quinta-feira, 21 de abril de 2011

Flawless

Existem pequenos momentos na vida em que tudo caminha como deve caminhar. São intervalos de tempo que parecem terem sido pintados num quadro perfeito, ou escritos como um clássico da literatura inglesa, tempos que são memoráveis. Tudo, tudo mesmo vai bem, em todos os sentidos.

As coisas fluem melhor quando se está feliz, parece que o universo conspira pra que tudo dê certo e você vai levando cada probleminha que aparece com a maior naturalidade e tudo vai se resolvendo.
Here comes the news: estou dando adeus à São Paulo, Mogi e Gma. Vou mesmo. Mas calma, não se suicidem ainda, só semestre que vem. Tive uma ótima conversa com meu pai ontem (aliás, estamos muito bests friends forevers and evers), contei todos os meus planos e minhas razões pra querer sair de casa e – pasmem – ele disse que se estou decidido do que quero pra mim vai me apoiar e me ajudar como mudar. LegenDADDY.

Não queria voltar pra São Paulo. Confesso que no fundo eu amo aquela loucura toda, gente feia, confusão, distância, trânsito, poluição, arrogância, frieza e tudo de ruim que essa cidade tem, mas não tenho certeza se me vejo morando lá de novo apesar de às vezes ser tentador. Minha alma é paulistana né, meu. Mas sei lá. Eu tô encantadinho com o sul, só me vejo morando em Curitiba, Blumenau ou Florianópolis e é pra uma dessas cidades que irei. Vou fazer um sorteio, que tal? Na verdade eu vou pra onde conseguir transferência, mas deixo Blumenau como meu porto seguro e a furb que me aguarde (já disse que amo muito meu pai?). E é isso, vocês vão sentir muito a minha falta porque eu sou um querido mesmo mas tô com essa sensação há meses de que preciso fazer isso por mim. Preciso sair, preciso passar necessidade, me fuder, dar valor à muita muita coisa, criar responsabilidade e vadiar um pouquinho mas nem tanto. Tenho que começar do zero assim como fiz quando vim pra Guararema, e foi difícil. O que me conforta é que tenho tudo a meu favor pra fazer dessa etapa nova da minha vida tão boa quanto a minha adolescência, mas se der alguma merda eu volto e tento tudo de novo. Ficar sozinho vai ser bom, mas melhor ainda é ter um suporte. Já tô loco me imaginando a procura de apartamento, de gente pra dividir despezas, procurando emprego, tentando estudar e trabalhar de verdade ao mesmo tempo, ficando sem dinheiro pro rolê hahaha, sério, quero muito isso. Vou sentir falta do verde e do ar daqui, das pessoas e de tudo mais, mas vou voltar sempre que possível. Se preparem para um Daniel que vai falar com sotaque sim.
Tô viajando, tudo isso é só pra daqui alguns meses mas precisava escrever.

É que tá tudo tão bom, tão feliz, tão dando certo pra mim que eu nem acredito que sou o mesmo que alguns posts atrás. Melancolia não me leva a lugar algum não, muito pelo contrário. Me deixa estagnado, me faz ser esquecido, preso em lembranças que não voltam e apenas nelas. Estar feliz e tranquilo é outra história, bem melhor. Desencanar e deixar que o curso das coisas siga, tô fazendo isso direitinho guardando muito sentimento no peito, claro, sempre. Coisas boas só trazem coisas boas, né.
Ai quanto clichê num parágrafo só mas é a mais pura verdade.
Me amem quando eu tô feliz também, nem só de posts tristes vive um blog.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Viajar

Aprendi com meu pai que se existe um dinheiro bem gasto é em viagens e comida. Em comida já gastava desde sempre, mas de uns 2 anos pra cá venho fazendo dívidas sem limites com viagens, e o melhor de tudo é que eu não me arrependo nem um pouco. Amo viajar. Amo saber que por alguns dias eu posso me desligar de tudo o que tá acontecendo por aqui, me desligar da família (quando viajo sem ela), dos amigos, da faculdade, de problemas e etc.

Planejar a viagem acaba sendo tão prazeroso do que viajar em si. Essa ansiedade que fica nos dias antecedentes é muito gostosa. Tenho viajado de ônibus, então tô amando muito essas estradas, principalmente as litorâneas e as que vão para o sul. Não é novidade pra ninguém que eu tô de caso com o sul desse país e que aquela região virou meu xodó pro resto da vida. Tudo parece melhor por lá, mais lindo, mas aconchegante, mais gostoso e mais barato.

