sexta-feira, 17 de agosto de 2012

dela

Hoje eu acordei com um aperto do tamanho do mundo, tô sentindo falta de alguém. Saudade sempre foi um sentimento presente na minha vida, mas ultimamente anda bem incontrolável. Só de imaginar os próximos dias longe.. penso apenas em correr pro abraço.
Não entendo ainda o por quê de tudo isso. Se um dia todo mundo tem que partir, por quê eu tive que ir já? Não podia ficar mais alguns aninhos por perto? O que é que eu tô fazendo aqui?
Acordar todo dia sem o melhor abraço do mundo tá deixando marcas que eu não vou conseguir apagar tão fácil. Será que devo me acostumar por que de agora em diante vai ser sempre assim?
Quem eu mais amo no mundo é ela. E tenho certeza que o amor maior que ela sente em parte é por mim. Se chegou o dia que eu tive que sair, ainda espero o dia que eu vá me acostumar com a ausência.
É tão diferente ir pra cozinha e me deparar com um cubículo meio sujo ao invés dela cantando e dançando igual uma louca. Rindo sozinha, quantas vezes eu não ouvi gargalhadas frenéticas, corri pra ver o que era e só ouvi um “mas é a terapia do riso!”. Maluca. No café da tarde hoje eu como umas bolachas na frente da tv, há um ano eu comia as mesmas bolachas mas ouvia cada detalhe bobo do cotidiano dela, da vidinha dela, das fofocas que ela ouvia da cidade, coisas tão banais e ao mesmo tempo tão humanas que no fundo são as mais importantes. Voltava do estágio e da aula e mesmo ela cansada com o dia dela também, lá estava o meu jantar. Se eu tenho preguiça de fazer a minha própria comida, quanta gratidão eu devo sentir por alguém que além de cozinhar o que vai comer, prepara as refeições pra mais 3 pessoas de bom grado? Da onde vem tanto amor assim que eu não sei?
Eu quero o beijinho dela, o abraço dela. Só ela eu permito me chamar de “Dani” porque foi pra me chamar assim que ela escolheu meu nome. Me chama de Dani quantas vezes quiser, mulher. Eu quero ficar sem fazer nada, sem me preocupar com nada, só ver tv e dar risada ao lado dela, falar em como o programa da Fátima Bernardes é legal e “tem uns assuntos bem diferentes”.
Em pensar em quantas vezes eu já reclamei quando ela me pediu pra fazer alguma coisa e eu simplesmente não a fiz porque “a gente tem empregada, pra quê fazer isso?”. Hoje eu quero limpar o jardim inteiro sem reclamar.
Sempre disse que só me arrependo de coisas que não fiz nessa vida, mas chega uma hora que a gente se contradiz né. Cada resposta errada, cada grosseria, cada reclamação, cada afronta, cada discussão, cada dias sem se falar, são tantas coisas que ela não merecia passar e eu fui a causa. Me arrependo de poucas vezes que até a fiz chorar. E agora quem chora sou eu, com a saudade, a distância, que eu mesmo escolhi e não sei porquê.
Daqui uns dias é o dia dela, e de mim que estou aqui só vai receber um telefonema. O abraço, o beijo, o presente, vão ter que ficar pra depois. Tô sofrendo por antecipação já, meio sem saber o que fazer. Minha vontade hoje, só hoje,  é de correr pra lá.
Imaturo por sentir falta ou maduro por reconhecer a falta, eu não sei. Só sei que não ligo. É uma falta que não cabe em mim, por mais feliz que eu esteja, por mais que tudo esteja dando certo, continuo sentindo falta dela.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

aquela que nunca existiu


Melhor que ir dormir na nossa cama que nunca existiu é acordar ao lado seu sob uma luz que nunca entrou pela janela. Fazer um café que você jamais pediu pra te levar fazendo uma surpresa que eu nunca fiz. Beijar a sua testa desejando um bom dia que nunca chegou. Ser agradecido por você com abraços fortes que eu nunca senti. Passar um tempo só te olhando reparando naquela pinta que não existe. Embalado por uma preguiça que nunca existiu, ficar deitado contigo a manhã toda relembrando momentos que nunca vivemos. Quando a gente se viu pela primeira vez naquela noite que nunca aconteceu, naquela festa que nunca fomos, com aqueles amigos que nunca tivemos.
Como é bom receber um cafuné que você nunca fez em mim. Como é bom esse teu cheiro que teu corpo nunca exalou. Como é bom respirar o mesmo ar que você nunca expirou.
Que gostoso imaginar uma manhã contigo que nunca aconteceu.

