sábado, 19 de janeiro de 2013

to be myself completely


No exato momento que me encontro ando querendo achar um equilíbrio meio impossível dentro de mim. Não sei lidar comigo mesmo.
Cheguei a uma conclusão esquisita de que possuo várias pessoas no meu interior.
Parte de mim quer entrar na linha, estudar do jeito que se deve, trabalhar, trabalhar, trabalhar, enriquecer, me estabilizar. Queria chegar nuns 30 anos com uma boa condição financeira e passar a pensar em casamento e essas coisas. A ideia de acordar ao lado da mulher da minha vida todos os dias é bem atrativa. Construir um relacionamento estável, viver nossa vida a dois, realizar sonhos, ser um time, parceiros. Quero e vou ter ao menos um filho, mas minha vontade era ter 4. Dois meninos e duas meninas. Só de imaginar que ali em um serzinho pequenininho tem um pedaço de mim, que carrega meu sangue e vai construir sua própria vida graças a mim já me emociona e me dá vontade de chorar. Isso só na minha mente! Imagina quando essa hora chegar? Pensar em comprar uma casa bem espaçosa e cheia de verde em condomínio porque segurança é tudo (neurose de paulistano), criar todo um ambiente saudável pro desenvolvimento deles, procurar colégios bons, ter uma mini-van super brega e usar camiseta pólo Lacoste com bermuda branca nos fins de semana no parque. Uma vidinha tão clichê mas que iria me satisfazer tanto! Sempre fui meio cafona.
Só que tem um lado escuro do meu sub-consciente que grita e debocha de mim e que no fundo eu mesmo sei que corro um grande risco de nada do que eu descrevi acima se tornar realidade. Eu posso estudar, trabalhar, me estabilizar. Mas ao invés de aos 30 estar casando, há a possibilidade de eu só estar indo a uma balada mais cara. No lugar da grande casa branca contemporânea que eu quero construir, uma cobertura duplex em um apartamento em Perdizes. Trocando a mini-van por um esportivo. Acordar com alguém diferente a cada final de semana só pra me satisfazer sexualmente. Porque eu não sei mais amar, não consigo manter nenhum tipo de relacionamento duradouro mais, sempre estrago tudo e sofro, sofro, choro, choro igual uma moça. Então ao menos sexo eu poderia ter frequentemente nesse futuro brilhante de sucesso e solteirisse. Não sei por quanto tempo iria conseguir levar essa vida, mas de certa forma ela me atrai um pouco. Não é ostentação, é querer coisa boa, sei lá. Viajar pra todo canto que eu quiser, me hospedar nos melhores lugares, ter tudo o que eu quero. Não acho ruim querer ter sempre do melhor. E ué, se uns tem, eu quero ter também. Make me rich.
Agora, dado todo o meu histórico de vida, desemprego, folia, preguiça, procrastinação, erro atrás de erro, desapontamento atrás de desapontamento, planos indo por água abaixo por culpa minha (claro), e se tudo continuar dando errado porque claro é só isso que eu sei fazer? Não ia gostar de me imaginar muito tempo ainda vivendo as custas dos meus pais, fracassando na profissão, andando de ônibus por muito mais tempo, sempre nessa pindaíba ridícula de nunca ter grana e quando ter gastar da forma errada, mas uai, por enquanto tô nessa né! Não sei se é fase mas ela nunca vai embora. Porque apesar de eu dizer que amo mudanças, aplicar elas não é tão fácil pra mim quanto parece ser. E se eu for um fracasso nessa vida? Como vou ser lembrado? A palavra loser pisca em vermelho na minha cabeça. Vermelho e neon.
Hoje eu quero ganhar dinheiro pra poder comprar o que eu quiser já que vivo nesse mundo capitalista e que a cada iPhone novo que sai é um aperto novo por não tê-lo. Um carrinho não seria nada mal, seria ótimo. Roupas legais, poder sair sem me preocupar tanto com grana, essas coisas. E ir estudando ou tentando estudar né! Curto muito a vibe de faculdade e me vejo fazendo uma atrás da outra até ser bem o tiozão da turma. Gosto muito de aprender, só tenho preguiça de estudar. Outra coisa: me desacostumei a trabalhar mas sei que é algo bom e gratificante. Tô ansioso pra voltar às aulas e ao estágio, ansioso pra crescer e tentar colocar tudo em ordem de novo. Meu único medo é que tudo vá mal mais uma vez e eu só posso culpar a mim mesmo quando isso acontece. Vamo vê no que dá né. Esses 22 anos chegaram atropelando com tudo o que eu achava que já tava certo. E olha só, faltam apenas 8 anos pros 30.
Cuidando pra não chorar.

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