sexta-feira, 28 de março de 2014

Falta

Enquanto eu passava meus dedos na telinha vi todas as fotos de uma menina que tive muito pouco contato enquanto morei no sul do país. Foi coisa de alguns dois meses mas ela é uma das pessoas mais legais e singulares que eu já conheci. Não que ela pense o mesmo ou lembre de mim porque ja me deletou de tudo quanto é rede social há tempos mas eu não ligo porque acho que o que importa é o sentimento que eu tenho por ela mesmo. E vendo as fotos me veio muita coisa na cabeça num momento bom da minha vida. Me dei conta de que eu sinto falta de Blumenau, muita, muita mesmo, toda hora, mas sorri sozinho no banheiro quando percebi que gosto da onde estou hoje. Tenho saudades do que vivi, das pessoas, dos momentos e das situações que eu vivi, só que sei que eu to no lugar certo e entendo e aprecio o futuro que me aguarda. É como se o tempo em bnu fosse uma memória gostosa de se relembrar. Me entristece mas me alegra saber disso agora.

terça-feira, 25 de março de 2014

Faceless

Na tentativa de depender cada vez menos da internet eu comecei tomando algumas medidas drásticas. Deletei o facebook, deletei o tinder, e não entrei no twitter por uma semana. O twitter eu não consegui largar porque eu amo muito aquilo, mas o facebook e o tinder não me fazem muita falta. Esquisito isso, porque até um tempo atrás eu enxergava o facebook como um RG. Você conseguia "saber" sobre uma pessoa dando uma leve stalkeada e ao mesmo tempo poderia mostrar um pouco de você pros outros também. Isso pode ser meio doentio e perigoso porque existe a diferença entre o compartilhar seus gostos, fotos, opiniões genuínas e mostrar pras pessoas o qºue você quer que elas pensem de você. Pelo menos eu não caí nessa, mas confesso que era bem desses que todo dia ia lá e postava uma musiquinha, uma foto, escrevia uma bobeira e ficava esperando a reação alheia. Olha que babaquice.
O pouco tempo com a conta desativada tá sendo no mínimo libertador. Chega de foto de bicho, de gente decapitada, da foto do rolê de fulano virando um jack na balada, chega de 34 fotos de uma vez pro album "~~*2014*~~". Me dei conta de que me livrei de muito conteúdo desnecessário e que eu querendo ou não fazia parte do meu dia-a-dia já.
Todo dia eu lia: a indireta da amiga falsa, a indireta pro ex-namorado ou ex-namorada, alguma frase poética ou reflexiva que alguém jogou no google pra postar, o check-in no restaurante badalado com mil likes, algumas piadas sem graça, ou a reclamação do calor de 40º do dia. Tirando as bobeiras em caps lock que aqueles parentes que acabaram de entrar pra rede colocam..
Por falar em parentes, acho que foi a melhor coisa que eu me livrei com essa saída. Mil tensões pra minha vida real eu já ganhei por causa de parente no facebook. Não podia postar música triste, piada, foto com bebida, foto disso, etc, que era eu ir pra casa da minha avó e já vinham umas 3 dias perguntar se eu tava bem porque "você postou uma frase assim no facebook e.." sabe? A última foi no carnaval que eu postei "Estou perdido" e todo mundo embaixo comentou algo do tipo "eu estou sem saber aonde é que eu estou", "que rumo vou tomar de minha vida?" e lógico que foram falar pro meu pai (que nem tem facebook e é super contra internet) que eu postei que estava perdido por Santa Catarina ou que eles precisavam prestar mais atenção em mim porque eu tava meio "perdido na vida". Cansei.
Obviamente deixei muita coisa ruim pra trás mas tem as coisas que fazem um pouquinho de falta. O chat por exemplo, tinha contatos só por lá e não tenho comunicação alguma mais com algumas pessoas. Mas se tratando do chat, eu percebi uma coisa curiosa: sabe aquele amigo ou amiga de conversar quase toda noite, de dar um oie por nada e ficar horas e horas e horas conversando e você pensa "nossa, esse é meu amigão mesmo" e você simplesmente gosta de jogar conversa fora? Pessoas que você tem todos os outros contatos mas se acostumou a falar sempre no facebook e dá um certo crédito a elas por isso. Eu percebi que essas amizades não são tão sólidas assim porque mesmo tendo contato na vida real, no whatsapp, email, telefone etc, chega dia e chega noite e elas param de te procurar! Não uma só específica, mas muita gente hoje em dia que sabe que eu não tenho mais facebook não vem bater papo em nenhum outro lugar. E não me faz falta porque eu tô fazendo outras coisas por aí. Doido né?
Uma hora eu sei que vou reativar de novo, essa é só uma rehab, mas quando eu reativar vai ser porque muito conteúdo da facul a galera troca pelos grupos no facebook e não é justo eu pedir toda hora pra alguém me mandar por e-mail. Vamo vê quanto tempo eu aguento sem.
O tempo que eu perdia vendo bobeira e tendo a minha vida acompanhada por muita gente hoje eu direciono pra outras coisas (tumblr, twitter, snapchat.. brincadeira). Mudei da água pro vinho na faculdade, trabalho melhor, leio muito muito mais e coisas que eu quero ler, ando o louco da dazed digital, sei lá, anda me agregando coisas boas. E as pessoas que eu quero manter contato eu mantenho por outros meios, e isso é o que mais importa.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Desde o início do semestre eu tô pegando carona com uma amiga que operou a coluna e os pais dela se revezam pra buscar ela na faculdade. Geralmente na volta voltamos eu, ela, a mãe dela e a vó dela. De uns dias pra cá essa minha amiga tem dito sempre que quer casar e a gente cai na gargalhada. Primeiro porque ela tem a minha idade e quer casar agora, segundo porque ninguém diz que ela tem cara de que quer casar. Ontem estávamos nessa de novo analisando o futuro dela como casada até que ela disse "Mas você também não vai casar nunca né Dan?" não entendi e disse "Claro que vou! Lá pelos 30, quando eu já tiver rico" brinquei. Ela ficou louca e disse que jamais imaginou que eu sou do tipo que quero casar. Ainda falou que achou que eu ia querer trabalhar, fazer uma grana mas que ia ser desses que sempre vai querer morar com amigos e só pensa em festa. Será que é essa a imagem que eu passo pros outros? Haha.
Eu quero casar sim, mas primeiro quero poder sustentar eu, minha mulher e meus filhos (2, 3 ou 4). Pra isso eu tenho que ralar muito ainda, e é nessa época de ralação que eu vou aproveitando uma vida de solteiro né. Mas eu vou sim casar, meu objetivo é lá pelos 30. A ideia de ter alguém pra compartilhar tudo pelo resto da sua vida e construir tantas coisas é tão linda que sério, se eu começo a pensar muito nisso eu começo a lacrimejar. Não preciso ter uma mulher perfeita, ela me amando e cuidando de mim sempre já tá bão. Quero ter carro bem grande pra levar a criançada na escola, morar em condomínio fechado (desculpa aí amigos arquitetos) bem seguro pra eles brincarem na rua, levar os muleques no jogo do corinthians, as meninas no ballet - ou as meninas no jogo e os meninos no ballet, tudo bem também. Preciso aprender a resolver todos os conflitos que eu tenho comigo mesmo até lá pra poder educar essas criaturinhas que eu vou colocar nesse mundo muito bem. Como não ficar louco de emoção só de imaginar pequenos seres humanos aprendendo a viver e saber que eles são parte de você, que você fez eles? Puta merda, isso é lindo demais.
Por mais que agora pareça tão distante, ia ser uma boa casar logo. Já quero. Alguém me arruma uma esposa aí e um bom emprego que eu trato de acabar com a faculdade logo.

