quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

verboten


Tu tá do meu lado, bem perto
me olha nos olhos, bem fundo
Não entendo
Morde meu lábio inferior
morde de novo
morde de novo
Mordo também

Entrelaça tua perna na minha
Deixa eu passar as mãos no teu cabelo
Entrelaça tua alma na minha

Dou risada ainda sem entender mas sou calado por você
Pega na minha mão
pego no teu peito
te abraço e te recebo
te beijo
Desliza tua mão nas minhas costas enquanto eu olho teu rosto lindo
sorria pra mim
Que eu amo você

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

...


Promessa de escrever mais nesse mês que já tá no fim obviamente não se concretizou, porém pensei tantas vezes em tanta coisa pra escrever que acho que guardei tudo muito bem na minha memória! Então tá tudo bem.
Não sei porque nesse ano essa época não está com a mesma graça que tinha em outros tempos. Vai ver é porque meu avô faleceu esse ano. Vai é porque quase tudo deu errado esse ano. Vai ver que eu tô no lugar errado! Vai ver que é porque minha irmã vai passar um ano fora. Vai ver é porque eu tô diferente. Sei lá. Queria que o espírito natalino ressurgisse mas tá meio foda.
Com tantos amigos por aí fica difícil inclusive desejar boas festas a cada um que eu gosto tanto. Esse é um grande mal na minha vida e acho que um grande mal de muita gente da minha idade hoje em dia que teve a adolescência em meio às redes sociais da internet. Pra alguém que conheceu a primeira namorada no orkut, o melhor amigo no flickr, mudou de estado graças ao twitter, não consigo mais me ver longe dessa porcaria porque ela me proporciona exatamente algo que eu gosto muito, conhecer pessoas.
A parte ruim dessas redes é você expandir teu círculo social além dos limites geográficos da onde você mora. Hoje eu queria dar um abraço em todo mundo que eu quero bem seja em SP, SC, PR, MG, RJ, RS, GO, e etc. A culpa disso não fica restrita à internet mas também às milhas aéreas do meu pai, mas vou culpar apenas uma aqui. Fica difícil manter contato de longe e eu nem sempre consigo dar atenção à todo mundo que eu quero. E não é por falta de tempo né, isso por enquanto eu tenho de sobra, é que não dá pra viver em prol dos outros (e isso é uma coisa que eu sei fazer bem).
Não quero me afastar de ninguém nesse ano que vem vindo mas tenho que levar uma vida mais offline. Por mais que meu carinho e minha saudade sejam grandes até com os amigos de perto, quem se importa como eu sempre dá um jeito de demonstrar afeto, e demonstram! Quem se importa vem me ver, me liga, me procura, manda carta, manda energias positivas, manda alguma coisa, e eu ando satisfeito com os amigos que tenho e os que sei que vão sumir em questão de tempo. Tem pessoas que entram na tua vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem, né?
Vai ver essa época do ano tá meio esquisita porque eu queria abraçar todo mundo e não posso!
Que as distâncias se encurtem ou se prolonguem como deve acontecer naturalmente. Feliz Natal!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

desejos não materiais

Subir no alto de uma antena e gritar, correr pelado no meio do mato, nadar num rio de águas cristalinas, pular de uma cachoeira, pular de um penhasco em direção ao oceano, rir até começar a mijar involuntariamente, correr de mãos dadas enquanto puder, fazer uma fogueira na praia, participar de um sarau, fazer sexo a 3, fazer sexo na praia, fazer sexo na água, chorar chorar chorar e os problemas serem resolvidos com lágrimas, poder ligar pro meu melhor amigo no meio da noite pra ir tomar cerveja no bar e vomitar de bêbado junto com ele sem motivo algum, sair de casalzinho, tomar café no alto do morro sentado numa cadeira de praia e de pernas cruzadas, arrumar uma briga bem feia na balada, bater tanto em alguém até o cara sangrar, aprender francês, ficar forte, abraçar um estranho em plena luz do dia, ouvir os problemas de alguém chorando na rua, mergulhar com golfinhos, desenvolver minhas habilidades com desenho, elevar minha auto-estima, andar de bicicleta por horas e dar de cara com um lago pra nadar, passar uns dias na floresta, acender o último cigarro da minha vida e sorrir, pegar o ônibus errado e parar numa cidade que eu nunca vi na vida mas não ficar com medo e sim conhecer o lugar, casar, ter 2 ou 4 filhos, aprender a surfar, conseguir levar uma vida simples e com pouco dinheiro, sair sozinho pra dançar, sair sozinho pra pegar, sair sozinho pra chorar, dirigir até a gasolina acabar e não me preocupar, passar um ano fazendo trabalho voluntário seja na áfrica ou na américa central, ir em cada lugar que Holden Caulfield de the catcher in the rye foi porque marcou minha juventude, fazer o mesmo trajeto que Sal Paradise fez em on the road porque marcou minha juventude, não depender tanto de celulares e internet, ficar tanto tempo no sol até ter queimaduras de segundo grau, levar meu filho num jogo do corinthians, levar meu filho pra beber, ser amigo do meu filho, ter uma tatuagem com um belo significado, despejar numa noite só todos os meus maiores segredos pro meu melhor amigo e ele os dele pra mim, ter as pessoas que sou mais próximo hoje até ficar velhinho, dançar alguma coreografia, dirigir um carro conversível, ver a neve, poder peidar na frente da minha namorada e não me sentir constrangido, passar dias de moletom vendo filmes e comendo pizza, dormir de conchinha por mais de uma noite seguida, contar estrelas, pintar um quadro, me perder no deserto, parar de roer unha, me apaixonar no metrô, saltar de pára-quedas, convidar um estranho pra beber e realmente conhecer a pessoa, aprender a dar mortal de costas, aprender a jogar poquer, beijar na chuva, ~

Compl

When I think about what I need to feel complete, I don’t think about a great job, a big house, money, a future. All that comes to my mind is a pure, honest, love.
Imagine the cleaner starry sky, me and the most beautiful girl in the world laid down on the grass, in a summer night just breathing the same air. I would feel complete.
Holding hands in the field, running, playing, kissing under the sun. I get an “I love you” as like as the first time I hear it, everytime It’s like the first time, my heart explode of joy and I can’t control my happines. I would feel complete.
We’re drunk in a pub of a really big city, laughing hard on the streets and suddenly starts to rain. We start running like crazy but we just stop because there’s no reason. We kiss in the crossing and there’s nobody else with us. I would feel complete.
There’s a day that I wake up naked on my bed and when I look to the left there’s the woman I love shinning while she sleeps, so calm, so peaceful, and just by this look I realize that I don’t need anything but her. There must be a moment in life that you just get it, when you have someone that you just get all about what living is about, all that we’re doing here, and the way to get this there must be love. It’s the only way. And when this day comes, when nothing else matters anymore besides the one that it’s meant to be with me, I’m pretty sure: I would feel complete.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

all my life

is such a shame, shame, shame
all my love
is just a dream, dream, dream

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

good boy from now and beyond, put the dark side out of my soul

(que em dezembro eu escreva mais)

Um mês depois de passar a ser forte, minha cabeça tem tanta coisa que às vezes acho que vai estourar. A diferença é: triste, eu não fico.
De um lado eu tenho o que é certo, o que eu devo fazer, o que tá pra acontecer caso a paciência perdure pra que eu colha os frutos de um possível esforço que eu possa não ter. Do outro está o que eu quero, as coisas que eu quero fazer, quem eu quero ser, atropelando o correto e sendo teimoso mais um vez. O anjo e o diabinho, lado a lado, no meu cérebro. 24 horas por dia. Fica difícil decidir a vida com tanta indecisão.
Eu me pergunto se vai chegar o dia em que eu vou respirar aliviado e apenas realizar tarefas. Entrar numa rotina que eu sei que vai dar em algo, não em uma que busca algo. Dormir tranquilo, fazer tudo o que tem que ser feito, voltar a dormir. Maçante, mas assim é a vida, né?
Pelo menos agora sei o tipo de cara que eu não quero ser. E é tão bom conseguir não cair em certas tentações, parece que dá mais prazer do que entrar fundo nelas. Olho e penso: “não quero isso pra mim”, e fica tudo bem.
E olha, dou graças a Deus que tô longe de amores, não preciso de mais situações pra lidar. Só de paq, deixa estar. Né?
Vem vem vem juízo, me dá forças pra fazer o que têm que ser feito, sem que o aperto te acompanhe, sem que a dúvida aparece, sem que o arrependimento traga o “..e se” e minhas frustrações gerem lágrimas outra vez. Me faça fazer o certo sem que exista outra alternativa em vista.

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                                                           “don’t look back, don’t look back, don’t.”