Pensa em como é bom: você decide viajar sozinho, compra passagens em mil vezes mesmo estando desempregado, tem a casa de algum amigo pra se hospedar, conhece pessoas, gasta o dinheiro que não tem como se não houvesse amanhã, tira fotos, respira um ar diferente, vive por alguns momentos os costumes do lugar que você tá, pertence a esse lugar mesmo que por pouco tempo, acaba falando como eles, quer saber absolutamente tudo sobre o que acontece por lá, um pedaço seu acaba ficando em cada lugar que você vai. Esse é o espírito. Cada amigo que se faz em um lugar que se vá você deixa um pedaço seu com ele e de repente você está poraí divido em mil partes. O lado ruim é que com isso vem as saudades, não se pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo fisicamente. Já mentalmente..
O que acontece é que em todas essas viagens eu acabo me confundindo e querendo morar em cada lugar que eu passo. Sou muito preciptado. Lembro da primeira vez que eu fui pra Joinville quando criança e disse que ainda iria morar lá, num moinho. Ou em Goiânia, no setor oeste. Agora eu vou morar ou em Curitiba, no batel ou em Blumenau, no centro. Quero morar em todos os lugares ao mesmo tempo.
Meus amigos mais próximos morrem de ciúmes, mas se dependesse de mim passava o ano inteiro viajando pra ver queridos de Goiânia, Maceió, Juiz de Fora, Itajubá, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paraty, Lorena, Marília, São Paulo, Curitiba, Pato Branco, Blumenau, Brusque, Florianópolis, Erechim, Porto Alegre e etc. Dá aperto no coração não poder visitar todo mundo sempre. Mas essa é a parte ruim de viajar, a hora de voltar pra casa e deixar tudo aquilo de bom para trás, na memória.

Voltar é triste. Entretanto, retornar a um lugar visitado é alegria duplicada. A segunda vez que voltei pra Passa Quatro foi bem melhor, a terceira vez que voltei pra Caldas Novas então nem se fale, a segunda vez pra Blumenau foi linda e cada vez que eu volto pra praia é mais divertida.

Nunca fui ao exterior, mas quando for já tenho tudo planejado. Não gosto de pacotes turísticos, quero chegar numa capital européia e alugar um carro. Vou passeando pelo verde das estradas, conhecendo cada vilarejo, pessoas bem típicas, lugarzinhos afastados e charmosinhos, quero beber muito vinho, muito mesmo, tirar foto nas montanhas, ir pros clubes à noite sozinho e voltar carregado pro hotel com gente estranha, parar o carro no meio da rodovia e deitar no capô pra ver o céu. Me desligar de tudo por no mínimo um mês. Ia ser bom ter uma companhia pra fazer tudo isso, mas só se fosse meu amor, senão prefiro ir sozinho. Cara, como eu amo viajar sozinho. Bem que queria poder fazer isso pelo Brasil também, meu pai podia me emprestar o carro hahaha.
E cara, hoje eu tô duro, não tenho nenhuma grana guardada de reserva, não tô trabalhando, tô vivendo com o seguro-desemprego que não dá pra nada, com cartão estourado, sem limite no banco, e mesmo assim tô indo viajar no fim do mês e não tô nem aí, vou mesmo, prefiro ficar sem sair aos finais de semana por um mês inteiro mas compensa, sempre compensa, mesmo se for uma bosta, é melhor do que ficar aqui.
E quando eu arrumar outro trabalho aí segura peão, webjet e viação catarinense vão me ver quase todo mês.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

don’t let me fall

Estou inquieto. De uns minutos pra cá meu coração acelerou de tal forma que eu não sei se estou tendo um infarto ou é neura da minha cabeça. É um pressentimento, dos bons, dos ótimos. Meus olhos estão lacrimenjando sem parar, isso é outro sinal também. Não sei o que está acontecendo. Estou trêmulo. Preciso de ajuda. Tenho absoluta certeza de que coisas estão para acontecer, coisas boas, e isso incondicionalmente estimula minhas glândulas lacrimais. O ano está tão cheio de mudanças que é impossível não sentir uma pontinha de medo e frio na barriga. É minha vida entrando nos eixos e eu nem sei como ou porquê, como se estivesse fora do meu controle, mas não está. É gostoso mas assusta. E trás dúvidas. O que eu quero mesmo?

Eu quero tudo.

Share