sábado, 15 de março de 2014

Natalia da rodô

Passadas algumas horas de muito trabalho (proj. nerd e uma criação de juizo repentina), lá estava eu fumando meu cigarrinho na rodoviária enquanto esperava meu ônibus. Obviamente, de chamariz que sou, um mendigo peculiar (cadeirante) me pediu um. Dei o meu. Sentei num banquinho e comecei a ler. 5 minutos depois essa menina linda me cutuca e diz "Ei, você sabe me dizer aonde eu compro cigarro aqui perto?". Olha, perto não era, então resolvi ser gentil e oferecer um pra ela. Aproveitei o sorrisão bonito que ela me deu como resposta e fui acompanhá-la. "Você salvou minha vida", ela começou. Disse que estava triste, não era dali e não sabia nem que horas ia embora. Quando perguntei o por que ela estava triste ela desconversou e só falou que era boazinha demais e precisava ser mais cuzona na vida. Concordei com ela e acrescentei que sofria do mesmo mal. Ficamos nessa tagarelando sobre ter caráter e se fuder, até que quando perguntei pra ela aonde ela morava ela disse que era de São José dos Campos e veio pra cá ver o namorado. "Bom, ex-namorado agora" aí eu entendi e resolvi não tocar mais no assunto. Depois de saber que eu fazia arquitetura por aqui mesmo ela começou a falar que morou em outra cidade pra fazer federal, deu tudo errado e voltou pra casa dos pais e aí a gente entrou numa conversa de como a gente precisa se formar logo e ser rico. E como as nossas escolhas às vezes só servem pra gente quebrar a cara e aprender com isso mesmo. Bonzinhos. Fiquei louco pra chamar ela pra tomar uma cerveja depois dela dizer que só o que ela queria era estar de carro e ir tomar umas na beira da praia (disse exatamente a mesma coisa ontem), mas não fiz isso. Acovardei depois de tanta intimidade repentina e meu ônibus chegou. Ela perguntou aonde ficava o shopping, nos apresentamos e nos despedimos com um abraço e ela disse de novo "você salvou minha vida hoje!", agradeceu e foi.
Isso é algo que nunca ocorreu e eu sempre tenho comigo essa esperancinha de conhecer gente legal em lugares comuns tipo a rodoviária ou um café. Mesmo sabendo que eu não vou voltar a vê-la, fiquei feliz em saber que tem gente legal por aí e você só precisa estar aberto , ser gentil, oferecer o cigarro salvador e conversar. É do lado de fora que as coisas acontecem.