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu sou forte

Estar de volta ao marasmo que é Guararema me leva a fazer algo que eu não gosto muito mas que algumas vezes traz algo de bom: pensar. E pra isso eu tenho tempo de sobra. Tenho colhido opiniões de muitos amigos e cheguei a tantas conclusões sobre mim mesmo e o estado deplorável que me encontro que até me surpreendi.
Eu, só eu, apenas eu tenho o poder de me levar pra onde eu quiser. Se eu tô de volta aqui hoje é por causa (culpa) das minhas escolhas e das minhas atitudes. Não soube administrar. Não soube lidar. Tava ali com a faca e o queijo na mão e desperdicei uma puta chance de vida. Não foi culpa de Blumenau, não tenho que ficar mais dizendo pros outros “ah, não deu certo, resolvi voltar, não insistir num erro” porque o erro sou eu. Eu errei, e hoje eu admito.
É cômodo pra mim escolher ser a vítima sempre. Dar desculpas como o horário da faculdade de arquitetura, trabalhar de final de semana, as matérias de cálculo, hidráulica, ter que pegar ônibus, não saber cozinhar, emagrecer justamente por isso, não arrumar uma namorada, e por aí vai. Eu vivo dando desculpas, arrumando pretextos pra me livrar da culpa que carrego. Se nada deu ou não está dando certo na minha vida é porque as minhas decisões (erradas) me levaram até aqui. Se não arranjei emprego pra me virar, foi porque fiz corpo mole sim e não procurei. Se larguei arquitetura não foi porque não gosto mais, foi porque quando o negócio ficou pesado e eu passei a ver 6 fórmulas de física diferentes por aula, eu preferi fugir. Se não namorei sério esse ano em Blumenau foi porque não dei valor à menina mais legal que já me apareceu nos últimos tempos. Se eu voltei pra casa dos meus pais foi porque não fui forte o suficiente pra saber lidar com a vida adulta.
Reconhecer erros deve ser o primeiro passo pra alguma mudança, certo?
Sei que sou errado e não foi mais botar culpa em blumenau, na faculdade, nas pessoas, nos astros, nos espíritos (aham), em nada. O problema está em mim. E hoje eu vejo isso. Eu podia estar em NY fazendo tudo errado que colocaria como culpada a cidade por não oferecer oportunidade de crescimento, olha como sou egocêntrico.
Não importa se eu estiver em Guararema, São Paulo, Blumenau, Curitiba ou no Raio Que O Parta, se eu não aceitar que eu preciso tomar um rumo nessa vida e que eu não tenho mais 17 anos pra só querer as coisas boas que ela pode me dar, eu vou ficar pra trás. Vou parar. E ver todo mundo (como já vejo) conquistando coisas, realizando projetos, crescendo, vivendo, e eu aqui.
Essa foi a maior lição que eu aprendi esse ano. Pena que tive que gastar uma grana preta do meu pai pra me dar conta do óbvio: cresci.
Se na maior parte do tempo eu tenho vontade de chorar e me lamentar por tudo “ter dado errado” e eu estar de volta à estaca zero em muitas coisas, um pedaço de mim, lá no fundo, ainda acredita que eu posso reverter essa situação, é só eu me mover. Essa semana conversando com um camarada (que por sinal é responsável por eu conhecer blumenau inclusive, diria que responsável por muita coisa nos últimos anos) declarei que queria ser como ele um dia, ser forte. Aguentar as coisas que a vida joga em cima de você e conseguir carregar tudo, sem fraquejar, sem pedir arrego. E ele me disse: “cara, é fácil. é só botar na cabeça que é forte que você passa a ser. é mágico”. Tão simples assim. Toda vez que eu ousar parar, ousar me queixar, ousar reclamar em como eu sou um tadinho, vou lembrar disso, que eu sou forte. Eu sou forte. Eu posso com qualquer problema, com qualquer mudança, com qualquer porcaria que aparecer daqui em diante. Seja no âmbito profissional, acadêmico, amoroso, familiar, etc. Cansei de reclamar e de me fazer de pobre coitado porque eu não sou. Graças a Deus sou saudável, tenho uma família linda e muita gente que gosta de mim, não tenho motivos pra ficar triste sempre e não ter forças pra levantar e seguir em frente.
Me conhecendo melhor, sabendo que devo satisfações só a mim e ainda tendo um pingo de vontade de andar que ainda tenho, espero sinceramente, que eu não desanime. Espero que eu seja, e continue, forte.

                                                                                            "you could be happy”

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Acho que desaprendi a escrever. Fazem dias e dias que penso em como começar a registrar qualquer angustiazinha que sinto e apenas paro, desisto, mal digito uma frase. Não sei se hoje vai ser diferente.
Poderia ser explícito aqui. Falar dos meus problemas como se estivesse desabafando com um amigo. Mas de quê adianta? Por que iria falar tão abertamente sobre a minha vida (como sempre fiz) na internet se de nada me serve? Não vai mudar nada.
Quem precisa “enlouquecer” e resolver tudo sou eu. E são tantas pendências que eu mal sei por onde começar. A rotina medíocre, a falta de perspectiva, a indecisão, os conflitos na minha cabeça, o marasmo, o tédio. É bem fácil resolver tudo, basta eu levantar, me mexer, fazer as coisas acontecerem. Mas eu não consigo.
Fico na minha, quietinho, choro baixo todo dia, choro alto às vezes, fujo, corro, pedalo de noite pra me transpirar e me cansar. Pra eu ter uma desculpa pra estar cansado, porque mesmo sem me mover é assim que me sinto mesmo.
Se tudo tá tão ruim e eu me acho mais inútil do que nunca, por que ao invés de levantar e mudar todas as situações eu apenas lamento e sofro calado? Eu sou fraco. Eu não sei reagir.

domingo, 23 de setembro de 2012

it feels so real


Nesse intervalo de um mês e pouco que não abri o Windows Live Writer pra tirar da cabeça tudo o que me agoniava, muita, muita coisa aconteceu. Se não escrevi foi porque em parte não queria registrar tanta tristeza mais, posts tristes pra eu relembrar depois de um tempo não andam me atraindo mais, já basta a minha memória. Não que foi um período só de tristezas, mas só registraria elas por aqui.
Estou sentadinho no chaise do meu sofá, bem alimentado, a tv de 40” na minha frente e estava até agora trocando todos os canais porque sim, tenho todos os canais da tv por assinatura. Voltei pra casa dos meus pais, rs.
Ainda não sinto um apertinho por ter voltado. Meu melhor amigo me dizia antes de decidir retornar à Guararema que sentia que eu iria ficar frustrado muito rapidamente e até arrependido porque seria como se eu tivesse dado um passo atrás com relações às metas que tinha traçado pra mim. Como cheguei ontem, ainda não percebo nada disso, muito pelo contrário, tô curtindo a bonança, o conforto e tudo o que eu senti falta nesses quase 8 meses morando sozinho. E honestamente, eu torço pra que não sinta essas coisas.
O que me perguntam – tanto em santa catarina, quanto aqui – é “Por que você voltou?”. Eu tenho a resposta no meu coração, mas prefiro dizer “Ah, não deu certo, decidi voltar já que tenho a chance”. Já até cheguei a responder que “deu tudo errado, não é sensato insistir num erro”, mas não considero ter ido praquelas bandas um erro, não mesmo. Tive um propósito, uma ideia, um objetivo e não me arrependo de ter ido e “tentado”. Eu “tentei”, de um jeito que talvez não tenha sido o certo nem o mais eficaz, eu também posso não ter dado o máximo de mim e ter ficado acomodado boa parte do tempo, mas tentei, não falhei, não deu certo, vou fazer o quê? Tive chances, tive oportunidades, fui podado pelos meus pais, cedi, tentei de novo, não obtive sucesso, tentei, procurei, procurei, procurei. Na terra do emprego é bem fácil arrumar trabalho, qualquer trabalho, mas o que eu imaginava ter ou o que meus pais achavam que eu devia ter não.
Fui ingênuo a achar que numa cidade média é fácil conseguir as coisas. É fácil quando se tem contatos. Eu tinha amigos, conheci muita gente, muita, muita mesmo, mas aquele contato profissional faltou e não tem problema, eu voltei. Toda essa experiência blumenauense que tive foi uma das melhores coisas que eu já passei na vida. Aprendi a lavar roupa, a limpar a casa, a viver em grupo, a “cozinhar”, tomar decisões, lidar com problemas quase que diariamente, ser responsável pelas minhas atitudes, me adaptar à situações que eu nunca passei antes, ser paciente, e por aí vai. Só me faltou aprender a guardar dinheiro, mas isso pretendo aprender em breve. Também pude perceber que talvez arquitetura não seja pra mim e comecei um outro curso, fiz um tempinho de design de produto, me apaixonei pela área, mas como voltei e já tranquei, tô aberto novamente à qualquer coisa que me agrade, tenho uns meses aí pra ver o que fazer.
Ver o que eu vou fazer dessa minha vida. Hoje não sei se fico, se vou, se posso ir, como ir, se vou ter suporte novamente dos meus pais pra ir (duvido muito), o que fazer, aonde fazer, e etc, etc, etc. Se por um lado me entristece beirar os 22 anos e voltar à estaca zero de ter que decidir o que ser quando crescer (quando já fisicamente já estou bem crescidinho), por outro sou grato por ter a oportunidade de agora poder fazer uma escolha mais bem pensada e possivelmente acertada. Vou fazer algo que não gosto de fazer por muito tempo porque frita meu cérebro, que é pensar, mas é necessário ué.
Não pretendo levar uma vida de playboy enquanto organizo e arquiteto meu futuro. Segunda-feira começo a procurar algum emprego por aqui, depois de um tempo por mogi, depois de um tempo em são paulo caso nas duas cidades não tenham algo pra mim. Mas claro, vou aproveitar todo o comodismo enquanto tenho papai e mamãe por perto, comidinha na mesa, roupa lavada, quarto cheirosinho, piscina, carro, me matriculo na academia segunda-feira, além de amor fraternal e risadas infinitas com a minha irmã, fora as lambidas e roladas na grama com os meus cachorros. É muito bom estar de volta.
Obviamente que na minha partida mil coisas se passaram na minha cabeça, chorei por uns 4 dias sem parar, cada despedida era um pedaço de mim indo embora, não foi nada fácil, foi pior do que sair de casa. Achei incrível como me acostumei tanto com um lugar tão diferente do que eu era acostumado, condições tão diferentes, pessoas tão diferentes. Me apaixonei várias vezes em terras catarinenses. Conheci muita gente boa. Muita mesmo. Fiz muita coisa que eu jamais pensei fazer. Visitei várias cidades, tive várias experiências legais, respirei muitos ares, beijei muitas bocas e levei muitos corpos pra minha cama, aproveitei pra caramba, é isso que se deve fazer quando é jovem, né? Se tem duas coisas que eu amo ser é jovem e homem. Passei por muita coisa ruim também, não tive nenhum momento de plena paz, sempre tive algum problema pra resolver, alguma preocupação na cabeça, mas como a mãe da minha roomie disse pra ela “a vida adulta é assim, você nunca vai estar 100% tranquilo”, então é bom eu ir me acostumando com essa realidade. Não quero mais pensar nos momentos ruins que tive por lá, quero só lembranças boas, vai ver por isso não escrevi tanto aqui.
Agora se teve algo que me afagou o coração foi me dar conta de como sou querido aonde quer que eu esteja. Não estou me gabando, só tô bem feliz e lisonjeado por cada “foi um prazer te conhecer”, cada “torço muito por você”, cada “pro que precisar eu tô aqui” que eu recebi. Nesses meses não fiz uma inimizade, não arrumei briga com ninguém, não me meti em confusão sabe, me dou bem com todo mundo, me faz bem perceber isso. Faz bem pro ego mas faz mais bem pra alma receber um abraço de boa-sorte-nessa-nova-fase-da-sua-vida ou um abraço de não-queria-que-você-ficasse-longe-de-mim. Chorar faz aliviar a dor da partida, mas me dá a certeza de que não foi em vão ter conhecido e criado laços com cada pessoa que também chorou por mim e me abraçou forte. Quando alguém te diz que foi um prazer te conhecer de um modo tão sincero, você tem a certeza de que é alguém bom e que está levando a vida e tratando as pessoas do jeito certo. E isso não só com os amigos de Blumenau e das outras cidades que fiz amizades maravilhosas pelo sul do país, mas com a galera daqui também. Poxa, ler mensagens dizendo que vai ser bom me ter por perto de novo é sensacional, faz tudo ficar mais fácil. É bom saber que gostam de mim da mesma forma que gosto delas.

