sábado, 4 de junho de 2016

nova iorque com amor

Eu não sei se é porque eu finalmente consegui terminar de assistir todas as temporadas de Gossip Girl, ou se é porque em breve vai fazer um ano desde que eu fiz essa viagem mas não consigo tirar Nova Iorque da minha cabeça. Até me sinto mal por isso porque com tanta coisa acontecendo na vida eu tô com esse sentimento nostálgico bem white boy. Só que não consigo evitar. Foram poucos dias mas acho que o que tornou essa viagem tão marcante pra mim foi conseguir ter um dia-a-dia de "local", ou o mais próximo disso. Não fui a museus, não fechei um city tour, fiquei na casa de um cara que conheci através de terceiros e que se tornou uma das pessoas mais especiais pra mim, de um jeito que não consigo explicar muito bem. Ele é brasileiro mas mora lá há alguns anos e, como o trabalho dele na época era bem flexível, me levou pra passear algumas vezes e rapidamente nos tornamos amigos. Era muito bom participar da rotina do Herick, comprar comida chinesa no cafundó do Brooklyn ou ir cortar cabelo por 10 dólares.
Queria ter ficado no mínimo um mês inteiro por lá. Na época foi estranho: assim como quase todo meu intercâmbio do ano passado, tive a impressão de que já conhecia tudo e só estava de passagem mesmo. Muita conversa e iced coffee do Dunkin Donuts na areia quente de Coney Island, ouvindo música mexicana, conhecendo mais esse meu novo amigo que hoje quero tão bem. Aliás, Coney Island era um dos lugares que eu sempre quis conhecer desde novinho, fiquei muito feliz por ter tido a oportunidade de ir pra lá.
Não fiquei fascinado pela Times Square, era muito turista reunido, muito pau de selfie. Claro que as luzes impressionam, mas pra quem tem Vanilla Sky como filme favorito, a cena do David correndo nela vazia já foi vista mais de 100 vezes, não tinha como eu achar mais legal do que aquilo.
Minha pegada mesmo era colar no 7-Eleven, pegar umas fatias de pizza e um café e sair batendo perna sem saber aonde é que eu tava na verdade. Numa dessas caí no SoHo, e só percebi porque a galera era bem fashionista. Meus últimos dólares foram em lojinhas tipo H&M, porque era aonde dava pra eu gastar. Pra não dizer que não fui turistinha 3000, confesso que também comprei Calvin Klein na Century 21 (muito brega).
Foi nessa viagem que eu conheci outro amigo meu, o Pedro, e ele me levou pra um bar famosinho que nunca vou me lembrar o nome, mas era um rooftop e a Madonna tinha gravado o seu último clipe lá. A vista era demais, mas o pessoal era meio esnobe e até fiquei tímido pra tirar foto. Nesse dia comemos no Chelsea Market uma comida mexicana que também era meio pretensiosa e eu odiei, mas valeu o passeio.
Outro dia andando sozinho cheguei no Bryant Park e não lembro porque mas me senti muito feliz. De qual filme ou livro tem alguma passagem que fala dele? Sentei por um tempinho, observei a galera lendo, comendo, fumando cigarro, esperando pessoas, segui batendo perna explorando sem rumo.
O mais próximo que cheguei de um museu foi - claro - sentar nas escadarias do Met, e eu tinha um copo de café do Starbucks comigo. Nesse dia me permiti caminhar pelo Central Park ouvindo música, fingindo que era morador do Upper East Side e ignorando totalmente o fato de que fatalmente iria me perder no metrô pra voltar pro Brooklyn. Daniel, sendo Dan na vida real.
Acho engraçado que essas memórias estão me invadindo tão ferozmente nos últimos dias. E só agora eu consigo perceber como eu desde pequeno tive referências de NY e como eu me lembro hoje, adulto, 25 anos, que meu maior desejo de adolescente era ir pra lá. Meu livro favorito aos 16 era The Catcher in the Rye e meu filme favorito até hoje é Vanilla Sky mas eu também adoro Autumn in New York ou qualquer filme que se passa por lá. Sobre Catcher in the Rye, um dos meus life goals completados foi pedir um dry martini em um bar nova iorquino, e no 4th of July eu tava lá, em um rooftop de um hotel, com uma vista linda pro Empire State, comprando o drink de 15 dólares que me fez voltar no tempo e pensar porra, como a vida é massa. Ostentei, mas voltei de metrô com meus novos amigos pra casa.
Essa vontade repentina de voltar, uma melancolia inesperada que me causa um frenezi totalmente oposto: tá brotando em mim uma ambição, coisa que não é nada recorrente. Será que eu tenho - finalmente - um objetivo a alcançar?
Não sei se conseguiria meter o louco e partir ilegalmente, lavar prato e me fuder. Também não sei se o lance seria juntar uma grana e só viver lá por alguns meses como alguns conhecidos já fizeram. Tenho noção de que trabalho, legal, é uma realidade meio inalcançável mas e se a minha ambição não tiver limites? Isso que é meter o louco..
Quando eu penso em NY eu me vem um filme na cabeça e eu estou andando pela Broadway com meus fones, as pizzas do 7-eleven, o iced coffee do Dunkin Donuts e a vida toda pela frente. Quero tudo de novo e mais, não sei nem por onde começar mas eu quero.





