segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sem dúvida

Tanto afeto sem contato
Tanto tato sem contrato
Muito beijo
Muito gozo
Zero apreço por amarras

Mas me amarra sim!
Seu peito me conquista
Com malícia
Me prende nesse colo
Que não quis
Eu nem pedi
Mas chegou pra me apertar

Sem contato nem contrato
Aceito teu mistério
Com aperto, mas entendo
É você quem manda aqui
Já aprendi

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Falsinho

É bem difícil pra mim fazer alguma coisa que seja 100% minha e realmente pra me satisfazer. Não sei se é culpa da minha geração, mas sempre busco referência. Acabo me perdendo do propósito e fatalmente me frustro com qualquer coisa que eu produza. Não acho honesta. Não sinto a integridade que deveria. Talvez seja por isso que não evoluo. 
Só quando eu for completamente transparente comigo mesmo e tirar como exemplo minhas próprias experiências ou sei lá me conhecer profundamente é que vou poder criar de verdade. Até lá, sou farsa, cópia, remake do que meus olhos já viram.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

coceirinha de início

Faz tempo que eu não escrevo porque faz tempo que ocupo minha cabeça com seriados e desemprego e também muito sol e piscina, mas fatalmente aquela situação na vida surge pra balançar e me fazer ficar pensandinho antes de dormir.
Tava lendo Um Lugar Na Janela da Martha Medeiros (que é minha nova obsessão) voltando de São Paulo com a cabeça na janela do ônibus e pensando nisso, em como é bom e em como eu gosto do comecinho de qualquer relacionamento, seja ele uns beijinhos, só sexo, um puta namoro ou uma pessoa que passa na vida. É tão delicioso.
Me peguei analisando esse momento que eu tanto gosto. É muito gostoso esse joguinho de seduzir, do querer mostrar muito de si mas ficar temeroso pra não mostrar demais, tem que se preservar, precisa ter um mistério no ar. Ao mesmo tempo que tento ~seduzir eu me auto-saboto e quando vejo tô fazendo cafuné com olhar bobo pra cima da paquera. E todo joguinho vai por água abaixo.
Eu gosto de começos porque no começo a gente quer muito transar e a gente transa bastante querendo conhecer cada mm do outro, é muito tesão e muito gozo muita vontade de estar ali um dentro do outro e eu particularmente presto muita atenção na cara de tesão. Eu piro muito. É muito importante o sexo, mas não é o mais.
O que me deixa mais tonto é a vontade de querer saber cada detalhe da vida, o filme preferido, ouvir as músicas, saber do dia. Fico facilmente com borboletas no estômago a cada notificação do whatsapp e também com leves apertinhos a cada demora de resposta. Não nego. Mas não é bom?
É muito bom sentir, mesmo que não dê em nada, mesmo que eu sofra e me iluda. E como minha querida amiga Laura me disse uma vez “é que se iludir é sinal que tu conheceu alguém legal, que depositou algum tipo de esperança”. Sem esses depósitos a minha vida fica tão chatinha. 
Friozinho na barriga, vontade de ficar junto, medo de parecer carente, querer sair por cima sempre, beijar assim que se vê, minutos olhando um pro outro enquanto deitados, ignorar um pouquinho pra não parecer desesperado, responder em seguida e acabar com o planejado, falar que é de boa mas não quer beijar mais ninguém, mentir, esconder, pra depois mostrar tudo. 

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