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Eu sou grato pela oportunidade que eu tive, feliz com tudo o que fiz e deixei de fazer, orgulhoso de mim por ter feito a escolha certa em voltar e imensamente louco pra planejar o que vem pela frente.
Na volta pra casa de carro com o meu pai, passando pela serra de curitiba ele me fala “olha ali atrás”, e eu bobinho olhei e ainda perguntei “o quê?”, ele respondeu “olha uma página virada da sua fida que ficou pra trás” hahahaha. Na hora eu só dei risada e mentalmente disse “plis” e “lindo”, mas agora vejo como ele tá certo. Apesar de não concordar quando ele diz essas coisas de página virada, o que passou passou, esquecer do passado, porque eu sou bem nostálgico e dou muito valor ao que passou.
E se os momentos passaram, eu tenho certeza que as pessoas vão ficar.
Que eu seja bem-vindo de volta e que dê tudo certo pra mim dessa vez. A fase da vida em Blumenau foi boa demais, vamo vê o que me aguarda agora seja em Guararema, São Paulo ou qualquer outro lugar.



                                       every passing minute is another chance to turn it all around

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

dela

Hoje eu acordei com um aperto do tamanho do mundo, tô sentindo falta de alguém. Saudade sempre foi um sentimento presente na minha vida, mas ultimamente anda bem incontrolável. Só de imaginar os próximos dias longe.. penso apenas em correr pro abraço.
Não entendo ainda o por quê de tudo isso. Se um dia todo mundo tem que partir, por quê eu tive que ir já? Não podia ficar mais alguns aninhos por perto? O que é que eu tô fazendo aqui?
Acordar todo dia sem o melhor abraço do mundo tá deixando marcas que eu não vou conseguir apagar tão fácil. Será que devo me acostumar por que de agora em diante vai ser sempre assim?
Quem eu mais amo no mundo é ela. E tenho certeza que o amor maior que ela sente em parte é por mim. Se chegou o dia que eu tive que sair, ainda espero o dia que eu vá me acostumar com a ausência.
É tão diferente ir pra cozinha e me deparar com um cubículo meio sujo ao invés dela cantando e dançando igual uma louca. Rindo sozinha, quantas vezes eu não ouvi gargalhadas frenéticas, corri pra ver o que era e só ouvi um “mas é a terapia do riso!”. Maluca. No café da tarde hoje eu como umas bolachas na frente da tv, há um ano eu comia as mesmas bolachas mas ouvia cada detalhe bobo do cotidiano dela, da vidinha dela, das fofocas que ela ouvia da cidade, coisas tão banais e ao mesmo tempo tão humanas que no fundo são as mais importantes. Voltava do estágio e da aula e mesmo ela cansada com o dia dela também, lá estava o meu jantar. Se eu tenho preguiça de fazer a minha própria comida, quanta gratidão eu devo sentir por alguém que além de cozinhar o que vai comer, prepara as refeições pra mais 3 pessoas de bom grado? Da onde vem tanto amor assim que eu não sei?
Eu quero o beijinho dela, o abraço dela. Só ela eu permito me chamar de “Dani” porque foi pra me chamar assim que ela escolheu meu nome. Me chama de Dani quantas vezes quiser, mulher. Eu quero ficar sem fazer nada, sem me preocupar com nada, só ver tv e dar risada ao lado dela, falar em como o programa da Fátima Bernardes é legal e “tem uns assuntos bem diferentes”.
Em pensar em quantas vezes eu já reclamei quando ela me pediu pra fazer alguma coisa e eu simplesmente não a fiz porque “a gente tem empregada, pra quê fazer isso?”. Hoje eu quero limpar o jardim inteiro sem reclamar.
Sempre disse que só me arrependo de coisas que não fiz nessa vida, mas chega uma hora que a gente se contradiz né. Cada resposta errada, cada grosseria, cada reclamação, cada afronta, cada discussão, cada dias sem se falar, são tantas coisas que ela não merecia passar e eu fui a causa. Me arrependo de poucas vezes que até a fiz chorar. E agora quem chora sou eu, com a saudade, a distância, que eu mesmo escolhi e não sei porquê.
Daqui uns dias é o dia dela, e de mim que estou aqui só vai receber um telefonema. O abraço, o beijo, o presente, vão ter que ficar pra depois. Tô sofrendo por antecipação já, meio sem saber o que fazer. Minha vontade hoje, só hoje,  é de correr pra lá.
Imaturo por sentir falta ou maduro por reconhecer a falta, eu não sei. Só sei que não ligo. É uma falta que não cabe em mim, por mais feliz que eu esteja, por mais que tudo esteja dando certo, continuo sentindo falta dela.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

aquela que nunca existiu


Melhor que ir dormir na nossa cama que nunca existiu é acordar ao lado seu sob uma luz que nunca entrou pela janela. Fazer um café que você jamais pediu pra te levar fazendo uma surpresa que eu nunca fiz. Beijar a sua testa desejando um bom dia que nunca chegou. Ser agradecido por você com abraços fortes que eu nunca senti. Passar um tempo só te olhando reparando naquela pinta que não existe. Embalado por uma preguiça que nunca existiu, ficar deitado contigo a manhã toda relembrando momentos que nunca vivemos. Quando a gente se viu pela primeira vez naquela noite que nunca aconteceu, naquela festa que nunca fomos, com aqueles amigos que nunca tivemos.
Como é bom receber um cafuné que você nunca fez em mim. Como é bom esse teu cheiro que teu corpo nunca exalou. Como é bom respirar o mesmo ar que você nunca expirou.
Que gostoso imaginar uma manhã contigo que nunca aconteceu.

domingo, 12 de agosto de 2012

Li isso e fiquei maluco

“As coisas tão lindas

Me carinha as costas. Teu sorriso de cansaço é tão lindo que eu queria te fotografar. É a imagem mais bonita do mundo. Não sei onde começam meus braços, nem onde começam os teus. O mesmo calor que me amortece as pernas é o frio que me arrepia os braços. Chega mais perto, fica junto de mim. A cama é grande. Deixa minha solidão dormir ao nosso lado, abraçada com a tua: sei que posso tocá-la, mas não preciso: me bastas.
Ri da minha cara, brinca com meu nariz. Me abraça. Faz frio aqui dentro: me esquenta. Deixa eu sentir teu peito nas minhas costas, teu braço entre meus seios. Deixa eu sentir as pontas dos teus dedos pintando meu rosto de uma felicidade que só tu me poderias oferecer. Escolhe as cores. Escolhe uma música pra ser nossa. Canta. Baixinho. Sussurra já que és canção.
Desliga o celular, apaga a luz. Tua energia é mais forte e mais brilhante. O teu azul não é mar revolto: é céu de inverno. Enrosca teus pés nos meus, me beija de leve o pescoço. Não me deixa tentar entender porque eu não quero conseguir. Faz piada, deixa meu sorriso se espalhar.
Me beija a boca com paixão e a pálpebra com ternura. Deixa o dia nascer, deixa o sol se pôr. Deixa o mundo. Só não me deixa.
Perde teu tempo pra e ganhar. Me abraça a cintura e deixa meus dedos se perderem nos teus cabelos. Escuta meu coração batendo leve, porque tua suavidade me encanta. Beija minha barriga, morde minha orelha, coloca a mão no meu pescoço. Me arrepia, me faz careta.
Dorme e me deixa com a paz do teu sono. Me deixa ser teu sonho. Deixa eu me perder nos teus olhos fechados, deixa eu te invadir. Deixa eu sorrir e sentir pena de tudo que há do outro lado da porta e não pode te ver.
Me acoberta com o jeito de viver 0 amor por uma hora, um dia ou uma vida inteira. E só não é mais eterno do que o toque da tua pele na minha que fervem a alma e congelam o tempo.
Não levanta, não vai. Deixa eu fazer manha, ser tua manhã. Deita, deita. Fica que eu já volto. Deixa as roupas no chão, não arruma a cama. Me abraça. Me carinha as costas. Sente nosso cheiro: o café ficou pronto.”

                                                                                                       Marina Melz

domingo, 5 de agosto de 2012

Poda

Tá tudo tão bem que eu acho que se melhorar estraga. 
Brincadeira. Não estraga não, pode melhorar mais e com certeza vai. Só fico um pouco temeroso porque quando o verde tá mais verde e o sol brilha sobre o asfalto mesmo em dias nublados é porque algo vai surgir e acabar com toda a mágica. E olha que nem é de amor que eu tô dizendo! 
Se houve um tempo que eu era capacho dos outros esse tempo passou. Apesar de ter conhecimento (obrigado alex) de que quem mais me atrapalha sou eu mesmo, fico feliz em me livrar de pessoas e coisas que me puxavam pra baixo. Não se deve confiar em todo mundo, e eu sou muito ingênuo pra muita coisa apesar de ser bem pervertido. Eu confio, eu acredito, não vejo maldade em ninguém, todo mundo é meu amigo e eu amo todos. Só que não posso ser assim, tô aprendendo. 
Pode soar um tanto heartless da minha parte mas é mais fácil se livrar das pessoas do que se apegar à elas. E nem preciso de /block, deletar de redes sociais, apagar número telefônico, basta não correr atrás quando não faz falta. E não fazem. 
Pra época que eu tô vivendo hoje não preciso de negatividade por perto, quero só gente que me faz bem, que eu me sinta bem na companhia, que eu consiga conversar e ter um papo bom, que realmente se importe comigo e não seja da boca pra fora, gente legal que têm cabeça aberta e gosta de falar falar falar aceitando opiniões, eu gosto de gente crítica, mas crítica sem ceticismo e cegueira. Posso ainda ter uns traços mas não sou mais adolescente. 
Não consigo, é sério, não consigo lidar mais com drama. Quero ficar bem longe de acessos nervosos, irritações desnecessárias, brigas superficiais, fofocas, maldade, coisas ruins. E tudo isso o drama acaba carregando. Nunca soube lidar com arrogância e egocentrismo exagerado. Mimadices à parte, eu sei que sou meio egocêntrico, mas o meu egocentrismo não interfere na vida de ninguém muito menos ofusca os outros, muito pelo contrário, sou só mais um x nesse mundão. Me entristece saber que pessoas que tinham tudo pra serem tão legais possuem um ego tão inflado a ponto de julgarem serem estrelas, perfeitas, com a falsa sensação de que são desejadas e invejadas pelos pobres mortais que as rodeiam. Sinto pena. Quando cair do cavalo o corpo vai além do chão e a dor vai ser grande. 
Todo mundo é igual. Todo mundo peida, caga a vida inteira e vamos todos pro mesmo buraco. Não é dinheiro, não é família, não são bens materiais que definem ninguém. Prefiro não ter 1 real e ter caráter do que esbanjar a grana (que honestamente nem é lá grandes coisas) e  me achar o centro do universo. Eu não preciso conviver com o a atração principal de circo algum, em qualquer lugar que ele esteja, mesmo porque geralmente esta é dos palhaços. E eu odeio palhaços.
Quero só me cercar de gente boa, gente leve, gente de bem, que é tranquila, ajuizada, pensa certo e vai levando a vida de um jeito simples mas com uma ambição saudável. É difícil encontrar alguém com conteúdo e boas ideias pra trocar, mas de uns dias pra cá acho que essa falta vai ser suprida com a nova galera que eu tô conhecendo na faculdade. Mudar de curso foi de longe a melhor decisão que eu tomei esse ano e ando bem animado, ansioso pelo que me aguarda. E só de ter uma outra visão das coisas, sem aquele dramalhão de uns meses atrás me sinto calmo e consigo até resolver os probleminhas diários com mais facilidade. 
O negócio é saber sempre com quem se lida e como lidar com cada um. Se for errado, corta. Se for certo, cola. No dia-a-dia a gente já se preocupa com tanta coisa, se pessoas também causam nervosismos, pra quê continuar com elas? Se livra mesmo, tchau. 
Vou podar muita gente ainda.

