domingo, 27 de janeiro de 2013

fear of flying and fear of landing

Fazem uns 3, 4 dias que eu comecei a dar uma pirada legal. Do nada me bate um medo. Daí esqueço. Mais tarde não consigo dormir. Medo de novo. Seguido de calma e respiração profunda. Não disse isso a ninguém ainda. Atribuo várias respostas a isso tudo mas com o passar dos dias e enquanto as coisas vão acontecendo parece que não há uma razão aparente porque podem ser várias.Ando com medo do futuro e esqueço do presente. É muita coisa mudando (ou voltando a ser como antes) que tentei não pensar muito pra não me chatear. Esse ano vou voltar pra uma faculdade que (até então) tenho certeza que não é o que eu quero pra vida. De volta pra mesma rotina ônibus-viagem-estágio-faculdade-ônibus-viagem-dormir no meio da semana e obviamente beber/farrear aos fins de semana pra esquecer da semana que passou e da que está por vir. Minha irmã também foi embora e vai ser um ano longo sem minha pequena que só me traz risada do outro lado da parede. Mas isso é o de menos, sei que ela volta. Essa tragédia em Santa Maria também me deixou louco da vida, sem brincadeira, não sou uma pessoa que se sensibiliza tanto com esses acontecimentos mas isso mexeu comigo de uma tal maneira que eu - um cara não muito religioso e meio descrente - rezei. Rezei porque não conheço as famílias das vitimas e porque estou longe pra prestar qualquer tipo de suporte. Então rezei porque é o máximo que posso fazer, infelizmente. Tem muita coisa na minha cabeça e tô escrevendo sem pensar.O que me ocorre agora é que minha irmã em um ano volta, a faculdade uma hora acaba, minhas frustrações amorosas e esses casos que eu me meto e dão errado passam, mas a dor dessas famílias não. Conheço o sentimento de perda e sei como demora a melhorar.Se eu parar pra pensar sou baita egoísta assim como muita gente. Já escrevi e sempre falo pra todo mundo que tem muita podridão acontecendo por aí e meus problemas são ridiculamente pequenos em comparação com os de muita gente desse mundão. Mas não posso fazer nada se são meus e eu tenho que saber lidar com eles. E reclamar. E tentar mudar. Minha maior dificuldade é que fico muito no reclamar e tento pouco.No geral a perspectiva pra esse ano que pra mim oficialmente começa amanhã com o retorno ao fascinante  da arquitetura é boa. No fundo eu espero que eu reencontre um amor esquecido e que no final das contas tudo dê certo. Mas bem lá no fundo. Porque quando eu passo por momentos assim sempre me pergunto "Por que eu to fazendo isso se sei que não é o que eu quero?". Com o tempo a gente acaba aceitando (talvez não seja o certo) que existem coisas na vida que apenas devem ser feitas por motivos de que devem ser feitas e acabou. Não adianta eu valorizar uma utopia de vida perfeita largando tudo e todos aqui e me aventurando por esse Brasil louco virando hippie, curtindo o momento, vivendo "cada dia como se fosse o último" e abandonando toda essa cultura de consumo e dependência de tecnologia frenética que a gente tem. Por mais que meu coração grita sempre pedindo pra eu sumir por aí e fazer absolutamente todas as coisas que eu realmente, de paixão, tenho vontade de fazer, eu sei que não vou. E o mais triste de tudo é que pode ser que eu faça um dia mas pode ser que não. E aí?Por isso que não entendo o porquê de "fazer as coisas que devem ser feitas" porém sou hipócrita e aceito. Ao invés de aprender a surfar e viver na praia, vou estagiar em uma área que não é a que eu quero atuar. Se meu lado emocional diz que um bar na beira da areia e uma casinha pequena são suficientes pra eu ter a vida que pedi à Deus, o racional pede por favor pra que esse semestre eu estude e seja alguém na vida com muito, muito dinheiro. É uma disputa constante sobre o que fazer num futuro que já já vai dar um soco na minha cara e se eu não souber que escolha seguir, vou cair. E se eu cair, não sei quem me levanta.Neuroses de lado, hoje eu agradeço por não ter nenhum rolo pra me magoar e consumir esse meu tempo. No inicio do ano achei que era só que faltava pra eu me sentir completo e que aquilo era a felicidade chegando de um jeito muito doido mas que me fazia bem. Como de costume, dei de cara com a realidade e lógico, todas as pessoas são iguais, ninguém tá nem aí com ninguém. Mas olha, acabei de ver um filminho bem adolescente que deixa a gente meio bobo no final e numa cena um professor diz pro seu aluno "we accept the love we think we deserve". Acho que vou elevar meu padrão e passar a aceitar só o que mereço, e disso sei que não é pouco. Só preciso enviar esse recado pro meu pinto.Sem distrações afetivas e sexuais já é meio caminho andado pra eu conseguir fazer esse ano dar certo. Mais uma vez vou tentar ten-tar colocar o pouco lado racional que eu tenho pra me dominar e infelizmente ou felizmente fazer as coisas que devem ser feitas que são logicamente: estudar e trabalhar. Se eu conseguir fazer isso direito, pontos pra mim, cresci e fui absorvido por essa cultura maluca que a gente vive. Porém, se eu falhar de novo, acho que 22 anos anos de falhas querem dizer algo né. Vai ver não nasci pra ser adulto. Ou rico.                                                                                                           

                                                                                                                  
"we are infinite."

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