domingo, 12 de setembro de 2010

Preto e branco

Nos confins do meu sub-consciente algo muito perturbador acontece. Se meu cérebro está dividido em principalmente duas grandes porções, acho que isso quer dizer alguma coisa.

Sempre leio, vejo e ouço as pessoas dizendo que são bipolares, mas a maioria delas dizem isso da boca pra fora. É como se fosse um "Bio" do twitter ou um status de não sei o que lá. Percebi há pouco que eu tenho esse lado bipolar também, não no sentido literal, de disfunção psicológica, mas lá no fundo no fundo tô sempre com duas opções distintas pra tudo.
8 ou 80, preto ou branco, céu e o inferno, eu sempre gosto dos dois extremos.
Até disse pro Thomas esses dias como exemplo que ao mesmo tempo que eu amo minha cidade, a tranquilidade daqui, o verde, a liberdade que eu tenho de pegar meu carro e acelerar por estradinhas de terra lindas, eu amo também São Paulo que foi onde eu nasci, que é praticamente o oposto em TUDO o que existe por aqui.
Na música também, me diz uma alma que goste de Anberlin, Belle and Sebastian, Lil Wayne, Marcelo D2, Pogo e Maria Rita ao mesmo tempo? Sabe, coé people vamo definir um gosto musical. Tenho essas diferentes faces, tenho personalidade nigga, indie, playboy, teenager, maloquero e bom-moço na minha alma, escolher uma só não é o suficiente. Claro que só foi como exemplo, não gosto de limitações assim.. Mas é verdade.
Não sei como meu cérebro dá conta de tantas controvérsias assim cara. Só eu sei o quanto eu quero crescer, o quanto quero tomar um rumo, ter um objetivo de vida. Mas eu passo todos os dias reclamando de faculdade, reclamando de ter que trabalhar, reclamando de ter que pegar ônibus, reclamando de passar o dia inteiro longe de casa, reclamando de tudo! Porque aí entra o outro lado da moeda, um lado maligno e preguiçoso que não quer amadurecer, que quer continuar adolescente o resto da vida e acabou, foda-se o mundo e tudo. Eu já li várias pesquisas dizendo que os jovens de hoje têm uma adolescência maior em comparação às gerações anteriores, e eu tô vendo que isso é a mais pura verdade! De uma hora pra outra você larga toda uma vida social equilibrada em basicamente colégio, academia e rolê, todo o conforto de ter tudo o que você quiser, de o único obstáculo é "Pai, me dá...?", de ter sempre alguém se preocupando contigo, fazendo as coisas pra você, pra aí num estalar de dedos você cair do cavalo, entrar de vez no mundo real em que você é o responsável por si próprio, você tem que trabalhar, você tem que fazer por onde, você tem que administrar seu tempo, conviver com outras pessoas, mudar totalmente a sua rotina em prol de essencialmente duas coisas: dinheiro e o seu futuro.
Me diz por favor se você tem mais de 20 anos não quebrou a cara assim como eu tô quebrando?
Acho que essa situação é o maior 8 ou 80 da minha realidade atual. é tipo, 0,00008 e 800000. Quero crescer e não quero, ao mesmo tempo.
O meu lado do bem que quer crescer também entra em conflito. Primeiro porque eu não tenho nenhum objetivo traçando pro futuro, como vou crescer sem isso? Segundo porque eu penso muito, muito, MUITO alto quando tento traçar um e fico frustrado pois sei que é totalmente inviável. Ah vou falar mesmo.
O pobre Danzinho aqui se imagina num lugar bem longe. Às vezes tenho 100% de certeza que meu futuro não tá aqui não, só não sei ainda aonde. Poderia muito bem estar em Miami, LA, NY, Liverpool, Praga ou Nice, mas isso eu não sei mesmo. A minha vontade mesmo mesmo é de fazer algo grande, bem grande, algo em que as pessoas possam se espelhar, possam gostar e comentar e que cause impacto nelas. Mas eu não sei o quê. Não tô satisfeito vindo de baixo, eu quero logo é o sucesso profissional seja lá em qual área, não me importa, eu quero agora e acabou. Só voltando ao lance todo de realizar algo grande, não digo especificamente em sei lá, um edifício grande (curso arquitetura né, era o esperado), não sei também se é disso que eu vou viver. Tô aí na pista, aberto a qualquer oportunidade que venha, desde que me interesse. Outra contradição minha. Pra arquitetura você tem que ter paixão, é o que dizem, eu não tenho. Gosto muito, de verdade, acho bem foda, assim como acho bem foda publicidade, rádio e tv, fotografia e mais um monte de coisa que eu trabalharia facilmente. Entende, eu quero é coisa grande caro leitor, seja um arranha-céu ou um Oscar. Agora o x da questão é: do que adianta eu querer ser grande se eu mal dou conta do meu emprego atual, sou turista na faculdade porque sempre vou embora mais cedo (se bem que não sou o único, já que todo mundo tá reclamando desse semestre, tá péssimo), e não faço absolutamente NADA pra mudar? Não faço, me acomodei. Não sei. Não sei correr atrás, não sei.. Me sinto impotente, queria que alguém decidisse e fizesse tudo pra mim porque eu simplesmente não sei lidar com essas situações adultas.
E assim eu vou continuar, sem saber de nada, ir vivendo essa vidinha chata de ir pra academia, ir trabalhar, aparecer pela faculdade e fim porque meu dia se resume a isso. Só me dá uma angustiazinha imaginar se vai ser assim por tanto tempo..

Certo, depois de vomitar tudo de uma vez tá me batendo um arrependimento de ter escrito tanto e de ter confundido vossas cabeças que com certeza são mais equilibradas do que a minha.
Mais uma controvérsia. A última da noite é: quero comer macarrão e batata frita, duas coisas que não combinam, cá entre nós. Eu pelo menos acho que não combina né cara, sei lá.





Só um ps: repararam em quantas vezes eu escrevi a palavra "não"? Isso é um sinal de negatividade? Talvez.

Um comentário:

MacBout disse...

Se te consola, vc não tá ficando louco sozinho. haha

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