non-sense self talking about who must be forgotten

your smell I know well
your hair it’s not the same
but your voice still fucks up my brains
is it normal us now?
from lovers to strangers, then friends again
how can we be friends if you’ve caused me so much pain?
i don’t know what is wrong, but this proximity is weird
if the time heals everything, why am I writing this?
I try to put the past behind and smile
”we’re just good old friends” I say
but I’m kind of old school
and I don’t go to bed with all of them anyway
we’re drinking and smoking and laughing together but hey
in my mind i’m saying “i’ve seen you naked”
it disturbs me to be with you again and recognize your smell
it brings me feelings that I wanna forget and remember once in a while,
can we be friends and erase our past?
can we not be friends and erase it even though?

segunda-feira, 30 de julho de 2012

even though the flower fades something takes it's place


Quando eu falo em amor a todo momento, que preciso de amor, preciso amar, pode parecer um pouco de carência de atenção, mas não é, sempre tive muita e não preciso nada dela. É bem verdade.
Tô nas alturas. Literalmente. No avião, olhando pra Santos e Guarujá toda iluminada porque é de noite, a massa luminosa metropolitana de São Paulo ao fundo, e como não há nada melhor pra se fazer a não ser olhar, tô falando do que eu gosto mais.
Desde meu rompimento com a Laura inconscientemente busco ela em outras por aí, o que é completamente errado, lógico, já que ninguém consegue substituir ninguém, e nem quero substituí-la. O que eu sempre vou querer – até conseguir – é ter o que eu tinha de novo, sentir o que eu sentia de novo, mas viver de um modo diferente. Eu mudei tanto. Mas continuo querendo amor.
A dificuldade é que eu encaro o sentimento de uma forma tão séria que não me permito amar qualquer pessoa. Enclausurei na minha cabeça que amor só tive por Laura, e acredito nisso. Me apaixonei zilhões de vezes (esse ano então) mas amar, mesmo, amei uma vez. Não me dou liberdade pra amar porque sei que ao passo que me entregar, capacho eu vou virar. Fico besta. Bobo. Mais do que o normal.
Até nos pequenos relacionamentos que tive/ando tendo por aí, os casinhos, cada vez mais complicados, com mais dificuldades, e mais divertidos também. A questão é que nunca são mais do que casos e a culpa é bem minha. Sou alguém que é fácil de se enjoar porque é muito fácil me conhecer. A partir do momento que a gente conhece alguém no fundo, ela se torna mais uma. É bom ter sempre algo a mais pra descobrir, só que eu nunca consigo esconder. Pra falar a verdade eu tô viajando, mas acho que é por isso que enjoam de mim.
Queria ser aquele cara por quem as pessoas se apaixonassem perdidamente. Pessoas não, uma só já tava bom. Receber ligação no meio da madrugada só com alguém dizendo que pensava em mim antes de dormir. Queria acordar uma horinha antes pra levar o café da manhã na cama às vezes.
Que estranho. Comecei escrevendo na terça-feira, parei, mas deixei o writer aberto por todos esses dias e já vejo outro fim pra isso aqui.
Se não sou um cara apaixonante, da onde vem tanta necessidade de companhia? Lembrando de novo, não quero atenção, quero comprometimento. E carinho.
Uma vez me disseram que eu sou daqueles que aprecia passar o dia, ou dias, só debaixo das cobertas no sofá vendo tv se a menina que está comigo faz um cafuné em mim e me traz café. Viu como é fácil me conhecer? E olha que foi alguém bem aleatório que disse isso.
Mais do que café e cafuné, o combo master que eu posso querer de qualquer uma, eu quero presença. Não vou conseguir amar pela metade, e não quero um amor pela metade. 8 ou 80, ou quer ou não. Só 2. O tipo de compromisso que não precisa do conhecimento (nem intromissão) de ninguém. Assim a cobrança, o ciúme, o afeto, o amor, o prazer, a satisfação e o que se constrói junto, fica restrito apenas a 2. Pra quê dividir com todo mundo?
Não dá pra falar de amor quando se quer amor.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

BLESSED


Nossa, junho passou e todas as vezes que eu pensei em parar e escrever um pouco também. Como tem muita coisa na minha cabeça e faz tempo que não dou uma paradinha, milhões de palavras vão ser registradas pra eu voltar aqui depois de alguns meses e relembrar tudo. Não quero dividir os tópicos em várias postagens, então lá vai.
Tô na beira da praia, olhando pro mar do último andar e mais feliz impossível. Passei semanas na tristeza, preocupado com tanto problema, todo dia algo novo pra resolver e parecia que nunca ia ter um fim. Talvez o fim ainda não tenha chegado, mas tô sabendo lidar melhor com as situações. De que valeram as noites sem dormir, o choro quieto, o isolamento, a neurose? Nada.
O que eu resolvi fazer é parar, respirar, e resolver cada ponto da minha vida de cada vez. Hoje eu sei o que eu quero pra mim. Apesar das milhões de mudanças de planos (eles podem mudar ainda) tá tudo nos conformes.
Ando com uma pira esquisita mas que eu sempre tive. Parte de mim sempre quer largar tudo o que eu tenho e sei lá, me isolar das pessoas pra tentar entender qual é o sentido dessa existência toda que é viver. Não sei os outros mas eu ainda não consigo enxergar um propósito, uma missão. Você nasce, passa por infinitas experiências na vida toda, e morre. Qual é o fundamento de passar por todas essas experiências? Aprender a andar de bicicleta, a dirigir, fazer uma viagem, conhecer um lugar novo, mudar de cidade, mudar de colégio, comprar uma roupa nova, beijar a 3, fazer sexo à 3, saltar de para-quedas, tirar uma foto linda, correr até faltar ar, beber até cair, dormir na areia, estudar, estudar, estudar, arrumar um emprego, trabalhar, trabalhar, trabalhar, comprar, comprar, comprar, ostentar, ostentar, ostentar, morrer. Chega a ser triste pensar assim mas é algo que nunca sai da minha cabeça. Por isso a ideia de fuga sempre me atraiu, e sempre vai me atrair. Se da natureza viemos então é lá que as respostas estão.
Só que maior que esse meu desejo é minha covardia e meu senso de realidade (ok, esse nem tanto). Tenho noção de que preciso da faculdade, preciso de um bom emprego, preciso trabalhar muito a vida toda, preciso consumir, preciso procriar, preciso morrer. E nesse longo caminho sei que tem muito drama pela frente.
Daí eu assumo: esse semestre que passou poderia ter sido mais bem aproveitado. Sim, não levei a faculdade a sério, poderia ter procurado emprego melhor ou me sujeitado a trabalhar aos finais de semana, poderia ter economizado dinheiro. Malfeito, feito. O que eu pretendo agora é só fazer as coisas certas. Se me decepcionei com a arquitetura aqui, então largarei. Se o que eu acho certo é fazer design agora, então farei! Se for errado, para a arquitetura um dia eu retornarei haha. Me assusta um pouco estar com 21 e largando uma faculdade pela metade, mas aí escuto quando os mais velhos me dizem “você é jovem ainda”. Se sou jovem hoje eu posso tudo. Vou ter tempo pra trampar, meu currículo já tá rodando a cidade, uma hora algo bom aparece e eu não vou deixar de procurar dessa vez. Aprendi que viver no aperto de grana não é bom, e se eu não tenho, preciso correr atrás. Aliás se eu aprendi algo é correr atrás do que eu quero. Pedir pros meus pais ou esperar cair do céu não é tão gratificante. Então eu decidi que vou trabalhar, eu vou estudar e digo mais, minhas notas em dezembro vão ser todas 9 ou 10. Eu sou inteligente, só sou preguiçoso. A preguiça de lado eu também vou deixar. Voltei a correr, quando a situação melhorar volto pra academia e não quero parar nunca mais. Se tem algo que me faz bem é isso.
Eu quero comprar e fazer muita coisa. Nesse apartamento lindo que eu tô, cada detalhe ando querendo. É da avó de uma amiga minha. Há a parte de mim que quer viver no campo isolado em uma caverna, mas há uma parte bem grande que quer um duplex na frente da praia com tudo do bom e do melhor. E se eu quero ver a novela numa tv de 50”, no meu sofá de 15mil reais e quando olhar pro lado ver o céu e o mar como uma coisa só, eu tenho que ralar pra isso. E tenho certeza que vai ser bem melhor conquistar isso com meu suor do que usufruir disso um dia às custas do meu pai. Ele até pode ter um dinheiro, só que eu sou falido e devo ao banco, tô sabendo separar muito essas realidades agora. Eu só espero sinceramente que esteja entrando no caminho certo agora.
A parte de mim que sofria de saudades o tempo todo agora está descansando. Sinto falta de casa e da minha família, mas já consigo encarar o passado como uma fase que passou. Não me arrependo de ter saído de casa nem um pouco. Se eu tava com raivinha de Blumenau antes por causa da saudade que eu tinha, hoje estou amando tudo e todos. Claro que a frieza ainda existe por lá, mas pelo menos pra frieza da arquitetura eu não volto mais haha. Eu tô acostumado já com as diferenças entre SC e SP. Vou sempre amar mais o lugar de onde vim, mas tenho muito amor por aqui também. É engraçado como as dimensões aqui são menores em tudo. Um exemplo bem pessoal: eu nasci na capital, morei anos em guararema, estudava na cidade vizinha. Meus círculos se resumiam em amigos em guararema, amigos em mogi, amigos em são paulo. Quem mora em São Paulo raramente sai da cidade pra fazer alguma coisa. Quem mora em uma cidade pequenininha como Guararema, procura a cidade maior mais próxima pra fazer algo, no caso Mogi. Quem mora em uma cidade mediana como Mogi, sempre acha mais legal passar uns minutos no carro ou trem pra ir até São Paulo. Aqui não. Primeiro que tratam Blumenau como uma cidade grande, com seus sei lá 400 mil hab. Pra gente de lá isso é pouco ainda haha. Daí eu vejo pelos meus amigos, todo mundo tem amigos em todo canto, a distância aqui apesar de ser grande de um lugar pro outro até não é problema algum. É comum. Em um dia só há umas semanas eu fui pra 4 cidades diferentes fazer 4 coisas diferentes. É engraçado também como a galera se empenha pra fazer as coisas. “Vamo pra balada em Floripa?” Duas horas de viagem pra ir pra balada. Isso JAMAIS aconteceria em sp. Ou no mês passado, um amigo de Joinville me chamou pra ir pra Curitiba no James de carona, e eles iam voltar pra santa catarina depois. Acordar num sábado e querer almoçar na praia, pega o carro e vai. É como se a região toda fosse bem unida, como uma grande metrópole cheia de distância só que com uma quantidade de pessoas bem menor. Por isso que ficam malucos com São Paulo. “Nossa, lá deve ser irado, muita coisa pra fazer, muita gente”. Hahaha. Eu percebo que gosto das duas realidades hoje e ando curtindo cada detalhe diferente que noto entre aqui e lá. Sou mais catarinense e mais paulista do que imaginava.
Se a vibe tá tão boa assim é lógico que existem pessoas por trás disso tudo também. Sou grato pra caralho mesmo por ter um melhor amigo sempre comigo me ajudando, me dando bronca, sermão, me ouvindo quando eu tô chorando e me amando sempre. Eu não consigo nem descrever quanto amor eu sinto por esse filho da puta. Imensamente agradecido também aos amigos de blumenau que tão sempre perto me amparando quando a saudade fica forte ou quando a tristeza bate, nada que um choppinho e risadas não curem a dor. Feliz também com os verdadeiros amigos que ficaram em sp mas mantém contato, se preocupam, ligam, mandam inbox, fazem de tudo pra me ver quando vou pra lá e diminuem a distância com carinho da melhor maneira possível. Fora meus pais e o resto da minha família que me apoiam incondicionalmente nessa busca louca por aprendizado e amadurecimento longe de casa, mesmo preocupados, mesmo querendo que eu volte, mas compreendendo que tudo o que eu tô passando tá me fazendo um baita bem.
Sem mencionar outra, que agora afaga meu peito quase sem fazer esforço nenhum.
Do mês que turbulento que passou eu só trago coisas boas depois de tanto sofrimento. Cada parte de mim hoje tá convivendo melhor e quero que o pingo de sabedoria que eu tenho seja suficiente pra só ir pra frente, só evoluir, só fazer coisa certa. Tô jovem ainda.

