terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Não quero fazer um post de fim de ano com uma retrospectiva ou um balanço da minha vida nesse tempo que passou. Acho que não preciso mais disso. Há uns anos atrás eu tinha o costume de me descrever sempre nessa época do ano pra eu comparar com os anos anteriores e ver o quanto eu mudei. Hoje só sou grato por tudo.
Esse ano foi de um recomeço que eu já sinto que está no fim porque tô com sede de mudanças. Mas assim como o ano passado, eu aprendi e (pode parecer que não) amadureci pra caralho. Consigo enxergar com mais clareza os erros que acabo cometendo e até evitei alguns bons esse ano. Espero que toda a reestruturação que eu passei pra me readaptar à antiga rotina me ajude com o que vem por aí. Porque hoje eu vejo em cada detalhe tudo o que eu quis longe de mim antes de mudar pra Blumenau, cada lugar, cada pessoa, cada situação que eu não queria mais na minha vida e foi por causa disso tudo que eu quis ir embora, hoje, de volta, essas coisas ainda me perturbam então o jeito é correr atrás de novo de tudo o que eu quero. Seja lá pra qual lugar eu decidir me enfiar.
Mas não reclamo de ter voltado, foi muito bom pra mim esse tempo que passou, esse ano fiz grandes amigos, não sei o que teria sido dele sem a Bárbara e o Marcelo, com certeza duas pessoas que tão no meu coração de verdade daqui pra frente. Até minha chefe eu devia agradecer, porque como é bom trabalhar com ela, eu adoro meu trampo, mesmo sabendo que preciso buscar coisas maiores, é sempre um prazer a hora de ir ao trabalho, vou sem reclamar e aprendo mil vezes mais do que na faculdade, isso me anima a crescer.
E sei lá, não queria fazer um balanço mas já fiz, só sou agradecido mesmo, eu tava até agora pelado tomando sol na piscina, ouvindo minha música, sentindo esse calor delicioso deixar minha pele mais escura do que já é, tenho do que reclamar? Ano acabando muito bem! E se o próximo começar do jeito que esse tá terminando, já me dou por satisfeito.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Day









Foi de um jeito meio tímido que eu conheci ela. Era formatura de uma amiga, eu estava em SC procurando lugar pra morar em dezembro, porque já sabia que daqui uns meses eu iria me mudar pra Blumenau. Aí soube que ela também iria e já logo fui carudo perguntando se não queria dividir algum apartamento, eu, ela e Michelly. E foi isso, só perguntei, não moramos juntos. Foi quando pro fim de fevereiro do ano passado eu estava voltando de Curitiba e o Gui me convidou pra ir no apartamento das meninas. Desse dia em diante eu sabia que aquela menina que antes eu só achei linda na formatura ia se tornar uma das pessoas mais especiais que já passaram pela minha vida.
Dayane sem querer fez o papel da minha irmã mais nova ano passado. Ela tinha 17 e eu 21. Foi pra Blumenau por causa da faculdade. Como sou grato dela ter ido pra lá!
Cada dia com o meu anjinho era ótimo. Ela carregava ainda uma inocência tão meiga por causa da pouca idade que eu ficava encantado só de observar o jeitinho dela. A carinha de criança, o cabelo preso de ladinho que eu amava, o modo delicado de até lavar uma louça, a risada, o jeito pausado que ela falava alguma coisa, toda vez que ela dizia "tô tão confortável" com aquele sotaque lindo, ou quando ela me olhava e dizia "Ai, Daaannnn" me reprovando em alguma merda que eu fiz. 
Ela era tão ingênua. Pura. Toda vez que eu aprontava ela ficava chocada com coisas bobas haha. Mas depois de um tempo se acostumou comigo e eu com ela.
Não me cansava de ter tardes "confortáveis" só deitado no colchão do quarto com um monte de coberta fofinha fazendo cafuné e falando abobrinha. Ou fazendo um brigadeiro! Bobeiras que passavam despercebido mas que hoje eu sinto tanta falta.
A Day me trazia paz. Só de olhar pra ela eu ficava bem e me sentia à vontade em qualquer lugar. Nos momentos de maior aperto era pra ela que eu corria e pedia colinho. Cansei de aprender com ela coisas simples da vida e a ser mais simples de um modo geral. A gente dizia que se nada desse certo na vida íamos nos casar.
Porres e porres e porres eram frequentes e se ela tava presente a noite ficava ainda melhor. Era a coisa mais linda do mundo ver ela agitadinha, meio vermelha, falando coisas sem nexo e dando risada, fazendo merda, dando beijo em que não devia, virando tequila como se fosse água, chorando na balada por ter pego o paquera do amigo, ou vindo correndo me contar quase se mijando nas calças "quando eu olhei pro lado tava Michelly rodopiando na canguta de um cara". Ela irradiava juventude quando estava disposta a sair, mas se não estava, fechava a cara, que nem criança mesmo. Ela era meu nenê.
Tudo o que eu penso quando me lembro dela é da vontade que eu tinha de abraçar e passar horas abraçadinho porque ela tem o melhor abraço. Sempre vou sentir saudades.
Eu acho que se hoje as coisas não são como antes é porque é só uma pausa que a vida tá fazendo. Ainda prefiro acreditar que tudo vai voltar ao normal e que ela vai voltar a fazer parte da minha rotina. Quantas vezes eu não pensei em pegar o telefone e ligar, só pra ouvir a voz dela, saber como está, o que tá fazendo, como anda a faculdade, como anda tudo. Day é a pessoa que entrou na minha vida por acaso e se afastou por acaso também, mas eu sempre, sempre, sempre vou lembrar, e sempre vou torcer pra que ela volte. E sempre vou torcer pro bem dela. 