domingo, 12 de agosto de 2012

Li isso e fiquei maluco

“As coisas tão lindas

Me carinha as costas. Teu sorriso de cansaço é tão lindo que eu queria te fotografar. É a imagem mais bonita do mundo. Não sei onde começam meus braços, nem onde começam os teus. O mesmo calor que me amortece as pernas é o frio que me arrepia os braços. Chega mais perto, fica junto de mim. A cama é grande. Deixa minha solidão dormir ao nosso lado, abraçada com a tua: sei que posso tocá-la, mas não preciso: me bastas.
Ri da minha cara, brinca com meu nariz. Me abraça. Faz frio aqui dentro: me esquenta. Deixa eu sentir teu peito nas minhas costas, teu braço entre meus seios. Deixa eu sentir as pontas dos teus dedos pintando meu rosto de uma felicidade que só tu me poderias oferecer. Escolhe as cores. Escolhe uma música pra ser nossa. Canta. Baixinho. Sussurra já que és canção.
Desliga o celular, apaga a luz. Tua energia é mais forte e mais brilhante. O teu azul não é mar revolto: é céu de inverno. Enrosca teus pés nos meus, me beija de leve o pescoço. Não me deixa tentar entender porque eu não quero conseguir. Faz piada, deixa meu sorriso se espalhar.
Me beija a boca com paixão e a pálpebra com ternura. Deixa o dia nascer, deixa o sol se pôr. Deixa o mundo. Só não me deixa.
Perde teu tempo pra e ganhar. Me abraça a cintura e deixa meus dedos se perderem nos teus cabelos. Escuta meu coração batendo leve, porque tua suavidade me encanta. Beija minha barriga, morde minha orelha, coloca a mão no meu pescoço. Me arrepia, me faz careta.
Dorme e me deixa com a paz do teu sono. Me deixa ser teu sonho. Deixa eu me perder nos teus olhos fechados, deixa eu te invadir. Deixa eu sorrir e sentir pena de tudo que há do outro lado da porta e não pode te ver.
Me acoberta com o jeito de viver 0 amor por uma hora, um dia ou uma vida inteira. E só não é mais eterno do que o toque da tua pele na minha que fervem a alma e congelam o tempo.
Não levanta, não vai. Deixa eu fazer manha, ser tua manhã. Deita, deita. Fica que eu já volto. Deixa as roupas no chão, não arruma a cama. Me abraça. Me carinha as costas. Sente nosso cheiro: o café ficou pronto.”