ewwwwwqq
                                                                i’ve found out I am really no one.”

quarta-feira, 23 de maio de 2012

vgtr


Não fui pra aula hoje. De novo. O celular despertou, eu desliguei bem consciente e me virei. Não levantei. Só penso em dormir.
Tive um sonho lindo hoje. Meus pais, minha irmã, eu, meu melhor amigo e minha melhor amiga fazíamos uma roadtrip pelo país, mas eu só lembro de cruzar São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O tipo de sonho certo, com as cores certas, tudo brilhava, meio amarelado, parecia uma filme, não queria acordar.
Pra falar a verdade tudo o que eu mais quero é acordar.
Eu tô indo pra um caminho sem volta e só esperando alguém me resgatar. Talvez eu seja mesmo um fracassado e não consiga provar nada do que quis a ninguém, nem a mim mesmo.
É mais fácil fugir, largar, dizer foda-se e não fazer nada certo. Eu só penso em dormir. Eu só quero dormir. Só quero minha cama, minhas cobertas, meus travesseiros. Só quero que os dias passem de um jeito bem confortável. Eu quero que os dias passem até não sei o quê. Porque sei que se eu não fizer nada, nada vai mudar. Mas eu não faço mesmo assim.
Meu corpo todo dói, minha alimentação é uma bagunça, não sinto vontade nenhuma de ir pra aula, não sinto vontade de ver ninguém, não sinto vontade de sair de casa, de procurar emprego, de sei lá conversar com a galera que mora comigo, só fico no meu quarto quietinho ouvindo músico deitado debaixo das cobertas. Quero ficar assim pra sempre.
Só sairia do meu conforto hoje pra ver o mar. Que vontade de mergulhar contra a corrente e nunca mais pisar no solo.
Não foi pra isso que eu me inscrevi.

                                                       the tide will bring and the tide will take

terça-feira, 22 de maio de 2012

tómur

Da mesma forma que mulheres têm seu ciclo menstrual todo mês, ando desconfiado que desenvolvi um ciclo parecido. Sangra, mas de um jeito diferente.
Eu tô cansado de me sentir triste. De me sentir sozinho. Tô cansado desse vazio. É um vazio tão grande que não houve ainda nenhuma escolha tomada conseguiu preencher. Eu não sei o que eu tô fazendo nem o que eu tô esperando acontecer. Nem o que fazer acontecer.
Me sinto egoísta. Tomo uma decisão sem ouvir ninguém além de mim mesmo, doa a quem doer, inclusive a mim, e não sei lidar com as consequências. Parece que tudo isso é tão passageiro quanto um suspiro e logo mais minha realidade vai ser diferente. Mas têm coisas que jamais mudam: continuarei sozinho mesmo com centenas ao meu redor.
Vivo dizendo pelos 4 cantos de que preciso de amor, que preciso amar, que preciso namorar, preciso de carinho, só alguém pra ficar abraçadinho, mas daí toda essa necessidade é proporcional ao medo que eu desenvolvi de qualquer compromisso e de qualquer espécie de relacionamento. Me dei conta disso esses dias. Eu tenho medo. É muito mais fácil cortar, sumir, me afastar, colocar mil defeitos na pessoa só pra eu não me sentir culpado pelo que faço e assim esperar a próxima vir, pra começar a me interessar, cair na paixonite de novo e fazer exatamente a mesma coisa. Porque eu tenho medo de me entregar completamente e me machucar. É bom ser casual, só que cansa. E parece que tudo só me interessa até eu ter. Quando sei que o jogo tá ganho, enjoa.
Não sei dizer se esse vazio é falta de um amor. Por um momento achei que era, mas não sei mais. Aliás, de uma coisa eu tô certo: nunca estive tão perdido. Não sei o que fazer, não sei a quem recorrer, não sei o que é isso que tá pra acontecer que eu tanto quero que aconteça e fico só no aguardo. Quando é que vai tudo começar a dar certo? Que época da vida você se sente plenamente feliz?
Meu ciclo é de melancolia permanente com pequenos ápices de alegria exagerada. E passageira. Se ao menos fosse o inverso não viveria assim. 
É pedir demais um colinho e alguém pra resolver tudo pra mim?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Touching skins, my body is pressed into yours. You sigh on my neck, you thrill me. My hand slide by your back, I’m gentle, I just wanna feel you. Your legs between mine, with my mouth on you cheeks, I take you by the waist and turn you around. Feel the love. Chest to chest, cuddling each other, making me warm, making you warm. I grab your butt because I love it, I grab your tits because I want them. It’s not vulgar, It’s us. It’s our friendship.
Touching skins, my body is preesed into your back and you like it. You feel me hard and you just love it, that’s what you like. Holding hands and other things and hugging each other, when we’re together I want all the world to stop talking.
No kissing because there’s no need to. No compromise because there’s no need to. It’s me, you, my bed and hours of sharing our heat.

domingo, 13 de maio de 2012

the homesick

                                                                                                                      senta que aí vem melancolia

Acordei com uma ressaca atormentadora da noite anterior, decidi levantar da cama e fui na cozinha fazer meu café da manhã apesar da hora do almoço já ter passado. A pia toda suja de louça que não era minha me desanimou, então fui tomar banho. Coloquei uma música, liguei o chuveiro e instantaneamente quando a água quente caiu e tocou meu corpo as lágrimas caíram também.
Eu acho que nunca pude imaginar que sofreria tanto assim pra obter algo que eu ainda nem sei o que é, nem sei se já atingi tal objetivo ou nem sei se vou atingir. A dor de cabeça forte se misturou com a dor do vazio que eu sinto por estar longe daqueles que eu mais amo. Não sei explicar o que eu tô fazendo. Aperto e saudade é o preço que eu devo pagar por depois de 21 anos querer crescer e dar valor a tudo que meus pais já me deram? Eu não sei mais. Será que já não aprendi a lição, será que já não dou valor a tudo, será que já não cresci?
Têm sido ótimo morar “sozinho”. Cada dia é uma coisa nova pra eu fazer, um problema novo pra tentar resolver, uma decisão nova que eu tenho que tomar. Acredito que isso seja parte do crescimento. O convívio em grupo que não é lá uma maravilha, passo nervoso diariamente mas planejo acabar com isso logo. Mesmo sem trabalho (sim) toda essa experiência tem valido muito a pena. Só não sei se a escolha do lugar foi bem acertada. Blumenau pode ser considerada a melhor cidade do estado, a cidade nº 1 de Santa Catarina pra se viver, mas definitivamente não é pra mim. E não que ela não seja boa, muito pelo contrário, é ótima, só que não é a minha cidade. Não é Guararema. Não é São Paulo. Não é Mogi. Não é Alto Tietê. Não é Vale do Paraíba. Aqui não é o Estado de São Paulo. O céu daqui não é o mesmo de lá. Sinto falta de sair na rua seja em gma ou mogi e encontrar conhecidos, esbarrar com amigos por aí. Aqui tem verde mas eu sinto falta do verde de Guararema. Da calmaria. De viver em casa e não apartamento. A minha casa. Meus cães. Meu jardim. Minha sala, minha tv, meu sofá, meu quarto, minha cama, minha piscina, meu pomar, meu carro, meu tudo. A impressão que eu tenho é que mesmo estando tudo no meu nome por aqui, nada disso me pertence. Nada nem ninguém.
Não tentei substituir pessoas, mas mesmo depois de meses eu continuo sabendo que meus amigos mesmo estão lá, não aqui, com exceção de 1 ou 2 pessoas. Não é a mesma coisa entrar num carro e sair por aqui do que entrar no carro da Nati, do Antonio, da Kiki, ou sei lá de mais quem e só sair pra dar uma voltinha pela cidade, parar na praça e bater papo, sentar na beira do rio ou num banco do shopping e comer. Acho que o cotidiano que eu tinha por lá era tão bom e eu nunca me dei conta de que tinha simplicidade e agitação em equilíbrio, porque da mesma forma que aqui as pessoas vão pra Balneário Camboriú ou Floripa à noite pra querer sair (porque sim, a noite daqui consegue ser pior do que a de Mogi. saudades Florestta), lá em menos de uma hora eu tava em São Paulo também. Por que eu nunca pensei nisso antes?
Saí de casa pra me virar sozinho mas acho que fui pra longe demais. Num dia como hoje se eu tivesse ido morar na capital mesmo em menos de uma hora tava em casa pra abraçar minha mãe. Se eu tivesse ido pra Curitiba como queria antes, 5 horinhas de ônibus ou uma de avião e lá estava eu em casa no final de semana. Eu sinto falta dos meus pais e da Camila. Eu sinto muito falta. De tudo e todos, são os que eu mais sinto falta. Toda vez que falo com eles sou inundado de todas as coisinhas que eles fazem por lá, minha irmã contando coisas do colégio, dos shows que ela vai, meu pai falando do banco, perguntando de mim, se preocupando cada dia mais comigo, minha mãe falando da vidinha dela, do que fulana fez, de quem ela viu na rua, do que ela comprou, de quem apareceu no salão dela, e eu aqui, longe deles, me dói saber que não faço mais parte desse dia-a-dia, que não presencio ali com eles a vida de cada um. Essa semana que passou a Nina recebeu seu namorado em casa porque ela tá no cio e esse foi o assunto da semana, e eu perdi isso, eu perdi esse acontecimento que pra todo mundo é tão bobo mas eu queria ter estado lá com meus pais pra ver ela brincando e rolando na grama e a gente bobo olhando ela. E fui eu que escolhi me privar deles. Que ideia idiota. Não devia dizer isso mas tem horas que eu paro e penso: “Mano, o que é que eu tô fazendo e aonde é que eu fui me enfiar?”. Cara tá sendo bom pra mim me virar, fazer as coisas, limpar tudo, cozinhar, lavar roupa, limpar a casa, tomar decisões por mim mesmo e sentir as consequências delas, não me arrependo de ter me mudado, mas em contrapartida não pode ser natural esse aperto, essa falta, esse vazio, essa dor que eu sinto por ter deixado longe as 3 pessoas que eu mais amo no mundo e as que mais me amam também. Não sei a de vocês mas a minha família é perfeita.
Lidar com o peso das minhas escolhas é complicado demais mesmo sendo necessário. Eu posso transparecer bem patético e imaturo ainda escrevendo tudo isso e chorando igual uma criancinha o dia todo, mas ué, talvez eu seja mesmo e talvez eu ainda não tenha amadurecido. Só que por outro lado, talvez eu já tenha aprendido a dar valor ao que tenho, já tenha crescido, já concluí a missão e só estou cultivando tristeza e saudade.

