quarta-feira, 12 de março de 2008

Yoñlu

Comprei a Rolling Stone do mês de março ontem, e uma matéria especial me chamou a atenção. A chamada era:
"Canções para viver mais.
Em meio a um mundo cercado pela solidão e pela tecnologia, Vinícius Gargeiro, ou Yoñlu, o adolescente que planejou o próprio suicídio, deixa amostras de que tinha nascido para ser gênio incompreendido."
Comecei a ler, e uma nuvem de tristeza pairou sobre mim, estava horrível. A cada parágrafo que eu lia, me identificava mais com o muleque, que se matou na tarde de 23 de maio de 2006. Um mês antes de completar 17 anos. É o tipo da pessoa que eu sempre quis como amiga. Fã de Beatles, R.E.M., Jeff Buckley, Clash, Kings of Convenience e Billie Holiday, ainda escrevia, cantava e publicava suas músicas na internet. Era solitário, tinha mais amigos virtuais pelo mundo do que amigos reais. Sensível e inseguro, praticamente se matou porque viver não era mais suportável. Cheio de conflitos que só ele tinha conhecimento, suicidou-se por métodos que conhecem num fórum na internet que ajuda pessoas que querem se matar. Pedia auxílio à internautas que sabiam de técnicas infalíveis. Morreu intoxicado por monóxido de carbono, trancado no banheiro com duas grelhas acesas. No fundo era covarde, a pessoa que tira sua própria vida é porque é fraca demais para enfrentar seus problemas.
Mas esse era o legal do cara. Ele era fraco, super inteligente e extremamente sensível. Era apaixonado por uma amiga, Luana. Fez uma música pra ela, que no CD póstumo que os pais vão lançar/lançaram (ainda não sei) se chama "Mecânica Celeste Aplicada". "tem o dom de deslocar assim/ a lua de Netuno no ar". É uma das poucas músicas em português.
Além de cantar e compôr como gente grande, ele desenhava, fotografava e escrevia em um blog.
Não sei porque em identifiquei tanto com ele nessas últimas 24 horas. Pode ser pelo motivo que quando tinha lá meus 14, 15 anos, tínhamos muito em comum. Ainda temos, somos bem parecido em certos aspectos. Inclusive nessas tendências suicídas. Quando era menor s sofria de alguns problemas que só dizem respeito a mim, já havia pensado na possibilidade. Mas em tempo percebi que era coisa pra pessoas fracas, e eu não queria ser uma delas. Foi aí que eu mudei. Me tornei a pessoa que eu sou hoje e a que Vinícius fingia ser com os amigos de colégio. Perto desses amigos, era sociável, brincalhão, piadista e bem inteligente. Em seu mundo era retraído, cheio de dúvidas típidas da idade e tímido em relação ao amor. Extremamente. Eu já fui assim, e como. Hoje cresci. No fundo acho que Vinícius cresceu tanto pra idade, que não suportou. Não posso opinar, sei da sua história fazem menos que 24 horas.
Mas me senti extremamente triste, comecei a chorar lendo a reportagem. Estranho. As músicas dele são ótimas, quem quiser biaxar procura uma comunidade que fizeram pra ele no orkut.

Sei lá, to cinza hoje.

2 comentários:

Laura C. Meneguzzo disse...

fiquei sabendo dessa história também :/ muito muito muito triste.
eu não consigo me conformar com a idéia de me matar. em pensar em todas as coisas que esperam a gente no futuro... é até pecado. mas quem somos nós pra julgar ele não é? talvez ele teve os seus motivos, por mais inaceitáveis aos nossos olhos. falando nisso, esses dias chorei assistindo 'control', o filme sobre ian curtis, o cara do joy division. é inimaginável o aperto no peito que me dá ao ver gente tão produtiva se dando nó e deixando tudo pela metade.
comentário grandinho hehehe
beijos!

Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou! disse...

"nem sei pq em sinto assim vem derrepende um anjo triste perto de mim" eh cara suicidio algo muito dificio de se falar eu defino
como o "covarde mais corajoso"
eh dificil enfrentar a vida e seus sofrimento , mais soh com conhecimento se enfrenta tudo isso
são debitos eh algo que temos que passa seja no amor ou na dor viver e enfrentar a vida eh ncessario!ao fim a evolução virá pra todos!

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