                                                                                                       Marina Melz

domingo, 5 de agosto de 2012

Poda

Tá tudo tão bem que eu acho que se melhorar estraga. 
Brincadeira. Não estraga não, pode melhorar mais e com certeza vai. Só fico um pouco temeroso porque quando o verde tá mais verde e o sol brilha sobre o asfalto mesmo em dias nublados é porque algo vai surgir e acabar com toda a mágica. E olha que nem é de amor que eu tô dizendo! 
Se houve um tempo que eu era capacho dos outros esse tempo passou. Apesar de ter conhecimento (obrigado alex) de que quem mais me atrapalha sou eu mesmo, fico feliz em me livrar de pessoas e coisas que me puxavam pra baixo. Não se deve confiar em todo mundo, e eu sou muito ingênuo pra muita coisa apesar de ser bem pervertido. Eu confio, eu acredito, não vejo maldade em ninguém, todo mundo é meu amigo e eu amo todos. Só que não posso ser assim, tô aprendendo. 
Pode soar um tanto heartless da minha parte mas é mais fácil se livrar das pessoas do que se apegar à elas. E nem preciso de /block, deletar de redes sociais, apagar número telefônico, basta não correr atrás quando não faz falta. E não fazem. 
Pra época que eu tô vivendo hoje não preciso de negatividade por perto, quero só gente que me faz bem, que eu me sinta bem na companhia, que eu consiga conversar e ter um papo bom, que realmente se importe comigo e não seja da boca pra fora, gente legal que têm cabeça aberta e gosta de falar falar falar aceitando opiniões, eu gosto de gente crítica, mas crítica sem ceticismo e cegueira. Posso ainda ter uns traços mas não sou mais adolescente. 
Não consigo, é sério, não consigo lidar mais com drama. Quero ficar bem longe de acessos nervosos, irritações desnecessárias, brigas superficiais, fofocas, maldade, coisas ruins. E tudo isso o drama acaba carregando. Nunca soube lidar com arrogância e egocentrismo exagerado. Mimadices à parte, eu sei que sou meio egocêntrico, mas o meu egocentrismo não interfere na vida de ninguém muito menos ofusca os outros, muito pelo contrário, sou só mais um x nesse mundão. Me entristece saber que pessoas que tinham tudo pra serem tão legais possuem um ego tão inflado a ponto de julgarem serem estrelas, perfeitas, com a falsa sensação de que são desejadas e invejadas pelos pobres mortais que as rodeiam. Sinto pena. Quando cair do cavalo o corpo vai além do chão e a dor vai ser grande. 
Todo mundo é igual. Todo mundo peida, caga a vida inteira e vamos todos pro mesmo buraco. Não é dinheiro, não é família, não são bens materiais que definem ninguém. Prefiro não ter 1 real e ter caráter do que esbanjar a grana (que honestamente nem é lá grandes coisas) e  me achar o centro do universo. Eu não preciso conviver com o a atração principal de circo algum, em qualquer lugar que ele esteja, mesmo porque geralmente esta é dos palhaços. E eu odeio palhaços.
Quero só me cercar de gente boa, gente leve, gente de bem, que é tranquila, ajuizada, pensa certo e vai levando a vida de um jeito simples mas com uma ambição saudável. É difícil encontrar alguém com conteúdo e boas ideias pra trocar, mas de uns dias pra cá acho que essa falta vai ser suprida com a nova galera que eu tô conhecendo na faculdade. Mudar de curso foi de longe a melhor decisão que eu tomei esse ano e ando bem animado, ansioso pelo que me aguarda. E só de ter uma outra visão das coisas, sem aquele dramalhão de uns meses atrás me sinto calmo e consigo até resolver os probleminhas diários com mais facilidade. 
O negócio é saber sempre com quem se lida e como lidar com cada um. Se for errado, corta. Se for certo, cola. No dia-a-dia a gente já se preocupa com tanta coisa, se pessoas também causam nervosismos, pra quê continuar com elas? Se livra mesmo, tchau. 
Vou podar muita gente ainda.

non-sense self talking about who must be forgotten

your smell I know well
your hair it’s not the same
but your voice still fucks up my brains
is it normal us now?
from lovers to strangers, then friends again
how can we be friends if you’ve caused me so much pain?
i don’t know what is wrong, but this proximity is weird
if the time heals everything, why am I writing this?
I try to put the past behind and smile
”we’re just good old friends” I say
but I’m kind of old school
and I don’t go to bed with all of them anyway
we’re drinking and smoking and laughing together but hey
in my mind i’m saying “i’ve seen you naked”
it disturbs me to be with you again and recognize your smell
it brings me feelings that I wanna forget and remember once in a while,
can we be friends and erase our past?
can we not be friends and erase it even though?