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aaaaaaaa

                                                                                                        I’m lost in the world, I’m down on my mind

domingo, 6 de maio de 2012

rebirth


Imagina só: viver sem contato interpessoal além da sua família mais próxima, em meio a natureza, tendo que plantar pra comer, sua diversão ser jogar pedras no lago ou olhar o céu, receber – de fato – amor verdadeiro daqueles que pra sempre vão te amar incondicionalmente, ter uma vida simples, sem neuroses, sem desvirtuações, utópica e bucólica.
Parece bobagem, mas pensa comigo, de um lado não viveria mil experiências que com outras pessoas eu tenho, do outro eu não teria problemas, não teria que me preocupar além de sei lá matar uma galinha pro almoço. Posso estar exagerando e indo um pouco além, tá certo.
Outro cenário. Agora eu tenho a chance de dar um reset social e apagar todo mundo que eu conheço, todos vão se tornar estranhos da noite pro dia, tanto eles pra mim quanto eu pra eles, as únicas pessoas que conhecidas pra mim seriam papai, mamãe e irmã. Pensa em quanto isso poderia ser bom. Ter uma nova chance de fazer novos amigos, que as pessoas te conheçam a partir daquele ponto, ter um mundo de escolhas e poder escolher os certos pra ficar do seu lado. Eu poderia ser mais seletivo do que já sou.
Ser quem você quiser ser.

Não tenho problema nenhum em ser Daniel Ribeiro. Apesar da minha auto-estima não ser lá grandes coisas, tô satisfeito até comigo mesmo. Acho que tenho essa pira de querer passar a não conhecer ninguém subitamente porque no fundo o que eu preciso é dia após dia passar mais despercebido, ser mais aleatório, mais x. Ser mais x é não ter ninguém cuidando da sua vida, sabendo seu nome, de você, do que faz ou o que fez. Não é estrelismo, não tô me julgando o cara mais conhecido do universo, longe disso. Mas olha só, ontem mesmo em uma balada daqui de Blumenau, brotou um cara conhecido de uns amigos falando assim: “Finalmente, Daniel Ribeiro, que prazer! Lembro de você do Orkut há mil anos, sua câmera era foda. Não sei se ainda te sigo no twitter”. Não é de assustar? Quais são as chances? Eu que não tenho orkut há anos e alguém que eu não conheço vem, me chama pelo nome e ainda fala das minhas fotos. Queria desaparecer da vida de tanta gente. Queria desaparecer, na real.
Outra pira minha: passar um tempo indeterminado morando isolado de qualquer ser humano, provavelmente numa caverna, me virando (ou morrendo) pra tentar entrar em contato comigo mesmo, entender completamente mil pendências que tenho comigo mesmo e voltar, de repente, pra uma vida em sociedade em outro lugar que ninguém me conheça. Apagaria qualquer rastro meu na internet também, assim como fotos, vídeos, posts, tudinho. Claro que a outra ideia era mais fácil, só que essa é até que possível.
Não digo que tenho nenhuma fobia social pois não tenho, quem me conhece sabe que sou bem de fazer amigo fácil bebendo uma cerveja, gosto de uma festa, que gosto de aproveitar o que o contato em grupo tem a oferecer. Só que às vezes acho que faço isso com muita gente errada e me livrar delas não é tão simples assim. Por isso ia ser mais fácil só desaparecer ou apagar minha pessoa da mente alheia. Recomeçar, de novo.
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Agora, se eu sou um pouco de cada pessoa que conheço, deixaria eu de ser quem sou?
HAHAHAHAHAHAHAHAHA brincadeirinha, pensei essa frase e achei ela bem neurótica.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

aqueça


Esse frio que chegou só me faz pensar em 3 “cês”: café, cobertas e colo. Mas só pensar, porque ultimamente tá difícil.
O tempo mais gelado tá me conquistando, e só ele. Fico querendo ser mimado o tempo inteiro, mas não sou. Tenho vontade de deitar, dormir abraçado sob muralhas de edredons, mas não fico.
Se o verão quente é a época da putaria desregrada (com camisinha), o frio é a época de quê?
Não é amor de inverno, nem só companhia, é sei lá, não consigo explicar. Só ter alguém. De nada me vale ter várias passageiras, o que é que eu vou ganhar além de bom sexo numa noite e abrir a porta de pijama cedo no dia seguinte? Apenas vazio.
Da mesma forma que eu tô cansado de ser diversão momentânea. Quero ser sentimento duradouro pra alguém. Queria gostar de alguma menina que chegasse e pensasse no fundo da alma mesmo “como eu amo o Daniel”. Queria ser aquela pessoa que fizesse o coração dela disparar quando recebesse uma sms minha, que ela pensasse antes de dormir em mim, que no meio da noite pegasse o carro e viesse me ver só pra dormir comigo, sem malícia, só companhia, só pra gente se aquecer. Eu quero ser aquecido.
Aparentemente eu sou bem não-amável ou não é assim que as pessoas me vêem. Prezava tanto, tanto aquilo que aprendi no meu filme favorito de ser pleasure delayer e hoje em dia basta eu ficar bêbado seja lá qual dia da semana for que acordo com companhia. Não é tão difícil assim. Mas tudo que vem fácil perde a graça. E o pior de tudo é quando você até quer que aquilo que começou nas cobertas depois de vodkas acabe por mais dias debaixo das cobertas mas com um pouco de chá quentinho e filmes. Só que pra variar, só eu quero, então acabo não tendo é nada.
É difícil querer ser o cara que as pessoas se apaixonem. Ainda mais eu sendo tão ansioso e carente. Aposto que qualquer menina que ler isso aqui já formaria uma imagem bem clichê na cabeça. Mas não posso fazer nada, nada mesmo, além de continuar querendo, continuar tentando, continuar sozinho.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

cadê

Tô bem loco da cabeça e vou começar a escrever como se estivesse contando da vida pra alguém pessoalmente, então lá vai.
Nossa tô meio sem fôlego.
Minha vida tomou um rumo que eu não esperava, tudo bem que essa é a graça dela mas as coisas não andarem conforme eu planejava não tá me agradando muito. Há pouco me encontrei com a Bruna que tá morando aqui em Curitiba (tô de passagem), e a gente ficou relembrando nosso ano passado tão bom e dando risada de como tudo o que a gente quis deu certo de certa forma e errado também. É bom conversar com alguém que quis o mesmo que eu e esteja passando pelas mesmas coisas que eu estou. Rolou uma ponta de saudade da nossa rotina mogiana, de ligar pro outro pra se encontrar mais cedo na faculdade pra tomar cerveja antes de aula, de como a gente reclamava de tudo e sem motivo algum. Como a gente não tinha preocupação e achava que tinha. De repente parece que a época pós-colégio voltou e eu não tinha percebido. De acordar, ir pra piscina, ter almoço pronto, quarto limpo, roupas limpas, ir pro estágio, ir pra academia, ir pra aula à noite, ir pro bar da faculdade e ir vivendo. Não quero voltar pra casa, mas sinto falta da rotina até. Hoje acordo, vou pra aula, tenho que fazer minha comida, lavar minhas roupas, limpar tudo, procurar emprego e ainda dependo do dinheiro do meu pai. Não sei se quero continuar fazendo arquitetura, mas como dizer isso pra alguém que pagou 3 anos de faculdade pra mim pra do nada eu falar – mais uma vez - “não é isso que eu quero”? Eu tenho pena e muito mais orgulho. Daí eu venho passar um final de semana aqui no alex e na sabrina e como todas as vezes que venho pra cá já acho que Curitiba é o melhor lugar e quero morar aqui, não sei explicar. Se tudo o que eu quero fosse fácil e aceitável, era apenas ligar pro meu pai e pedir, mas o mundo não funciona assim. Ao invés de ficar nessa vida de farra eu já devia ter arrumado um emprego no shopping e parar com essa desculpa de que não procuro por lá porque não vou ter final de semana e não vou poder voltar pra casa. Na real esqueci o propósito de toda essa experiência que é eu fazer sacrifícios necessários pro meu próprio crescimento. E isso tá me fazendo muito mal mesmo. Uma hora meu dinheiro acaba, mas como tô entrando num aluguel que o contrato é de 2 anos e meio eu não posso mais voltar e vou ter que pedir mais dinheiro pros meus pais. O que eu tô fazendo? Que não sei mais se estou morando no lugar certo, fazendo o curso certo, desempregado, gastando rios de dinheiro, praticamente de férias desde novembro do ano passado e ainda solteiro? Cadê aquele cara centrado do final do ano passado que sabia o que queria, tinha tudo planejado? Cadê amadurecimento? Cadê responsabilidade, juízo?
Agora, pior de tudo, ter consciência de tudo isso, que a minha vida tá completamente errada, que eu tô completamente errado, e não movo uma palha pra mudar isso.
Se tudo tivesse funcionado conforme eu pensei que seria, no final do ano ainda iria pros estados unidos trabalhar e estudar. Hoje no máximo posso ir pra Balneário Camboriú no final de semana e ainda me arrepender por ter gastado dinheiro desnecessário. Não consigo parar. Alguém precisa me parar de vez.

