terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu sou forte

Estar de volta ao marasmo que é Guararema me leva a fazer algo que eu não gosto muito mas que algumas vezes traz algo de bom: pensar. E pra isso eu tenho tempo de sobra. Tenho colhido opiniões de muitos amigos e cheguei a tantas conclusões sobre mim mesmo e o estado deplorável que me encontro que até me surpreendi.
Eu, só eu, apenas eu tenho o poder de me levar pra onde eu quiser. Se eu tô de volta aqui hoje é por causa (culpa) das minhas escolhas e das minhas atitudes. Não soube administrar. Não soube lidar. Tava ali com a faca e o queijo na mão e desperdicei uma puta chance de vida. Não foi culpa de Blumenau, não tenho que ficar mais dizendo pros outros “ah, não deu certo, resolvi voltar, não insistir num erro” porque o erro sou eu. Eu errei, e hoje eu admito.
É cômodo pra mim escolher ser a vítima sempre. Dar desculpas como o horário da faculdade de arquitetura, trabalhar de final de semana, as matérias de cálculo, hidráulica, ter que pegar ônibus, não saber cozinhar, emagrecer justamente por isso, não arrumar uma namorada, e por aí vai. Eu vivo dando desculpas, arrumando pretextos pra me livrar da culpa que carrego. Se nada deu ou não está dando certo na minha vida é porque as minhas decisões (erradas) me levaram até aqui. Se não arranjei emprego pra me virar, foi porque fiz corpo mole sim e não procurei. Se larguei arquitetura não foi porque não gosto mais, foi porque quando o negócio ficou pesado e eu passei a ver 6 fórmulas de física diferentes por aula, eu preferi fugir. Se não namorei sério esse ano em Blumenau foi porque não dei valor à menina mais legal que já me apareceu nos últimos tempos. Se eu voltei pra casa dos meus pais foi porque não fui forte o suficiente pra saber lidar com a vida adulta.
Reconhecer erros deve ser o primeiro passo pra alguma mudança, certo?
Sei que sou errado e não foi mais botar culpa em blumenau, na faculdade, nas pessoas, nos astros, nos espíritos (aham), em nada. O problema está em mim. E hoje eu vejo isso. Eu podia estar em NY fazendo tudo errado que colocaria como culpada a cidade por não oferecer oportunidade de crescimento, olha como sou egocêntrico.
Não importa se eu estiver em Guararema, São Paulo, Blumenau, Curitiba ou no Raio Que O Parta, se eu não aceitar que eu preciso tomar um rumo nessa vida e que eu não tenho mais 17 anos pra só querer as coisas boas que ela pode me dar, eu vou ficar pra trás. Vou parar. E ver todo mundo (como já vejo) conquistando coisas, realizando projetos, crescendo, vivendo, e eu aqui.
Essa foi a maior lição que eu aprendi esse ano. Pena que tive que gastar uma grana preta do meu pai pra me dar conta do óbvio: cresci.
Se na maior parte do tempo eu tenho vontade de chorar e me lamentar por tudo “ter dado errado” e eu estar de volta à estaca zero em muitas coisas, um pedaço de mim, lá no fundo, ainda acredita que eu posso reverter essa situação, é só eu me mover. Essa semana conversando com um camarada (que por sinal é responsável por eu conhecer blumenau inclusive, diria que responsável por muita coisa nos últimos anos) declarei que queria ser como ele um dia, ser forte. Aguentar as coisas que a vida joga em cima de você e conseguir carregar tudo, sem fraquejar, sem pedir arrego. E ele me disse: “cara, é fácil. é só botar na cabeça que é forte que você passa a ser. é mágico”. Tão simples assim. Toda vez que eu ousar parar, ousar me queixar, ousar reclamar em como eu sou um tadinho, vou lembrar disso, que eu sou forte. Eu sou forte. Eu posso com qualquer problema, com qualquer mudança, com qualquer porcaria que aparecer daqui em diante. Seja no âmbito profissional, acadêmico, amoroso, familiar, etc. Cansei de reclamar e de me fazer de pobre coitado porque eu não sou. Graças a Deus sou saudável, tenho uma família linda e muita gente que gosta de mim, não tenho motivos pra ficar triste sempre e não ter forças pra levantar e seguir em frente.
Me conhecendo melhor, sabendo que devo satisfações só a mim e ainda tendo um pingo de vontade de andar que ainda tenho, espero sinceramente, que eu não desanime. Espero que eu seja, e continue, forte.

                                                                                            "you could be happy”

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Acho que desaprendi a escrever. Fazem dias e dias que penso em como começar a registrar qualquer angustiazinha que sinto e apenas paro, desisto, mal digito uma frase. Não sei se hoje vai ser diferente.
Poderia ser explícito aqui. Falar dos meus problemas como se estivesse desabafando com um amigo. Mas de quê adianta? Por que iria falar tão abertamente sobre a minha vida (como sempre fiz) na internet se de nada me serve? Não vai mudar nada.
Quem precisa “enlouquecer” e resolver tudo sou eu. E são tantas pendências que eu mal sei por onde começar. A rotina medíocre, a falta de perspectiva, a indecisão, os conflitos na minha cabeça, o marasmo, o tédio. É bem fácil resolver tudo, basta eu levantar, me mexer, fazer as coisas acontecerem. Mas eu não consigo.
Fico na minha, quietinho, choro baixo todo dia, choro alto às vezes, fujo, corro, pedalo de noite pra me transpirar e me cansar. Pra eu ter uma desculpa pra estar cansado, porque mesmo sem me mover é assim que me sinto mesmo.
Se tudo tá tão ruim e eu me acho mais inútil do que nunca, por que ao invés de levantar e mudar todas as situações eu apenas lamento e sofro calado? Eu sou fraco. Eu não sei reagir.

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