quinta-feira, 15 de novembro de 2007

68 ou hoje?

Acabei de ver um filme muito bom, o tipo de filme que você sempre vê nas prateleiras para alugar mas nunca aluga. Os Sonhadores, ou The Dreamers, é um filme tão bom quanto Vanilla Sky, senão melhor, é, acho que melhor (sorry Vanilla). Mas não vou ficar aqui falando como se fosse um crítico de filmes. O filme me fez refletir sobre uma coisa que eu venho pensando já de longos anos e sei lá, é só uma opinião, não humilde, é a minha opinião. Em 1968 com toda aquela quase revolução estudantil francesa, os jovens tinham um ideal, tinham um propósito para protestar, eles queriam mudanças, sentiam-se repreendidos pelos administração das universidades e da polícia e que no fim causou aquela pseudo-guerra com greves, manifestações e até mortes.
E é justamente porisso que eu acredito piamente que eu era algum tipo de revolucionário ou que eu participei de alguma coisa do gênero em algum país europeu em vidas passadas! Mas fiz alguma merda enorme e vim pagar porisso em Guararema. Mas foda-se, o fato é que tudo que aconteceu antes de mim parece tão mais atrativo do que hoje! Porque pensa, what the hell we do today? Só pensamos em gastar dinheiro, comprar roupas, sair no fim de semana, beber e o caralho a quatro. Que porra, todos nós somos um bando de inúteis caralho. Enquanto zoamos os que querem ideais, hoje, só sabemos ficar longe deles. Na década de 60, ou sei lá, 50, 80, não havia nada disso de hoje, internet, celular, dvd, ou puff, essas coisas que deixam a gente presas nelas, e, parece que eles eram mais felizes assim. Discutiam cinema, iam ao cinema, saíam pra conversar nos cafés, liam muito, discutiam sobre as coisas que pensavam, participavam de alguma coisa da escola, iam aos parques, sei lá, sou só eu que acho que o passado era melhor que o presente? Porra, o que nós fazemos hoje? Vamos ao colégio, durmimos no colégio, pegamos um resumo dos livros para a prova, saímos, bebemos, ficamos consideráveis horas na frente do computador, gostamos mais de ir ao shopping acabar com o dinheiro dos pais do que saber o que está acontecendo no país, fofocamos sobre quem transou com quem e o que fizeram, programamos roles de final de semana, e nossa vida se limita a isso. Na boa, acho tudo isso uma grande merda. Não temos objetivos, focos, coisas pra que lutar a não ser um celular novo no natal! Que merda de sociedade é essa? Não que eu odeie o capitalismo, mas tem limites. E não que eu seja socialista, longe de mim, só acho que devia haver um meio termo. Tudo de bom deveria vir antes do ruim. Deveríamos nos preocupar mais com coisas sérias, ao invés de comprar alguma coisa. É aquele tal negócio que ouvimos do professor Itamar nas suas longas aulas: Houve uma época em que você era o que você tinha, e não o que você defendia, seus valores, seus princípios. Essa época predomina, na boa. Pelo menos no meu mundinho inútil. Não temos nenhuma preocupação com o mundo num todo, quando te perguntam alguma coisa sobre o que você queria do mundo (geralmente quem pergunta é alguém mais velho), você só diz “Queria que houvesse a Paz Mundial”. Só queria né meu bem, porque você não vai mover um palito para isso. Somos todos uns acomodados bizarros que nos limitamos a ver de vez em nunca o Jornal Nacional, só porquê depois vai começar a novela das oito.
E o pior de tudo é que eu não sei como mudar isso..

Um comentário:

Laura C. Meneguzzo disse...

apoiado!
e não preciso falar NADA sobre o filme.

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