domingo, 1 de abril de 2012

do depois

Quando você era criança e tinha infinitas opções de escolha pro futuro, o que você queria ser? Eu já quis ser bombeiro, policial, médico, biólogo marinho, publicitário, fotógrafo, psicólogo, escritor. Estudo pra um dia me tornar arquiteto. Um dia, bem longe, uma realidade bem distante.
Todos me perguntam: “Por que você faz arquitetura?”. Não sei responder. Todos me dizem: “Você tem cara de publicidade”. Não vejo isso. Me falam: “Suas fotos são ótimas, por que você não faz fotografia?”. Não quero que meu ganha pão venha de tirar fotos da festa de aniversário de 4 anos de fulano.
Uma vez meu pai me disse que não importava a profissão que eu escolhesse, sempre iriam ter os lados negativos dela. É pedir muito uma que só tenha coisas boas? Sem lado negativo algum? Ir pro trabalho fazendo coisas legais sempre e nunca ter um dia com chatices pra se resolver. Não é esse o emprego ideal? Pois é o que eu queria pra mim. Pra quê me contentar com coisas ruins se eu posso querer sempre coisas boas?
Eu gosto de arquitetura, só não amo. Me interesso pra caralho sobre toda a história, o lado criativo da área, da estética, das ideias novas que surgem e etc. Só não sei lidar com o lado chato. Não quero lidar. Semestre passado eu só não desisti pois comecei a fazer estágio e lá recebi uma injeção de ânimo gigantesca que acho que nunca mais vou ter. Meu ex-chefe é foda. Falo isso de boca cheia mesmo, ele é bom. Me ensinava cada coisa, me dava vontade de continuar, vontade de crescer na profissão. Ele é a única pessoa que me inspira e é nele que eu penso quando ouso a pensar em trancar o curso. Queria ser igualzinho a ele. Só que pra isso eu preciso de uma imersão total no mundo arquitetônico. Sem distrações. Sem meninas, sem internet, sem tv, sem responsabilidade alguma, sem planos, sem amigos, sem família, sem nada. Queria uns 6 meses fora só estudando noções de arquitetura, só a parte criativa, pura criação, na sua essência, viver num ambiente cheio de ideias novas e vanguardistas. Preciso respirar arquitetura pra sentir de novo a vontade e esperança que eu tinha assim que entrei na faculdade na minha primeira aula de história da arte. Só que isso é impossível de acontecer.
Fora o estudo, tem o trabalho que vem depois. Atualmente eu quero muita coisa. Gostaria de trabalhar com arte visual, no sentido mais amplo. Sabe, chegar no trabalho e falar de um filme que eu vi, comentar sobre a mostra que a minha colega foi ver, ou da exposição de tal cara que foi bem bacana, de mexer com imagens, desenhos, fotografias, poder usar minha câmera no trabalho sem ser pra fazer um book de casamento da gordinha, misturar cores, pegar uma tela em branco e pá, com um papel e caneta começar o que vai ser parte de um trabalho maior, de fazer coisas grandes que as pessoas vejam e toquem elas, que tudo isso faça parte do meu dia-a-dia e que eu seja recompensado financeiramente por isso, porque emocionalmente só de imaginar eu sei que já seria abençoado. O meu dilema é que comigo sempre fico na vontade. Eu só fico pensando nisso, faço uma pesquisa ou outra, não boto a mão na massa e não faço com que nada do que eu quero aconteça. Não sei em qual área eu trabalharia com tudo o que eu quero de modo interligado. Não sei se eu seria bom nessa área (seja lá qual ela for). Existe um nome pra essa profissão?
É por isso que eu não desisto ainda da arquitetura. Vou continuar por anos ainda graças à dp e algumas matérias que já desisti. Mas vou terminar, é o que eu tenho por hora. Dá pra me entender? Mesmo eu me ferrando nas matérias, eu insisto, insisto e vou continuar nessa. Eu só espero que todos esses anos não sejam jogados no lixo, que o dinheiro do meu pai valha a pena pelo menos um pouco, que acabando a faculdade eu consiga tirar proveito do que eu aprendi ou tentei aprender.
21 anos nas costas e ainda não sei o que quero ser quando crescer.

do errado

Chegando num ponto da vida em que é triste dizer mas eu não consigo mais acreditar que um dia eu possa ter o que já tive. Tenho conhecimento de que busco sentimento só nas pessoas erradas, mas elas me parecem tão certas que qualquer defeito é relevado, me cego e finjo que dessa vez vai tudo ir do jeito que eu quero.
Só que não, porque me engano.
Ando tratando as pessoas como se estivessem numa prateleira de supermercado. Olho, escolho, compro, uso. E não faço isso por falta de opções, é que minha pressa por companhia é maior do que meu empenho em conquistar alguém. O que acontece é que, na pressa, nunca escolho o sabão em pó que lave bem minhas roupas. Sempre ficam manchas. Daí me dizem “olha, mas aquele sabão é muito bom, eu já comprei” e mesmo querendo que ele seja eficiente, não é.
A que ponto cheguei de comparar pessoas a produtos de limpeza.. Por mais apegado que eu seja à marcas do dia-a-dia, quando se trata de gente eu me apego mil vezes mais. E é o que mais me atrapalha nesse assunto todo. Quanto mais quero, menos tenho, quanto menos tenho, mais sofro, quanto mais sofro, mais quero, porque quero pra parar com o sofrimento. Esse ciclo não é legal.
Chego a conclusão de que o errado sou eu. Deve ser muito difícil começar a sentir algo por mim, se apaixonar por mim, não tenho lá tantos bons atributos assim que chamem a atenção alheia. No fundo, mas no fundo mesmo, sei que sou bem vazio.
Me tornei alguém que jamais imaginei ser.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dou valor

Aproveitando o tédio matinal fora de casa já que não tive aula, vou escrever até que todo mundo acorde.

Falando sério, não sei mais o que esperar das pessoas. Você acha que conhece elas muito bem, que gostam de você, que te consideram, que o afeto que você sente por elas é recíproco e tal, daí, algum tempo se passa e quando você finalmente tem a chance de pôr em prova tudo o que sente, elas aparecem e quebram o quadro com toda a imagem delas construída em sua memória ao longo de tantos anos. Devo soar meio dramático mas não digo nenhum inverdade. Falsas desculpas, pura preguiça, falta de consideração, não sei o que se passa, parecem que querem que eu saia da vida delas antes do programado (pelo menos por mim).
Quando se está longe de todos que te amaram por tanto tempo o mínimo que se espera é que sintam tua falta assim como tu sente a deles. No mais, que você seja aquele pedacinho vazio do dia que aguarda uma data para ser preenchido novamente. Porque é isso que eu sinto sempre, enormes vazios. Será que por causa de uma decisão de vida minha vou ser culpado e pagar um preço que infelizmente não consigo lidar? Além de compreensão e suporte, o que eu espero (esperava) é conforto, compreensão e o mínimo de saudade. Não da boca pra fora, mas saudade honesta, lá de dentro, quando você sente que é importante pra alguém.
Hoje sei que essa saudade habita alguns. Mamãe, papai, Camila, meus cães, meus avós, minha família. Se vou voltar pra casa em um próximo final de semana será exclusivamente para eles. Para  alguns poucos, mas bem poucos, pouquíssimos amigos, não para todos eles. Não deixarei de lado o tempo que posso passar em casa no colo dos meus pais pra ficar na rua esperando um sorriso de pessoas que não fazem mais questão de mim. Se tem algo que dou valor – hoje mais ainda – é o sangue que corre nas minhas veias e daqueles que me criaram.
Dou valor ao lugar que me acolheu também. 3 dias na calmaria, no verde, no ar puríssimo, na minha cozinha, meu quarto, minha sala, falando bobagens cotidianas com a minha mãe (de fulano, de ciclano, da vizinha, do mercado, da consulta médica, da tia chata), minhas tardes dirigindo com a minha irmã ao meu lado, do meu pai e o olhar profundo e úmido de quem está feliz por ter seu filho por perto, da grama do jardim habitada pelas criaturas mais lindas da face da terra que vivem rolando por aí, do grito de vó quando apareço de surpresa, da parentada toda querendo saber se eu estou me alimentando bem, se tudo está bem, se eu estou bem. É bom ponderar quais/quem são suas prioridades na vida. Pra alguém que achava que era rodeado de carinho em cada lugar que passava, eu, francamente, me decepcionei. E me surpreendi também. Aqueles que menos espero são os que mais me procuram. Isso não só lá, mas aqui também. Ouvir um “obrigado por estar sempre comigo” faz um bem danado ao coração de quem se sente sozinho. Dou valor a essas pequenas coisas. No final das contas os momentos mais simples são os que contam. Não preciso da ostentação, do holofote, de sempre estar num lugar foda pra me sentir bem. Na beira da rua tá bom, sentado na calçada tá bom, no banco da praça tá bom, se quem está do meu lado é amigo de verdade. E amizade, é sempre bom lembrar, não é aquela da noite e da bebedeira. Sábio é meu pai que sempre me alertou isso e disse que eu ainda iria me chatear com muita gente. No fundo eu sabia que iria, só não esperava que fosse tão rápido assim. Nada é como eu espero, no geral.
Tristezas à parte, eu reforço: grato eu sou pela família, melhor e poucos amigos, singelos e pequenos momentos, demonstrações de afeto sinceras e pelo que meu pai construiu pra poder me beneficiar um dia. Quando dizem que é impossível viver feliz sozinho eu concordo, mas feliz mesmo é aquele que tem poucos por perto, não muitos, porque tudo o que é demais estraga. Só que quando o que é demais são pessoas, quem pode estragar é você.

