sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

c’mere


Tô agoniado. Quero pegar o carro e dirigir sem rumo essa noite com o som no último volume mas os vidros fechados estourando meus tímpanos. Quero cruzar essas estradas paulistas e ver aonde vai dar, aonde vou acordar. Minha câmera comigo, meu celular tocando minhas músicas, meu cigarro, um caderno e uma caneta pra desenhar e meia dúzia de roupas. Quando a gasolina acabar eu deixo o carro em algum lugar. Ando à pé, de preferência na areia, busco o litoral. Até o sol se pôr ou nascer de novo.
Não nasci grudado em ninguém, desde o primeiro berro o cordão que me prendia à minha mãe foi cortado, posso muito bem me virar sozinho no momento que eu quiser. Não é de liberdade que eu falo.
Se voar não posso, me resta correr. Me resta nadar. Meu corpo implora por sair, fechar os punhos e não olhar pra trás. Abandonar.
Recomeçar mais uma vez, esquecendo tudo e todos que passaram, me presenteio com uma nova identidade e de repente não conheço ninguém. Nunca conheci ninguém. Sou só. E há muita gente pra descobrir.

ewq

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