segunda-feira, 30 de julho de 2012

even though the flower fades something takes it's place


Quando eu falo em amor a todo momento, que preciso de amor, preciso amar, pode parecer um pouco de carência de atenção, mas não é, sempre tive muita e não preciso nada dela. É bem verdade.
Tô nas alturas. Literalmente. No avião, olhando pra Santos e Guarujá toda iluminada porque é de noite, a massa luminosa metropolitana de São Paulo ao fundo, e como não há nada melhor pra se fazer a não ser olhar, tô falando do que eu gosto mais.
Desde meu rompimento com a Laura inconscientemente busco ela em outras por aí, o que é completamente errado, lógico, já que ninguém consegue substituir ninguém, e nem quero substituí-la. O que eu sempre vou querer – até conseguir – é ter o que eu tinha de novo, sentir o que eu sentia de novo, mas viver de um modo diferente. Eu mudei tanto. Mas continuo querendo amor.
A dificuldade é que eu encaro o sentimento de uma forma tão séria que não me permito amar qualquer pessoa. Enclausurei na minha cabeça que amor só tive por Laura, e acredito nisso. Me apaixonei zilhões de vezes (esse ano então) mas amar, mesmo, amei uma vez. Não me dou liberdade pra amar porque sei que ao passo que me entregar, capacho eu vou virar. Fico besta. Bobo. Mais do que o normal.
Até nos pequenos relacionamentos que tive/ando tendo por aí, os casinhos, cada vez mais complicados, com mais dificuldades, e mais divertidos também. A questão é que nunca são mais do que casos e a culpa é bem minha. Sou alguém que é fácil de se enjoar porque é muito fácil me conhecer. A partir do momento que a gente conhece alguém no fundo, ela se torna mais uma. É bom ter sempre algo a mais pra descobrir, só que eu nunca consigo esconder. Pra falar a verdade eu tô viajando, mas acho que é por isso que enjoam de mim.
Queria ser aquele cara por quem as pessoas se apaixonassem perdidamente. Pessoas não, uma só já tava bom. Receber ligação no meio da madrugada só com alguém dizendo que pensava em mim antes de dormir. Queria acordar uma horinha antes pra levar o café da manhã na cama às vezes.
Que estranho. Comecei escrevendo na terça-feira, parei, mas deixei o writer aberto por todos esses dias e já vejo outro fim pra isso aqui.
Se não sou um cara apaixonante, da onde vem tanta necessidade de companhia? Lembrando de novo, não quero atenção, quero comprometimento. E carinho.
Uma vez me disseram que eu sou daqueles que aprecia passar o dia, ou dias, só debaixo das cobertas no sofá vendo tv se a menina que está comigo faz um cafuné em mim e me traz café. Viu como é fácil me conhecer? E olha que foi alguém bem aleatório que disse isso.
Mais do que café e cafuné, o combo master que eu posso querer de qualquer uma, eu quero presença. Não vou conseguir amar pela metade, e não quero um amor pela metade. 8 ou 80, ou quer ou não. Só 2. O tipo de compromisso que não precisa do conhecimento (nem intromissão) de ninguém. Assim a cobrança, o ciúme, o afeto, o amor, o prazer, a satisfação e o que se constrói junto, fica restrito apenas a 2. Pra quê dividir com todo mundo?
Não dá pra falar de amor quando se quer amor.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