quarta-feira, 12 de março de 2014

0 à esquerda em São Paulo

Se a foto tem 10 likes você deleta, se não foi visto em tal festa aquele dia você não é ninguém, pra algo estar bem escrito no mínimo devem haver uns 2mil shares no facebook, não pensa que seu desenho é bom se só duas pessoas deram reblog dele no tumblr e o negócio é o seguinte: ou sua conta tem 50 mil followers no instagram e as pessoas te reconhecem na rua pelo seu @ do twitter ou ninguém vai te dar valor não. Aonde é que eu tô mesmo?
Precisa ter um trabalho descolado. Que envolva festas, viagem, música e que cada detalhe da minha vida seja compartilhada por aí só pra ter o gostinho de ver todo mundo invejando ela. Não existe essa de fazer as coisas por mim, o interessante é parecer interessante sempre. Claro que eu nem gosto muito de sushi, mas vou lá no restaurante japonês mais badalado pra tirar aquela foto e fazer check-in no foursquare. Meu drink é horrível, mas com o filtro valencia ele fica lindo. Minha roupa custa mais do que o salário de muita gente mas olha só quantos comentários perguntando onde eu comprei? Todo mundo me ama.
Não preciso estudar porque já tenho minha cota de contatos. Todo mundo me conhece. O fotógrafo tal, a modelo x, o empresário y, a cantora, a atriz, o dj, esse tipo de gente legal mesmo. Amo sair com eles. Meus melhores amigos da vida toda. A gente vai pra balada e tira uma foto todo mundo junto, meia hora depois já tô em casa nanando mas pra galera da internet (ou seja o mundo) eu tô me divertindo ainda. Aliás, não vamo lá amanhã tirar umas fotos naquele pico conhecido pra eu postar ao longo da semana? Vem todo mundo.
Você faz o quê? Administração? Hm. Estuda aonde? Ah na Anhanguera? Hmm. Você mora aonde? Vila Guilherme? Nossa não sei aonde fica não.. Como assim você não conhece o fulano, em que mundo você vive?
Aff.
As coisas mais importantes da vida toda são: seus contatos famosos, seu emprego que parece férias, +1000 likes no instagram em cada foto e ah, claro, dar uma voltinha na Av. Paulista e algum "fã" parar pra tirar foto com você e te marcar. Basicamente é isso. Que delícia ser tão querido pelos outros! Carinho é tudo.
Nada mais é importante e quem não faz parte desse clube não existe.

                                                                                                                                                                                                          done

domingo, 9 de março de 2014

the one you need but never wants

Bagunça mais minha mente do que eu bagunço minha vida. Gosta de me ver triste. Mesmo sabendo que eu sou quem tu precisa mas não quer. Nada de romance, longe disso, não é isso.
Não quero nada não, mas chega. Diz o que precisa dizer mesmo que não seja o que eu quero ouvir. Tô aqui.
"Eu te entendo. E quando não te entendo, te aceito. Mas... acima de todas as coisas, eu te respeito."
Me dê isso em troca. Ou me troca.

