quarta-feira, 23 de maio de 2012

vgtr


Não fui pra aula hoje. De novo. O celular despertou, eu desliguei bem consciente e me virei. Não levantei. Só penso em dormir.
Tive um sonho lindo hoje. Meus pais, minha irmã, eu, meu melhor amigo e minha melhor amiga fazíamos uma roadtrip pelo país, mas eu só lembro de cruzar São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O tipo de sonho certo, com as cores certas, tudo brilhava, meio amarelado, parecia uma filme, não queria acordar.
Pra falar a verdade tudo o que eu mais quero é acordar.
Eu tô indo pra um caminho sem volta e só esperando alguém me resgatar. Talvez eu seja mesmo um fracassado e não consiga provar nada do que quis a ninguém, nem a mim mesmo.
É mais fácil fugir, largar, dizer foda-se e não fazer nada certo. Eu só penso em dormir. Eu só quero dormir. Só quero minha cama, minhas cobertas, meus travesseiros. Só quero que os dias passem de um jeito bem confortável. Eu quero que os dias passem até não sei o quê. Porque sei que se eu não fizer nada, nada vai mudar. Mas eu não faço mesmo assim.
Meu corpo todo dói, minha alimentação é uma bagunça, não sinto vontade nenhuma de ir pra aula, não sinto vontade de ver ninguém, não sinto vontade de sair de casa, de procurar emprego, de sei lá conversar com a galera que mora comigo, só fico no meu quarto quietinho ouvindo músico deitado debaixo das cobertas. Quero ficar assim pra sempre.
Só sairia do meu conforto hoje pra ver o mar. Que vontade de mergulhar contra a corrente e nunca mais pisar no solo.
Não foi pra isso que eu me inscrevi.

                                                       the tide will bring and the tide will take

terça-feira, 22 de maio de 2012

tómur

Da mesma forma que mulheres têm seu ciclo menstrual todo mês, ando desconfiado que desenvolvi um ciclo parecido. Sangra, mas de um jeito diferente.
Eu tô cansado de me sentir triste. De me sentir sozinho. Tô cansado desse vazio. É um vazio tão grande que não houve ainda nenhuma escolha tomada conseguiu preencher. Eu não sei o que eu tô fazendo nem o que eu tô esperando acontecer. Nem o que fazer acontecer.
Me sinto egoísta. Tomo uma decisão sem ouvir ninguém além de mim mesmo, doa a quem doer, inclusive a mim, e não sei lidar com as consequências. Parece que tudo isso é tão passageiro quanto um suspiro e logo mais minha realidade vai ser diferente. Mas têm coisas que jamais mudam: continuarei sozinho mesmo com centenas ao meu redor.
Vivo dizendo pelos 4 cantos de que preciso de amor, que preciso amar, que preciso namorar, preciso de carinho, só alguém pra ficar abraçadinho, mas daí toda essa necessidade é proporcional ao medo que eu desenvolvi de qualquer compromisso e de qualquer espécie de relacionamento. Me dei conta disso esses dias. Eu tenho medo. É muito mais fácil cortar, sumir, me afastar, colocar mil defeitos na pessoa só pra eu não me sentir culpado pelo que faço e assim esperar a próxima vir, pra começar a me interessar, cair na paixonite de novo e fazer exatamente a mesma coisa. Porque eu tenho medo de me entregar completamente e me machucar. É bom ser casual, só que cansa. E parece que tudo só me interessa até eu ter. Quando sei que o jogo tá ganho, enjoa.
Não sei dizer se esse vazio é falta de um amor. Por um momento achei que era, mas não sei mais. Aliás, de uma coisa eu tô certo: nunca estive tão perdido. Não sei o que fazer, não sei a quem recorrer, não sei o que é isso que tá pra acontecer que eu tanto quero que aconteça e fico só no aguardo. Quando é que vai tudo começar a dar certo? Que época da vida você se sente plenamente feliz?
Meu ciclo é de melancolia permanente com pequenos ápices de alegria exagerada. E passageira. Se ao menos fosse o inverso não viveria assim. 
É pedir demais um colinho e alguém pra resolver tudo pra mim?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Touching skins, my body is pressed into yours. You sigh on my neck, you thrill me. My hand slide by your back, I’m gentle, I just wanna feel you. Your legs between mine, with my mouth on you cheeks, I take you by the waist and turn you around. Feel the love. Chest to chest, cuddling each other, making me warm, making you warm. I grab your butt because I love it, I grab your tits because I want them. It’s not vulgar, It’s us. It’s our friendship.
Touching skins, my body is preesed into your back and you like it. You feel me hard and you just love it, that’s what you like. Holding hands and other things and hugging each other, when we’re together I want all the world to stop talking.
No kissing because there’s no need to. No compromise because there’s no need to. It’s me, you, my bed and hours of sharing our heat.