BLESSED


Nossa, junho passou e todas as vezes que eu pensei em parar e escrever um pouco também. Como tem muita coisa na minha cabeça e faz tempo que não dou uma paradinha, milhões de palavras vão ser registradas pra eu voltar aqui depois de alguns meses e relembrar tudo. Não quero dividir os tópicos em várias postagens, então lá vai.
Tô na beira da praia, olhando pro mar do último andar e mais feliz impossível. Passei semanas na tristeza, preocupado com tanto problema, todo dia algo novo pra resolver e parecia que nunca ia ter um fim. Talvez o fim ainda não tenha chegado, mas tô sabendo lidar melhor com as situações. De que valeram as noites sem dormir, o choro quieto, o isolamento, a neurose? Nada.
O que eu resolvi fazer é parar, respirar, e resolver cada ponto da minha vida de cada vez. Hoje eu sei o que eu quero pra mim. Apesar das milhões de mudanças de planos (eles podem mudar ainda) tá tudo nos conformes.
Ando com uma pira esquisita mas que eu sempre tive. Parte de mim sempre quer largar tudo o que eu tenho e sei lá, me isolar das pessoas pra tentar entender qual é o sentido dessa existência toda que é viver. Não sei os outros mas eu ainda não consigo enxergar um propósito, uma missão. Você nasce, passa por infinitas experiências na vida toda, e morre. Qual é o fundamento de passar por todas essas experiências? Aprender a andar de bicicleta, a dirigir, fazer uma viagem, conhecer um lugar novo, mudar de cidade, mudar de colégio, comprar uma roupa nova, beijar a 3, fazer sexo à 3, saltar de para-quedas, tirar uma foto linda, correr até faltar ar, beber até cair, dormir na areia, estudar, estudar, estudar, arrumar um emprego, trabalhar, trabalhar, trabalhar, comprar, comprar, comprar, ostentar, ostentar, ostentar, morrer. Chega a ser triste pensar assim mas é algo que nunca sai da minha cabeça. Por isso a ideia de fuga sempre me atraiu, e sempre vai me atrair. Se da natureza viemos então é lá que as respostas estão.
Só que maior que esse meu desejo é minha covardia e meu senso de realidade (ok, esse nem tanto). Tenho noção de que preciso da faculdade, preciso de um bom emprego, preciso trabalhar muito a vida toda, preciso consumir, preciso procriar, preciso morrer. E nesse longo caminho sei que tem muito drama pela frente.
Daí eu assumo: esse semestre que passou poderia ter sido mais bem aproveitado. Sim, não levei a faculdade a sério, poderia ter procurado emprego melhor ou me sujeitado a trabalhar aos finais de semana, poderia ter economizado dinheiro. Malfeito, feito. O que eu pretendo agora é só fazer as coisas certas. Se me decepcionei com a arquitetura aqui, então largarei. Se o que eu acho certo é fazer design agora, então farei! Se for errado, para a arquitetura um dia eu retornarei haha. Me assusta um pouco estar com 21 e largando uma faculdade pela metade, mas aí escuto quando os mais velhos me dizem “você é jovem ainda”. Se sou jovem hoje eu posso tudo. Vou ter tempo pra trampar, meu currículo já tá rodando a cidade, uma hora algo bom aparece e eu não vou deixar de procurar dessa vez. Aprendi que viver no aperto de grana não é bom, e se eu não tenho, preciso correr atrás. Aliás se eu aprendi algo é correr atrás do que eu quero. Pedir pros meus pais ou esperar cair do céu não é tão gratificante. Então eu decidi que vou trabalhar, eu vou estudar e digo mais, minhas notas em dezembro vão ser todas 9 ou 10. Eu sou inteligente, só sou preguiçoso. A preguiça de lado eu também vou deixar. Voltei a correr, quando a situação melhorar volto pra academia e não quero parar nunca mais. Se tem algo que me faz bem é isso.
Eu quero comprar e fazer muita coisa. Nesse apartamento lindo que eu tô, cada detalhe ando querendo. É da avó de uma amiga minha. Há a parte de mim que quer viver no campo isolado em uma caverna, mas há uma parte bem grande que quer um duplex na frente da praia com tudo do bom e do melhor. E se eu quero ver a novela numa tv de 50”, no meu sofá de 15mil reais e quando olhar pro lado ver o céu e o mar como uma coisa só, eu tenho que ralar pra isso. E tenho certeza que vai ser bem melhor conquistar isso com meu suor do que usufruir disso um dia às custas do meu pai. Ele até pode ter um dinheiro, só que eu sou falido e devo ao banco, tô sabendo separar muito essas realidades agora. Eu só espero sinceramente que esteja entrando no caminho certo agora.
