quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Essas últimas horas

Ontem fui dormir com uma sensação estranha em meu corpo, me irritei com a minha mãe viajei vendo um programa de surf na tv. Deitado na cama como toda noite mil coisas se passaram em minha mente, sempre faço planos antes de dormir. Sonhei com a mesma pessoa que sonho quase sempre, um sonho bom. O celular despertou às 6, mas meu corpo não se moveu. Mais um dia da semana sem ir à academia. Levantei mais tarde com muito barulho em minha casa, minha mãe, a sócia dela, o pedreiro e o telefone. Beijei minha mãe e me senti vazio ao fazer isso. Sinto que estou me afastando dela e de meu pai a cada dia que passa. Ela anda atarefada pois vai abrir um salão de beleza em breve e mal conversamos. Com meu pai é daquele jeito de sempre, se eu não o procuro pra conversar ele tampouco se preocupa, ainda mais agora que eu não tenho tempo para respirar e mal nos vemos pois chego tarde em casa. Me faz falta passar tardes com minha mãe dando risada e até com meu pai em seus momentos amigáveis. Me dá um aperto no peito saber que daqui pra frente vamos nos afastar mais pois finalmente minha vida caminha para longe deles. Tenho só minha irmã em casa e em todo lugar pois nos falamos toda hora, amo ela demais e somos muito amigos. Pode acreditar.

Vindo pro trabalho outro pressentimento ruim me bateu e até agora não sei explicar o que é. Abri o horóscopo da UOL (maldita mania que eu peguei desde que vim pra cá) e nele dizia algo sobre mudanças que seriam bem vindas ou nem tanto. Logo notei.
Não me sinto mais à vontade aqui, me faz mal e mesmo parecendo exagero de minha parte não me contive e comecei a tremer e meus olhos a lacrimejar. "Seja forte", repeti essa frase na cabeça mil vezes desde então. Respirei fundo e lembrei do que aprendi com alguém mesmo esse alguém não sabendo, tenho que ser forte, corajoso e inteligente. Força, rapaz, coragem porque tudo hoje valerá a pena amanhã ou depois. Eu torço muito pra que valha a pena meu esforço. Mesmo querendo, sei que não sou forte como gostaria que fosse e acabei cedendo. Após o almoço fui para o meu canto secreto na universidade, um pequeno canto verde com alguns pinheiros e bancos. Coloquei numa música boa, peguei meu fósforo e acendi um cigarro. Quase que instantâneamente algumas lágrimas caíram de maneira natural, como uma válvula de escape para o tormento que passo hoje. Não me envergonho de chorar porque é raro isso acontecer, quando essa vontade vem eu sei que há um motivo. Penso constantemente em desistir de tudo e voltar com minha vida de vagabundo em tardes quentes com minha câmera pela cidade, mas aí lembro que hoje preciso de dinheiro pra amanhã, e ainda tenho contas a pagar no fim do mês. Vida de merda. Também sou falho em às vezes depositar toda a cura da minha dor e toda solução para meus problemas em uma unica pessoa, como se os ventos levassem as angústias se eu estivesse ao lado dela. As coisas não são tão simples, mas bem que poderiam! Como se sair de casa fosse a solução de tudo. Em partes sim, anseio por uma nova vida há tempos e agora posso fazer com que tudo dê certo, mas como mencionei no post anterior, sempre quero tudo pra ontem e não é assim que a banda toca. Mais uma vez preciso de paciência, coragem, força e inteligência pra caminhar a meu favor e conseguir tudo o que quero, porém confesso que hoje, no dia de hoje, preciso de uma dose a mais.
Misture tudo isso mais a saudade, mais a insegurança de não saber se vou ser reprovado em Projeto na faculdade. Não tive tempo algum pra concluir meu projeto nem pra fazer minha maquete, quando escrevo no twitter que tô indo pro rolê ao invés de ir pra aula é porque lá não tinha nada pra eu fazer mesmo. Só me resta torcer.
Sei que tudo o que disse agora foram só fatos ocorridos nas últimas horas passadas, mas surpreendentemente elas foram tão intensas de uma maneira tão singular que me senti na necessidade de escrever pra ver se me acalmava. Até que deu certo.


hold on, make it last, hold on, never turn back.

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