terça-feira, 17 de maio de 2011

Miss me

Tem um episódio de How I Met Your Mother que o Marshall decide pedir demissão do seu emprego porque não tem absolutamente nada a ver com ele o trabalho corporativista. Ele toma essa decisão na vida dele. Quando já está tudo certo, de uma hora pra outra, ele percebe que gosta de tudo aquilo, do stress, das pessoas falsas, das piadas maldosas e etc. E a explicação natural que ele dá é que quando você sabe que vai perder alguma coisa acaba gostando dela porque já se tornou parte de você, já se tornou rotina. Achei meio brisa. Quando se está insatisfeito com algo, mesmo que já seja rotineiro, mudar pra melhor não é a medida mais sensata a se fazer?

Cada dia que passa uma borboleta a mais passa a habitar meu estômago. Fico pensando nisso o tempo inteiro, odeio ser tão ansioso assim porque tenho mil outras coisas pra me preocupar ainda. Aí me pego sentado numa manhã de outono na varanda do andar superior, recebendo o solzinho que não esquenta e olhando pra rua. É uma vista temporária agora. Sexta e sábado estava na casa da Ná, fui pra varanda do quarto dela fumar como sempre faço quando estou por lá. Olhei pra vista da varanda e fiquei pensando: puta que pariu há quanto tempo eu não conheço essa vista e parece que foi ontem que vim pra cá pela primeira vez? Acho que a casa da Ná tem mais história do que a minha própria casa, pelo menos quando se trata dos meus amigos e eu. Sábado fui pra balada com ela e depois pra outra balada com outros amigos e vi muita gente que não via há muito tempo e sabe, eu moro na cidade vizinha da maioria das pessoas que eu gosto e mesmo com 20 min de distância passo semanas, meses sem ver gente que antes eu via diariamente ou pelo menos todo final de semana.
Me diz como e quando as coisas ficaram tão complicadas pra todos nós? Se 20 minutos de carro daqui até mogi ou 50 daqui até São Paulo são um empecilho pra poder passar horas boas com gente que se gosta, como vai ser daqui pra frente já que cada um tá com seu emprego, faculdade, namoros, vida? Eu fico pensando em tanta coisa que já passou, em tantas memórias boas com tanta gente. Parece que de uma hora pra outra são outras pessoas, outras coisas acontecendo, que todo mundo se perdeu. Poxa eu gosto de contato, tento manter contato com todo mundo mesmo que seja difícil, mas gosto muito mais de reciprocidade. Sei que digo que odeio essa cidade, odeio mogi, não tenho mais saco pras fofoquinhas da turminha descolada mogiana, nem pra faculdade, nem pra São Paulo, nem pra mais nada, mas porra eu tô indo embora e sei melhor ainda que na verdade eu amo tudo isso. Não sei se isso tá acontecendo igual aconteceu com o Marshall, mas eu me pego em uns momentos do dia-a-dia como hoje quando fui à pé até o banco e sei que vou sentir falta daqui. Eu vou sim, posso falar o que for de Guararema/Mogi/São Paulo mas eu vou sentir falta. E vou sentir mais falta ainda das pessoas, dos meus pais e irmã, dos amigos. São detalhes, deja vus diários, lembrancinhas que invadem minha mente todo dia, coisas boas que passei por aqui, porres, amores, risadas. Vou sentir saudades. Eu vivo com saudades de tudo né. Ao mesmo tempo por favor, compreendam: se eu não fizer isso hoje não vou fazer nunca mais. Me entristece quando gente que nem é tão íntima assim diz que eu tô cometendo uma loucura ou que eu vou me fuder, vai dar merda e etc. Cadê a consideração? Apoio galera, amizade é isso. Amizade é pra tempos bons, ruins e mudanças. Eu não tô morrendo partindo dessa pra melhor (na verdade eu tô indo pra uma melhor sim), sõ vou ficar um pouco ausente. Ausente mas sempre presente, de alguma forma, como eu tenho sido nesses últimos anos. Não é minha falha somente se a distância entre eu e alguns queridos não é mais só física, mas quero sempre manter contato. Fiquem feliz por mim porque eu tô muito feliz, não digam que estou sendo egoísta, que fiz novos amigos e esqueci dos antigos. Só eu sei como amo cada amigo verdadeiro que tenho.
A vida de cada um tá tomando seu rumo e a minha também.

 

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                             what if we die? no end and no conclusion

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