segunda-feira, 28 de novembro de 2011

if home is where the heart is


As aulas nem acabaram ainda, não avisei meu chefe que só fico no escritório até metade do mês que vem, não tenho um apartamento, não tenho nada na real, mas tô com um aperto de leve que tá crescendo a cada dia só em pensar em tudo o que eu decidi pra mim pros próximos meses. É a ficha caindo.
Já falei sobre esse negócio que eu tenho de sentir saudades sempre, disse que ia mudar isso só que conheci uma variação desse sentimento nos últimos dias: tô sofrendo de saudade antecipada.

Nunca me imaginei dizendo isso mas lá vai, acho que vou sentir saudades da faculdade daqui? Sério, nunca imaginei mesmo dizer isso mas acho que vou sentir falta das pessoas que vejo todos os dias, dos cantos legais do campus, do fumódromo, da galera do fumódromo, dos professores, de reclamar de tudo lá dentro, até que eu gosto de lá. Já sei também que vou sentir falta da rotina de ir pro escritório que eu faço estágio. Não é puxa-saquismo mas eu amo muito trabalhar lá. Sei que não sou o melhor estagiário do mundo e que eu poderia ser mais útil lá dentro, mas vai ver meu comportamento não é dos melhores porque eu não sou tão bom assim. Sou eternamente grato ao meu chefe e todo mundo que conheci nesses últimos meses, acho que aprendi mais lá dentro do que em 5 semestres na faculdade e nunca vou trabalhar num lugar com ambiente tão massa, bem sério!
Fiz uma viagenzinha em família nos últimos dias que também me fizeram pensar pra caramba em quanto eles vão fazer falta na minha rotina. Do meu pai fazendo piada, se irritando por bobagem mas sempre tentando se aproximar de mim. Da minha mãe falando as bobagens dela, me mimando, tagarelando sem parar enquanto eu tento prestar atenção em alguma coisa que não é ela e no fim não ouvi bulhufas do que ela disse, da comida dela que eu amo muito, de tudo nela. Da minha irmã caçula linda que é tão minha amiga, que me faz rir tanto, que sempre se mostra preocupada comigo e às vezes é bem mais madura do que eu (deixo ela pensar isso porque só faço/falo merda junto dela). Não sei se vou suportar as saudades dos meus avós, esses eu não consigo nem descrever como são importantes pra mim e só de pensar que um dia eles vão partir desse mundo já me dá vontade de chorar. Acho que esse é o amor mais sincero que eu vou sentir pelas pessoas, amor de família.

Também nunca imaginei que ia dizer isso na vida mas sim, eu vou sentir saudades e muitas da cidade que eu moro. Aham, eu, que por anos detestei esse pedaço do céu chamado Guararema, hoje digo que amo esse lugar como nunca. O verde, as ruas limpas e lindas, o ar, essa coisa de cidadezinha pequena de interior mas que é muito bem cuidada, andar na rua e as pessoas cumprimentarem com “ôpa”, ir ao mercadinho e não ao hipermercado, pegar minha bike e pedalar pelas estradas, pegar meu carro e me enfiar numa estradinha de terra por aí sem saber aonde vai dar, dos poucos mais sinceros amigos que eu fiz aqui, cada detalhe, cada lugarzinho, cada característica única que eu gosto tanto daqui e que a partir do ano que vem eu vou vivenciar só por uns 2 dias a cada sei lá quantos meses. Nossa, isso tá bem triste.
Queria continuar falando de como vou sentir falta dos meus amigos das cidades vizinhas aqui mas acho melhor parar com essa melancolia.
É que ao mesmo tempo que eu sei que vou sentir tantas saudades de tantas coisas que me fazem tão tão bem, eu sei que se eu não for agora não vou mais. E pode parecer loucura demais da minha cabeça mas eu sinto que eu tenho, preciso ir embora. Preciso largar tudo de bom que eu tenho aqui porque vai ser bom ou melhor pra mim por lá. É uma pira que eu não consigo explicar direito na moral, só sei que eu tenho que fazer isso por mim.
Me peguei hoje no ônibus lembrando de umas coisas que eu vivia falando aqui e num comentário que uma amiga gaúcha minha, Laura, fez outro dia, e ela disse que eu tava precisando mesmo era fazer uma puta viagem, sair daqui, viver, essas coisas. Olha só como o tempo passa, vai ver essa tal puta viagem que ela falou se concretiza agora, só que é uma viagem pra vida, pra valer. E eu vou mesmo, isso é real, vai acontecer, tá tudo dando certo pra mim.
Não importa quantas saudades eu vou sentir de quantas coisas. O que importa é que eu sei que vai dar tudo certo e que caso não dê, eu volto pra tudo o que eu tenho aqui. Saudades a gente mata ;)

                                                              then my home is where you are

Um comentário:

MacBout disse...

Lendo esse post, me fez perceber quanta falta eu também sentirei. Estamos juntos, apesar de separados, nessa. Mas o que mais me entristeceu foi a saudade que eu percebi já sentir de você. É tão irritante nosso afastamento, me chateia demais. Tornamo-nos amigos de balada, devem dizer. Eu sei que não, você ainda é uma das pessoas que melhor sabe lidar comigo, só nos falta tempo. E continuará faltando, pois este é sempre tão escasso. Quer saber de algo, Dani Dan? Qualquer declaração é pequena comparada a meu amor por você. Sorte a nós. s2

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