domingo, 9 de junho de 2013

Spider

Passei o final de semana em Minas e no caminho de volta meus pais e os amigos deles que foram conosco decidiram parar numa vendinha pra comprar queijo e doce de leite. Não me sentia muito bem desde a noite turbulenta de ontem e nem dei bola pras delícias, fiquei sentado num banco do lado de fora olhando os carros passarem na estrada. Foi então que a Joanna (uma intercambista alemã que mora na minha cidade, já morou na minha casa, acho que nunca escrevi dessa galera aqui) sentou do meu lado e perguntou:
- Why are you here? (a gente só se fala em inglês porque sim)
- I don’t know I just have this bad feeling
- What feeling?
- The feeling that something really bad is going to happen
- Oh God, I know what is like. It’s the worst feeling ever.
- You do?
- Yes. When I was younger I used to say that there was a spider in my heart when I was feeling this. There’s a black spider in your heart that makes you feel like this. When I was younger I used to ask my dad to hug me so hard that I couldn’t breathe so the spider would die, and it always died. But now, the spiders are so big that hugs don’t kill them anymore. It is the worst feeling ever, when you have the black spiders.
Essa foi uma das melhores conversas que eu já tive com alguém e eu e a Jojo sempre falamos coisas assim. Ela sempre me surpreende com alguma coisa doce e inocente. É esse tipo de pessoa que eu quero perto de mim a vida toda, o que chega e me diz que o aperto que eu sinto e o pressentimento ruim que me aparece às vezes é porque uma aranha preta tá no meu coração. E que talvez um abraço apertado bem forte pode matar ela, mas se ela já estiver muito grande, ela resiste e não morre tão fácil.
O que eu faço se abraço não mata a aranha que aperta meu coração?
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