domingo, 24 de abril de 2016

Haja coração

Tem momentos na minha vida que tudo parece tão acelerado que não consigo parar e respirar, processar como as coisas estão rolando, digerir tudo pra depois vomitar conclusões. Os últimos meses têm sido de muito aprendizado em diversos aspectos, vou tentar ser sucinto com o meu eu do futuro pra que ele não se esqueça dessa época quando voltar aqui pra ler um pouco.
Meu coração está sendo testado em cada pedacinho. É muita adrenalina e emoção pra eu lidar e eu tô tentando administrar tudo isso de um jeito adulto porque eu quero ser adulto daqui pra frente.
No começo do ano me dei conta de que se algo não dá certo com alguém não é culpa minha. É culpa do universo, e tá tudo bem. Cheguei a essa conclusão porque acho que tô crescendo e entendendo que cada decepção amorosa não é o fim do mundo, é só a vida mesmo e que ninguém é obrigado a se apaixonar por mim do jeito que eu me apaixono pelas pessoas. Cada um tem uma frequência e não sou obrigado (e ninguém é obrigado) a seguir a do outro. Se não quer vir na minha, paciência. Ando também num intensivo hardcore de auto-conhecimento e aceitação, aceitei que sou sim um cara legal e gente boa e repito frases pra mim mesmo quando algo vai mal do tipo "quem perde é ele, não você, você é jóia" e etc. Minha auto-estima anda nas alturas.
Fui testado também com a maior prova de que o amor existe que alguém pode ter um dia. Descobrimos que meu pai tem câncer renal e teve metástase cerebral. Nunca me senti tão frágil repentinamente. A dor da quase perda é algo muito surreal, principalmente porque ninguém se prepara pra ela. Me surpreendi que não fui egoísta em me desesperar na frente de todos, chorei muito, muito mesmo, mas recluso. Uma força sem explicação brotou do nada e eu só agi com responsabilidade e fiz o que tinha que ser feito. Passamos por diversos momentos terríveis no primeiro hospital que a gente procurou ajuda, senti o risco de morte do meu pai ali num ambiente totalmente negligente, foi difícil. Superamos essa barra e meu pai está em tratamento, feliz, de bem com a vida, mais esperançoso do que nunca e mais tranquilo. Foi um chacoalhão que ele recebeu pra desacelerar, mais um aprendizado inesperado. Estamos mais unidos do que nunca.
Outra lição que a vida adulta está me dando é sair com várias pessoas ao mesmo tempo. Tô aprendendo isso ainda, confesso que as vezes me sinto biscate, mas essa coisa de levar pequenos relacionamentos paralelos anda me desafiando bastante. Sabe quando você vê em filme uma cena que o cara diz ou a menina diz "mas eu não sabia que a gente era exclusivo agora" quando o outro descobre que o peguete estava saindo com mais pessoas? Não acho que eu vou chegar nesse ponto, até por que as relações são tão voláteis em São Paulo que já já fico sem ninguém, Mas é engraçado notar meu controle pra pelo menos tentar não me apaixonar. Eu sempre me jogo, mas como me jogar com mais de um ao mesmo tempo? Isso não dá. Também não acho que seja um game do amor que eu esteja escolhendo com quem ficar. Só tô levando tudo com calma, vendo no que dá, conhecendo gente, até baixei o Tinder de novo.
Não é surpresa que eu me apaixono rápido e claro que isso aconteceu, mas já dei logo um jeitinho de me controlar. Fico animado com palavras mas infelizmente são só palavras. Tô mais observador e reparando nas ações, em gestos, pego uma mentira aqui e ali, não sou mais ingênuo. Parece que eu tô me preparando pra algo maior, não consigo explicar direito. Não é um slow-down na loucura, é só uma abordagem diferente agora. Consigo ser mais honesto comigo e sei muito bem o que eu quero, e quero acima de tudo tranquilidade, não sofrimento. Nossa, tô soando maduro? Eu tô crescendo mesmo!
Claro que nem tudo são flores porque o dia-a-dia não é nenhum bouquet de rosas. Ainda colhendo os frutos dessa crise (porém milagrosamente sem deixar de ir pra balada.. milagre do dinheiro?), desempregado, meio perdidão profissionalmente, daquele jeitinho, mas até agradeço o destino por me deixar sem trabalhar nesse tempinho de doença do meu pai. Não sei como conseguiria lidar com tudo trabalhando, não ia ter jeito não. Agora que tudo tá mais calmo posso voltar a maratona de enviar CVs. Ah, na faculdade tudo certo também, agora sou meio nerd e só penso no diploma. Vamo que vamo.
Eu espero sinceramente que os próximos meses sejam de marés mais calmas pro meu coraçãozinho que se divide em mil pedaçõs pra poder processar cada tapa da vida. Mas é aquele negócio, pelo menos eu estou sentindo. Nunca vou deixar de sentir.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Quando ele voltar

