sexta-feira, 24 de outubro de 2014

24-10

Sinceramente não consigo entender porque me importo, porque sinto uma pontinha de tristeza só de olhar o celular e saber que você tá perto, ali, rapidinho, menos de uma hora, coisa que nem em sonho eu cheguei a cogitar. Isso não faz o menor sentido.
Não hoje – nesse contexto – não com o eu de agora. Tão mudado. Por isso que não consigo entender.
Que parte do passado é tão apegada ainda que me faz sentir ciúmes? Chega a ser ridículo porque eu sem querer ainda penso “era pra ser eu ali com você e não ele”.
A verdade é que na minha cabeça o que eu ainda esperava era que fosse eu que ajudaria com tudo, eu que fosse o socorro, a distração, o café do final de semana, o cinema, o passeio no parque, o guia turístico, eu que te levaria pra beber, te deixaria em casa, esperaria um convite “não quer subir?” mesmo sabendo que isso não teria muito nexo (quem sabe).
Talvez seja porque você ainda é uma parte de mim que eu guardo com carinho e não consigo desapegar. Por mais patético que isso possa soar, ao longo dos dias eu me pergunto como você tá, me preocupo, quero cuidar, mesmo sabendo de longe que tá tudo bem, que você não precisa de mim, que a gente é tão diferente que não adiantar nem tentar.
Fico nervoso toda vez que estou por perto e vejo no swarm que você tá também. Vai ver um dia a gente se esbarra por aí, só não se assusta comigo não, não saberia reagir ao te ver com outro, não conseguiria disfarçar. Mas não evitaria te abraçar.
Me pergunto todo dia se existe alguma explicação pra o que eu sinto, como eu traduzo esse sentimento. Se é nostalgia, se é um rastro do passado que eu carrego, se é só maluquice minha por nutrir algo tão irreal hoje em dia.
E mesmo assim, por mais que eu saiba a resposta, me pergunto sempre: “Por que ele e não eu?”

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