algo repentino vai te acordar pra mim. ou te tirar da minha vida.
o cupido ou a besta.
nada é pra sempre.
mas se for, que tu nunca saiba de nada, continua dormindo que eu não quero perturbar não. logo passa como sempre passou.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

19-11

Não sei se foi o horóscopo que me deu várias dicas nas últimas semanas mas de fato, é vero: deixando pra trás o futuro é mais leve.

Com tanto apego que eu tenho ao passado e às pessoas, momentos, lugares, folhas de papel, enfim, com tanta coisa que eu sinto um apego por aí acabo me amarrando a elas e não indo pra frente. Eu sou quase um acumulador de sentimentos. Mas tô me esforçando pro meu próprio bem.
Hábitos, gente, lembranças, sei lá, agora eu percebo que não existe motivo algum pra eu querer abraçar todo mundo e que sou sim muito feliz com menos. Menos é mais, arquitetura tá começando a fazer mais sentido além do âmbito academico e profissional.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

18-11

Quanto mais amor carrego mais machuca. Esse sentimento que se transforma ressurge do nada assim como vai embora fácil também, só parece uma constante, sempre ali. Adormece mas não hesita em acordar.
Não reclamo. É boa a dor.
Não troco ela por nada.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

17-11

Sair da zona de conforto sempre me faz bem. Me desespero, entro em pânico, meu estômago se revira inteiro e eu sinto que vou vomitar muitas vezes. Mas depois que me situo de tudo o que acontece ao meu redor, me surpreendo. Assim como me surpreendi nos últimos dias. Fiquei realmente orgulhoso do trabalho que eu fiz, da minha capacidade de tomar decisões e executar tarefas sob pressão. Não sabia que eu poderia com isso. Mas fui lá e fiz. Tô vivo e bem realizado. Também tô certo de algumas coisas e satisfeito em saber que meu trabalho foi valorizado, reconhecido e que eu excedi às expectativas.
Qual é a dúvida de que agora eu quero voltar pra santa catarina?

terça-feira, 11 de novembro de 2014

11-11 la femme et le mendiant

Depois de mais ou menos umas 2 horas e meia andando muito pelo Pátio Paulista, resolvi ir pela avenida ao encontro do que ainda me faltava comprar. Tava um calor leve até, mas eu já me sentia exausto, cansado, só queria comprar tudo de uma vez e ir embora. Detesto sair pra fazer compras hoje em dia, e isso era uma coisa que eu adorava antigamente. Horas batendo perna e entrando e saindo de loja não é mais pra mim. Enquanto eu caminhava e reclamava da vida mentalmente - em pleno sábado - só sabia pensar "que bagunça essa paulista", cheia de gente sempre, tão grande mas que me chega a dar claustrofobia. Foi então que passando pelo MASP meu olhar foi ao encontro com uma mulher, linda, elegante, morena com cabelos ondulados, de salto alto e vestindo roupas que deveriam custar o triplo do meu salário. Não foi a beleza e o porte dela que me chamaram atenção, mas sim porque ela estava sentada ali, ao lado do espelho d'água, junto com um morador de rua sujo, provavelmente fedendo muito, sem dentes, encardido, mas ainda assim era uma pessoa. A expressão da mulher é algo que eu nunca vou esquecer: ela tava gargalhando. Rindo muito, com a mão direita apoiada na perna do mendigo de tanto que ela ria, como se estivesse com as amigas num bar ouvindo uma história da balada da noite anterior. O mendigo sorria também mas olhava bem pra ela, ela tava até de olhos fechados. Isso durou uns 5 segundos no máximo porque infelizmente eu não parei, segui andando, mas esse episódio não sai da minha cabeça. Chego a não dar a mínima mais pras compras, pra balada que foi boa, pro sexo, pra bebedeira que eu tive, pros amigos que vi no final de semana, o que me martela desde sábado é a mulher rindo muito com o mendigo embaixo do museu com tanta gente passando e ignorando ele e ela, duas pessoas tão diferentes mas que estavam ali, juntas, gargalhando, sabe-se lá por que motivo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

06-11

Pra cada lugar eu tenho um plano diferente. Já tá tudo esquematizado: aonde morar, aonde trabalhar, aonde estudar, com quem eu vou conviver, lugares a frequentar, coisas a fazer. Só falta tudo acontecer.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

05-11

Me pego bem besta com os olhos lacrimejando sem motivo algum e inconscientemente já acho que é por você. Tudo o que eu não tive e não vou ter. Mas aí a música triste que começa a tocar me distrái e eu penso em outras coisas que nutram essa melancolia. Só pra deixar as lagrimas caírem, limpando meu rosto sujo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

03-11

Essa ansiedade sem sentido aumenta a cada dia e eu fico sem entender a origem dela. Ou o celular tá na minha mão, ou eu pego ele de um em um minuto pra checar o vazio da minha vida em forma de notificações. Meu Tinder hoje explodiu: resolvi ser bonzinho (que arrogância) com os matches e responder, trocar ideia, sei lá. E isso me consumiu, mas a falta de coerência tá justamente nisso, consumiu meu tempo a troco de nada, não tô nem aí. Como consigo me ocupar com algo que não tô nem aí simultâneamente? Fico agoniado com esse treco de vidro plástico e metal na minha mão o dia inteiro alimentando um buraco cheio de algorítimos que parecem controlar minha mente. Não recebo nada em troca além de ansiedade.

domingo, 2 de novembro de 2014

02-11

Estranho como as coisas funcionam em casa. Eu, isolado no meu quarto com o notebook na barriga; minha irmã no quarto dela com o iPhone na mão ou estudando pro vestibular; meu pai na sala, sempre, vendo todos os filmes possíveis que a hbo e o telecine podem oferecer; minha mãe na cozinha vendo algum programa idiota tipo Eliana ou Domingo Espetacular.
É meio triste isso. É triste mas apesar do meu pai reclamar sempre que a gente “não sai desse computador”, ele também não sai da frente da tv, nem minha mãe. E é tão gostoso quando a gente tá junto, conversando, dando risada, porque minha família é bem unida e gosta de bater papo, fofocar, cozinhar junto, passar um tempinho na piscina, etc. É muito bom mesmo estar com todos eles! Só não entendo porque cada um precisa (na maior parte do tempo) ficar isolado no seu mundinho, se distraindo da vida, quietinho na sua, apesar de achar boa essa privacidade e respeito a individualidade também. Bom seria se não existisse televisão, internet, essas distrações.

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