“Quando ele volta?”
“Tem falado com ele?”
“Ele já tá chegado?”

Não sei.
Não tenho falado.
Depois de tanto tempo longe eu nem me lembro mais direito porque nós terminamos. Só sei que teve choro, chorinho antes de dormir, ao acordar, mas as lágrimas secaram e hoje eu tô aqui de novo, solteiro.
É estranho porque essa época ano passado foi uma das melhores fases da minha vida, a gente tava no comecinho, se conhecendo, se afirmando, saindo sempre, se vendo todo final de semana, transando muito, fazendo muito carinho e fazendo muitos planos também. A vida sempre me pega de surpresa e me faz tomar decisões que às vezes me questiono, mas nunca me arrependo. 
Se hoje estou solteiro foi porque em algum momento de setembro, dadas algumas circunstâncias, eu quis isso. Mas de uns tempos pra cá..
2016 começou e o facebook faz questão de me lembrar de 2015. Vejo fotos, posts, lembranças de um cara que virou meu mundo de cabeça pra baixo e que me fez muito feliz mesmo. Me fez dizer “eu te amo”, pela segunda vez na vida. Mexe comigo. Mexeu comigo.
Minha carência crônica de fato é desequilibrada, compreendo, porém eu sinto muito bem a diferença na batida do meu coração. 
O que ele quer dizer quando acelera assim só de pensar em você, meu bem?
Será que esse passado tem algum futuro ainda?
Que o presente me diga. 
Quando você chegar.

domingo, 6 de março de 2016

A Morte do Tadinho

Bato na tecla e fico repetindo pra mim mesmo o conselho que a Laura me deu. “Pelo menos tu sentiu algo”. De novo escrevendo isso, mas dessa vez é pra me parabenizar.
Infelizmente criei a mania de me menosprezar e me auto-denominar o tadinho sempre que as coisas não saem como meu coração apaixonado maluco quer. É muito mais fácil me culpar, me sentir um bosta, ficar me perguntando o que fiz de errado e sempre procurando numa linha do tempo imaginária qual foi a minha atitude que desencadeou o processo do fim. Aqueles dias sem se falar, o silêncio nas redes sociais, a falta de interesse quase que repentina, e por aí vai. 
Só que por incrível que pareça (com o perdão do meme): parece que o jogo virou?
Minha última experiência me acordou de uma forma tão inesperada que eu nem consigo descrever direito. No começo, claro, banquei o maluco. O sincerão comigo mesmo, como sempre fui. Nunca tive medo de correr atrás, dizer o que eu sinto, falar o que eu quero. E talvez meus amigos estejam certos, talvez eu assuste as pessoas com meu jeitinho, mas quer saber de uma coisa? Se a transparência verdadeira assusta, eu não quero ser opaco mentiroso.
A verdade é que esse fora repentino (mas não imprevisível) colocou minha auto-estima nas alturas como nunca. Caí na real e acordei pra uma realidade que até então eu me negava a acreditar. Eu sou legal pra caralho.
Eu sou legal pra caralho, eu sou gente boa pra porra, eu sou um puta de um gatinho, eu sou brother companheiro pra qualquer aventura, eu sou fiel, eu sou honesto, eu sou carinhoso, eu sou inteligente pra cacete e eu sou um puta bom partido (apesar de desempregado). De verdade, eu nunca me amei tanto. E é muito bom me amar.
Agora que eu me amo não tem mais desculpa. Vai ser difícil alguém me enrolar, porque na moral mesmo, se não quer ficar comigo é porque realmente não deu match, não é culpa minha, não é culpa do outro, é o universo que diz que não vai rolar. Não sou errado, não sou imaturo, não sou irresponsável, não sou promíscuo, eu sou é muito do legal pra ficar sofrendo á toa. E por mais que eu já esteja exausto de ficar conhecendo gente por aí, não quero mais perder tempo sofrendinho por ninguém enquanto o amor da minha vida pode estar me esperando. A gente vai se conhecer, é questão de tempo e de algumas pessoas a mais que vão entrar e sair da minha vida.
Eu quero me amar mais pra poder amar mais os outros. Não sou mais tadinho e eu mereço muito alguém que me queira pra ficar do meu lado. Sem indiferenças, sem joguinhos, só carinho, leveza, risada, beijinho. Só amor.
Me nego a aceitar menos do que o melhor pra mim.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sem dúvida

