quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Segundas

Já achei que esse período ia demorar a chegar mas tô sentindo uma baita falta de casa. De ficar rolando com meus cachorros na grama, pular na piscina, rir com a minha irmã, falar falar falar com a minha mãe, essas coisas bobinhas. Nunca passei tanto tempo longe e não foram nem duas semanas completas ainda. Caraca.
De uma coisa eu já estou certo: supervalorizei tudo aqui. Saudades de Guararema, lugarzin tão bão quanto essa Blumenau? Nem pior nem melhor, mas tão bom quanto. Aqui é tudo de bom sim, é lindo, é limpo, é organizado (tirando o trânsito, já odeio), as pessoas são extremamente educadas, tudo o que eu já sabia. Só que lá também! A diferença é que pra tudo que eu olho vejo um nome alemão, e aqui é bem maior, claro. Só que na essência os dois lugares são bem parecidos.
O complicado é quando estar longe é uma vantagem e desvantagem na vida de alguém. Tá sendo ótimo e meio incontrolável essa liberdade de fazer o que eu bem entender sem dar satisfação alguma, mas ao mesmo tempo é ruim saber que sou eu e acabou. O Guilherme diz que eu não estou sozinho nessa, que tenho vários amigos aqui comigo e que tudo vai dar certo mas, querendo ou não, sou só eu sim. Foi pra isso que eu vim, pra ficar sozinho e crescer. Pena que isso tá me assustando um bocado. Na real desde que eu cheguei fiz tudo só pensando que o carnaval tava aí, ansioso, querendo muito viajar e ir pra praia, daí agora que o carnaval acabou eu tô meio perdido. Perdido naquelas, sei bem o que eu tenho que fazer, mas fico temeroso em conseguir o que eu quero e não conseguir voltar pra casa nunca mais. Justo agora que a saudade tá batendo. É sempre assim. Sempre por causa da saudade.
Quero aprender a lidar com isso. A controlar a saudade, focar mais, me esforçar mais, deixar que o calor infernal daqui atrapalhe qualquer coisa (hoje mesmo me ligaram “vamo fazer algo agora?” “vamos” não fui porque não quero sair no calor de 32ºC esse sou eu), a de vez realizar o plano traçado. Me falta é muito puxão de orelha de Alex, muito tapa na cara pra eu acordar e ver que as férias acabaram, porque mesmo com um medo estranho eu ainda tenho a sensação de que eu vou conseguir, mesmo um lado pessimista me dizendo que vai dar tudo errado, vou gastar toda a minha grana e vou voltar pra casa, existe um outro que diz que tudo vai dar certo pra mim. Não sei ainda em qual lado acreditar.

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