domingo, 13 de maio de 2012

the homesick

                                                                                                                      senta que aí vem melancolia

Acordei com uma ressaca atormentadora da noite anterior, decidi levantar da cama e fui na cozinha fazer meu café da manhã apesar da hora do almoço já ter passado. A pia toda suja de louça que não era minha me desanimou, então fui tomar banho. Coloquei uma música, liguei o chuveiro e instantaneamente quando a água quente caiu e tocou meu corpo as lágrimas caíram também.
Eu acho que nunca pude imaginar que sofreria tanto assim pra obter algo que eu ainda nem sei o que é, nem sei se já atingi tal objetivo ou nem sei se vou atingir. A dor de cabeça forte se misturou com a dor do vazio que eu sinto por estar longe daqueles que eu mais amo. Não sei explicar o que eu tô fazendo. Aperto e saudade é o preço que eu devo pagar por depois de 21 anos querer crescer e dar valor a tudo que meus pais já me deram? Eu não sei mais. Será que já não aprendi a lição, será que já não dou valor a tudo, será que já não cresci?
Têm sido ótimo morar “sozinho”. Cada dia é uma coisa nova pra eu fazer, um problema novo pra tentar resolver, uma decisão nova que eu tenho que tomar. Acredito que isso seja parte do crescimento. O convívio em grupo que não é lá uma maravilha, passo nervoso diariamente mas planejo acabar com isso logo. Mesmo sem trabalho (sim) toda essa experiência tem valido muito a pena. Só não sei se a escolha do lugar foi bem acertada. Blumenau pode ser considerada a melhor cidade do estado, a cidade nº 1 de Santa Catarina pra se viver, mas definitivamente não é pra mim. E não que ela não seja boa, muito pelo contrário, é ótima, só que não é a minha cidade. Não é Guararema. Não é São Paulo. Não é Mogi. Não é Alto Tietê. Não é Vale do Paraíba. Aqui não é o Estado de São Paulo. O céu daqui não é o mesmo de lá. Sinto falta de sair na rua seja em gma ou mogi e encontrar conhecidos, esbarrar com amigos por aí. Aqui tem verde mas eu sinto falta do verde de Guararema. Da calmaria. De viver em casa e não apartamento. A minha casa. Meus cães. Meu jardim. Minha sala, minha tv, meu sofá, meu quarto, minha cama, minha piscina, meu pomar, meu carro, meu tudo. A impressão que eu tenho é que mesmo estando tudo no meu nome por aqui, nada disso me pertence. Nada nem ninguém.
Não tentei substituir pessoas, mas mesmo depois de meses eu continuo sabendo que meus amigos mesmo estão lá, não aqui, com exceção de 1 ou 2 pessoas. Não é a mesma coisa entrar num carro e sair por aqui do que entrar no carro da Nati, do Antonio, da Kiki, ou sei lá de mais quem e só sair pra dar uma voltinha pela cidade, parar na praça e bater papo, sentar na beira do rio ou num banco do shopping e comer. Acho que o cotidiano que eu tinha por lá era tão bom e eu nunca me dei conta de que tinha simplicidade e agitação em equilíbrio, porque da mesma forma que aqui as pessoas vão pra Balneário Camboriú ou Floripa à noite pra querer sair (porque sim, a noite daqui consegue ser pior do que a de Mogi. saudades Florestta), lá em menos de uma hora eu tava em São Paulo também. Por que eu nunca pensei nisso antes?
Saí de casa pra me virar sozinho mas acho que fui pra longe demais. Num dia como hoje se eu tivesse ido morar na capital mesmo em menos de uma hora tava em casa pra abraçar minha mãe. Se eu tivesse ido pra Curitiba como queria antes, 5 horinhas de ônibus ou uma de avião e lá estava eu em casa no final de semana. Eu sinto falta dos meus pais e da Camila. Eu sinto muito falta. De tudo e todos, são os que eu mais sinto falta. Toda vez que falo com eles sou inundado de todas as coisinhas que eles fazem por lá, minha irmã contando coisas do colégio, dos shows que ela vai, meu pai falando do banco, perguntando de mim, se preocupando cada dia mais comigo, minha mãe falando da vidinha dela, do que fulana fez, de quem ela viu na rua, do que ela comprou, de quem apareceu no salão dela, e eu aqui, longe deles, me dói saber que não faço mais parte desse dia-a-dia, que não presencio ali com eles a vida de cada um. Essa semana que passou a Nina recebeu seu namorado em casa porque ela tá no cio e esse foi o assunto da semana, e eu perdi isso, eu perdi esse acontecimento que pra todo mundo é tão bobo mas eu queria ter estado lá com meus pais pra ver ela brincando e rolando na grama e a gente bobo olhando ela. E fui eu que escolhi me privar deles. Que ideia idiota. Não devia dizer isso mas tem horas que eu paro e penso: “Mano, o que é que eu tô fazendo e aonde é que eu fui me enfiar?”. Cara tá sendo bom pra mim me virar, fazer as coisas, limpar tudo, cozinhar, lavar roupa, limpar a casa, tomar decisões por mim mesmo e sentir as consequências delas, não me arrependo de ter me mudado, mas em contrapartida não pode ser natural esse aperto, essa falta, esse vazio, essa dor que eu sinto por ter deixado longe as 3 pessoas que eu mais amo no mundo e as que mais me amam também. Não sei a de vocês mas a minha família é perfeita.
Lidar com o peso das minhas escolhas é complicado demais mesmo sendo necessário. Eu posso transparecer bem patético e imaturo ainda escrevendo tudo isso e chorando igual uma criancinha o dia todo, mas ué, talvez eu seja mesmo e talvez eu ainda não tenha amadurecido. Só que por outro lado, talvez eu já tenha aprendido a dar valor ao que tenho, já tenha crescido, já concluí a missão e só estou cultivando tristeza e saudade.

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aaaaaaaa

                                                                                                        I’m lost in the world, I’m down on my mind

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