domingo, 13 de maio de 2012

the homesick

                                                                                                                      senta que aí vem melancolia

Acordei com uma ressaca atormentadora da noite anterior, decidi levantar da cama e fui na cozinha fazer meu café da manhã apesar da hora do almoço já ter passado. A pia toda suja de louça que não era minha me desanimou, então fui tomar banho. Coloquei uma música, liguei o chuveiro e instantaneamente quando a água quente caiu e tocou meu corpo as lágrimas caíram também.
Eu acho que nunca pude imaginar que sofreria tanto assim pra obter algo que eu ainda nem sei o que é, nem sei se já atingi tal objetivo ou nem sei se vou atingir. A dor de cabeça forte se misturou com a dor do vazio que eu sinto por estar longe daqueles que eu mais amo. Não sei explicar o que eu tô fazendo. Aperto e saudade é o preço que eu devo pagar por depois de 21 anos querer crescer e dar valor a tudo que meus pais já me deram? Eu não sei mais. Será que já não aprendi a lição, será que já não dou valor a tudo, será que já não cresci?
Têm sido ótimo morar “sozinho”. Cada dia é uma coisa nova pra eu fazer, um problema novo pra tentar resolver, uma decisão nova que eu tenho que tomar. Acredito que isso seja parte do crescimento. O convívio em grupo que não é lá uma maravilha, passo nervoso diariamente mas planejo acabar com isso logo. Mesmo sem trabalho (sim) toda essa experiência tem valido muito a pena. Só não sei se a escolha do lugar foi bem acertada. Blumenau pode ser considerada a melhor cidade do estado, a cidade nº 1 de Santa Catarina pra se viver, mas definitivamente não é pra mim. E não que ela não seja boa, muito pelo contrário, é ótima, só que não é a minha cidade. Não é Guararema. Não é São Paulo. Não é Mogi. Não é Alto Tietê. Não é Vale do Paraíba. Aqui não é o Estado de São Paulo. O céu daqui não é o mesmo de lá. Sinto falta de sair na rua seja em gma ou mogi e encontrar conhecidos, esbarrar com amigos por aí. Aqui tem verde mas eu sinto falta do verde de Guararema. Da calmaria. De viver em casa e não apartamento. A minha casa. Meus cães. Meu jardim. Minha sala, minha tv, meu sofá, meu quarto, minha cama, minha piscina, meu pomar, meu carro, meu tudo. A impressão que eu tenho é que mesmo estando tudo no meu nome por aqui, nada disso me pertence. Nada nem ninguém.
Não tentei substituir pessoas, mas mesmo depois de meses eu continuo sabendo que meus amigos mesmo estão lá, não aqui, com exceção de 1 ou 2 pessoas. Não é a mesma coisa entrar num carro e sair por aqui do que entrar no carro da Nati, do Antonio, da Kiki, ou sei lá de mais quem e só sair pra dar uma voltinha pela cidade, parar na praça e bater papo, sentar na beira do rio ou num banco do shopping e comer. Acho que o cotidiano que eu tinha por lá era tão bom e eu nunca me dei conta de que tinha simplicidade e agitação em equilíbrio, porque da mesma forma que aqui as pessoas vão pra Balneário Camboriú ou Floripa à noite pra querer sair (porque sim, a noite daqui consegue ser pior do que a de Mogi. saudades Florestta), lá em menos de uma hora eu tava em São Paulo também. Por que eu nunca pensei nisso antes?
Saí de casa pra me virar sozinho mas acho que fui pra longe demais. Num dia como hoje se eu tivesse ido morar na capital mesmo em menos de uma hora tava em casa pra abraçar minha mãe. Se eu tivesse ido pra Curitiba como queria antes, 5 horinhas de ônibus ou uma de avião e lá estava eu em casa no final de semana. Eu sinto falta dos meus pais e da Camila. Eu sinto muito falta. De tudo e todos, são os que eu mais sinto falta. Toda vez que falo com eles sou inundado de todas as coisinhas que eles fazem por lá, minha irmã contando coisas do colégio, dos shows que ela vai, meu pai falando do banco, perguntando de mim, se preocupando cada dia mais comigo, minha mãe falando da vidinha dela, do que fulana fez, de quem ela viu na rua, do que ela comprou, de quem apareceu no salão dela, e eu aqui, longe deles, me dói saber que não faço mais parte desse dia-a-dia, que não presencio ali com eles a vida de cada um. Essa semana que passou a Nina recebeu seu namorado em casa porque ela tá no cio e esse foi o assunto da semana, e eu perdi isso, eu perdi esse acontecimento que pra todo mundo é tão bobo mas eu queria ter estado lá com meus pais pra ver ela brincando e rolando na grama e a gente bobo olhando ela. E fui eu que escolhi me privar deles. Que ideia idiota. Não devia dizer isso mas tem horas que eu paro e penso: “Mano, o que é que eu tô fazendo e aonde é que eu fui me enfiar?”. Cara tá sendo bom pra mim me virar, fazer as coisas, limpar tudo, cozinhar, lavar roupa, limpar a casa, tomar decisões por mim mesmo e sentir as consequências delas, não me arrependo de ter me mudado, mas em contrapartida não pode ser natural esse aperto, essa falta, esse vazio, essa dor que eu sinto por ter deixado longe as 3 pessoas que eu mais amo no mundo e as que mais me amam também. Não sei a de vocês mas a minha família é perfeita.
Lidar com o peso das minhas escolhas é complicado demais mesmo sendo necessário. Eu posso transparecer bem patético e imaturo ainda escrevendo tudo isso e chorando igual uma criancinha o dia todo, mas ué, talvez eu seja mesmo e talvez eu ainda não tenha amadurecido. Só que por outro lado, talvez eu já tenha aprendido a dar valor ao que tenho, já tenha crescido, já concluí a missão e só estou cultivando tristeza e saudade.