after glow

Acho que foi na quinta-feira quando cheguei em casa de viagem e tomei um banho que eu dei uma mudada. Sei que vivo mudando, então não foi surpresa. Eu me olhei no espelho e notei algo de diferente, vai ver eu envelheci. Mas essa não é a pauta.
Já que estou há uns bons meses meio jururu, vivi essa fase "reclusa" e um pouco hipócrita porque nunca gastei tanto na vida com festa. Mas chorei, chorei, chorei, na mesma proporção que bebi. E olha que eu bebo muito. A gente precisa se distrair na tristeza né.
Fiquei com um negócio na cabeça que um conhecido meu me disse quando (pra variar) tava reclamando da vida e principalmente daquele mesmo disco repetido: a faculdade, o futuro profissional, etc, etc. Ele me disse que eu devia fazer mais as coisas que eu gosto, pelo menos 3 vezes por semana. Andar de bike, desenhar, fotografar, escrever, até pintar, ler alguma coisa, ver um filme, cozinhar, ouvir um cd novo, caminhar, essas são coisinhas bobas mas que me dão prazer e nem sempre eu crio coragem pra me erguer e sei lá, fazer. Pois menti, não fiquei com isso na cabeça, foi um pensamento ligeiro que me cruzou o cérebro por pouco e fim.
O que aconteceu é que sem nem perceber - até hoje - eu vi que acabei desenhando, escrevendo, cozinhando, assistindo a um filme, fotografando e caminhando. Sem eu nem me propôr à essa meta de fazer o que eu gosto, fiz. Na quinta-feira mesmo eu comecei um desenho bobo mas que eu queria fazer faz tempo, na sexta-feira eu caminhei um tempo sozinho depois do trabalho e de noite saí pra fotografar com a minha irmã e nossa, eu tinha esquecido de como isso me faz bem. Me faz bem pra caralho pegar a câmera, o carro e sair por aí em busca de um nada que acaba se materializando em foto. BW ainda, fazia muito tempo. Hoje eu não só assisti a um filme bom como também vi um documentário. E no almoço cozinhamos eu, Camila e papai uma massa bem deliciosa com molho de tomate caseiro e feitinho na hora. Que delícia.
E eu não sei se o ato de fazer algo que eu gosto serve só como uma distração das minhas angústias ou se é isso mesmo que tem que ser feito. Fico muito preso e sofrendo com as chatices do dia que devem ser feitas como tentar me formar na faculdade, trabalho e etc. que eu esqueço que na vida também existe o prazer além dos finais de semana. Só não sei se esse prazer entra no tempo perdido e de distração ou se é realmente importante e faz parte do viver. Enfim, já tô confuso, pensando demais de novo.
Me deprimi quando numa noite essa semana meu pai me surpreendeu perguntando pra mim e pra minha irmã o que a gente tinha planejado pro nosso futuro e eu só soube dizer que queria me formar e fazer especialização fora. Coisas a curto prazo sabe, porque eu mesmo não tenho perspectiva de nada. Logo depois ele disse que andava preocupado porque eu ando "amargo, áspero e rebelde" e por mais que me doesse ouvir isso eu concordei com ele porque sabia que era verdade. Me tornei amargo. E reclamão. Depois ele veio com um papo de que eu sabia pela minha mãe viver dizendo que a palavra atrai e bla bla bla eu reclamo de tudo da faculdade, dos professores, da escolha errada da minha profissão, do meu futuro, de muita coisa mesmo e não enxergo que isso só me faz mal. E eu novamente concordei. Só que eu sei que me faz mal, mas não paro, é como um vício. O "aprender a gostar" disso tudo que eu reclamo como ele sugeriu ainda me parece meio difícil, mas acho que vou dar uma chance.
Tenho que me dar várias chances. Preciso escrever mais e eu vou. Preciso desenhar, fotografar, cozinhar, ler, malhar mais e eu vou. Preciso estudar mais também e eu vou (tentar). Sem reclamar (muito). Cansei de ser amargo.. e de guardar tanta coisa ruim em mim. Alguém tira esse corvo do meu estômago.
Por fim além de mudar de novo eu entendi uma coisa muito importante também (de novo, reafirmando): não posso e não vou depositar em ninguém a cura pra todas as minhas doenças. É errado, é patético e eu sofro muito mais. Não que eu esteja com alguém, mas só de me livrar da ideia de que o amor resolve tudo eu consigo focar mais em mim do que na minha carência. Deixa ela ser só sexual mesmo, xvideos engana qualquer noite vazia.
Não é esperança, não é promessa, é só sentimento de que isso tudo tá indo embora. Que vá e que demore a voltar, porque eu cansei de me cansar.



sexta-feira, 7 de março de 2014

life goal

despite all my hidden feelings that will walk with me wherever I go, I beg you: can you please realize that this doesn't make any sense? or can you please tell me if you're finally done with me?
it's not easy to keep this life-journey but hey, i don't need to say a zillion times that i'm always here.
even if you're done, my darling, i'll make sure to make you proud of me someday. scout's honor.

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