domingo, 8 de junho de 2014

muito pior

Não entendo porque as pessoas da minha idade são tão tristes (me incluindo nessa estatística). Não passamos necessidade alguma, temos tudo, estudamos em colégio bom e caro, papai paga nossas contas e até todo mundo se formar e se especializar as únicas preocupações são terminar o semestre sem nenhuma dp, mandar bem no estágio e ver se sobra um troco pro fds.
Me sinto exausto sempre. Dessa rotina chata e vazia, da faculdade atrasada que eu estudo, dos finais de semana que eu mal me lembro, de ficar preso na ressaca aos domingos querendo morrer. Isso sem fazer absolutamente nada demais. Tento não cair naquela de “todo sofrimento é importante” mas sinceramente eu e a maioria das pessoas que eu conheço não passam por nada de ruim na vida. Essas crises existenciais de domingo deviam ser consideradas falta de vergonha na cara porque enquanto eu tô aqui falando disso com angústia tem sei lá gente catando comida na rua na ânsia de sobreviver. E eu - debaixo das cobertas bem quentinho e confortável, debaixo de um teto de milhões – me deprimo com o trabalho de sistemas estruturais que eu não sei fazer porque mal fui às aulas. É um puta egoísmo da minha parte achar o fim do mundo tanta bobeira idiota do dia-a-dia que eu passo e não oferecer um cigarro pro mendigo que me pede na rua porque no fundo eu acho que ele devia tomar banho, estudar e trabalhar. Mas nem todo mundo tá reclamando por bobagem com sanduíche de pão com chia e macadâmia com creme de ricota aqui do lado.
Parece que eu sofro sofro sofro tanto e no fundo não há motivo algum pra me lamentar. Ainda acho minha rotina um porre, minha faculdade um atraso e minha solidão deprimente, mas além de não fazer nada pra mudar esse quadro eu não dou valor à toda essa merda fulano queria ter.
Reclamo de barriga cheia, choro por bobagem, devia ter levado uns tapas pra largar mão de ser mimado e acordar pra vida.

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