o-matic                                         home is where the heart is

sábado, 17 de março de 2012

São 6:17 da manhã e eu queria registrar algumas coisas. Por mais que eu encha o saco, por mais que eu seja um otário, por mais que eu seja a pior pessoa do mundo, por mais que eu só faça merda, por mais que eu odeie muitas coisas que eu faço, fico feliz que exista um amigo que brigue comigo, fale o que eu não quero ouvir, me ajuda, me ampara, me ame nos momentos mais preciso, que me responda sms de madrugada com “minha vontade é dar na tua cara”, que mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte me envia um “te odeio, me respeita” no meio da semana. Na real nunca fui tão grato com uma amizade quanto a que eu tenho hoje, e nunca achei que fosse ficar tão chateado por não poder estar perto dela sempre que quero. Se existe alguém hoje na minha vida que eu ame, é Alex. Não consigo descrever com exatidão devido ao estado alcoólico que estou no momento mas, do fundo do meu coração, eu amo esse piá. Pode dizer o que quiser, pode fazer o que quiser, mas o tamanho do amor que eu sinto por esse muleque é gigante e imensurável. Gratidão não é o bastante, na verdade não sei como compensa-lo por me aturar tanto, todos os dias, devido à todas merdas que eu digo pra ele sempre. Amigo que fala quando to errado, me dá suporte quando estou certo, que tá comigo dando risada ou quando eu to triste. Tá comigo perto, mesmo de longe.

domingo, 11 de março de 2012


Quanto mais o tempo vai passando e a minha saudade vai aumentando eu fico crente de que estaria passando por tudo que estou muito mais facilmente se estivesse acompanhado. Não é segredo que eu sou um cara bem carente, e justamente por isso, talvez ironicamente eu tô sempre sozinho. O problema é comigo, o errado sou eu, quem faz merda e estraga tudo sou eu. Sempre foi assim. Mas a questão não é essa.
Enquanto eu fico ao redor dos meus amigos não ligo tanto, converso, dou risada, bebo, brinco, falo bobagem, falo de coisa séria, me distraio. Só que na hora que todos vão embora eu me sinto tão sozinho.. Parece que se eu estivesse namorando, ou com um casinho mais fixo, só aquela companhia pra ficar vendo tv até tarde abraçadinho, a solidão ia ser um pouco menor e eu iria conseguir lidar com todo o resto dos desafios que eu tenho de um modo mais tranquilo. Como se uma pessoa só amenizasse todas as outras dificuldades.
É ingênuo da minha parte pensar dessa forma, tenho noção. Mas quem iria se preocupar tanto com o resto quando se pode ligar, chamar pra vir em casa, passar um tempo junto, dormir de ladinho abraçado, acordar com um sorriso, e enfrentar o dia que vem pela frente? Que bela dose de morfina.
Não entendo essa necessidade tão grande. Aprendi muito bem a ser solteiro e sei me divertir bastante desse jeito. O que ocorre é que tudo que é demais cansa e eu ando bem sossegado (não que alex e guilherme concordem) com as putarias desse mundo devasso que  vivemos. Se é tão fácil arrumar alguém a cada noite, porque é tão complicado arruma uma menina só pra gostar da gente a todo momento?

segunda-feira, 5 de março de 2012

If home is where the heart is, then my home is in many places

 

4 e pouco da tarde e eu queria tirar um cochilo já que demorei muito pra dormir essa noite e acordei bem cedo. No meu quarto o ventilador não é o bastante pra fazer o calor ir embora, na sala o ar-condicionado resseca minha garganta porque eu tô gripado. Depois de umas tentativas frustradas de descansar, cá estou.
Depois de amanhã faz um mês que eu saí de casa. Tô me virando legal! Aprendi a lavar roupa (pegar tudo, pôr na máquina, colocar sabão em pó e amaciante e pimba), a cozinhar (macarrão, miojo), a pegar ônibus na cidade (preguiça de subir a rua joinville inteira pra ir pra aula), a viver em grupo (não muito). Porém, certas coisas não mudam. Desde que a minha mãe foi embora não peguei na vassoura pra limpar meu quarto, imaginem que limpeza ele está. Planejo uma faxina toda sexta-feira, daí pra variar tá muito quente, fico com preguiça e não limpo é nada. Deixei alguns currículos em alguns lugares já, mas preciso deixar mais. Um mês se foi e metade da minha grana também. Não imaginei que ia gastar tanto mas acontece. É ruim chegar em casa, abrir a geladeira e não ver nada, daí acabo comendo fora, acho que gasto muito dinheiro com comida pra variar. Na real acho que eu gasto muito dinheiro.
Ultimamente ando bem negativo, vendo só o lado negativo de tudo. Sabe quando você gosta muito de uma coisa mas depois que a tem começa a procurar coisas ruins nela pra não gostar tanto e dar mais valor ao que gostava antes de tê-la? Tenho feito muito isso. Não gosto de muitas coisas aqui já. Não gosto, não suporto, detesto, odeio o calor. Não gosto desse trânsito maluco e de cada coisa ser longe uma da outra. Não gosto dessa coisa de todo mundo aqui valorizar tanto a aparência, as pessoas ligam muito pra isso, mais do que em SP. Não gosto de na aula ouvir coisas do tipo “daí agora meu pai tá andando de mercedes e eu tenho que pegar ônibus, acredita?”. Não gosto de tentar curar minha ressaca do domingo com sono e ter gente em casa falando e falando e falando. Não gosto de não ter um carro. Não gosto de n coisas.
Há muitas que estão me irritando também. Não briguei com ninguém, mas sabe quando só de olhar pra uma pessoa você já não suporta? Não consigo mais encarar umas pessoas que olham comigo, por pura convivência. Vem puxar um papo, dar uma boa noite e a minha vontade é pegar uma arma e me suicidar. Ou matar. Mas já fui alertado sobre isso, que eu me enjoaria fácil das pessoas morando com muita gente. Me irrita também ter que pegar ônibus. Uma coisa é pegar um em Guararema e descer em Mogi pra ir pro trabalho ou pra faculdade, outra coisa é você entrar no ônibus, ele virar uma rua, ir até o final dela e você descer, nem 5 min. Simplesmente porque a rua é tão grande e tem uma ladeira que você prefere pagar 2,90 a ter que andar por quase 20 minutos nela. 2,90 num ônibus que não tem ar-condicionado, numa cidade que são 10 da manhã e fazem 35ºC. Roubo. Acho que se aqui não fosse tão quente ou se eu tivesse um carro ou se os ônibus tivessem ar-condicionado meu nível de irritação diária iria diminuir pela metade, sem brincadeira.
Mas calma, não estou entrando no fundo do poço não. Assim como tudo na vida existem dois lados da moeda. Ainda amo muito aqui e tenho certeza de que fiz a escolha certa, de que tomei a decisão certa, de que aquela vozinha que dizia pra eu entrar de cabeça nessa era real. É muito bom ter controle. Enquanto não arrumo um emprego eu tenho me divertido muito. Saí mesmo, conheci mil pessoas, fui em mil festas, briguei, bebi, meti, ri, vivi. Tanta coisa aconteceu nesse curto espaço de tempo que parece que eu tô aqui fazem meses. Já fui recriminado várias vezes pelo Alex que diz pra eu desacelerar um pouco, mas acho que tinha que fazer tudo isso que eu fiz porque primeiro precisava curtir essa liberdade de não ter pais por perto até eu me acostumar, segundo porque ainda não trabalho. Agora que já estou sem saúde pra tudo, vou conseguir me focar mais. É difícil me concentrar quando você conhece bastante gente legal que faz questão de te ver sempre, tenho grandes amigos aqui que amo muito, mas desde o início já tinha estabelecido um prazo pra que essa folia toda acabasse e acabou. Uma hora tudo vai acabar, tenho plena certeza de que ao contrário do que eu imaginava antes, não vou criar raízes em Blumenau, aqui vai ser algo passageiro, alguns anos apenas, não que eu vá voltar a morar com meus pais, talvez sim, talvez não, mas sei que não vou ficar aqui por 10, 20, 30 anos, a vida toda. Pra quem gosta tanto de mudanças eu tô é bem aceleradinho pensando na etapa seguinte já.
Acho que o lado pessimista e a pontinha de tristeza que eu sinto se resume em saudades de casa. É só quando você perde que dá valor. Por isso ando vendo tanta coisa ruim e odiando tanto tudo, porque sei o que deixei pra trás e o que eu já tive um dia. Mas essa era justamente a ideia. Dar valor ao que eu tenho, deixando tudo de lado e batalhando pra conseguir tudo outra vez.  Confesso que não está sendo fácil conviver com a saudade dos meus pais e da minha irmã, dos meus cachorros, do meu quarto, da minha casa, da minha piscina, do meu jardim, da minha tabela de basquete, de pegar o long da kiki emprestado e ir andar por guararema ouvindo wiz khalifa, pegar o carro e dirigir sem rumo, comprar uma catuaba e fazer a noite em qualquer canto, ir pra balada em mogi e encontrar todos os seus amigos, do escritório que eu tava fazendo estágio, dos meus colegas de trabalho, da academia, de ir reclamando pra aula mas passar metade dela no fumódromo com a galera rindo à toa, do bar vermelho, da maria, naty, rafa, nana, antonio, kiki, cocô, dos amigos de guararema, mogi, santa isabel, são paulo, dos meus avós, de acordar e ir até a geladeira e ela estar cheia de coisa gostosa, da comida da minha mãe, das mongolices dela, de passar horas rindo com a camila na frente da tv, do mau-humor do meu pai e de muito mais. Deve ser um fardo eu sentir sempre tantas saudades de tudo e todos. Pra maioria dos meus amigos é mais fácil de lidar porque a grande maioria saiu de guararema/mogi e foi fazer faculdade em São Paulo. Chega na sexta é só pegar o metrô/trem ou ônibus e em poucas horas já estão em casa. Meu caso é um pouco mais complicado né. Preciso aprender a conviver com isso. É irônico porque eu sinto falta de tanta bobagem que passava despercebido por mim há um tempo atrás! Como ligar a tv cedinho e ver a ponte-estaiada ao fundo no Bom Dia SP, as propagandas locais, de dar bom dia pra fulana no calçadão, ver um clássico corinthians e palmeiras na tv (e não joinville e metropolitano ou whatever), saber dos fatos que aconteciam na minha região, de fofoquinhas bestas também, ver cavalo na rua, andar de metrô, ficar horas no shopping reclamando em como não tem nada pra se fazer em mogi, sair na coluna social porque tava em alguma balada, olhar pro lado na sala de aula e ver a serra do Itapety.
Ao contrário do que já imaginam eu não estou infeliz. Estou 80% realizado e convicto de que tô fazendo tudo certinho. Não preciso provar a ninguém a não ser eu mesmo do que eu sou capaz. E se tudo der errado, não vou ser orgulhoso dessa vez, pego minha mala e volto correndo pros braços daqueles que me querem ver bem.
Se a razão dessa experiência toda é crescer, olha, garanto a vocês que já sou outro. Posso não transparecer porque infelizmente me tornei uma pessoa meio dramática e reclamona na internet, mas internamente muito mudei. Pra melhor.


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                                                         se lar é onde o coração está, então meu lar está em muitos lugares

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