domingo, 6 de maio de 2012

rebirth


Imagina só: viver sem contato interpessoal além da sua família mais próxima, em meio a natureza, tendo que plantar pra comer, sua diversão ser jogar pedras no lago ou olhar o céu, receber – de fato – amor verdadeiro daqueles que pra sempre vão te amar incondicionalmente, ter uma vida simples, sem neuroses, sem desvirtuações, utópica e bucólica.
Parece bobagem, mas pensa comigo, de um lado não viveria mil experiências que com outras pessoas eu tenho, do outro eu não teria problemas, não teria que me preocupar além de sei lá matar uma galinha pro almoço. Posso estar exagerando e indo um pouco além, tá certo.
Outro cenário. Agora eu tenho a chance de dar um reset social e apagar todo mundo que eu conheço, todos vão se tornar estranhos da noite pro dia, tanto eles pra mim quanto eu pra eles, as únicas pessoas que conhecidas pra mim seriam papai, mamãe e irmã. Pensa em quanto isso poderia ser bom. Ter uma nova chance de fazer novos amigos, que as pessoas te conheçam a partir daquele ponto, ter um mundo de escolhas e poder escolher os certos pra ficar do seu lado. Eu poderia ser mais seletivo do que já sou.
Ser quem você quiser ser.

Não tenho problema nenhum em ser Daniel Ribeiro. Apesar da minha auto-estima não ser lá grandes coisas, tô satisfeito até comigo mesmo. Acho que tenho essa pira de querer passar a não conhecer ninguém subitamente porque no fundo o que eu preciso é dia após dia passar mais despercebido, ser mais aleatório, mais x. Ser mais x é não ter ninguém cuidando da sua vida, sabendo seu nome, de você, do que faz ou o que fez. Não é estrelismo, não tô me julgando o cara mais conhecido do universo, longe disso. Mas olha só, ontem mesmo em uma balada daqui de Blumenau, brotou um cara conhecido de uns amigos falando assim: “Finalmente, Daniel Ribeiro, que prazer! Lembro de você do Orkut há mil anos, sua câmera era foda. Não sei se ainda te sigo no twitter”. Não é de assustar? Quais são as chances? Eu que não tenho orkut há anos e alguém que eu não conheço vem, me chama pelo nome e ainda fala das minhas fotos. Queria desaparecer da vida de tanta gente. Queria desaparecer, na real.
Outra pira minha: passar um tempo indeterminado morando isolado de qualquer ser humano, provavelmente numa caverna, me virando (ou morrendo) pra tentar entrar em contato comigo mesmo, entender completamente mil pendências que tenho comigo mesmo e voltar, de repente, pra uma vida em sociedade em outro lugar que ninguém me conheça. Apagaria qualquer rastro meu na internet também, assim como fotos, vídeos, posts, tudinho. Claro que a outra ideia era mais fácil, só que essa é até que possível.
Não digo que tenho nenhuma fobia social pois não tenho, quem me conhece sabe que sou bem de fazer amigo fácil bebendo uma cerveja, gosto de uma festa, que gosto de aproveitar o que o contato em grupo tem a oferecer. Só que às vezes acho que faço isso com muita gente errada e me livrar delas não é tão simples assim. Por isso ia ser mais fácil só desaparecer ou apagar minha pessoa da mente alheia. Recomeçar, de novo.
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Agora, se eu sou um pouco de cada pessoa que conheço, deixaria eu de ser quem sou?
HAHAHAHAHAHAHAHAHA brincadeirinha, pensei essa frase e achei ela bem neurótica.

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