A parte de mim que sofria de saudades o tempo todo agora está descansando. Sinto falta de casa e da minha família, mas já consigo encarar o passado como uma fase que passou. Não me arrependo de ter saído de casa nem um pouco. Se eu tava com raivinha de Blumenau antes por causa da saudade que eu tinha, hoje estou amando tudo e todos. Claro que a frieza ainda existe por lá, mas pelo menos pra frieza da arquitetura eu não volto mais haha. Eu tô acostumado já com as diferenças entre SC e SP. Vou sempre amar mais o lugar de onde vim, mas tenho muito amor por aqui também. É engraçado como as dimensões aqui são menores em tudo. Um exemplo bem pessoal: eu nasci na capital, morei anos em guararema, estudava na cidade vizinha. Meus círculos se resumiam em amigos em guararema, amigos em mogi, amigos em são paulo. Quem mora em São Paulo raramente sai da cidade pra fazer alguma coisa. Quem mora em uma cidade pequenininha como Guararema, procura a cidade maior mais próxima pra fazer algo, no caso Mogi. Quem mora em uma cidade mediana como Mogi, sempre acha mais legal passar uns minutos no carro ou trem pra ir até São Paulo. Aqui não. Primeiro que tratam Blumenau como uma cidade grande, com seus sei lá 400 mil hab. Pra gente de lá isso é pouco ainda haha. Daí eu vejo pelos meus amigos, todo mundo tem amigos em todo canto, a distância aqui apesar de ser grande de um lugar pro outro até não é problema algum. É comum. Em um dia só há umas semanas eu fui pra 4 cidades diferentes fazer 4 coisas diferentes. É engraçado também como a galera se empenha pra fazer as coisas. “Vamo pra balada em Floripa?” Duas horas de viagem pra ir pra balada. Isso JAMAIS aconteceria em sp. Ou no mês passado, um amigo de Joinville me chamou pra ir pra Curitiba no James de carona, e eles iam voltar pra santa catarina depois. Acordar num sábado e querer almoçar na praia, pega o carro e vai. É como se a região toda fosse bem unida, como uma grande metrópole cheia de distância só que com uma quantidade de pessoas bem menor. Por isso que ficam malucos com São Paulo. “Nossa, lá deve ser irado, muita coisa pra fazer, muita gente”. Hahaha. Eu percebo que gosto das duas realidades hoje e ando curtindo cada detalhe diferente que noto entre aqui e lá. Sou mais catarinense e mais paulista do que imaginava.
Se a vibe tá tão boa assim é lógico que existem pessoas por trás disso tudo também. Sou grato pra caralho mesmo por ter um melhor amigo sempre comigo me ajudando, me dando bronca, sermão, me ouvindo quando eu tô chorando e me amando sempre. Eu não consigo nem descrever quanto amor eu sinto por esse filho da puta. Imensamente agradecido também aos amigos de blumenau que tão sempre perto me amparando quando a saudade fica forte ou quando a tristeza bate, nada que um choppinho e risadas não curem a dor. Feliz também com os verdadeiros amigos que ficaram em sp mas mantém contato, se preocupam, ligam, mandam inbox, fazem de tudo pra me ver quando vou pra lá e diminuem a distância com carinho da melhor maneira possível. Fora meus pais e o resto da minha família que me apoiam incondicionalmente nessa busca louca por aprendizado e amadurecimento longe de casa, mesmo preocupados, mesmo querendo que eu volte, mas compreendendo que tudo o que eu tô passando tá me fazendo um baita bem.
Sem mencionar outra, que agora afaga meu peito quase sem fazer esforço nenhum.
Do mês que turbulento que passou eu só trago coisas boas depois de tanto sofrimento. Cada parte de mim hoje tá convivendo melhor e quero que o pingo de sabedoria que eu tenho seja suficiente pra só ir pra frente, só evoluir, só fazer coisa certa. Tô jovem ainda.