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                                                                                                        I’m lost in the world, I’m down on my mind

domingo, 6 de maio de 2012

rebirth


Imagina só: viver sem contato interpessoal além da sua família mais próxima, em meio a natureza, tendo que plantar pra comer, sua diversão ser jogar pedras no lago ou olhar o céu, receber – de fato – amor verdadeiro daqueles que pra sempre vão te amar incondicionalmente, ter uma vida simples, sem neuroses, sem desvirtuações, utópica e bucólica.
Parece bobagem, mas pensa comigo, de um lado não viveria mil experiências que com outras pessoas eu tenho, do outro eu não teria problemas, não teria que me preocupar além de sei lá matar uma galinha pro almoço. Posso estar exagerando e indo um pouco além, tá certo.
Outro cenário. Agora eu tenho a chance de dar um reset social e apagar todo mundo que eu conheço, todos vão se tornar estranhos da noite pro dia, tanto eles pra mim quanto eu pra eles, as únicas pessoas que conhecidas pra mim seriam papai, mamãe e irmã. Pensa em quanto isso poderia ser bom. Ter uma nova chance de fazer novos amigos, que as pessoas te conheçam a partir daquele ponto, ter um mundo de escolhas e poder escolher os certos pra ficar do seu lado. Eu poderia ser mais seletivo do que já sou.
Ser quem você quiser ser.

