sábado, 24 de dezembro de 2011

The story only just, it just began


É nessa época de metade de dezembro que parece que o universo conspira pra que você pense mais, reflita sobre o ano que passou, planeje ou só organize tudo o que você quer para o ano que vai chegar. Pessoalmente acho tudo isso um saco, não devia ser assim só em um período determinado, é sempre hora pra parar e pensar um pouco no que se quer e no que se está fazendo. Mas acabo sendo levado por esse clima todo de esperança e mudanças, penso mais do que eu devia (olha o problema).

Chega a ser triste eu parar pra pensar e me perguntar: o que eu quero pra mim? Não só pra agora, pro ano que vem ou pra daqui uns anos mas no geral, o que eu quero pra mim?
Poderia muito bem ser ingênuo com a minha realidade e querer abraçar o mundo inteiro, fazer tudo o que eu quiser fazer, mas não é assim que a banda toca. Bem que poderia tocar.
Quando penso num futuro – seja ele próximo ou não – me vejo de tantas maneiras diferentes que acabo não enxergando com detalhes nenhuma delas. Sei que quero ser, ter, fazer muito por aí. Uma parte de mim grita desejando que eu me acalme e que faça com que o combo vida feliz aconteça de qualquer forma. Daí sou eu pensando que lá pra frente eu quero conhecer a mulher da minha vida, casar, ter uma carreira, um nome, construir minha casa em um condomínio fechado seguro e cheio de verde mas próximo do trabalho, quero ver meus filhos animados nas férias pra ir pro apartamento da praia, dar um carro pra cada um quando fizerem 18 anos, quero que eles façam intercâmbio, quero dar tudo a eles, quero fazer da minha mulher a mais feliz que já existiu, viajar com ela, mimar muito, dar presentinhos, beijo, dizer que a amo sempre, quero uma vida a dois pro resto da minha vida. Rebatendo com um tapa na cara essa viagem, olho pra mim hoje e é quase certo de que eu nunca vou ter nada disso. Pode ser coisa da idade, pode ser fase, mas e se não for? Me chamem pra sair, me chamem pra beber, me chamem pra diversão que eu vou dar um jeito de ir. Em um canto só meu, imagina tudo o que eu vou fazer que aconteça. Também quero estudar. Meu pai disse que se eu me fuder e me esforçar até os 25 anos com muito estudo e trabalho, depois eu só colho os frutos de tudo isso, vou confiar nele daqui pra frente. Mas não me imagino ultra bem-sucedido, só me vejo bem. Quero meu apartamento e meu carro, quero poder viajar, quero poder sair sempre que eu quiser e fazer tudo o que eu quiser sem remorsos. Quero conhecer mil pessoas diferentes, quero aprender com cada um que passe pela minha vida, sempre agrego um pouco mais. Por que uma vida de solteiro me parece tão boa e tão triste ao mesmo tempo? Como consigo querer 2 coisas tão distintas?
Tento não olhar muito pra trás e ver as merdas que já fiz, se aprendi na época com elas ótimo, se não, não vale a pena lembrar. De uma coisa estou certo: não me arrependo de nada feito, só do que deixei de fazer. A vida tá aí pra viver e se arriscar né. Por isso fico pensando além do que devia sobre o futuro e o que eu quero pra mim. Penso muito e faço pouco, confesso, mas tem gente que nem pensa, então já é meio caminho andado.
Tenho essa pira na cabeça de que eu tenho que realizar algo concreto que me dê prazer. Vou comprar um moleskine pra mim de aniversário (aceito de presente também), quero desenhar, preciso desenhar, que espécie de arquiteto quero ser se não sei e não desenho? Isso tem que mudar. Voltarei a fotografar que nem antes, não faz sentido não arrumar tempo pra isso, não faz sentido deixar de fazer algo que me faz bem porque tem outras coisas que eu não gosto de fazer e têm de ser feitas (isso não é o que eu chamo de responsabilidade). Está nos planos também aprender outra língua. De início francês porque sempre gostei, mas com toda essa coisa de blumenau eu até encararia um alemão, acho bem massa também. Não quero focar daqui pra frente em nenhum amor, mas uma namorada não cairia nada mal nos meus braços daqui pra frente (em outros lugares também), só preciso parar de ser mongolão e não olhar a minha volta, esqueço que tem muita gente ao meu redor enquanto só olho e penso em uma. Isso vai acabar definitivamente. Também devo deixar a preguiça de lado, arregaçar as mangas e correr atrás de um lugar pra morar no ano que vem, aceitar qualquer cabana e muquifo e deixar meu orgulho de lado. Não vou ter uma casa enorme, uma piscina e uma empregada pra mim a vida toda, então se eu não abaixar meus padrões e ser um pouco mais flexível, quem sabe eu me adapte à tudo mais rápido. É pro meu próprio bem, tenho consciência disso. Também vou aceitar morar comigo as primeiras pessoas que surgirem, quanto antes resolver todas essas paradas melhor. Assim que tudo se acertar, é focar num trabalho e trabalhar de verdade, sem vadiagem. Se é pra construir algo, nada de gastar grana com bobagem também. Vou guardar dinheiro, vou ser responsável, vou crescer. Queria um carro, mas como não sou capaz de guardar tanto dinheiro agora, quero o suficiente pra viajar nas férias ano que vem, roubei a idéia do alex e já quero um mochilão pela américa do sul con todas las chicas y la cerveza que tengo derecho. Quero voltar a ler mais, não li um livro completo esse ano e que vergonha disso. Sei lá, quero fazer muita coisa que deixei de fazer ou nunca fiz, tem bastante experiência por aí que eu não vivenciei, tô aqui pra provar daqui em diante. Com juízo, claro.
É que eu sei que não demonstro mas, sabe quando você passa muito tempo se preocupando com as outras pessoas, tentando ajudar todo mundo de algum jeito, conversando com cada um que precisa conversar contigo, sempre precisam de você pra algo mas nunca ninguém está aqui pra me ouvir ou me ajudar ou me qualquer coisa, sempre eu lá, sempre eu me deslocando, sempre eu pensando mais nos outros do que em mim. Não sei se é o fim de ano e justamente essa vibe de mudanças que tá no ar não só mim como em todo mundo mas, eu quero e vou fazer muita coisa apenas e só por mim. Não preciso contar pra todo mundo, pedir ajuda, pedir conselho, ligar quando tenho um problema, isso é o que fazem comigo e acho legal até um certo ponto. Daí não perceberam quando eu preciso dessas coisas é outra história, então não me importo e nem me chateio com isso mais. Se é pra mudar, se é pra fazer, se é pra eu crescer, que seja sem a ajuda de ninguém, que eu realize tudo sozinho e ao meu jeito. Um pouco de individualismo não faz mal algum.
Que esse fim de ano não traga apenas ideias, esperanças e planos pra mim, mas sim coragem e gana suficiente pra que eu bote tudo em prática hoje ou amanhã, ou daqui um ano, ou daqui a 10 anos, mas que eu faça o que eu quero fazer porque simplesmente quero. Chega de coçar o saco um pouco. Bom fim de ano pra mim e pra todo mundo.

                                                                      And surely it should never ever end

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