segunda-feira, 29 de abril de 2019

os pingos nos 'is' entre nós dois, tomara que você nunca ache esse post

Vou tentar ser o mais letsgo e tirar tudo de dentro pra poder ler e processar melhor esse emaranhado esquisito de sentimento que tá fazendo meu coração palpitar.

Palpitações, aliás, é o que eu ainda sinto quase um ano depois toda vez que te encontro. Fico numa ansiedade que me perturba, que consome, porque inexplicavelmente eu sempre tô a fim de te ver e de estar com você. Quase sempre. Meu mundo virou do avesso desde aquela piscadinha no carnaval do ano passado, e, posso falar? tem sido uma delícia. É uma delícia me encantar por você. Admiro o coração bom por baixo dessa casca escorpiana. No fundo, tua armadura é pura proteção contra possíveis machucados, mas ah se você soubesse que eu tenho zero pretensão de te ferir.

As coisas começam a ficar nebulosas quando eu me pego pensando "vou chamar o boy pra fazer algo hoje/amanhã/no final de semana". Acabo esquecendo que talvez essa vontade pode ser unilateral, ou você já tem planos, ou você só não tá a fim. Sinceramente, é compreensível, mas não consigo não me magoar. Colocando isso pra fora parece soar meio obsessivo, mas é bem normal, é amor. É que eu não duvido que você goste de mim, daí acabo esperando que no seu tempo livre você queira me ver também. Eu já sei da sua agenda, você já sabe da minha, nós sabemos quando rola um match. Acabo esperando que nesse match a gente se encontre, mas nem sempre é assim, já era pra eu ter me acostumado.
Me magoa quando eu mando mensagem fofo dizendo que tô com saudades e quero te ver e recebo uma resposta meio monossilábica. Não custa nada responder "sdds tb" ou um emoji bonitinho. Não gosto de sentir que estou incomodando, não depois de quase um ano, essa insegurança devia ter ficado lá atrás.
No fundo no fundo acho que só preciso de um pouco mais de sensibilidade da sua parte. Não quero mensagem toda hora, ligação todo dia, declarações semanais. Quero que você me ouça enquanto eu falo, tenha interesse nos meus problemas assim como eu sou todo ouvidos aos teus, que muitas vezes são bobeiras de meninão mimado que me deixam puto, mas eu respiro, ouço, tento dar algum conselho, te abraço, cuido. A vida não tem sido muito fácil desde o dia que meu pai chorou numa maca de hospital e contou pra nós que tinha um tumor cerebral. E você tem sido o sopro de alegria que eu não sentia desde então.
É que eu já entendi que você é meio egocêntrico. Normalmente são os seus problemas, as suas questões, é sempre você. Mas não pode ser assim. Não sou só eu que preciso me adaptar, que preciso ceder, que preciso cuidar. Também quero ser ouvido, ser cuidado. Não quero ter que falar essas coisas a você porque acho que são pontos que não consigo exigir de ninguém, deve ser natural. Mas eu vou dar aquele toque de brother: não gostei disso nem daquilo no final de semana que passou. Quem sabe consigo engatar algumas pautas, mas numa boa, sem cobrança, eu detesto cobrança, precisa ser leve.
Se não for leve eu não quero mais não.

Tenho aprendido muito a como construir algo com alguém de um jeito maduro, sem todas as obrigações e coisas que dizem pra gente que têm que ser feitas, como é que se comporta quando namora. A gente têm sido letsgo desde o início e é show, mas não tem como eu não sentir uma leve vontade de ser um pouco mais careta. Te apresentar pra minha mãe, pra todos os meus amigos que vivem querendo te conhecer, fazer planos um pouquinho mais concretos, te envolver no meu eu de dentro, que talvez eu nem conheça direito ainda. É um desejo de me abrir 100%, não de fazer coisas pra que você goste de mim. Mas só se você quiser, será que você quer? Às vezes eu acho que sim, às vezes eu acho que não. Mais uma vez sou eu tentando me adaptar ao seu jeito de lua, eu entendo, mas não é tão fácil assim. Por que você não se adapta ao meu jeito bobo?