Não tenho problema nenhum em ser Daniel Ribeiro. Apesar da minha auto-estima não ser lá grandes coisas, tô satisfeito até comigo mesmo. Acho que tenho essa pira de querer passar a não conhecer ninguém subitamente porque no fundo o que eu preciso é dia após dia passar mais despercebido, ser mais aleatório, mais x. Ser mais x é não ter ninguém cuidando da sua vida, sabendo seu nome, de você, do que faz ou o que fez. Não é estrelismo, não tô me julgando o cara mais conhecido do universo, longe disso. Mas olha só, ontem mesmo em uma balada daqui de Blumenau, brotou um cara conhecido de uns amigos falando assim: “Finalmente, Daniel Ribeiro, que prazer! Lembro de você do Orkut há mil anos, sua câmera era foda. Não sei se ainda te sigo no twitter”. Não é de assustar? Quais são as chances? Eu que não tenho orkut há anos e alguém que eu não conheço vem, me chama pelo nome e ainda fala das minhas fotos. Queria desaparecer da vida de tanta gente. Queria desaparecer, na real.
Outra pira minha: passar um tempo indeterminado morando isolado de qualquer ser humano, provavelmente numa caverna, me virando (ou morrendo) pra tentar entrar em contato comigo mesmo, entender completamente mil pendências que tenho comigo mesmo e voltar, de repente, pra uma vida em sociedade em outro lugar que ninguém me conheça. Apagaria qualquer rastro meu na internet também, assim como fotos, vídeos, posts, tudinho. Claro que a outra ideia era mais fácil, só que essa é até que possível.
Não digo que tenho nenhuma fobia social pois não tenho, quem me conhece sabe que sou bem de fazer amigo fácil bebendo uma cerveja, gosto de uma festa, que gosto de aproveitar o que o contato em grupo tem a oferecer. Só que às vezes acho que faço isso com muita gente errada e me livrar delas não é tão simples assim. Por isso ia ser mais fácil só desaparecer ou apagar minha pessoa da mente alheia. Recomeçar, de novo.
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Agora, se eu sou um pouco de cada pessoa que conheço, deixaria eu de ser quem sou?
HAHAHAHAHAHAHAHAHA brincadeirinha, pensei essa frase e achei ela bem neurótica.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

aqueça


Esse frio que chegou só me faz pensar em 3 “cês”: café, cobertas e colo. Mas só pensar, porque ultimamente tá difícil.
O tempo mais gelado tá me conquistando, e só ele. Fico querendo ser mimado o tempo inteiro, mas não sou. Tenho vontade de deitar, dormir abraçado sob muralhas de edredons, mas não fico.
Se o verão quente é a época da putaria desregrada (com camisinha), o frio é a época de quê?
Não é amor de inverno, nem só companhia, é sei lá, não consigo explicar. Só ter alguém. De nada me vale ter várias passageiras, o que é que eu vou ganhar além de bom sexo numa noite e abrir a porta de pijama cedo no dia seguinte? Apenas vazio.
Da mesma forma que eu tô cansado de ser diversão momentânea. Quero ser sentimento duradouro pra alguém. Queria gostar de alguma menina que chegasse e pensasse no fundo da alma mesmo “como eu amo o Daniel”. Queria ser aquela pessoa que fizesse o coração dela disparar quando recebesse uma sms minha, que ela pensasse antes de dormir em mim, que no meio da noite pegasse o carro e viesse me ver só pra dormir comigo, sem malícia, só companhia, só pra gente se aquecer. Eu quero ser aquecido.
Aparentemente eu sou bem não-amável ou não é assim que as pessoas me vêem. Prezava tanto, tanto aquilo que aprendi no meu filme favorito de ser pleasure delayer e hoje em dia basta eu ficar bêbado seja lá qual dia da semana for que acordo com companhia. Não é tão difícil assim. Mas tudo que vem fácil perde a graça. E o pior de tudo é quando você até quer que aquilo que começou nas cobertas depois de vodkas acabe por mais dias debaixo das cobertas mas com um pouco de chá quentinho e filmes. Só que pra variar, só eu quero, então acabo não tendo é nada.
É difícil querer ser o cara que as pessoas se apaixonem. Ainda mais eu sendo tão ansioso e carente. Aposto que qualquer menina que ler isso aqui já formaria uma imagem bem clichê na cabeça. Mas não posso fazer nada, nada mesmo, além de continuar querendo, continuar tentando, continuar sozinho.

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