domingo, 29 de dezembro de 2013

Day









Foi de um jeito meio tímido que eu conheci ela. Era formatura de uma amiga, eu estava em SC procurando lugar pra morar em dezembro, porque já sabia que daqui uns meses eu iria me mudar pra Blumenau. Aí soube que ela também iria e já logo fui carudo perguntando se não queria dividir algum apartamento, eu, ela e Michelly. E foi isso, só perguntei, não moramos juntos. Foi quando pro fim de fevereiro do ano passado eu estava voltando de Curitiba e o Gui me convidou pra ir no apartamento das meninas. Desse dia em diante eu sabia que aquela menina que antes eu só achei linda na formatura ia se tornar uma das pessoas mais especiais que já passaram pela minha vida.
Dayane sem querer fez o papel da minha irmã mais nova ano passado. Ela tinha 17 e eu 21. Foi pra Blumenau por causa da faculdade. Como sou grato dela ter ido pra lá!
Cada dia com o meu anjinho era ótimo. Ela carregava ainda uma inocência tão meiga por causa da pouca idade que eu ficava encantado só de observar o jeitinho dela. A carinha de criança, o cabelo preso de ladinho que eu amava, o modo delicado de até lavar uma louça, a risada, o jeito pausado que ela falava alguma coisa, toda vez que ela dizia "tô tão confortável" com aquele sotaque lindo, ou quando ela me olhava e dizia "Ai, Daaannnn" me reprovando em alguma merda que eu fiz. 
Ela era tão ingênua. Pura. Toda vez que eu aprontava ela ficava chocada com coisas bobas haha. Mas depois de um tempo se acostumou comigo e eu com ela.
Não me cansava de ter tardes "confortáveis" só deitado no colchão do quarto com um monte de coberta fofinha fazendo cafuné e falando abobrinha. Ou fazendo um brigadeiro! Bobeiras que passavam despercebido mas que hoje eu sinto tanta falta.
A Day me trazia paz. Só de olhar pra ela eu ficava bem e me sentia à vontade em qualquer lugar. Nos momentos de maior aperto era pra ela que eu corria e pedia colinho. Cansei de aprender com ela coisas simples da vida e a ser mais simples de um modo geral. A gente dizia que se nada desse certo na vida íamos nos casar.
Porres e porres e porres eram frequentes e se ela tava presente a noite ficava ainda melhor. Era a coisa mais linda do mundo ver ela agitadinha, meio vermelha, falando coisas sem nexo e dando risada, fazendo merda, dando beijo em que não devia, virando tequila como se fosse água, chorando na balada por ter pego o paquera do amigo, ou vindo correndo me contar quase se mijando nas calças "quando eu olhei pro lado tava Michelly rodopiando na canguta de um cara". Ela irradiava juventude quando estava disposta a sair, mas se não estava, fechava a cara, que nem criança mesmo. Ela era meu nenê.
Tudo o que eu penso quando me lembro dela é da vontade que eu tinha de abraçar e passar horas abraçadinho porque ela tem o melhor abraço. Sempre vou sentir saudades.
Eu acho que se hoje as coisas não são como antes é porque é só uma pausa que a vida tá fazendo. Ainda prefiro acreditar que tudo vai voltar ao normal e que ela vai voltar a fazer parte da minha rotina. Quantas vezes eu não pensei em pegar o telefone e ligar, só pra ouvir a voz dela, saber como está, o que tá fazendo, como anda a faculdade, como anda tudo. Day é a pessoa que entrou na minha vida por acaso e se afastou por acaso também, mas eu sempre, sempre, sempre vou lembrar, e sempre vou torcer pra que ela volte. E sempre vou torcer pro bem dela. 



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