Tanto afeto sem contato
Tanto tato sem contrato
Muito beijo
Muito gozo
Zero apreço por amarras

Mas me amarra sim!
Seu peito me conquista
Com malícia
Me prende nesse colo
Que não quis
Eu nem pedi
Mas chegou pra me apertar

Sem contato nem contrato
Aceito teu mistério
Com aperto, mas entendo
É você quem manda aqui
Já aprendi

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Falsinho

É bem difícil pra mim fazer alguma coisa que seja 100% minha e realmente pra me satisfazer. Não sei se é culpa da minha geração, mas sempre busco referência. Acabo me perdendo do propósito e fatalmente me frustro com qualquer coisa que eu produza. Não acho honesta. Não sinto a integridade que deveria. Talvez seja por isso que não evoluo. 
Só quando eu for completamente transparente comigo mesmo e tirar como exemplo minhas próprias experiências ou sei lá me conhecer profundamente é que vou poder criar de verdade. Até lá, sou farsa, cópia, remake do que meus olhos já viram.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

coceirinha de início

Faz tempo que eu não escrevo porque faz tempo que ocupo minha cabeça com seriados e desemprego e também muito sol e piscina, mas fatalmente aquela situação na vida surge pra balançar e me fazer ficar pensandinho antes de dormir.
Tava lendo Um Lugar Na Janela da Martha Medeiros (que é minha nova obsessão) voltando de São Paulo com a cabeça na janela do ônibus e pensando nisso, em como é bom e em como eu gosto do comecinho de qualquer relacionamento, seja ele uns beijinhos, só sexo, um puta namoro ou uma pessoa que passa na vida. É tão delicioso.
Me peguei analisando esse momento que eu tanto gosto. É muito gostoso esse joguinho de seduzir, do querer mostrar muito de si mas ficar temeroso pra não mostrar demais, tem que se preservar, precisa ter um mistério no ar. Ao mesmo tempo que tento ~seduzir eu me auto-saboto e quando vejo tô fazendo cafuné com olhar bobo pra cima da paquera. E todo joguinho vai por água abaixo.
Eu gosto de começos porque no começo a gente quer muito transar e a gente transa bastante querendo conhecer cada mm do outro, é muito tesão e muito gozo muita vontade de estar ali um dentro do outro e eu particularmente presto muita atenção na cara de tesão. Eu piro muito. É muito importante o sexo, mas não é o mais.
O que me deixa mais tonto é a vontade de querer saber cada detalhe da vida, o filme preferido, ouvir as músicas, saber do dia. Fico facilmente com borboletas no estômago a cada notificação do whatsapp e também com leves apertinhos a cada demora de resposta. Não nego. Mas não é bom?
É muito bom sentir, mesmo que não dê em nada, mesmo que eu sofra e me iluda. E como minha querida amiga Laura me disse uma vez “é que se iludir é sinal que tu conheceu alguém legal, que depositou algum tipo de esperança”. Sem esses depósitos a minha vida fica tão chatinha. 
Friozinho na barriga, vontade de ficar junto, medo de parecer carente, querer sair por cima sempre, beijar assim que se vê, minutos olhando um pro outro enquanto deitados, ignorar um pouquinho pra não parecer desesperado, responder em seguida e acabar com o planejado, falar que é de boa mas não quer beijar mais ninguém, mentir, esconder, pra depois mostrar tudo. 

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