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dust ways

Minha cabeça tá muito cheia hoje e acho que deveria escrever. Ao contrário da maioria das vezes que faço isso, hoje não vou colocar música nenhuma porque quero me ouvir.
Parece que a cada final de semestre é frequente a confusão de possibilidades que a vida me oferece. De uns 2 anos pra cá de 6 em 6 meses me pego nessa de não saber o que fazer. Se eu posso mudar ou deixar as coisas como estão, sei lá. Isso deveria ser ótimo pra mim mas me deprime pra caralho.
Finalmente passei pro sétimo período de arquitetura. Tudo bem que pra quem era pra estar indo pro décimo eu não deveria dizer finalmente, mas até que fiquei feliz. De verdade, tudo o que eu quero pensar é que tá acabando, que tá passando rápido apesar dos pesares, e que já já essa fase (que era pra ser ótima) tá se concluindo. Mas no final do dia só eu me pergunto se é isso que eu quero, se eu tô fazendo o certo, se eu devo continuar num lugar que me angustia, se vale a pena o esforço pra terminar algo que eu já perdi o tesão faz tempo. O dilema em si seria fácil de responder se eu soubesse me ouvir. Já que pra variar eu tô insatisfeito com a minha vida mesmo fazendo tudo como deve ser feito, o que eu quero afinal?
Tive duas conversas muito boas nessas semanas. Uma foi com uma menina que eu paquerava esse ano da minha sala mas que nunca parti pra approach algum. Era quase meio platônico. Ela vai voltar pro estado dela e transferir a faculdade. Quando ela veio me contar eu disse a ela sobre a minha péssima experiência de transferência pra Blumenau e tudo mais. Fui arrebatado com os seguintes dizeres, mais ou menos assim: "Dan, eu andei conversando muito com o Gui e ele vive dizendo pra mim que arquiteto tem que ser auto-didata. Tem que ler, tem que pesquisar, tem que conhecer o trabalho de todo mundo, tem que ser virar além da faculdade, por mais louco que isso pareça. Se minha grade ficar bagunçada, não tem problema. E uma coisa eu já decidi, vou fazer tudo por mim mesma, o máximo de trabalhos que eu conseguir não fazer em grupo melhor, porque esse (assim como é pra você) é uma das coisas que mais me brocham no curso. E se eu tiver que começar tudo de novo, os cinco anos do zero, eu vou. Não adianta nada eu estar numa faculdade que não me acrescenta muito só pra eu conseguir um diploma, se depois eu levar anos pra me tornar uma boa profissional. Prefiro recomeçar do zero e sair formada capaz de produzir do que pegar um diploma já já e quebrar a cara depois." Resumidamente, uma flecha acertou meu peito.
Isso fez muito sentido pra mim. Eu penso sempre que talvez minha frustração com arquitetura seja a universidade que eu estudo, já que honestamente não me oferece nada. E como eu não me vejo fazendo outra coisa, não sei o que fazer a não ser isso, mudar outra vez poderia ser bom pra mim sim. Não é ruim eu querer estar num ambiente que me ofereça qualidade pra crescer. Poxa, eu quero ter tesão de novo, quero ter vontade de estudar, eu gosto pra caralho de aprender, tem ainda alguma faísca de paixão pela profissão que eu escolhi logo que entrei nessa. Ver tantos amigos se formando e orgulhosos pelos seus 10, 9,5 no TFG me dá um pouco de inveja porque sei que eles são realmente apaixonados pelo que fizeram. Quero acreditar que não estou me forçando a gostar de algo, mas às vezes fico meio descrente..
A outra conversa boa que eu tive foi com a Laura, que sempre abre minha cabeça pras coisas. Ela me recomendou fazer uma lista de tudo o que eu gosto de fazer, e depois anotar com os mínimos detalhes aonde eu quero estar e como eu quero ser em 5 anos. Preciso - muito - criar metas. Meu pai vive me dizendo isso, que eu não tenho objetivo nenhum, e não tenho mesmo, ele tá certo. Mas não tenho porque não sei o que querer.
Ainda não parei pra fazer essa lista, agora nas férias preciso pegar papel e caneta e trabalhar nisso. Brevemente, acho que em 5 anos eu quero acima de tudo estar formado, morando sozinho, ter pelo menos meu carro, morando ou em Curitiba, ou em São Paulo ou em Balneário, e não quero estar rico, mas quero poder não me preocupar com coisas bobas como ir no McDonald's depois do trabalho. Quero ver uma camiseta no shopping, entrar na loja e comprar, sem ressentimento, sem lembrar que minha conta tá no negativo. Eu sei que cada um tem seu tempo pra ter independência financeira, mas eu queria ela logo. Só que eu não movo uma palha pra isso, e é mais um ponto que preciso mudar. Não movo uma palha porque estou acomodado, e estou acomodado porque não sei o que fazer. Uma coisa puxando a outra e no final das contas eu não saio do lugar.
Não sei se o que eu mereço é uns tapas ou rédea curta, como meu melhor amigo diz. Hoje eu faço tudo certinho, trabalho, não reprovei em nenhuma matéria, não dou trabalho em casa. Posso ser meio gastadeiro e irresponsável quando se trata de dinheiro, mas quem na minha idade não é, né?
Essa coisa de futuro sempre me detona. Não tenho mais o que escrever sobre isso.

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