Não consegui colocar tudo que queria porque comecei a me sentir meio ridículo, mas é mais ou menos isso mesmo, eu me sinto meio ridículo gostando de você, só que pra tudo existe um limite: gosto mais de mim do que de você e isso nunca vai mudar. É ótimo saber do meu valor e quando você não souber mais dele.. tchau tchau. Não acho que chegaremos nesse estágio, pra falar a verdade acho que ainda tem muito eu e você pela frente viu, mas essa ansiedade toda e esses dramas que me consomem vão ter que acabar em breve, só preciso entender melhor como exteriorizar tudo isso pra você.

domingo, 21 de abril de 2019

coça coça

Os ups and downs das últimas semanas realmente esgotam meu emocional mas creio que seja melhor do que levar uma vida apática. Não que eu não esteja pensando em voltar pra terapia, mas acho que ter esse nível de emoção que beira a loucura até que não é tão arriscado.
Enquanto meu corpo inteiro coça por conta de algo na minha cama (há meses) que não sei o que é, meus olhos seguram as lágrimas que também não possuem aparente motivo pra cair. Living la vida com pouca grana em SP pode estar com os dias contados já que planejo minha mudança secreta pra um quarto de empregada a algumas quadras daqui. Essa decisão foi tomada há pouquíssimos dias e ainda tô tentando digerir ela não como um retrocesso, e sim como uma oportunidade de mais uma adaptação na cidade grande porém com 2 ótimos bônus: mais dinheiro no bolso e uma vida entre amigas. Minha casa hoje é muito show e faz sucesso entre a galera, mas, sendo realista, por mais barata que seja pros padrões São Paulo, não condiz com meu salário pequenino. E depois da minha tentativa frustrada de aumento, preciso tomar certas medidas pra não acabar em ruínas por aqui.
Sinto muito por ter que mudar mais uma vez, mas não é como se eu me sentisse plenamente em casa aonde estou, não consigo entender direito por quê, mas é como se eu fosse um visitante ou tivesse alugado pelo airbnb. Me identifico com tudo, mas nada é meu. E meu flatmate pode ser um gato, descoladão, gente boa masss.. não viramos amigos. É pura aparência, e isso me entristece um pouco.
No mais, essa ansiedade por sair e economizar uma grana tem me consumido nos últimos dias, mesmo tendo estado no meio do mato com o boy de sexta até hoje. Agora que voltei e passei algumas horas com o computador na barriga e coceira corporal, a vontade de chorar voltou e ao invés de ceder sem razão alguma resolvi escrever e ela passou. Deve ser o anseio pela mudança/economia logo, ou deve ser essa coceira que acaba com meu psicológico. Só sei que tenho que sair.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

03.04.2019

É sempre em meio a uma crise, um conflito, que me pego pensando no que escrever. Geralmente eu tô na rua, no ônibus, no metrô, na academia, segurando a dorzinha no peito mas pensando em exteriorizar. Nos últimos anos perdi esse hábito que já me fez tão bem, essa é mais uma tentativa de voltar à ativa.