ewwwwwqq
                                                                i’ve found out I am really no one.”

quarta-feira, 23 de maio de 2012

vgtr


Não fui pra aula hoje. De novo. O celular despertou, eu desliguei bem consciente e me virei. Não levantei. Só penso em dormir.
Tive um sonho lindo hoje. Meus pais, minha irmã, eu, meu melhor amigo e minha melhor amiga fazíamos uma roadtrip pelo país, mas eu só lembro de cruzar São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O tipo de sonho certo, com as cores certas, tudo brilhava, meio amarelado, parecia uma filme, não queria acordar.
Pra falar a verdade tudo o que eu mais quero é acordar.
Eu tô indo pra um caminho sem volta e só esperando alguém me resgatar. Talvez eu seja mesmo um fracassado e não consiga provar nada do que quis a ninguém, nem a mim mesmo.
É mais fácil fugir, largar, dizer foda-se e não fazer nada certo. Eu só penso em dormir. Eu só quero dormir. Só quero minha cama, minhas cobertas, meus travesseiros. Só quero que os dias passem de um jeito bem confortável. Eu quero que os dias passem até não sei o quê. Porque sei que se eu não fizer nada, nada vai mudar. Mas eu não faço mesmo assim.
Meu corpo todo dói, minha alimentação é uma bagunça, não sinto vontade nenhuma de ir pra aula, não sinto vontade de ver ninguém, não sinto vontade de sair de casa, de procurar emprego, de sei lá conversar com a galera que mora comigo, só fico no meu quarto quietinho ouvindo músico deitado debaixo das cobertas. Quero ficar assim pra sempre.
Só sairia do meu conforto hoje pra ver o mar. Que vontade de mergulhar contra a corrente e nunca mais pisar no solo.
Não foi pra isso que eu me inscrevi.

                                                       the tide will bring and the tide will take

terça-feira, 22 de maio de 2012

tómur

Da mesma forma que mulheres têm seu ciclo menstrual todo mês, ando desconfiado que desenvolvi um ciclo parecido. Sangra, mas de um jeito diferente.
Eu tô cansado de me sentir triste. De me sentir sozinho. Tô cansado desse vazio. É um vazio tão grande que não houve ainda nenhuma escolha tomada conseguiu preencher. Eu não sei o que eu tô fazendo nem o que eu tô esperando acontecer. Nem o que fazer acontecer.
Me sinto egoísta. Tomo uma decisão sem ouvir ninguém além de mim mesmo, doa a quem doer, inclusive a mim, e não sei lidar com as consequências. Parece que tudo isso é tão passageiro quanto um suspiro e logo mais minha realidade vai ser diferente. Mas têm coisas que jamais mudam: continuarei sozinho mesmo com centenas ao meu redor.
Vivo dizendo pelos 4 cantos de que preciso de amor, que preciso amar, que preciso namorar, preciso de carinho, só alguém pra ficar abraçadinho, mas daí toda essa necessidade é proporcional ao medo que eu desenvolvi de qualquer compromisso e de qualquer espécie de relacionamento. Me dei conta disso esses dias. Eu tenho medo. É muito mais fácil cortar, sumir, me afastar, colocar mil defeitos na pessoa só pra eu não me sentir culpado pelo que faço e assim esperar a próxima vir, pra começar a me interessar, cair na paixonite de novo e fazer exatamente a mesma coisa. Porque eu tenho medo de me entregar completamente e me machucar. É bom ser casual, só que cansa. E parece que tudo só me interessa até eu ter. Quando sei que o jogo tá ganho, enjoa.
Não sei dizer se esse vazio é falta de um amor. Por um momento achei que era, mas não sei mais. Aliás, de uma coisa eu tô certo: nunca estive tão perdido. Não sei o que fazer, não sei a quem recorrer, não sei o que é isso que tá pra acontecer que eu tanto quero que aconteça e fico só no aguardo. Quando é que vai tudo começar a dar certo? Que época da vida você se sente plenamente feliz?
Meu ciclo é de melancolia permanente com pequenos ápices de alegria exagerada. E passageira. Se ao menos fosse o inverso não viveria assim. 
É pedir demais um colinho e alguém pra resolver tudo pra mim?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Touching skins, my body is pressed into yours. You sigh on my neck, you thrill me. My hand slide by your back, I’m gentle, I just wanna feel you. Your legs between mine, with my mouth on you cheeks, I take you by the waist and turn you around. Feel the love. Chest to chest, cuddling each other, making me warm, making you warm. I grab your butt because I love it, I grab your tits because I want them. It’s not vulgar, It’s us. It’s our friendship.
Touching skins, my body is preesed into your back and you like it. You feel me hard and you just love it, that’s what you like. Holding hands and other things and hugging each other, when we’re together I want all the world to stop talking.
No kissing because there’s no need to. No compromise because there’s no need to. It’s me, you, my bed and hours of sharing our heat.

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