A última passagem pelo quase-choro-no-dia-a-dia foi quando me dei conta de que em todas as áreas da minha vida existem falhas. No meu trabalho as coisas andam mornas, me questiono diariamente se o que eu faço faz algum sentido ainda, não me sinto desafiado ou aprendendo nada novo. Em contrapartida adoro meu chefe e adoro o studio. A grana anda me preocupando também, acho que entrei num vortex de gastos (pra variar) complicado, felizmente tenho minha mãe pra me socorrer, mas é um pesadelo comparar minha conta bancária com a fatura do cartão de crédito. Minha última apelação pra me controlar financeiramente é ir no mercado e comprar tudo do mais barato.
Essas questões de trabalho me fazem refletir todos os dias sobre quem eu quero ser no futuro. Porque agora, na teoria, com quase 30 anos, era pro futuro já estar sendo escrito ou acontecendo. Não sei ainda em que direção seguir profissionalmente, por incrível que pareça tô com saudades de estudar, só não sei o que ainda. É meio foda, achei que depois da faculdade o dia-a-dia se encarregaria de me encaminhar pro lado certo da parada, mas vivo nesse paralelo de me jogar em algo que acredito muito ou no que daria grana pra sobreviver em São Paulo.
Aliás, sobreviver em São Paulo tem sido ótimo, desafiador, denso, todos os dias ao acordar. É sensacional porque quando eu paro e penso eu tô levando a vida que meu eu de 15 anos sonhou um dia (chorei na praia semanas atrás percebendo isso). Formado, trabalhando, morando num apê massa, namorando, amigos, família, tudo jóia. Tirando o dinheiro, pra variar. Enfim, São Paulo tem sido okay comigo até. Tem momentos que só quero largar tudo e correr pra Guararema, o ar daqui é bem pesado, não consigo respirar, caminhar é fatalmente ser abordado por algum morador de rua em situação de vulnerabilidade que eu não posso ajudar, muito muito barulho, muita sujeira, muita energia que a gente pega no transporte público que não é nossa, mas dorme com a gente. É bem doido. Mas é bom, não sei explicar. Gosto da sensação de estar na maior cidade do país, tem sempre muita coisa acontecendo apesar de não aproveitar tudo. Esse é um sentimento recorrente, sinto que não aproveito tudo o que SP pode me oferecer, já que vivo na ponte-aérea Santa Cecília - Pinheiros, mas também essa falta de aproveitamento pela falta de grana do momento: parece que tudo o que eu quero fazer custa 150 reais.
Falho também quando penso em família, uma área que anda bem loka desde que meu pai faleceu. Me pego preocupado com a minha mãe e irmã todos os dias, faço o possível pra manter a calma e o impossível pra ajudá-las com o máximo de poder que possuo: a palavra. Converso, ouço, oriento, dou minha opinião, tento fazer de tudo pra resolver os problemas das duas, mas parece que nem sempre sou ouvido. Dou o meu melhor, mesmo que meu melhor não seja suficiente. Aprendi a me perdoar e não me culpar pelos problemas delas, já que tenho os meus, então por mais angústia que sinto a cada mensagem de desespero que recebo, me blindo pra não nos tornarmos 3 grandes perdidos numa família que ainda não acabou.
Ando falhando no campo amizades nos últimos tempos. Confesso que me traí. Sempre disse a todos que quem começa a namorar e esquece dos amigos é babacão e existem situações que me vejo fazendo exatamente isso. Juro que não é por mal. E juro que não é menos amor. Mas é engraçado me dar conta de que hábitos que faziam sentido pré-namoro hoje já não fazem mais. Não consigo ir nas mesmas festinhas que meus amigos, ficar muito tempo em certos assuntos na hora de conversar. Me dá um apertinho porque consigo ver alguns deles escapando pelas minhas mãos, entre meus dedos, e não me esforço muito para mantê-los por perto. O pior de tudo é que não há conflito. Obviamente aquela meia dúzia segue junto, zap zap todo dia, encontrinho semanal, mandar mensagem quando a saudade bate. Bem que meu pai já me falou: são poucos que são meus amigos de verdade, apesar de conhecer bastante gente.
Já no amor as coisas são menos complicadas. Tem quase um ano que estou completamente entregue e apaixonado pelo cara mais legal que já me apareceu. Frio na barriga toda vez antes de encontrá-lo, muita risada, jogação de carnaval, sexo mais do que incrível, amazing, e, apesar de estar ciente da sua personalidade de lua (que me causa muita, muita ansiedade), hoje finalmente acredito que estamos no mesmo patamar de sentimento e que ele me ama também. Com o tempo vamos ajustando expectativas e caminhando lado a lado, é muito bom ter o Bu perto de mim.

Sempre penso no passado pra poder entender como anda meu presente e pra onde quero ir no futuro. Parece que o eu do passado sabia muito bem o que queria e como fazer as coisas, apesar dos recursos limitados. É meio nebuloso hoje olhar pra trás, ando buscando bastante referência pra poder olhar pra frente. Fazer dos dramas de hoje menos importantes, relaxar, tô fazendo tudo certo e não preciso dessa pressa millennial bizarra comigo o tempo todo. A sensação de que o viver era mais simples antes é péssima, porque hoje ainda é simples, só falta acordar pra realidade e ser menos desesperado. No final das contas eu sei que tô no caminho certo, a taróloga já me disse, com o tempo tudo se resolve. Imagina quando o retorno de Saturno chegar?




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